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quinta-feira, 13 de outubro de 2022

Feira de Sementes e Mudas do Litoral será realizada em Morretes

É com alegria e satisfação que partilhamos o convite para a Feira de sementes e mudas do litoral: Direito dos povos e das sementes crioulas.

Os municípios do litoral do Paraná fazem parte da maior faixa contínua de Mata Atlântica, um dos biomas mais ricos em biodiversidade do mundo. Porém, mais de 90% da sua extensão original está destruída. Numa atualidade onde as crises hídricas e de produção de alimentos estão cada vez mais constantes, é fundamental apoiar uma Agricultura que contribua na conservação e aumento da Agrobiodiversidade.

Vamos celebrar nossa diversidade cultural e de saberes, num território abundante de vida e de paisagens lindas. 

A feira acontece nos dias 12 e 13 de novembro, na Praça Rocha Pombo, centro de Morretes/PR. Além das bancas com produtos da agricultura familiar, dos povos originários e quilombolas, teremos mais de 15 oficinas e rodas de conversa. Acompanhe para saber das novidades e como se inscrever!

Se acheguem com as sementes crioulas, mudas, histórias e saberes para multiplicar e partilhar nesse encontro.

segunda-feira, 27 de junho de 2022

16ª Feira de Sementes Nativas e Crioulas ocorrerá em Juti-MS

A 16ª Feira de Sementes Nativas e Crioulas ocorrerá em Juti-MS nos dias 15, 16 e 17 de julho de 2022. 

(Clique nas imagens abaixo para mais detalhes):



15 de julho de 2022

Das 08:00:00 às 16:00:00

Inscrições e entrega de materiais

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Das 13:30:00 às 17:00:00

Reunião da CPOrg- MS

 

Das 19:00:00 às 20:30:00

Solenidade de Abertura e Apresentações Culturais

 

Das 20:30:00 às 22:30:00

Confraternização e Troca e Exposição de Sementes

 

Das 22:00:00 à 01:00:00

Show - André Santini; Maria Cecília e Rodolfo

 

 

16 de julho de 2022

 

Das 07:00:00 às 08:30:00: Café com prosa

 

Das 08:30:00 às 10:00:00

Palestra Magna: “Serviços Ecossistêmicos e Ambientais: Afinal o que é isso?”

(José Felipe Ribeiro – Embrapa Cerrados)

 

Das 10:00:00 às 11:30:00: Mesa Redonda

“Sementes e Raças Crioulas: Multiplicação, Armazenamento e Comercialização” (André Jantara – Coletivo Triunfo Paraná – ASPTA, Guardião de Sementes Crioulas - Coletivo Triunfo Paraná – ASPTA, Arildo Cebalio - Aldeia Lagoinha – TI Cachoeirinha – Miranda MS, Juan Carlos Suárez Rocha – Bolivia)

 

Das 11:30:00 às12:00:00: Palestra

“Ferramenta de Comercialização Leilão para Você

 

Das 12:00:00 às 13:30:00: Almoço

 

Das 13:30:00 às 14:30:00: Apresentação de trabalho na forma de banner

 

Das 14:30:00 às 17:30:00 - Oficinas e Minicursos abaixo:

- Aproveitamento integral dos alimentos (Mariana Marques Correa & Kellyn Cristina Pereira Guedes - Agraer Campo Grande)

- Assegure abundância de alimentos, renda contínua e aumento da biodiversidade com sistemas agroflorestais (Milton Parron Padovan - Embrapa Agropecuária Oeste)

- Caminhos e estratégias para acessar o crédito agrícola (Olacio Komori – APOMS)

- Conteúdos e metodologias para a educação ambiental e educação em agroecologia (Alejandro Lasso - CCHS/UFMS)

- Criação e produção de abelhas nativas sem ferrão (Jovelina Maria de Oliveira – AGRAER)

- Cultivo da erva-mate: diferentes possibilidades (Eny Duboc - Embrapa Agropecuária Oeste)

- Empreendedorismo rural: Prospecção sustentável (Viviane Mallmann e Lucas Wagner Ribeiro Aragão - Agrorecanto MyA Terra)

- Impacto dos Agrotóxicos no Ambiente e na Vida da População Sul Matogrossense (Fernanda Savick – FIOCRUZ)

- Insumos e Caldas Alternativas para Produção Orgânica (Alfeu Ohlweiler - AGRAER Bandeirantes)

- Manejo de pragas em hortaliças (Donato Montaño Vargas – SEDACRUZ)

- Práticas Culturais para controle de Pragas em Sistemas Agroecologicos (Alberto Feiden - Embrapa Pantanal/ PPGDRS – UNIOESTE)

- Processamento e utilização da Mandioca na Alimentação Humana (Inês Monteiro Ortega - AGRAER – Itaporã)

- Produção de doces, geléias e licores (Associação Sabores do Cerrado - Assentamento Lagoa Grande – MS)

- Quintais Produtivos (Coletivo Triunfo Paraná – ASPTA)

Das 18:00:00 às 20:00:00 - Jantar

 

Das 20:00:00 às 22:00:00 - Trocas de Experiências e Sementes

 

Das 22:00:00 às 01:00:00 - Show - João Lucas e Walter Filho

 

17 de julho de 2022

Das 07:00:00 às 08:00:00 - Café com prosa

 

Das 08:00:00 às 09:00:00 - Palestra

“Meio Ambiente e Políticas Públicas - Geraldo Augusto – UFMS”

 

Das 09:00:00 às 12:00:00 - Oficinas e Minicursos:

 

- Amostragem de Solo para Agricultura Familiar (Marcelo Barcelo Gomes - IFMS Câmpus Naviraí)

- Biojóias (Associação Sabores do Cerrado Assentamento Lagoa Grande – MS

Caldas e Biofiertilizantes)

- Compras públicas da Agricultura familiar e agroindustrialização (Denise de Miranda - Agraer Campo Grande)

- Cultivo de Orquídeas (Orquidário Rainha – Mundo Novo)

- Elaboração participativa de editais para Alimentação Escolar em Ladario MS (Laura Helena Ferreira de Oliveira, Nutricionista, Gestora de Atividades Educacionais da prefeitura de Ladario)

- Hidroponia de Baixo Custo: Alternativa na Produção de Hortaliça (Daniel Zimmermann Mesquita - IFMS Câmpus Naviraí)

- Plantas medicinais e aromáticas, biodiversidade e criação de produtos para gerar valor na renda (Ana Leticia Sartori Xavier - Raiz Nativa)

- Produção de doces, compotas e antepasto (Mariana Marques Correa & Kellyn Cristina Pereira Guedes - Agraer Campo Grande)

- Sementes do amor: como a mandala pode ser um recurso terapêutico de integração em tempos de pandemia (Zuleica Parobé – Psicóloga)

- Semi Conservas a base de Pescado (Ana Maria da Silva - PPGDRS – UNIOESTE)

- Visita ao Banco de Sementes Crioulas de Juti (Instituto Cerrado Guarani)

 

Das 12:00:00 às 13:30:00 - Almoço

 

Das 13:00:00 às 15:00:00 - Trocas de sementes

 

16:00:00 - Encerramento

 

Para mais informações, inscrições e submissões de trabalhos, clique em https://sementescrioulas.com.br/


Outros eventos similares: 

Feira de Sementes Crioulas ocorrerá em Julho no município de Mangueirinha

18ª Feira Regional de Sementes Crioulas ocorrerá em agosto em Fernandes Pinheiro - PR

domingo, 11 de abril de 2021

PR: Famílias assentadas investem no cultivo de abacate para geração de renda

 por Brasil de Fato

Iniciativa ocorre no assentamento Eli Vive, em Londrina. Estimativa é colher 240 toneladas da fruta por ano

A camponesa Franciana Pontes e seu esposo João Carlos Mendes ainda estavam acampados no norte do Paraná quando conseguiram cinco mudas de abacate. Assim que o tão sonhado pedaço de terra foi conquistado de forma definitiva, as plantas ganharam lugar para fixar raízes. Isso foi em 2013, com a formalização do assentamento Eli Vive, em Londrina, onde cerca de 500 famílias de agricultores também se enraizaram. A comunidade é considerada o maior assentamento em regiões metropolitanas do Brasil.

No ano passado, um dos abacateiros de Franciana começou a produzir frutos. Ela colheu cerca de 300 quilos e conseguiu vender parte em feiras e mercados da cidade. Já os abacates maduros que caíram no chão e não puderam ser comercializados ganham outro destino. Depois de consumir o fruto, o casal utilizou o caroço para produzir novas mudas e expandir o plantio. Por meio da técnica do enxerto, que une partes de duas plantas para dar melhores condições à muda, conseguiram produzir 60 novos pés das variedades avocado e manteiga.

“A expectativa é de ter uma geração de renda boa. A gente quer entregar no PNAE [Programa Nacional de Alimentação Escolar], nos mercados, nas escolas. Vai ser uma renda extra que vai complementar. A perspectiva é trabalhar com o abacate”, explica Franciana, que já produz hortaliças, limão e poncan de forma agroecológica.


Franciana ao lado do esposo João e do filho Antonio / Arquivo pessoal

Franciana e João fazem parte do grupo de 10 famílias da comunidade que tem ampliado a produção de abacate. Ao todo, cerca de 1.200 pés foram plantados ao longo do último ano. A variedade é grande - margarida, breda (manteiga), fortuna, quintal, geada e avocado -, e garante a melhor polinização e colheita ao longo de todo o ano. A estimativa é de que os pomares já em desenvolvimento cheguem a produzir 240 toneladas da fruta por ano, a maioria de forma agroecológica. Mais produtores demonstram interesse em migrar para esse cultivo.

Ampliar a fruticultura é um objetivo traçado pelas famílias assentadas desde o início da comunidade, e tem ganhando mais importância a cada ano, conforme explica Edelvan Carvalho, integrante da direção do assentamento. “Hoje existe uma demanda de cinco mil quilos de frutas por semana para a merenda escolar. Não conseguimos atender porque ainda não temos essa produção”, relata.

A ação também se soma à campanha nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) "Plantar Árvores, Produzir Alimentos Saudáveis", iniciada em 2019. A meta é plantar 100 milhões de árvores em todos os estados brasileiros em um período de 10 anos, como resposta à política de destruição ambiental praticada pelo governo Bolsonaro. O programa de Reforma Agrária Popular proposto pelo MST compreende o plantio de árvores como aliado da alimentação saudável e de cuidado com os bens comuns da natureza.

Padrão tecnológico avançado e sustentável

A expansão do novo cultivo é acompanhada por técnicos do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR), que vão orientar todo o processo produtivo, desde plantio, podas, colheita e comercialização. Segundo André Miguel, engenheiro agrônomo do IDR, a implantação dos novos pomares já seguirá um padrão tecnológico mais avançado e sustentável, adaptados à produção orgânica.

O tempo de produtividade do abacateiro pode chegar a 30, 40 anos, tempo suficiente para que a árvore fique grande a ponto de tornar a colheita uma “tormenta”, exigindo uso de escada, como resume o agrônomo. A orientação técnica leva em conta também este aspecto. “A gente tem percebido que é possível implantar pomares com uma condução diferenciada, com espaçamento diferente, com manejo de poda, que não reduz a produtividade, mas facilita muito o manejo, as colheitas e os tratos culturais”, explica André Miguel.


Expansão do cultivo é acompanhada por técnicos do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná / Paulo Mrtvi

De acordo com o técnico do IDR, o abacate também é uma planta que se desenvolve muito bem nos sistemas agroflorestais e se encaixa em projetos mais sustentáveis nas áreas. Aliado a isso, as experiências acompanhadas pelo Instituto mostram que a cultura é capaz de gerar renda e qualidade de vida para as famílias do assentamento e para agricultura familiar como um todo. Segundo o agrônomo, a rentabilidade da fruta dá condições de fazer frente ao avanço da soja, que vem causando esvaziamento do campo.

“A gente enxerga no abacate uma cultura que nos ajuda a promover o desenvolvimento rural nos assentamentos e avançar na qualidade de vida das famílias no local, possibilitando inclusive a permanência dos jovens que desejarem”, completa.

Doce ou salgado, faz bem à saúde

Seja na guacamole, o prato mexicano em que abacate é consumido salgado e com temperos, ou na salada de fruta, como creme ou na versão vitamina. O que se sabe é que o abacate é rico em gorduras responsáveis pela redução dos níveis de colesterol e triglicerídeos no organismo, somando para a prevenção de doenças cardíacas e até o câncer.

“Em alguns países pelo mundo, tem sido considerado um dos frutos mais equilibrados em termos de composição nutricional, e isso tem puxado uma expansão no mercado do abacate no mundo todo, e no país também com possibilidade de exportação”, frisa o agrônomo André Miguel.

Avanços na Reforma Agrária Popular

Além do abacate, a Cooperativa Agroindustrial de Produção e Comercialização Conquista (Copacon), criada pela comunidade há três anos, também planeja ações de incentivo à produção de outras frutas, como poncan, laranja e banana.


Ação se soma à campanha nacional do MST "Plantar Árvores, Produzir Alimentos Saudáveis" / Paulo Mrtvi

Criada em 2017, Copacon garante a comercialização da produção das famílias assentadas para mercados institucionais, como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), e mercados comuns. Em 2019, foram comercializados 880 mil litros de leite, 200 toneladas de hortifrúti para o Pnae, 75 toneladas de fubá para merenda escolar do município de São Paulo.

As famílias também comercializam diretamente em feiras livres, supermercados e Ceasa de Londrina e no Feirão da Resistência e Reforma Agrária, que acontece na modalidade virtual a cada 15 dias. O grupo Camponesas do Eli Vive II também entrega semanalmente cestas agroecológicas em universidades e órgãos públicos. Atualmente, uma família está certificada e outras 25 estão em processo de certificação orgânica pela Rede Ecovida.

Edição Lia Bianchini - Fonte Jornal Brasil de Fato

domingo, 21 de março de 2021

Bucha de Banho (Luffa cylindrica) - Saiba mais sobre essa planta fantástica

 A Bucha de Banho (Luffa cylindrica) é uma planta fantástica de grande utilidade. Pode ser facilmente cultivada e geralmente não demanda uso de agrotóxicos dada a baixa incidência de pragas. Se desenvolve bem em solos fracos e necessita de um local para o seu desenvolvimento como cerca, estaleiro ou árvore, tendo em vista que é uma planta que possui muito cipó.

Sem muitas delongas, vamos direto para as suas utilidades:

- Planta Apícola: em sua florada atrai muitos insetos, muitos dos quais abelhas, incluindo abelhas nativas sem ferrão, que promovem a sua polinização;

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- Higiene e Limpeza: após madura e descascada, essa planta demanda a extração das sementes que saem muito fácil. Para que a esponja fique mais macia, o ideal é colher antes que seque totalmente e que seja lavada para que saia totalmente a seiva. Pode ser usada para banho e para limpeza, como por exemplo para lavar a louça, sendo uma opção ecológica, biodegradável e renovável. Para maior conservação mantenha sempre seca, torcendo sempre após o uso.

- Higiene e Limpeza: é considerada uma planta comestível não convencional (PANC), podendo ser usada quando nova (antes da formação das fibras) como substituta da abobrinha. Cuidado: não confunda com a Buchinha da Norte (Luffa operculata) que é outra espécie e é tóxica - saiba mais aqui.



domingo, 6 de dezembro de 2020

Cartilha Sementes da Agroecologia. Sementes da Vida

 Cartilha Sementes da Agroecologia. Sementes da Vida

"É da semente que se multiplica a vida, e é nela que estão guardadas todas as características de uma espécie, variedade ou raça. As sementes são patrimônio da humanidade à serviço dos povos e direito fundamental para a produção e reprodução da vida".

Elaborada pela Rede Semente de Agroecologia (ReSA), com apoio da Terra de Direitos e Fundação Heinrich Boll, a cartilha é destinada para guardiãs e guardiões de sementes, camponesas e camponeses, povos e comunidades tradicionais, pesquisadores e sociedade em geral.

Com informações sobre o que são sementes crioulas, como armazená-las, sobre a importância da biodiversidade e do trabalho de guardiãs de sementes, o material busca auxiliar a prática de fortalecimento da agrobiodiversidade. O material também aborda os prejuízos da contaminação genética de sementes e como as normativas nacionais asseguram a comercialização de sementes crioulas. Em destaque, guardiãs de várias regiões do Paraná.

Cartilha Sementes da Agroecologia. Sementes da Vida. 
Realização: Rede Semente de Agroecologia (ReSA)
Apoio: Terra de Direitos e Fundação Heinrich Boll

:: Acesse a cartilha.  


segunda-feira, 7 de setembro de 2020

Projeto regulamenta troca e compra de sementes crioulas no Paraná


Para auxiliar os agricultores familiares e fortalecer a agroecologia, o deputado estadual Tadeu Veneri apresentou projeto de lei que trata da livre circulação de sementes e mudas crioulas no Estado do Paraná. O projeto facilita a compra e a troca de sementes pelos sistemas de venda e distribuição, inclusive Correios, além da exposição e comercialização em eventos das comunidades dedicadas a esse modelo de cultivo.
A proposta é garantir maior autonomia às famílias produtoras e consumidoras. Veneri citou que, neste período de pandemia, é uma iniciativa importante para ampliar o acesso às sementes já que as feiras e festas onde são feitas a troca e aquisição das sementes foram suspensas. Mas é importante que se torne uma política pública permanente, frisou.
As sementes e mudas crioulas são variedades tradicionais melhoradas pelas comunidades de agricultores sem alteração na estrutura genética. Também não são patenteadas por empresas. São cultivadas naturalmente e se adaptam ao ambiente como resultado de um processo de seleção natural ou pela ação dos agricultores.
O projeto estabelece que, respeitadas as exigências de acondicionamento e peso, o transporte comercial ou particular é livre e fica dispensada a inscrição no Registro Nacional de Sementes e Mudas (Renasem), do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Veja o projeto:
PROJETO DE LEI N. ______/2020
(Autoria do Deputado Tadeu Veneri)
Dispõe sobre o livre acesso e circulação de sementes e mudas de cultivares locais ou crioulos.
Art. 1ºEsta lei dispõe sobre a livre circulação de sementes e mudas de cultivares locais ou crioulos provenientes da agricultura familiar, objetivando a preservação da agrobiodiversidade, a viabilização de acesso a sementes pelos agricultores e o incentivo à produção de alimentos.
Art. 2ºSão considerados “cultivares locais ou crioulos” aqueles desenvolvidos, adaptados ou produzidos, em condições locais, administrados por agricultores familiares, assentados da reforma agrária, quilombolas, indígenas e faxinalenses, caracterizados pela autoidentificação da respectiva comunidade.
Art. 3ºAs sementes e mudas de cultivares locais ou crioulos são de livre distribuição, troca, comercialização e multiplicação.
§1º.Atendidas as exigências de acondicionamento e peso seu transporte comercial ou particular é livre.
§2º.É dispensada inscrição no RENASEM.
§3ºA dispensa de que trata o § 2º ocorrerá também quando a distribuição, troca, comercialização e multiplicação de sementes ou mudas for efetuada por associações e cooperativas de agricultores familiares, conforme definido pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário, desde que sua produção seja proveniente exclusivamente do público beneficiário de que trata a Lei nº 11.326, de 2006, e seus regulamentos.
§4º.As informações de procedência e espécie são simplificadas, podendo ser exigidas apenas informações básicas, tais como local de origem, comunidade, espécie e peso.
Art. 4ºO livre acesso e circulação incluienvios via sistema postal ou comercial, exposição e comercialização em eventos da/para agricultura familiar e comunidades tradicionais;
Art. 5ºA fiscalização da circulação de sementes e mudas de cultivares locais ou crioulos é efetuada pelo órgão competente.
Art. 6ºA Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento poderá realizar parcerias com entidades da sociedade civil que lidam com sementes e mudas de cultivares locais ou crioulos a fim de desenvolver sistemas de vendas e trocas e fomentarpolíticas públicas regionais de valorização das sementes crioulas e/ou distribuição.
Curitiba, em 24 de agosto de 2020.
TADEU VENERI
Deputado Estadual

JUSTIFICATIVA
A pandemia por coronavírus e consequente isolamento social causou graves impactos para a comercialização e troca de sementes crioulas pelos agricultores familiares no Estado do Paraná. As sementes para produção orgânica são adquiridas por meio de festas e feiras de trocas de sementes, atualmente paralisadas devido ao estado de calamidade de saúde pública e isolamento social exigido na contenção do risco de contaminação.
O acesso às sementes crioulas e mudas locais é essencial para a produtividade da agricultura familiar, e consequentemente, para a produção de alimentos no estado do Paraná. Igualmente, a preservação e disseminação de mudas e sementes crioulas são essenciais para a preservação da biodiversidade e do patrimônio cultural paranaense.Diante da relevância do tema, necessário possibilitar outros meios para que estas sementes e mudas circulem.
O transporte e comercialização de sementes são regulamentados pelas seguintes legislações e normativas:
A Lei n. 10.711, sancionada em 05/08/2003 e regulamentada pelo Decreto n. 5.153 de 23 de julho de 2004, instituiu o Sistema Nacional de Sementes e Mudas no Brasil;
Em 02 de junho de 2005, foi publicada a Instrução Normativa n. 9 que aprovou as Normas para Produção, Comercialização e Utilização de Sementes, válidas para todo o território nacional;
Inúmeras Instruções Normativas editadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) detalham os procedimentos.
Essa legislação visa assegurar a identidade genética e a qualidade das sementes utilizadas pelos agricultores brasileiros. A comercialização e transporte de sementes formalmente produzidas exige que sejam acompanhadas de uma série de documentos, tais como nota fiscal, Termo de Conformidade de Sementes ou Certificado de Sementes ou ainda Atestado de Origem Genética.
No entanto, para esta regulamentação há uma exceção. A legislação faculta que o agricultor familiar e empreendedor familiar rural, os assentados da reforma agrária, as comunidades tradicionais, indígenas, quilombolas possam exercer a produção e comércio de "sementes crioulas" fora do sistema formal instituído.
As “sementes crioulas” não necessitam de comprovação documental como a semente formal, pois possuem regulamentação específica.O Decreto n. 5.153 de 2004 dispõe sobre o Sistema Nacional de Sementes e Mudas – SNSM e em seu artigo 4º dispõe que (grifos):
§ 2º Ficam dispensados de inscrição no RENASEMaqueles que atendam aos requisitos de que tratam o caput e o § 2º do art. 3º da Lei nº 11.326, de 24 de julho de 2006, e multipliquem sementes ou mudas para distribuição, troca e comercialização entre si, ainda que situados em diferentes unidades da federação. (Redação dada pelo Decreto nº 7.794, de 2012)
§ 3º A dispensa de que trata o § 2º ocorrerá também quando a distribuição, troca, comercializaçãoe multiplicação de sementes ou mudas for efetuada por associações e cooperativas de agricultores familiares, conforme definido pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário, desde que sua produção seja proveniente exclusivamente do público beneficiário de que trata a Lei nº 11.326, de 2006, e seus regulamentos.
Diante disso, este Projeto de Lei Ordinária vem regulamentar a aplicação da livre circulação de sementes e mudas de cultivares locais ou crioulos produzidos pela agricultura familiar no Estado do Paraná, a fim de incentivar e extirpar dúvidas sobre a livre possibilidade de troca e venda destas sementes e mudas.
Fonte: site do Dep. Estadual Tadeu Veneri

terça-feira, 16 de junho de 2020

Feiras de Sementes Crioulas estão canceladas em 2020

*Para preservar a vida, fiquemos em casa! 👩🏽‍🌾👨🏾‍🌾🏡* 

Os momentos de encontro e partilha, nas festas e feiras que percorrem todo o Paraná, são o resultado de longos processos de organização e mobilização nos territórios com nossos parceiros. Celebrar a vida compartilhando o que temos de mais sagrado: as sementes crioulas, conhecimentos, práticas e experiências. Em 2017, mais de 25 mil pessoas circularam nas 15 feiras, festas e trocas de sementes. Os 23 espaços organizados em 2018 juntaram mais de 700 famílias guardiãs. E, no ano passado, chegamos a 17ª Feira Regional de Sementes Crioulas e da Agrobiodiversidade, realizada no município de Rebouças. Em 2020 seria maior, com mais de 30 festas e feiras agendadas. Porém, vivemos outro cenário.

 _Para que possamos, em breve, celebrar juntas e juntos e pensando na saúde de todas e todos, a ReSA orienta pelo adiamento do calendário de festas e feiras que seriam realizadas neste ano de 2020. Enquanto espaço articulador, as festas e feiras possibilitam o acesso à informação e a unificação das lutas pelos direitos dos povos e garantia da soberania alimentar._ 

quinta-feira, 11 de junho de 2020

Veneri debate com os Correios como ajudar agricultores a ter acesso a sementes crioulas

Veneri debate com os Correios como ajudar agricultores a ter acesso a sementes crioulas
Autor do projeto que prevê a criação de programas públicos para a preservação dos bancos de sementes crioulas, o deputado Tadeu Veneri está debatendo com a direção dos Correios no Paraná uma forma de ajudar os agricultores durante a pandemia de coronavírus. As feiras e festas de troca estão suspensas e o acesso aos pontos de venda é mais difícil nesse período.
Em discussão também com o coletivo Rede Sementes da Agroecologia (ReSa), a proposta é ter o apoio dos Correios para organizar um serviço de venda de sementes por Vale Postal. O sistema já funciona no estado de São Paulo, onde o Correio atua intermediando o contato entre os agricultores e os núcleos de sementes, enviando as encomendas em despacho regular.
Veneri irá procurar também a Secretaria de Agricultura do Paraná para que possa se juntar a esse esforço para permitir que os agricultores sejam atendidos. “As sementes crioulas ajudam a reduzir o uso dos insumos químicos cujos efeitos ainda são desconhecidos sobre a saúde, além de serem mais resistentes a pragas e às mudanças climáticas”, disse Veneri., explicando a necessidade de encontrar uma saída para a circulação dessas variedades durante essa fase de distanciamento social.
Sementes e mudas crioulas são variedades que não tiveram sua estrutura genética modificada pela indústria, em um processo de melhoramento genético, e não são, consequentemente, patenteadas por nenhuma empresa. São cultivadas naturalmente e se adaptam ao ambiente como resultado de um processo de seleção natural ou pela ação dos agricultores.
Na reunião, realizada nesta terça-feira, 9, o superintendente dos Correios no Paraná, Paulo Cezer Kremer dos Santos, manifestou disposição em ajudar no processo de busca de uma solução envolvendo a empresa. Também estiveram presentes a gerente regional de Atendimento dos Correios, Rosimeire Aparecida Viana, o Gerente Regional de Transporte e Tratamento: Paulo Santiago da Silva, Gerente Regional de Clientes Empresariais,Klaus Rotman Dantas Santos. Pela Rede Sementes da Agroecologia no Paraná (ReSA), participou a advogada Naiara Andreoli Bittencourt.
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