quarta-feira, 27 de julho de 2022

Relatório UNAIDS: milhões de vidas estão em risco


Novo relatório do UNAIDS aponta que infecções por HIV aumentaram na América Latina
Legenda: Novo relatório do UNAIDS aponta que infecções por HIV aumentaram na América Latina
Foto: © UNAIDS

O UNAIDS lançou nesta quarta-feira (27) o relatório "Em Perigo", que traz dados alarmantes sobre a resposta global ao HIV. O documento mostra que durante os últimos dois anos, permeados pela pandemia de COVID-19 e outras crises globais, o progresso contra a pandemia do HIV enfraqueceu, os recursos diminuíram e, como resultado, milhões de vidas estão em risco.

Os dados indicam que, mundialmente, o número de novas infecções diminuiu apenas 3,6% entre 2020 e 2021, o menor declínio anual de novas infecções desde 2016. Europa Oriental e Ásia Central, Oriente Médio e Norte da África e América Latina viram aumentos nas infecções anuais de HIV. Na Ásia e no Pacífico – a região mais populosa do mundo – os dados do UNAIDS mostram pela primeira vez que as novas infecções estão aumentando onde anteriormente tinham diminuído.

Há algumas notícias positivas, incluindo um notável declínio em novas infecções por HIV na África Ocidental e Central e no Caribe. Porém, mesmo nessas regiões a resposta ao HIV é ameaçada pela crise financeira e consequente diminuição de recursos disponíveis.

"Esses dados mostram que a resposta global à AIDS está em grave perigo. Se não estamos progredindo rapidamente, isto significa que estamos perdendo terreno, pois a pandemia de AIDS acaba avançando em meio ao COVID-19, ao deslocamento de populações em massa e outras crises. Não podemos perder de vista as milhões de mortes evitáveis que estamos trabalhando para impedir que aconteçam", diz Winnie Byanyima, diretora executiva do UNAIDS.

Como resultado do enfraquecimento no progresso da resposta ao HIV, em 2021 houve aproximadamente 1,5 milhão de novas infecções em todo o mundo. Isto é mais de um milhão de infecções além das metas globais estabelecidas para o mesmo período. A pandemia de AIDS tirou uma vida a cada 60 segundos, em média, resultando em 650 mil mortes por AIDS, apesar do tratamento eficaz do HIV e das ferramentas para prevenir, detectar e tratar infecções oportunistas. As grandes desigualdades dentro dos países e entre eles estão paralizando o progresso na resposta ao HIV, o que acaba alimentando um círculo vicioso, gerador de mais desigualdade.

O relatório do UNAIDS também mostra que os esforços para garantir que todas as pessoas vivendo com HIV tenham acesso ao tratamento antirretroviral que salva vidas estão falhando. O número de pessoas em tratamento de HIV evoluiu menos em 2021 do que nos 10 anos anteriores. Enquanto 3/4 de todas as pessoas que vivem com HIV têm acesso ao tratamento antirretroviral, ainda há aproximadamente 10 milhões de pessoas sem acesso aos medicamentos. Apenas metade (52%) das crianças que vivem com HIV em todo o mundo têm acesso a medicamentos que salvam vidas. Entre crianças e adultos não houve diminuição na lacuna de cobertura do tratamento do HIV.

Desigualdade - O relatório expõe as consequências devastadoras que podem resultar da falta de ação imediata para combater as desigualdades que impulsionam a pandemia. Se a trajetória atual persistir, em 2025 o número de novas infecções de HIV pode chegar a 1,2 milhão. Ocorre que, para aquele ano, os Estados-membros da ONU estabeleceram uma meta de menos de 370 mil novas infecções por HIV. Isto significa não apenas perder a meta, mas ultrapassá-la em 69%.

"Estas milhões de novas infecções evitáveis por HIV todos os anos tornam cada vez mais difícil e caro garantir que as pessoas vivendo com HIV tenham acesso ao tratamento que salva vidas. E isto amplia os efeitos das desigualdades, atingindo especialmente as pessoas em situação de maior vulnerabilidade", ressalta Claudia Velasquez, diretora e representante do UNAIDS no Brasil. "Sem contar, também, que dificulta a meta de acabar com a pandemia de AIDS como ameaça à saúde pública até 2030 seja alcançada", completa.

Financiamento - Os choques globais, incluindo a pandemia de COVID-19 e a guerra na Ucrânia, exacerbaram ainda mais os riscos para a resposta ao HIV. O pagamento da dívida dos países mais pobres do mundo atingiu 171% de todos os gastos com saúde, educação e proteção social combinados, sufocando suas capacidades de responder à AIDS. O financiamento doméstico para a resposta ao HIV em países de baixa e média renda caiu por dois anos consecutivos.

A guerra na Ucrânia aumentou drasticamente os preços globais dos alimentos, amplificando os efeitos negativos da falta de segurança alimentar das pessoas que vivem com HIV em todo o mundo, tornando-as muito mais propensas a sofrer interrupções no tratamento do HIV.

Em um momento em que a solidariedade internacional e um novo fluxo de financiamento são mais necessárias, muitos países de alta renda estão cortando a ajuda. Com isso, os recursos para a saúde global estão sob séria ameaça. Em 2021, os recursos internacionais disponíveis para o HIV foram 6% menores do que em 2010. A assistência ao desenvolvimento no exterior para o HIV proveniente de doadores bilaterais, que não os Estados Unidos, despencou 57% na última década. A resposta ao HIV em países de baixa e média renda está US$ 8 bilhões abaixo do montante necessário até 2025.

Em 2021, na Assembleia Geral da ONU, as lideranças mundiais aprovaram um roteiro pelo qual é possível acabar com a AIDS até 2030 – mas somente se as lideranças o cumprirem. O plano é realizável e acessível – e, de fato, acabar com a AIDS custará muito menos dinheiro do que não acabar com ela. É importante ressaltar que as ações necessárias para acabar com a AIDS também prepararão melhor o mundo para se proteger contra as ameaças de futuras pandemias.

Os passos comprovados para acabar com a AIDS até 2030 incluem: serviços liderados e centrados nas comunidades; a defesa dos direitos humanos, a eliminação de leis punitivas e discriminatórias e o combate ao estigma e à discriminação; o empoderamento de meninas e mulheres; igualdade de acesso aos serviços de prevenção, diagnóstico e tratamento, incluindo às novas tecnologias de saúde; e serviços de saúde, educação e proteção social para todas as pessoas, especialmente as afetadas ou vivendo com HIV e AIDS em situação de maior vulnerabilidade.

"Podemos acabar com a AIDS até 2030, como prometido, mas é preciso coragem para agir", finaliza Winnie Byanyima.

FFonte: ONU Brasil

segunda-feira, 18 de julho de 2022

Número de pessoas afetadas pela fome sobe para 828 milhões em 2021



Uma família compartilha uma refeição no Iêmen com alimentos fornecidos pelo Programa Mundial de Alimentos (WFP).Legenda: Uma família compartilha uma refeição no Iêmen com alimentos fornecidos pelo Programa Mundial de Alimentos (WFP). Foto: © Saleh Hayyan/WFP

O número de pessoas afetadas pela fome globalmente subiu para 828 milhões em 2021*, um aumento de cerca de 46 milhões desde 2020 e de 150 milhões desde o início da pandemia de COVID-19, de acordo com o mais recente relatório das Nações Unidas sobre o tema. O documento fornece novas evidências de que o mundo está se afastando ainda mais de sua meta de acabar com a fome,  insegurança alimentar e má nutrição em todas as suas formas até 2030. 

No Brasil, a prevalência de insegurança alimentar grave em relação à população total aumentou de 1,9% –3,9 milhões– entre 2014 e 2016 para 7,3% –15,4 milhões– entre 2019 e 2021. A prevalência de insegurança alimentar moderada ou grave em relação à população total aumentou de 37,5 milhões de pessoas (18,3%) entre 2014 e 2016, para 61,3 milhões de pessoas (28,9%) entre 2019 e 2021.

A edição de 2022 do relatório "O Estado de Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo" (State of Food Security and Nutrition in the World - SOFI, no original em inglês) apresenta atualizações sobre a situação da segurança alimentar e da nutrição em todo o mundo, incluindo as últimas estimativas do custo e da acessibilidade de uma alimentação saudável. O relatório também analisa maneiras pelas quais os governos podem reformular seu apoio atual à agricultura para reduzir o custo de alimentações saudáveis, estando atentos aos recursos públicos limitados disponíveis em muitas partes do mundo.

O relatório foi publicado em conjunto nesta quarta-feira (6) pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (FIDA), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), o Programa Mundial de Alimentos da ONU (WFP) e a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Os números pintam um quadro sombrio. Depois de permanecer relativamente inalterada desde 2015, a proporção de pessoas afetadas pela fome saltou em 2020 e continuou a subir em 2021, chegando a 9,8% da população mundial. Isso se compara com 8% em 2019 e 9,3% em 2020.

Outro dado alarmante é o de que cerca de 2,3 bilhões de pessoas no mundo (29,3%) enfrentaram insegurança alimentar moderada ou severa em 2021 – 350 milhões a mais em comparação com antes do surto da pandemia de COVID-19. Cerca de 924 milhões de pessoas (11,7% da população global) enfrentaram a insegurança alimentar em níveis severos, um aumento de 207 milhões em dois anos.

Mulheres e crianças -  A lacuna de gênero na insegurança alimentar continuou a aumentar em 2021. Aproximadamente 32% das mulheres no mundo enfrentaram insegurança alimentar moderada ou severa em relação a 27,6% dos homens - uma diferença de mais de quatro pontos percentuais, em comparação com três pontos percentuais em 2020.

Estima-se que 45 milhões de crianças menores de cinco anos sofriam de baixo peso para a estatura (wasting), a forma mais mortal de má nutrição, o que aumenta o risco de morte das crianças em até 12 vezes. Além disso, 149 milhões de crianças menores de cinco anos tiveram crescimento e desenvolvimento atrofiados (stunting) devido à falta crônica de nutrientes essenciais em suas dietas, enquanto 39 milhões estavam acima do peso.

Por outro lado, estão sendo feitos progressos no aleitamento materno exclusivo, com quase 44% dos bebês com menos de seis meses de idade sendo amamentados exclusivamente em todo o mundo em 2020. No entanto, isso ainda está aquém da meta de 50% até 2030. Outra grande preocupação é que duas em cada três crianças não são recebem a dieta mínima diversificada de que precisam para crescer e desenvolver seu potencial máximo.

Projeções - Quase 3,1 bilhões de pessoas não conseguiram pagar por uma alimentação saudável em 2020, um aumento de 112 milhões em relação a 2019, refletindo os efeitos da inflação nos preços dos alimentos ao consumidor decorrentes dos impactos econômicos da pandemia de COVID-19 e das medidas colocadas em prática para contê-la.

Olhando para a frente, as projeções são de que cerca de 670 milhões de pessoas (8% da população mundial) ainda enfrentarão a fome em 2030 – mesmo que uma recuperação econômica global seja levada em consideração. Trata-se de um número semelhante ao de 2015, quando o objetivo de acabar com a fome, a insegurança alimentar e a má nutrição até o final desta década foi lançado sob a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.

No momento em que este relatório está sendo publicado, a guerra em curso na Ucrânia, envolvendo dois dos maiores produtores globais de cereais básicos, oleaginosas e fertilizantes, está interrompendo as cadeias de suprimentos internacionais e elevando os preços de grãos, fertilizantes, energia, bem como alimentos terapêuticos prontos para uso por crianças com má nutrição grave. Isso ocorre porque as cadeias de suprimentos já estão sendo afetadas negativamente por eventos climáticos extremos cada vez mais frequentes, especialmente em países de baixa renda, e têm implicações potencialmente preocupantes para a segurança alimentar e nutrição globais.

"Este relatório destaca repetidamente a intensificação desses principais fatores de insegurança alimentar e má nutrição: conflitos, choques climáticos e choques econômicos, combinados com as crescentes desigualdades", escreveram no prefácio os chefes das cinco agências da ONU envolvidas no relatório deste ano.

"O que está em jogo não é se as adversidades continuarão a ocorrer ou não, mas como devemos tomar medidas mais ousadas para construir resiliência contra choques futuros", finalizaram os representantes.

Políticas agrícolas - O relatório aponta também que o apoio mundial ao setor alimentício e agrícola foi de quase 630 bilhões de dólares por ano entre 2013 e 2018. A maior parte disso vai para os agricultores individuais, por meio de políticas comerciais e de mercado e subsídios fiscais. No entanto, não só esse apoio é distorcido pelo mercado, como não está atingindo muitos agricultores, prejudica o meio ambiente e não promove a produção de alimentos nutritivos que compõem uma alimentação saudável. Isso acontece em parte porque os subsídios muitas vezes visam a produção de alimentos básicos, laticínios e outros alimentos de origem animal, especialmente em países de alta e média renda. Arroz, açúcar e carnes de vários tipos são os alimentos mais incentivados em todo o mundo, enquanto frutas, legumes e verduras são relativamente menos apoiados, particularmente em alguns países de baixa renda.

Com as ameaças de uma recessão global iminente, e as implicações que isso tem sobre as receitas e despesas públicas, uma forma de apoiar a recuperação econômica envolve a redefinição do apoio alimentar e agrícola para alimentos nutritivos direcionados onde o consumo per capita ainda não corresponde aos níveis recomendados para dietas saudáveis.

As evidências sugerem que, se os governos repensarem o destino dos recursos que estão usando para incentivar a produção, o fornecimento e o consumo de alimentos nutritivos, eles contribuirão para tornar as alimentações saudáveis mais baratas, mais acessíveis e equitativas para todas as pessoas.

Por fim, o relatório também aponta que os governos poderiam fazer mais para reduzir as barreiras comerciais para alimentos nutritivos, como frutas, legumes, verduras e leguminosas.

 

*Estima-se que entre 702 e 828 milhões de pessoas foram afetadas pela fome em 2021.  A estimativa é apresentada como uma faixa para refletir a incerteza adicional na coleta de dados devido à pandemia COVID-19 e restrições relacionadas. Os aumentos são medidos em relação ao meio da faixa projetada (768 milhões).

 

O que os representantes das agências da ONU disseram:

Diretor-geral da FAO, QU Dongyu: "Os países de baixa renda, onde a agricultura é fundamental para a economia, os empregos e os meios de subsistência rurais, têm poucos recursos públicos para reaproveitar. A FAO está comprometida em continuar trabalhando em conjunto com esses países para explorar oportunidades para aumentar a prestação de serviços públicos para todos os atores em todos os sistemas agroalimentares. "

Presidente do FIDA, Gilbert F. Houngbo: "São números deprimentes para a humanidade. Continuamos nos afastando da nossa meta de acabar com a fome até 2030. Os efeitos da crise alimentar global provavelmente piorarão o resultado novamente no próximo ano. Precisamos de uma abordagem mais intensa para acabar com a fome e o FIDA está pronto para fazer sua parte, aumentando suas operações e impacto. Estamos ansiosos para ter o apoio de todas as pessoas."

Diretora executiva do UNICEF, Catherine Russell: "A escala sem precedentes da crise da má nutrição exige uma resposta sem precedentes. Devemos dobrar nossos esforços para garantir que as crianças mais vulneráveis tenham acesso a dietas nutritivas, seguras e acessíveis -- e serviços para a prevenção precoce, detecção e tratamento da má nutrição. Com a vida e o futuro de tantas crianças em jogo, este é o momento de intensificar nossa ambição pela nutrição infantil – e não temos tempo a perder."

Diretor executivo do WFP, David Beasley: "Há um perigo real de que esses números subam ainda mais nos próximos meses.  Os aumentos globais de preços de alimentos, combustíveis e fertilizantes que estamos vendo como resultado da crise na Ucrânia ameaçam empurrar os países ao redor do mundo para a fome. O resultado será a desestabilização global, a fome e a migração em massa em uma escala sem precedentes. Temos que agir hoje para evitar essa catástrofe iminente."

Diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus: "Todos os anos, 11 milhões de pessoas morrem devido a alimentação não saudável. O aumento dos preços dos alimentos significa que isso só vai piorar.  A OMS apoia os esforços dos países para melhorar os sistemas alimentares, tributando alimentos não saudáveis e subsidiando opções saudáveis, protegendo as crianças contra o marketing prejudicial e garantindo rótulos nutricionais claros. Devemos trabalhar juntos para alcançar as metas globais de nutrição de 2030, combater a fome e a má nutrição, e para garantir que os alimentos sejam uma fonte de saúde para todas as pessoas."

 

GLOSSÁRIO

Insegurança alimentar aguda: insegurança alimentar encontrada em uma área especificada em um determinado momento e de uma gravidade que ameaça vidas ou meios de subsistência, ou ambos, independentemente das causas, contexto ou duração. Tem relevância em fornecer orientação estratégica para ações que se concentrem em objetivos de curto prazo para prevenir, mitigar ou diminuir a insegurança alimentar grave.

Fome: uma sensação desconfortável ou dolorosa causada pela energia insuficiente da dieta. Privação de comida. Neste relatório, o termo fome é sinônimo de má alimentação crônica e é medido pela prevalência de subalimentação (PoU).

Má nutrição: uma condição fisiológica anormal causada pela ingestão inadequada, desequilibrada ou excessiva de macronutrientes e/ou micronutrientes. A má nutrição inclui desnutrição, bem como sobrepeso e obesidade.

Insegurança alimentar moderada: um nível de gravidade da insegurança alimentar no qual as pessoas enfrentam incertezas sobre sua capacidade de obter alimentos e foram forçadas a reduzir, algumas vezes durante o ano, a qualidade e/ou quantidade de alimentos que consomem por falta de dinheiro ou outros recursos. Refere-se à falta de acesso consistente aos alimentos, o que diminui a qualidade da dieta e interrompe padrões alimentares normais. Medido com base na Escala de Experiência de Insegurança Alimentar.

Insegurança alimentar grave: um nível de gravidade da insegurança alimentar no qual, em algum momento durante o ano, as pessoas ficaram sem comida, experimentaram fome e, no extremo, ficaram sem comida por um dia ou mais. Medido com base na Escala de Experiência de Insegurança Alimentar (Food Insecurity Experience Scale – FIES).

Subalimentação: condição em que o consumo habitual de alimentos de um indivíduo é insuficiente para fornecer a quantidade de energia dietética necessária para manter uma vida normal, ativa e saudável. A prevalência de subalimentação é utilizada para medir a fome (indicador ODS 2.1.1).


Fonte: ONU Brasil

Nações Unidas e UEFA lançam iniciativa “Futebol pelos Objetivos”


Nesta quarta-feira (6), junto com a estreia do Campeonato Europeu de Futebol Feminino 2022 (UEFA Women's EURO 2022), as Nações Unidas lançam o "Futebol pelos Objetivos", uma nova iniciativa que disponibiliza uma plataforma para que a comunidade futebolística mundial se envolva e defenda os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

A União das Associações Europeias de Futebol (UEFA), que apresentou em dezembro de 2021 a sua própria estratégia de sustentabilidade centrada nos direitos humanos e no ambiente,  também juntou-se à iniciativa como membro pioneiro.

O projeto "Futebol pelos Objetivos" vai explorar o poder do esporte não só para aumentar a sensibilização e o reconhecimento dos ODS, mas também para alcançar mudanças comportamentais e práticas sustentáveis na indústria do futebol e servir como inspiração aos torcedores e apoiadores. 

A iniciativa foi lançada hoje com uma conversa entre a secretária-geral adjunta das Nações Unidas, Amina J. Mohammed, e o presidente da UEFA, Aleksander Čeferin. O evento que foi transmitido ao vivo no canal em inglês da ONU, no Youtube

Agentes do mundo futebolístico, o que inclui confederações, associações nacionais, ligas, clubes, jogadores, associações de jogadores, grupos organizados de torcedores, meios de comunicação e parceiros comerciais, estão sendo convidados a unirem-se ao "Futebol pelos Objetivos" e a tornarem-se agentes ativos de mudança, comprometendo-se a adotar os princípios do desenvolvimento sustentável e dos direitos humanos, a desenvolver práticas comerciais sustentáveis e a agir como "campeões dos ODS". 

Os membros desta iniciativa vão usar a sua visibilidade e poder de alcance através de torneios, jogadores, exposição de marcas corporativas, meios de comunicação e comunidades de fãs para amplificar e elevar as metas traçadas pelos ODS. Com os seus compromissos, vão contribuir para aumentar a sensibilização para a causa e demonstrar como as práticas sustentáveis podem ser adaptadas a qualquer modelo de negócio, incluindo no esporte.

Para realçar a implementação dos compromissos delineados no "Futebol pelos Objetivos", a Associação Norueguesa de Futebol está lançando um projeto-piloto que visa demonstrar como as suas equipes nacionais, clubes de futebol de base e ligas, e os seus parceiros mediáticos vão trabalhar em conjunto para apoiar os ODS. Irão, posteriormente, em conjunto com as Nações Unidas, compartilhar os resultados com os interessados em aderir ao "Futebol pelos Objetivos". 

Popularidade - "As Nações Unidas reconhecem a poderosa voz que o futebol tem na comunidade internacional e o papel que este pode desempenhar, pela popularidade que tem, na sensibilização para os ODS. O futebol não só é o esporte mais popular do mundo, como é também o mais acessível", considera a secretária-geral adjunta das Nações Unidas, Amina J. Mohammed. "Tudo o que é preciso é uma bola para que as pessoas se juntem. Todos os dias, milhões de pessoas em todo o mundo jogam futebol, seja num campo improvisado, num pátio escolar ou num estádio gigante. É por isso que estamos entusiasmados e orgulhosos por lançar esta iniciativa. O "Futebol pelos Objetivos" oferece uma oportunidade única para sensibilizar e galvanizar o mundo para a ação sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Estamos gratos à UEFA pelo seu empenho como membro pioneiro desta iniciativa e esperamos que muitos outros na comunidade do futebol se juntem a este esforço". 

"Estou satisfeito por as Nações Unidas reconhecerem a voz poderosa que o futebol tem na comunidade internacional, pela sua popularidade, e o papel que podemos desempenhar na sensibilização para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável", afirma o presidente da UEFA, Aleksander Čeferin. "A UEFA, como membro pioneiro do 'Futebol pelos Objetivos', aspira assumir um papel de liderança como expoente da mudança no esporte, contribuindo para a promoção do desenvolvimento sustentável e introduzindo modelos empresariais e operacionais mais sustentáveis para a indústria do futebol. Estou convencido que, se o futebol unir o seu poder para impulsionar uma mudança sustentável, será capaz de ter um impacto positivo, forte e duradouro. Como UEFA, devemos ser o exemplo de uma mudança sustentável e inspirar outros a seguir o mesmo caminho".

Sobre - O "Futebol pelos Objetivos" é uma iniciativa das Nações Unidas em colaboração com partes interessadas e protagonistas do futebol, para alavancar o poder de alcance desta modalidade esportiva, impulsionando o progresso em áreas como a sustentabilidade, igualdade, direitos humanos e ação climática, promovendo ações e práticas que apoiam a realização dos ODS.

A iniciativa convida a comunidade futebolística internacional, incluindo confederações, federações, associações, ligas, clubes, jogadores, associações de jogadores, meios de comunicação e grupos organizados de torcedores, a tornarem-se agentes de mudança, comprometendo-se com os princípios do desenvolvimento sustentável, adotando práticas sustentáveis e atuando como "campeões dos ODS". Os membros reconhecem a responsabilidade da comunidade futebolística em tomar medidas para ajudar a criar um futuro sustentável, ao mesmo tempo que garantem a inclusão, igualdade e equidade para os cidadãos. 

ODS- Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável foram adotados pelos líderes mundiais em setembro de 2015. Abrangendo tudo, desde a saúde, à igualdade de gênero e educação, os objetivos mobilizam esforços em todo o mundo para acabar com todas as formas de pobreza, combater as desigualdades e combater as alterações climáticas até 2030, assegurando, ao mesmo tempo, que ninguém fica para trás. 

UEFA - A UEFA é o órgão dirigente do futebol europeu e a organização coordenadora de 55 associações nacionais em toda a Europa. Os seus objetivos são, entre outros, promover o futebol num espírito de unidade, solidariedade, paz, compreensão e fair play, sem discriminação, e promover e proteger padrões éticos e de boa governança no futebol europeu. 

Fonte: ONU Brasil

ONU Brasil e Instituto Afrolatinas encerram Festival Latinidades


Foto: © ONU Mulheres/Divulgação

Para celebrar os 15 anos do Festival Latinidades e 30 anos do Dia Internacional da Mulher Afro-latino-americana, Afro-caribenha e da Diáspora, celebrado em 25 de julho, a ONU Brasil e o Instituto Afrolatinas vão promover uma sessão especial de encerramento do festival no dia 25 de julho, às 16h.

A mesa virtual "Enraizadas na ancestralidade, antecipando o futuro: elimine o racismo, promova a igualdade" será transmitida ao vivo no canal da ONU Brasil no YouTube, com o intuito de consolidar recomendações no marco dos compromissos normativos assumidos desde o estabelecimento do Dia Internacional da Mulher Afro-latino-americana, Afro-caribenha e da Diáspora e da criação da Rede de Mulheres Afro-latino-americanas, Afro-caribenhas e da Diáspora (RMAAD), destacando as contribuições das mulheres africanas e afrodescendentes para o desenvolvimento sustentável e a recuperação dos efeitos da pandemia de COVID-19.

O encontro reunirá Paola Yanez (Rede de Mulheres Afro-Latino-Americanas, Afro-Caribenhas e da Diáspora); Lúcia Xavier (Criola); Naiara Leite (Odara – Instituto da Mulher Negra/Articulação de Organizações de Mulheres Negras Brasileiras); Nilza Iraci (Geledés - Instituto da Mulher Negra); Silvia Rucks (coordenadora residente do Sistema ONU no Brasil); e Catherine S. Namakula (presidenta do Grupo de Trabalho da ONU de Especialistas sobre Afrodescendentes).

A sessão especial será mais um passo para promover a construção de uma aliança global para realizar os direitos das pessoas afrodescendentes e africanas, com base em sua liderança e conhecimento, em alinhamento ao Plano de Aceleração Global da campanha Geração Igualdade, convocada pela ONU Mulheres. Esta aliança global catalisaria os compromissos internacionais assumidos em termos de igualdade entre homens e mulheres e de enfrentamento ao racismo e toda forma de discriminação, tais como a Declaração e Plano de Ação de Durban, Declaração e Plataforma de Ação de Pequim, a Década Internacional de Afrodescendentes e a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.

Ao reconhecer e destacar como as mulheres africanas e afrodescendentes sempre contribuíram para o desenvolvimento socioeconômico, enfatiza-se também que as mulheres africanas e afrodescendentes são decisivas para a construção de estratégias de desenvolvimento sustentável eficazes, aproveitando seus conhecimentos ancestrais e tradicionais, ativismo juvenil inovador, acesso à educação formal e à saúde integral, em particular no contexto da pandemia de COVID-19.

Serviço: 
- Sessão especial: "Enraizadas na ancestralidade, antecipando o futuro: elimine o racismo, promova a igualdade" no encerramento do festival Latinidades
- Transmissão ao vivo dia 25 de julho, às 16h, no canal da ONU Brasil no YouTube 

Fonte: ONU Brasil

Fundo de População da ONU lança relatório sobre crise invisível de gravidez não intencional


Relatório sobre gravidez não intencional.Foto: © UNFPA

O Fundo de População da ONU (UNFPA) lança relatório global sobre a crise invisível de gravidez não intencional, durante o 36º Congresso Nacional de Secretarias Municipais de Saúde, realizado entre os dias 12 e 15 de julho, em Campo Grande/MS. São 120 milhões de gravidezes não planejadas, a cada ano, no mundo. O dado que mais chama a atenção no estudo, com relação ao Brasil, é o custo estimado de gestações não planejadas: 2,33 bilhões de dólares. 

Estudo brasileiro, incorporado no documento internacional, aponta que estes custos incluem gastos com cuidados referentes a abortos espontâneos (0,8%), parto para as gestações não intencionais (30%) e para pagar por quaisquer complicações dos bebês que surgiram nessas situações (cerca de 70%). Os pesquisadores excluíram os custos de abortos induzidos e não incluíram os custos de morbidade materna e ausência da força de trabalho. A análise dos dados pode sugerir, que sob a perspectiva da saúde integral e do bem-estar, os números podem ser ainda mais expressivos.

A ONU pretende com o relatório, intitulado "Vendo o invisível: em defesa da ação na negligenciada crise da gravidez não intencional", chamar a atenção da comunidade internacional, especialmente dos governos, para dar visibilidade à situação para além de estereótipos, preconceito ou discussões relacionadas à moral. Através de evidências, o estudo mostra que a gravidez não intencional é uma questão humanitária, de saúde, de direitos humanos e de desenvolvimento.

Segundo a representante auxiliar do UNFPA, Júnia Quiroga, é imprescindível convencer a comunidade internacional de que essa é uma crise a ser visibilizada. "Um trabalho sério, baseado em evidências, precisa ser feito com urgência para que a gravidez seja uma escolha. É primordial disponibilizar políticas públicas de planejamento da vida reprodutiva, métodos contraceptivos modernos e seguros, atender as necessidades de saúde de todas as pessoas, especialmente de mulheres e meninas e enfrentar a violência sexual e de gênero".

Causas negligenciadas - A gravidez não intencional tem como razões o baixo acesso a métodos contraceptivos seguros e modernos e a incapacidade de recusar relações sexuais seja por questões culturais ou por diferentes graus de violência, entre outros. Em contextos de emergência ou adversidades, como a pandemia de COVID-19 e emergências humanitárias como a atual guerra na Ucrânia, esse cenário fica ainda mais evidente.

Alguns estudos mostraram que mais de 20% das mulheres e meninas refugiadas já enfrentaram violência sexual. Nos 12 primeiros meses da pandemia de COVID-19, estima-se que 1,4 milhões de gravidezes não intencionais ocorreram devido à dificuldade de acesso a métodos contraceptivos modernos e seguros.

Consequências. Toda a sociedade é afetada ao longo de gerações - Quando as gestações não são intencionais, muitas vezes levam a uma pior saúde física e mental. Meninas grávidas podem ser forçadas a se casar ou deixar a escola. Muitas mulheres abandonam o emprego. Aquelas em relacionamentos abusivos correm duas vezes mais risco de gravidez não planejada, e essas gestações muitas vezes dificultam o corte dos laços com o agressor. Essas são algumas das consequências, quando mulheres não têm a possibilidade de escolher engravidar ou não.

Outra grave consequência são os abortos inseguros, uma das principais causas de morte materna em todo o mundo e que hospitaliza milhões de mulheres, todos os anos. Mais de 60% das gestações não intencionais terminam em aborto e as melhores estimativas indicam que 45% de todos os abortos são inseguros.

O Fundo de População da ONU alerta que das milhões de gravidezes não intencionais que acontecem a cada ano muitas serão recebidas com prazer. Outras causarão medo ou preocupação, mas acabarão por resultar em filhos que são profundamente amados e uma fonte de grande alegria.

"Toda criança nascida de uma gravidez não intencional é uma pessoa com valor inerente, dignidade e direitos humanos. No entanto, nada disso está em conflito com o fato de que gestações não planejadas podem desencadear uma série de consequências negativas que ecoam por gerações. Há perdas de educação e renda. O preço cumulativo a pagar é enorme, custando bilhões aos sistemas de saúde", aponta o documento.

Acesse o relatório completo aqui.

Fonte: ONU Brasil

quinta-feira, 14 de julho de 2022

NOTÍCIAS DO REQUIÃO! - JUNTOS PELO PARANÁ E PELO BRASIL! 14/07


_Confira as últimas notícias da pré-candidatura de Roberto Requião, ao governo do Paraná_

*🇧🇷 REQUIÃO REAFIRMA SUA PRÉ-CANDIDATURA AO GOVERNO DO PARANÁ EM ENTREVISTA A RÁDIO DE SÃO MIGUEL DO IGUAÇU*


*🛢️ #PETRÓLEOÉNOSSO I REQUIÃO DEBATE SOBRE DA PETROBRÁS E PREÇO DA GASOLINA EM SEMINÁRIO*


*🚢 #TBT I REQUIÃO RELEMBRA GESTÃO DO PORTO DE PARANAGUÁ EM SEUS MANDATOS; CONFIRA;*


💻 Acesse as redes sociais do *Requião* e se cadastre em mechamaquevou.com.br para ficar por dentro de todas as notícias da pré-campanha!

#mechamaquevou #quemérequiãoélula #requiao

quarta-feira, 13 de julho de 2022

Alep cria comissão para acompanhar investigação de execução de petista em Foz do Iguaçu



O presidente da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa, deputado Tadeu Veneri (PT), é um dos três integrantes da Comissão Parlamentar para acompanhar as investigações do assassinato do guarda-municipal Marcelo Arruda, assassinado pelo agente penitenciário bolsonarista, Jorge José da Rocha Guaranho, na noite de sábado, em Foz do Iguaçu.

O deputado Arilson Chiorato (PT) e o deputado delegado Jacovós (PL) também compõem a comissão.

O requerimento para a criação da Comissão foi assinado pelos deputados da bancada de Oposição.

"Nós estamos falando de uma execução. Marcelo não foi morto em um confronto como estão dizendo por aí. É execução, é assassinato e isso precisa ser dito com todas as letras. E nós queremos acompanhar essa apuração porque a primeira delegada que assumiu o caso chegou a declarar que se tratava de um tiroteio", afirmou Veneri.

Veneri destacou que Marcelo Arruda tinha uma relação muito próxima com os Movimentos Sociais em Foz do Iguaçu. "Não há nenhum sentido em justificar o que aconteceu. Essa Comissão é de extrema importância", afirmou o deputado.

📷 Foto: Alep/PR