sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

Acordo judicial para compra de terras para comunidades indígenas é aprovado pelo Conselho de Administração da Itaipu


Acordo em ação do STF envolve MPF, comunidades indígenas, Incra, Funai, Comissão Nacional de Soluções Fundiárias do CNJ, além da própria Itaipu

O Conselho de Administração da Itaipu Binacional aprovou nesta quinta-feira (27), em reunião ordinária, os termos de um acordo de conciliação que autoriza a compra de 3 mil hectares de terras, em caráter emergencial, que serão destinados a comunidades indígenas Avá-Guarani da região Oeste do Paraná. O valor fixado para o negócio é de até R$ 240 milhões, recursos que serão disponibilizados pela Binacional.

São parte do acordo o Ministério Público Federal (MPF), Comunidades Indígenas Avá-Guarani da região Oeste do Paraná, União, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e Comissão Nacional de Soluções Fundiárias do Conselho Nacional de Justiça, além da própria Itaipu. Uma vez assinado, o documento será encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) para homologação.

O acordo foi feito no âmbito do Procedimento de Resolução de Controvérsia aberto na Câmara de Mediação e de Conciliação, da Administração Pública Federal, e da Ação Civil Originária (ACO) 3.555, movida pela Advocacia-Geral da União (AGU) e que tramita no STF. A ação pede a reparação por violações a direitos humanos e fundamentais das comunidades indígenas afetadas pela formação do reservatório da usina, em 1982.

A escolha das áreas que serão compradas será feita pela Funai, em acordo com os próprios indígenas e seus representantes legais. O Incra será responsável pela avaliação dos imóveis, juntamente com servidores da Justiça Estadual e/ou Federal. Caberá à Itaipu apenas pagar pelos imóveis.

"As condições para a compra e venda referidas, notadamente o preço, forma e prazos de pagamento, deverão atender às condições de mercado e serão objeto de deliberação nas sessões de mediação, das quais participarão, obrigatoriamente, representantes da SPU (Secretaria de Patrimônio da União), do Ministério dos Povos Indígenas – MPI, do MPF, da Funai e do Incra", diz trecho do documento.

"A Itaipu Binacional mantém um compromisso histórico com as comunidades indígenas do Oeste do Paraná, e a decisão do Conselho de Administração é um passo para garantir a essas populações mais segurança, dignidade e qualidade de vida", declarou o diretor-geral brasileiro da Itapu, Enio Verri.

Ele disse esperar que a compra de terras e os demais compromissos constantes no acordo de conciliação contribuam para pacificar a região, palco de conflitos recentes. "A atual gestão da Itaipu, assim como o Governo Federal, sempre esteve comprometida na busca de soluções efetivas, que respeitem os direitos das comunidades indígenas e dos produtores rurais da região".

O diretor jurídico da Itaipu, Luiz Fernando Delazari, explica que a conciliação corre no STF. "Foi um longo processo de conciliação, com mais de 20 reuniões realizadas e com a participação ativa da Itaipu, que sempre concordou com a necessidade da reparação histórica as comunidades dos povos originários na região da Usina de Itaipu. Esperamos que o Supremo Tribunal Federal homologue este acordo que tem como um dos objetivos pacificar a região e evitar que mais atos de violência ocorram", observou.

De acordo com o gestor dos Programas de Sustentabilidade Indígena da Itaipu, Paulo Porto, as novas áreas serão destinadas a 31 comunidades situadas nas terras indígenas Tekoha Guasu Guavirá e Tekoha Guasu Okoy Jakutinga, distribuídas em cinco municípios paranaenses: São Miguel do Iguaçu, Itaipulândia, Santa Helena, Terra Roxa e Guaíra. Essas comunidades reúnem, hoje, aproximadamente 5,8 mil pessoas.

Compromissos
Pelo acordo, a Itaipu deverá promover ações de restauração ambiental dessas áreas e implementar infraestrutura que garanta serviços essenciais, como fornecimento de água potável, energia elétrica, saneamento básico, saúde e educação – entre outros direitos.

Outro compromisso da Binacional é a manutenção das ações do Programa Sustentabilidade das Comunidades Indígenas, que hoje atende a três aldeias formalmente constituídas na região: Tekoha Ocoy, em São Miguel do Iguaçu, e Tekoha Añetete e Tekoha Itamarã, em Diamante D'Oeste.

"Itaipu compromete-se a, nos projetos de sustentabilidade sob sua gestão, assegurar maior participação das comunidades indígenas, como forma de lhes conceder maior autonomia e emancipação, bem como o respeito às suas formas de organização social, conforme seus usos, costumes, línguas e tradições", assinala o documento.

O acordo de conciliação estabelece ainda que União, Funai Incra e Itaipu deverão elaborar e publicar um pedido público de desculpas aos Avá-Guarani pelos danos causados na construção da usina, reconhecendo as responsabilidades da empresa. Essa manifestação deverá ser publicada na internet, nos sites das instituições, e em jornais de circulação local e nacional.


domingo, 23 de fevereiro de 2025

Apenas 7,4% das prefeituras gaúchas participaram da etapa municipal da 5ª Conferência Nacional do Meio Ambiente.



Isso representa 37 de 497 cidades do Rio
Grande do Sul.


Os encontros antecedem o evento estadual, que ocorrerá entre 12 e 13 de março, e o nacional, que ocorrerá em maio em Brasília (DF).

O levantamento é do Instituto Internacional ARAYARA , uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos que envolve cientistas, gestores urbanos, engenheiros, urbanistas e ambientalistas do Brasil. O gerente de Transição Justa e Sustentável da ARAYARA , engenheiro ambiental John Wurdig, cita algumas impressões sobre a baixa adesão:
— Primeiro, falta de informação. Segundo, a convocação sai em agosto, mas a mobilização mesmo no município sai no fim do ano, muito próximo das eleições, então muitas prefeituras trocaram o seu administrador.  E tem o descaso dos municípios no
que tange entender o contexto da emergência e das mudanças climáticas. Essa baixa adesão chancela a falta de conhecimento dos municípios dentro da pauta da emergência climática. E temos também luta contra o negacionismo de tratar isso como
política pública — explicou.

Fonte: 
Instituto Internacional ARAYARA

ONU abre bolsa para jornalistas brasileiros cobrirem CTBT: Conferência de Ciência e Tecnologia (SnT2025) na Aústria


  • A Comissão Preparatória da Organização do Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares (CTBTO) convida jornalistas a se inscreverem para bolsas de apoio à cobertura da Conferência de Ciência e Tecnologia (SnT2025), em Viena, em setembro deste ano.
  • A oportunidade é destinada a jornalistas que cobrem temas como ciência, tecnologia e diplomacia, com o objetivo de promover uma cobertura mais diversificada e inclusiva sobre o trabalho da missão. 
  • Inscrições abertas até 7 de março de 2025 pelo site da organização.
Legenda: O Secretário-Geral António Guterres (de costas para a câmera) faz um briefing para os repórteres durante sua visita a Bucha, perto de Kyiv, Ucrânia
Foto: © UN Photo/Eskinder Debebe

A Comissão Preparatória da Organização do Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares (CTBTO), responsável por proibir explosões nucleares em qualquer lugar — acima do solo, debaixo d'água e no subsolo — seleciona jornalistas de todo o mundo a aplicar a uma bolsa de cobertura da Conferência de Ciência e Tecnologia (SnT2025). 

Jornalistas selecionados terão a chance de se conectar com especialistas renomados, explorar os avanços mais recentes no monitoramento de testes nucleares e obter insights valiosos sobre as discussões globais em torno dessa questão crucial.

A Comissão Preparatória da CTBTO conta com a inovação para aprimorar as capacidades do regime de verificação do Tratado, bem como para ajudar a aproximar o Tratado da universalização e da sua entrada em vigor. Assim como o oitavo evento da série CTBT: Conferência de Ciência e Tecnologia, o SnT2025 reunirá mais de 1.000 cientistas, tecnólogos, acadêmicos, estudantes e representantes dos órgãos de formulação de políticas da CTBTO. Além disso, os representantes das áreas de pesquisa e desenvolvimento, diplomacia científica, consultoria científica, mídia e defesa de direitos estão convidados a participar da conferência.

O SnT2025 está programado para ocorrer no Palácio de Hofburg, em Viena, Áustria, e on-line, para criar uma conferência mundial inclusiva e alcançar apoio globalmente.

Leia o folheto de anúncio para saber mais!

Legenda: Jornalistas se posicionam na coletiva de Imprensa com o Ministro das Relações Exteriores da Federação Russa.
Foto: © UN Photo/Jaclyn Licht

Objetivos Científicos do SnT2025:

  • Identificar métodos e tecnologias que tenham potencial para melhorar o monitoramento da proibição de testes nucleares e as inspeções nos locais, incluindo abordagens emergentes e revolucionárias.
  • Destacar como os desenvolvimentos científicos e a cooperação podem apoiar necessidades nacionais, estruturar objetivos políticos em apoio ao CTBT e promover a sua universalização.
  • Conectar, inspirar e integrar as diversas comunidades envolvidas no monitoramento da proibição de testes nucleares e na inspeção nos locais e aumentar a diversidade de gênero, geografia e gerações, além de incluir profissionais em início de carreira e jovens.
  • Causar impacto na sociedade global promovendo aplicações civis e científicas, capacitação e treinamento, orientação e desenvolvimento de habilidades relacionadas ao monitoramento da proibição de testes nucleares e às técnicas de verificação em evolução.

O que está coberto? 

Os jornalistas selecionados receberão apoio completo, incluindo:

  • Viagem de ida e volta para Viena
  • Acomodação durante a conferência
  • Ajuda de custo diária

Datas e principais prazos:

  • 16 de setembro de 2024: Abertura das inscrições para a Conferência, que permanecerão abertas até a Conferência
  • 7 de outubro de 2024: Abertura do envio de resumos
  • 5 de março de 2025: Prazo final para envio de resumos e solicitação de apoio financeiro
  • 8 de setembro de 2025: Início da Conferência
  • 12 de setembro de 2025: Término da conferência

Link para inscrição: https://conferences.ctbto.org/event/31/ 

Mais informações: press@ctbto.org 




ONU abre Inscrições para o Prêmio de Serviço Público 2026


A ONU abriu inscrições para o Prêmio de Serviço Público (UNPSA 2026), que reconhece realizações excepcionais no serviço público. 

Estabelecido em 2003, o prêmio tem como objetivo promover e apoiar abordagens inovadoras para a prestação de serviços públicos.

As inscrições vão até 31 de março de 2025 e iniciativas de todas as instituições públicas nos níveis nacional, subnacional e local de todos os estados membros da ONU estão aptas a aplicar.

Legenda: Grupo de premiados durante a cerimônia de premiação do Serviço Público das Nações Unidas em 2023
Foto: © UN Photo/Loey Felipe

O Prêmio de Serviço Público da ONU 2026 busca iniciativas que se destacam na administração pública, para reconhecer as realizações criativas e contribuições de instituições que promovem uma administração pública mais eficaz e ágil. 

O prêmio é o maior reconhecimento internacional pela excelência no serviço público e visa recompensar projetos que contribuem para o desenvolvimento de sociedades mais justas e sustentáveis. 

Organizações públicas de todo o mundo estão convidadas a participar e destacar o impacto positivo de seus projetos. As iniciativas devem abordar lacunas significativas em governança ou administração pública ou ainda introduzir novas ideias ou abordagens com potencial para mudanças transformadoras em larga escala.

As indicações para o UNPSA 2026 são convidadas a se inscrever em quatro categorias:

  1. Prestação de serviços inclusivos e equitativos para não deixar ninguém para trás;

  2. Serviços públicos sensíveis ao gênero;

  3. Instituições públicas transparentes e responsáveis para alcançar os ODSs;

  4. Participação e engajamento público para a tomada de decisões inclusivas.

Critérios

  • O UNPSA está aberto a todas as instituições públicas nos níveis nacional, subnacional e local de todos os estados membros da ONU. No caso de parcerias, a aplicação deve incluir a instituição pública
    encarregada da iniciativa. 
  • O UNPSA é concedido à instituição pública implementadora, não a um país ou a um indivíduo. 
  • A iniciativa deve ter sido implementada por um mínimo de dois anos. 
  • Para evitar conflitos de interesse, a iniciativa não deve ser implementada pelo Sistema das Nações Unidas.
  • A iniciativa deve apresentar uma ideia inovadora, política, nova abordagem ou um mecanismo aprimorado que apoie a implementação da Agenda 2030. Pode ser melhorar a entrega de serviços
    públicos, resolver um problema de interesse público ou fortalecer instituições públicas.
  • As iniciativas serão avaliadas de acordo com três critérios principais: inovação, impacto e adaptabilidade.

Todos os detalhes sobre o processo de inscrição (elegibilidade, como se inscrever, etc.) estão disponíveis no documento "Diretrizes para inscrição" abaixo (disponível em inglês e francês)

Idiomas e prazo

As inscrições podem ser enviadas em qualquer um dos seis idiomas oficiais da ONU. 

Envie apenas uma inscrição por iniciativa.

Todas as inscrições devem ser enviadas até 31 de março de 2025 (23:59 EDT).

Leia nos links abaixo as diretrizes de envio antes de iniciar a inscrição.

Inglês | Francês 

Envie a inscrição em: 

Árabe | Mandarim | Inglês | Francês | Russo | Espanhol

visualização da inscrição em PDF está disponível nos links abaixo

Árabe | Mandarim | Inglês | Francês | Russo | Espanhol

Materiais de referência da inscrição

Apresentação da PSPNU 2026 (inglês e francês)

Sobre o Prêmio

O Prêmio de Serviço Público da ONU reconhece a excelência na prestação de serviços públicos e premia as realizações e contribuições criativas das administrações públicas em todo o mundo. Desde a primeira edição em 2003, mais de 300 iniciativas foram premiadas. Premiadas brasileiras nos últimos anos incluem a Prefeitura de São Paulo e a Prefeitura de Salvador (2024), a Prefeitura de Recife (2022), Governo da Bahia (2021) e Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes (2020).



ONU oferece bolsa a jovens jornalistas para cobrirem a Assembleia Geral

Estão abertas as inscrições para o Programa de Bolsas para Jornalistas Memorial Reham Al-Farra, que convida jovens repórteres a cobrir o debate anual da Assembleia Geral.

Podem se inscrever jornalistas com idade entre 22 e 35 anos que trabalhem em veículos de mídia de países em desenvolvimento ou de economias em transição, como Brasil.

O prazo para inscrições se encerra em  31 de março de 2025.

Legenda: Mais de 600 jornalistas já foram contemplados em edições anteriores do programa
Foto: © RAF

Estão abertas as inscrições para o Programa de Bolsas para Jornalistas Memorial Reham Al-Farra (RAF), uma oportunidade única para repórteres de países em desenvolvimento acompanharem de perto o trabalho das Nações Unidas. 

Criado em 1981, o programa já beneficiou mais de 670 jornalistas de 168 países, proporcionando acesso exclusivo a sessões com altos funcionários da ONU, briefings especializados e cobertura da Assembleia Geral, um dos eventos diplomáticos mais importantes do mundo.

Em 2024, a jornalista Bárbara Nóbrega, da editoria de Internacional da GloboNews, foi a única brasileira selecionada. Para ela, participar do RAF foi uma experiência transformadora.

"Durante o programa, tive a chance de aprender diretamente com autoridades da ONU e acompanhar de perto a abertura da Assembleia Geral. Assisti aos discursos do secretário-geral António Guterres e de líderes mundiais como Lula e Joe Biden. Além disso, moderei paineis sobre refugiados e missões de paz, ao lado de altos representantes da organização", relembra.

Por meio de atividades online e/ou presencial, jornalistas têm a oportunidade de cobrir a semana de Alto Nível da Assembleia Geral da ONU. Bárbara destaca que essa imersão no coração das discussões globais ampliou sua visão sobre o papel da ONU e o impacto do jornalismo internacional.

"Ver de perto as grandes decisões sendo tomadas e poder reportar sobre elas com conhecimento aprofundado foi inesquecível. É uma experiência que todo jornalista deveria viver", afirma.

O programa é destinado a jornalistas entre 22 e 35 anos, fluentes em inglês, que trabalhem em veículos de comunicação em países em desenvolvimento ou economias em transição, tenham interesse no trabalho das Nações Unidas e alguma experiência em reportar questões de importância para a ONU. O programa de quatro semanas ocorrerá entre setembro e outubro de 2025. As inscrições vão até 31 de março de 2025.

Para mais informações e para se inscrever, acesse: https://www.un.org/en/reham-al-farra-memorial-journalism-fellowship/page/faq 





sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025

Patriotismo de vassalagem - por Revista Piauí


Atos como o bater continência de Jair Bolsonaro diante da bandeira americana ou políticos de extrema direita vestirem o boné Make America Great Again têm causado perplexidade na esfera pública tradicional brasileira. Isso deriva da aparente contradição daqueles que se dizem patriotas e bajulam outro país. Mas é um diagnóstico superficial. Na verdade, não há contradição alguma. Leia o artigo.

O golpe na marca do pênalti - por Revista Piauí


Embora seu desfecho ainda não seja claro, a denúncia apresentada contra Bolsonaro e outros 33 investigados já é um marco da história brasileira. Se aceita, levará militares e policiais ao banco dos réus para prestar contas às autoridades civis por crimes cometidos contra a democracia, algo que o Brasil nunca foi capaz de fazer. "A fartura de provas colhidas leva a crer que, até o final do ano, deixaremos o vergonhoso rol de países que sofreram múltiplos golpes mas nunca puniram um só golpista", avalia o advogado e professor de direito da USP Rafael Mafei.

 Leia a análise.


domingo, 9 de fevereiro de 2025

Fundação Perseu Abramo lança guia para organização de seminários nos Estados



A publicação traz passo a passo para ajudar os diretórios a montarem os eventos e terem sucesso na mobilização. O PT do Maranhão e o do Rio Grande do Norte já receberam a consultoria da Fundação e organizam seus seminários.

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