domingo, 26 de novembro de 2023

CEPAL: Riqueza de apenas 105 pessoas representa quase 9% do PIB da América Latina e do Caribe

Mais de 180 milhões de pessoas na região não possuem renda suficiente para cobrir suas necessidades básicas e, entre elas, 70 milhões não têm renda para adquirir uma cesta básica de alimentos, adverte o relatório Panorama Social da América Latina e do Caribe 2023. 

Publicado nesta quinta-feira (23), o relatório anual da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) mostra que o decil de renda mais alta (10% mais ricos) recebe uma renda que é 21 vezes superior a do décimo de renda mais baixa (10% mais pobres). Em 2021, a riqueza de apenas 105 pessoas representou quase 9% do PIB regional. 

A CEPAL alerta que a criação de empregos entre 2014 e 2023 foi a mais baixa desde a década de 1950. Em 2020, durante a pandemia, a criação de empregos caiu 8,2%, sendo a única queda registrada nos últimos 70 anos.

Do universo de 292 milhões de pessoas ocupadas na região, metade está em empregos informais, cerca de um quinto vive em situação de pobreza, 4 em cada 10 têm renda inferior ao salário mínimo e metade não contribui para os sistemas de pensões. 

Panorama Social da América Latina e do Caribe 2023
Legenda: "Embora destaquemos a redução da pobreza em 2022, não há motivos para comemorar. Mais de 180 milhões de pessoas em nossa região não possuem renda suficiente para cobrir suas necessidades básicas e, entre elas, 70 milhões não têm renda para adquirir uma cesta básica de alimentos", destacou o secretário-executivo da CEPAL, José Manuel Salazar-Xirinachs, durante o lançamento do Panorama Social da América Latina e do Caribe 2023, realizado no dia 23 de novembro na sede da Comissão Regional em Santiago.
Foto: © CEPAL/ECLAC.

 

Em 2022, a porcentagem de pessoas em situação de pobreza diminuiu para 29% da população da América Latina (181 milhões de pessoas), 1,2 ponto percentual a menos do que antes do início da pandemia de COVID-19, enquanto a pobreza extrema diminuiu para 11,2% da população da região (70 milhões de pessoas), mantendo-se em níveis semelhantes aos de 2019, relatou hoje a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL).

O relatório Panorama Social da América Latina e do Caribe 2023: A inclusão laboral como eixo central para o desenvolvimento social inclusivo, apresentado pelo secretário-executivo da CEPAL, José Manuel Salazar-Xirinachs, destaca também a redução da desigualdade de renda medida pelo índice de Gini e a recuperação do emprego.

No entanto, a CEPAL adverte que a taxa de crescimento do PIB esperada para 2023 na América Latina e no Caribe (1,7%) -significativamente inferior aos 3,8% registrados em 2022 e que poderia chegar a 1,5% em 2024 - não permite prever novas melhorias na questão da pobreza na região para este ano.

"Embora destaquemos a redução da pobreza em 2022, não há motivos para comemorar. Mais de 180 milhões de pessoas em nossa região não possuem renda suficiente para cobrir suas necessidades básicas e, entre elas, 70 milhões não têm renda para adquirir uma cesta básica de alimentos. No total, quase um terço da população da região vive em situação de pobreza, percentual que sobe para 42,5% no caso da população infantil e adolescente, uma realidade que não podemos tolerar. A incidência da pobreza também é mais alta entre as mulheres, a população indígena e as pessoas que vivem em áreas rurais", destacou José Manuel Salazar-Xirinachs, a principal autoridade da CEPAL.

De acordo com o relatório, a criação de empregos entre 2014 e 2023 foi a mais baixa desde a década de 1950. Em 2020, durante a pandemia, a criação de empregos caiu 8,2%, sendo a única queda registrada nos últimos 70 anos.

Do universo de 292 milhões de pessoas ocupadas na região, 1 em cada 2 está em empregos informais, cerca de um quinto vive em situação de pobreza, 4 em cada 10 têm renda inferior ao salário mínimo e metade não contribui para os sistemas de pensões, indica o Panorama Social da América Latina e do Caribe 2023.

Embora haja uma melhoria em certas dimensões dos mercados de trabalho entre 2020 e 2022, a região enfrenta uma crise de inclusão laboral em câmera lenta, entendida não apenas como inserção no mercado de trabalho, mas também como as condições em que se acessa o emprego no mercado laboral, explica o organismo regional das Nações Unidas.

Isso significa que a inserção no trabalho remunerado é fundamental, mas não suficiente para alcançar a inclusão laboral. É necessário ter acesso a empregos produtivos, bem remunerados e com acesso à proteção social, especialmente para mulheres e jovens, destaca a CEPAL.

Em 2022, 54,2 milhões de lares na região (39% do total) dependiam exclusivamente do emprego informal. Além disso, a maioria das crianças (menores de 15 anos) e pessoas com 65 anos ou mais vivem em lares completamente informais ou mistos (61,2%).

Desigualdade de renda continua extremamente alta 

Panorama Social da América Latina e do Caribe 2023
Legenda: Na América Latina, o decil de renda mais alta (decil 10) recebe uma renda que é 21 vezes a do décimo de renda mais baixa (decil 1). Em 2021, a riqueza de apenas 105 pessoas representou quase 9% do PIB regional, alertou a CEPAL durante o lançamento do Panorama Social da América Latina e do Caribe 2023.
Foto: © CEPAL/ECLAC.

Por outro lado, embora a desigualdade de renda tenha diminuído em 2022 para níveis inferiores aos de 2019, ela continua sendo muito alta, indica o estudo.

Na América Latina, o decil de renda mais alta (decil 10) recebe uma renda que é 21 vezes a do décimo de renda mais baixa (decil 1). Em 2021, a riqueza de apenas 105 pessoas representou quase 9% do PIB regional, destaca a CEPAL.

"A região continua presa em uma dupla armadilha estrutural de baixo crescimento e altos níveis de pobreza e desigualdade. Os países devem transitar da inserção laboral para a inclusão laboral, eixo do desenvolvimento social inclusivo. Mas a inclusão laboral requer um crescimento econômico alto e sustentado. Não é possível criar um futuro melhor para o trabalho sem criar um futuro melhor para a produção e vice-versa", enfatizou José Manuel Salazar-Xirinachs durante a apresentação do documento, destacando a estreita ligação entre as políticas de desenvolvimento produtivo, laboral e de proteção social dos países.

O relatório apresentado hoje destaca a persistência das históricas lacunas de gênero nos mercados de trabalho.

Enquanto a taxa de participação no mercado de trabalho dos homens foi de 74,5% em 2022, a das mulheres atingiu apenas 51,9% (uma diferença de 22,6 pontos percentuais). As mulheres também têm taxas mais altas de desemprego (8,6% em comparação com 5,8% dos homens em 2022).

A principal barreira para a inclusão laboral das mulheres é a carga de trabalho de cuidados, diz a CEPAL: a taxa de participação das mulheres em lares com crianças (61,6%) é inferior à dos lares sem crianças (73,5%).

O trabalho doméstico, aponta a CEPAL, é uma das principais fontes de trabalho para as mulheres na América Latina, mas a renda média que as trabalhadoras domésticas recebem é a metade daquela recebida em média pelas mulheres ocupadas.

Da mesma forma, o estudo indica que a presença de pessoas migrantes aumentou nos mercados de trabalho da região, contribuindo assim para a economia e sociedade dos países de destino. No entanto, tendem a enfrentar maiores dificuldades para a inclusão laboral, devido às suas condições de trabalho mais precárias e instáveis, agravadas pelas condições de irregularidade.

Por fim, o Panorama Social 2023 aponta que os gastos sociais do governo central aumentaram em resposta à pandemia, atingindo um pico em 2020, mas têm diminuído desde então. Em 2022, houve uma alta heterogeneidade entre países e sub-regiões: três países ultrapassam os 14,5% do PIB, enquanto cinco estão abaixo de 10% do PIB. O desafio é manter o caminho de crescimento do gasto público social para garantir a sustentabilidade financeira das políticas de inclusão laboral, conclui o organismo.

Para mais informações, consulte: 

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O fascismo respira

Como uma versão vizinha de um filme que já conhecemos, Javier Milei foi eleito presidente da Argentina. Há muitas interpretações e análises, mas Valério Arcary sintetiza bem o tamanho do problema: o neofascismo é um fenômeno global, onde a extrema-direita se alimenta da crise econômica em sociedades fraturadas e da incapacidade da esquerda de sair do beco imposto pelo neoliberalismo. E como destaca Giovana Guedes, pode ser o fim da linha também do peronismo e da sociedade industrial que o projetou. Também não são poucos os problemas que os resultados da eleição argentina trazem ao governo Lula, frustrando a tentativa da política internacional brasileira de retomar a integração continental, salvar o Mercosul e projetar o Brics. Longe de rumar para uma unidade maior, a América Latina parece cada dia mais uma colcha de retalhos. E só falta a volta de Trump no ano que vem para fechar as portas de um ciclo de governos progressistas que já nasceu frágil. Claro, também há análises que buscam diferenciar a vitória da extrema-direita na Argentina e do bolsonarismo no Brasil, defendendo que "não é bem assim", que a realidade é outra e que a Argentina tem tradição de derrubar presidentes na rua. Assim, muitos apostam que o governo Milei não sobreviveria por muito tempo. Mas o mesmo não foi dito de Bolsonaro? Seja como for, a vitória de Milei foi a melhor notícia que os bolsonaristas tiveram este ano e reforça a ideia de que ainda há muito espaço para a extrema-direita crescer. E é preciso que o governo brasileiro também entenda isso, alerta Fernando Horta, pois se ficar preso nas amarras da política fiscal e das alianças à direita, sem fazer também a disputa ideológica, o "efeito caipirinha" pode virar a ressaca de um tango.

Fonte: Jornal Brasil de Fato

quarta-feira, 22 de novembro de 2023

NÃO FUNCIONA: Promessas atuais do Acordo de Paris levam a aquecimento até 2,9°C

Lançado nesta segunda-feira (20), o Relatório sobre a Lacuna de Emissões 2023 indica que as emissões de gases de efeito estufa previstas para 2030 devem cair entre 28% e 42% para chegar a 2°C e 1,5°C. 

O relatório conclui que as emissões globais aumentaram 1,2% de 2021 a 2022, atingindo um novo recorde de 57,4 Gigatoneladas de Dióxido de Carbono Equivalente.

Mitigação implacável e transformação de baixo carbono são essenciais para reduzir a lacuna de emissões. 

A COP28 e o Balanço Global têm a chance de criar maior ambição para a próxima rodada de ações climáticas. 

O relatório conclui que as emissões globais de gases de efeito estufa (GEE) aumentaram 1,2% de 2021 a 2022, atingindo um novo recorde de 57,4 Gigatoneladas de Dióxido de Carbono Equivalente (GtCO2e).
Legenda: O Relatório sobre a Lacuna de Emissões do PNUMA conclui que as emissões globais de gases de efeito estufa (GEE) aumentaram 1,2% de 2021 a 2022, atingindo um novo recorde de 57,4 Gigatoneladas de Dióxido de Carbono Equivalente (GtCO2e).

 

 

À medida que as temperaturas globais e as emissões de gases de efeito estufa batem recordes, o mais recente Relatório sobre a Lacuna de Emissões do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) conclui que os compromissos atuais no âmbito do Acordo de Paris colocam o mundo no caminho para um aumento da temperatura de 2,5°C a 2,9°C acima dos níveis pré-industriais neste século, apontando para a necessidade urgente de uma maior ação climática.

Lançado antes da COP28, a Cúpula do Clima de 2023 em Dubai, Emirados Árabes Unidos, o Relatório sobre a Lacuna de Emissões 2023: Recorde Quebrado – Temperatura atinge novos máximos, mas o mundo falha em reduzir as emissões (novamente),  conclui que as transformações globais de baixo carbono são necessárias para reduzir as emissões de gases de efeito estufa previstas para 2030 em 28% para uma trajetória de 2°C e 42% para uma trajetória de 1,5°C.

Manter a possibilidade de alcançar as metas de temperatura do Acordo de Paris depende do reforço significativo da mitigação nesta década para reduzir a lacuna de emissões. Isso irá facilitar metas mais ambiciosas para 2035 na próxima rodada de Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs, na sigla em inglês) e aumentar as chances de cumprir os compromissos de zerar emissões líquidas, que agora são responsáveis por cerca de 80% das emissões globais.

"Não há nenhuma pessoa ou economia no planeta intocada pelas mudanças climáticas, por isso precisamos parar de estabelecer recordes indesejados em termos de emissões de gases de efeito estufa, aumento das temperaturas globais e condições meteorológicas extremas.Em vez disso, devemos deixar ambição e ação insuficientes, e começar a estabelecer outros recordes: no corte de emissões, em transições verdes e justas e no financiamento climático."

- Inger Andersen, diretora executiva do PNUMA, 20 de novembro de 2023. 

Recordes quebrados

Até o início de outubro deste ano, foram registrados 86 dias com temperaturas acima de 1,5°C acima dos níveis pré-industriais. Setembro foi o mês mais quente já registrado, com temperaturas médias globais 1,8°C acima dos níveis pré-industriais.

O relatório conclui que as emissões globais de gases de efeito estufa (GEE) aumentaram 1,2% de 2021 a 2022, atingindo um novo recorde de 57,4 Gigatoneladas de Dióxido de Carbono Equivalente (GtCO2e). As emissões de GEE em todo o G20 aumentaram 1,2% em 2022. As tendências das emissões refletem padrões globais de desigualdade. Devido a essas tendências preocupantes e aos esforços de mitigação insuficientes, o mundo está a caminho de um aumento da temperatura muito além dos objetivos climáticos acordados durante este século.

Se os esforços de mitigação implícitos nas políticas vigentes continuarem nos níveis atuais, o aquecimento global só será limitado a 3°C acima dos níveis pré-industriais neste século. A implementação completa dos esforços implícitos nas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) incondicionais colocaria o mundo no caminho para limitar o aumento da temperatura a 2,9°C. Se forem integralmente implementadas, as NDCs condicionais levariam a temperaturas que não excederiam 2,5°C acima dos níveis pré-industriais. Todos esses têm 66% de chance.

Essas projeções de temperatura são levemente superiores às do Relatório sobre a Lacuna de Emissões 2022, uma vez que o relatório de 2023 inclui um número maior de modelos na estimativa do aquecimento global.

As atuais NDCs incondicionais implicam a necessidade de cortes adicionais de emissões de 14 GtCO2e em 2030 em relação aos níveis previstos para 2°C. Cortes de 22 GtCO2e são necessários para 1,5°C. A implementação de NDCs condicionais reduz ambas as estimativas em 3 GtCO2e.

Em termos percentuais, o mundo precisa reduzir as emissões de 2030 em 28% para estar no caminho certo para atingir a meta de 2°C do Acordo de Paris, com uma probabilidade de 66%, e uma redução de 42% para a meta de 1,5°C.

Se todas as NDCs condicionais e os compromissos de zero emissões líquidas de carbono de longo prazo fossem cumpridos, limitar o aumento da temperatura a 2°C seria possível. No entanto, atualmente, os compromissos de zero emissões líquidas de carbono não são considerados críveis: nenhum dos países do G20 está reduzindo as emissões a um ritmo consistente com as suas metas de zero emissões líquidas de carbono. Mesmo no cenário mais otimista, a probabilidade de limitar o aquecimento a 1,5°C é de apenas 14%.

Algum progresso, mas não o suficiente

O progresso de políticas desde a assinatura do Acordo de Paris, em 2015, reduziu a lacuna de implementação, definida como a diferença entre as emissões projetadas no âmbito das políticas atuais e a implementação completa das NDCs. As emissões de GEE em 2030, com base nas políticas em vigor, foram projetadas para aumentar 16% no momento da adoção do Acordo de Paris. Hoje, o aumento projetado é de 3%.

Em 25 de setembro, nove países tinham apresentado NDCs novas ou atualizadas desde a COP27 em 2022, elevando o número total de NDCs atualizadas para 149. Se todas as NDCs incondicionais novas e atualizadas forem completamente implementadas, elas provavelmente reduziriam as emissões de GEE em cerca de 5 GtCO2e anualmente até 2030, em torno de 9% das emissões de 2022, em comparação às NDCs iniciais.

No entanto, a menos que os níveis de emissões em 2030 sejam ainda mais reduzidos, será impossível estabelecer caminhos de menor custo que limitem o aquecimento global a 1,5°C, sem nenhum ou com pouco excedente durante este século. Aumentar significativamente a implementação nesta década é a única maneira de evitar ultrapassar de forma significativa 1,5°C.

Transformações para o desenvolvimento de baixo carbono

O relatório apela a todas as nações para que promovam transformações para o desenvolvimento de baixo carbono em toda a economia, com foco na transição energética. O carvão, o petróleo e o gás extraídos ao longo da vida útil das minas e campos em produção e planejados emitiriam mais de 3,5 vezes o montante de carbono disponível para limitar o aquecimento a 1,5°C, e quase todo o montante disponível para 2°C.

Os países com maior capacidade e responsabilidade pelas emissões – especialmente os países de renda elevada e com altas emissões entre o G20 – terão de tomar medidas mais ambiciosas e rápidas e fornecer apoio financeiro e técnico às nações em desenvolvimento. Como os países de baixa e média renda já são responsáveis por mais de dois terços das emissões globais de GEE, atender às necessidades de desenvolvimento com baixo crescimento de emissões é uma prioridade nessas nações – como, por exemplo, abordar os padrões de demanda de energia e priorizar as cadeias de suprimento de energia limpa.

A transição para um desenvolvimento de baixo carbono coloca desafios econômicos e institucionais aos países de baixa e média renda, mas também proporciona oportunidades significativas. As transições nesses países podem ajudar a proporcionar acesso universal à energia, tirar milhões de pessoas da pobreza e expandir indústrias estratégicas. O crescimento energético associado pode ser alcançado de forma eficiente e equitativa com energia de baixo carbono à medida que as energias renováveis se tornem mais baratas, garantindo empregos verdes e um ar mais limpo.

Para conseguir isso, a assistência financeira internacional tem que ser significativamente ampliada, com novas fontes públicas e privadas de capital reestruturadas por meio de mecanismos de financiamento – incluindo financiamento de dívida, financiamento concessional de longo prazo, garantias e financiamento catalítico – que reduzam os custos de capital.

COP28 e o Balanço Global

O primeiro Balanço Global (GST, na sigla em inglês), a ser concluído na COP28, irá informar a próxima rodada de NDCs que os países deverão apresentar em 2025, com metas para 2035. A ambição global na próxima rodada de NDCs deve levar as emissões de GEE em 2035 a níveis compatíveis com trajetórias de 2°C e 1,5 °C, enquanto compensa o excesso de emissões até os níveis condizentes com estas trajetórias sejam alcançados.

A preparação da próxima rodada de NDCs oferece aos países de baixa e média renda a oportunidade de desenvolver planos nacionais com políticas ambiciosas de desenvolvimento e clima, e metas para as quais as necessidades financeiras e tecnológicas são claramente especificadas. A COP28 deve garantir que seja fornecido apoio internacional para o desenvolvimento de tais planos.

Remoção de dióxido de carbono

O relatório conclui que atrasar as reduções das emissões de GEE irá aumentar a dependência futura da remoção de dióxido de carbono da atmosfera. A remoção de dióxido de carbono já está sendo implementada, principalmente por meio do florestamento, reflorestamento e manejo florestal. As atuais remoções diretas por meio de métodos terrestres são estimadas em 2 GtCO2e anualmente. No entanto, as vias de menor custo pressupõem aumentos consideráveis nas remoções convencional e nova de dióxido de carbono – como a captura direta de carbono no ar e o armazenamento.

Alcançar níveis mais altos de remoção de dióxido de carbono permanece incerto e associado a riscos: em relação à concorrência por terras, proteção de posse e direitos e outros fatores. O aumento da escala de novos métodos de remoção de dióxido de carbono está associado a diferentes tipos de riscos, incluindo o fato de que os requisitos técnicos, econômicos e políticos para a implantação em larga escala podem não se materializar a tempo.

NOTAS AOS EDITORES

Sobre o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA)

O PNUMA é a principal voz global sobre o meio ambiente. Proporciona liderança e incentiva parceria no cuidado com o meio ambiente ao inspirar, informar e permitir que as nações e os povos melhorem a sua qualidade de vida sem comprometer a qualidade de vida das gerações futuras.

A gravação da coletiva de imprensa de lançamento do relatório será disponibilizada aqui:

https://www.unep.org/events/publication-launch/emissions-gap-report-2023-launch  

Para mais informações, por favor entre em contato:

  • Unidade de Notícias e Imprensa, Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente: unep-newsdesk@un.org   

Saiba mais sobre #MudançaClimática: 

Visite a página da campanha pela #AmbiçãoClimática: https://bit.ly/ONU_AmbicaoClimatica

A campanha apoia os jovens, influenciadores digitais e a sociedade civil a promover evidências científicas sobre a mudança global do clima e participar em iniciativas globais relacionadas à #AçãoClimática.


Campanha pela #AmbiçãoClimática

Legenda: A campanha pela #AmbiçãoClimática quer promover o diálogo sobre #MudançaClimática nas redes sociais.

Para isso, a ONU convida jovens, influenciadores digitais, e defensoras e defensores dos direitos humanos a promover evidências científicas sobre a mudança global do clima e divulgar oportunidades para participação em processos multilaterais e campanhas globais relacionadas ao tema


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segunda-feira, 20 de novembro de 2023

Varal de Poesias Cristina Mosele 2023

Suinocultura tem boas projeções para 2024, segundo analista

Em reunião da Comissão Técnica da FAEP, Iuri Pinheiro Machado apresentou uma análise do setor, com base em fatores internos e externos

A suinocultura deve encontrar um cenário favorável ao longo de 2024, com oferta ajustada no mercado interno, perspectiva de preços mais elevados e exportações em alta, segundo avalição do consultor da Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS), Iuri Pinheiro Machado. O especialista apresentou uma palestra a produtores paranaenses, durante reunião da Comissão Técnica de Suinocultura da FAEP, nesta quinta-feira (16). O encontro foi realizado por videoconferência.


As exportações brasileiras de suínos tiveram aumento de 8% entre janeiro e outubro deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado. No entanto, segundo Machado, os embarques tiveram uma leve desaceleração nos últimos três meses. Neste cenário, a China continua sendo a maior compradora de carne suína brasileira, mas o país asiático recompôs seu rebanho e, com isso, a expectativa é a redução das compras. Ainda assim, as importações chinesas devem continuar a ter peso determinante para o Brasil.


"A meta da China é produzir 95% de sua demanda interna de carne suína. Ainda assim, eles vão precisar importar 2 milhões de toneladas por ano", disse Machado. "Em 2022, 46% dos embarques brasileiros de carne suína foram para a China. Talvez estejamos com uma mudança em curso. Podemos terminar 2023 com a redução para 35,5%. Ao mesmo tempo, temos a pulverização das nossas exportações para outros países", avaliou o consultor.


Em relação a produção, de acordo com o especialista, houve uma desaceleração no volume de suínos produzidos no Brasil. Ainda assim, entre janeiro e setembro de 2023, a produção foi 1,9% maior em relação ao mesmo período do ano passado. "A gente está em um ano de estabilidade", resumiu o consultor da ABCS. Ele destacou que o consumo tem sido um dos principais responsáveis pelo avanço do setor: em dez anos, o consumo per capita saltou de 13,7 para 20,5 quilos por habitante (alta de 49,8%).


Outro ponto positivo diz respeito à comparação dos preços dos suínos no mercado consumidor em relação a outras proteínas animais. Em 2022, a carne bovina custou, em média, 120% a mais que a suína. Em relação à carne de frango, os cortes suínos estiveram 26% mais baratos. Ao longo de 2023, esse cenário teve alterações, mas ainda assim a carne suína continua com preços 60% mais baixos que os produtos da bovinocultura e da avicultura.


Projeções


Na avaliação de Machado, até janeiro de 2024, o mercado interno deve continuar aquecido para os produtos da suinocultura. A redução dos abates de bovinos deve aumentar a competitividade da carne suína, contribuindo para elevar os preços. Paralelamente, as exportações devem continuar em um patamar elevado ao longo de 2024, ajudando a equilibrar a cadeia.


Os custos de produção, que vinham em queda até setembro, tiveram uma leve alta em outubro. O peso dos insumos vai depender do desempenho da segunda safra de milho no Brasil. Machado arrisca dizer que, provavelmente, deve haver um pequeno aumento nos custos. "2024 será um ano bom, mas com margens justas, semelhantes a que tivemos neste ano", disse.


Para o longo prazo, o especialista prevê a expansão contínua da carne suína nos mercados interno e externo. O setor, no entanto, deve estar atento a exigências como bem-estar animal e meio ambiente. "A tendência é que os produtos da suinocultura sigam nessa trajetória de ganhar cada vez mais espaço", concluiu.

Fonte: Coordenação de Comunicação Social

Sistema FAEP/SENAR-PR



Dino incomoda muita gente

Os sinais do presidente Lula de que resolveria em breve as nomeações para a PGR e o STF abriram a temporada de caça ao ministro Flávio Dino. Inicialmente, os favoritos para a vaga no Supremo eram Jorge Messias, advogado-geral da União e evangélico, e Bruno Dantas, presidente do TCU. Cada um com seu lobby, à esquerda e à direita. O nome de Flávio Dino foi levantado nas fileiras do PT como uma maneira de resolver o impasse, afinal é um nome de confiança de Lula, além de tirar um possível presidenciável dos holofotes e deixar vaga a prestigiosa cadeira do Ministério da Justiça. A possibilidade da sua indicação resultou num ataque coordenado por Flávio Bolsonaro, representando todas as dores do fracassado de 8 de janeiro, e o jornal Estado de São Paulo, que quis transformar a presença da esposa de um líder do Comando Vermelho no segundo escalão do Ministério, como representante de uma ONG, num escândalo nacional. O jornal apropriadamente ignorou que a mesma pessoa foi recebida também pelo Conselho Nacional de Justiça e pela Câmara dos Deputados. Para além da absoluta falta de empatia do Estadão pelo atual governo e o alinhamento ideológico com os Bolsonaros, o jornal também canalizou o descontentamento de parte da comunidade judaica com a postura do ministro no episódio dos supostos terroristas presos em São Paulo. E como atenta a Rede Brasil Atual, a denúncia ocorreu poucos minutos depois do CNJ apontar irregularidades nas contas da Operação Lava-Jato.  Por fim, com a possibilidade do secretário Ricardo Capelli, braço direito de Dino, herdar o Ministério, também parte do PT foi discretamente diminuindo o empenho para a indicação ao STF. Se, por um lado, o episódio não é suficiente para abalar a confiança de Lula em Dino, por outro, é provável agora que o presidente deixe a decisão da indicação para o próximo ano, durante o recesso do Judiciário.

Fonte: Jornal Brasil de Fato.

Feira de sementes mobiliza grande público em Piracicaba, SP

No sábado (02/09) foi realizada a XII Feira Estadual de Sementes Crioulas, Orgânicas e Biodinâmicas do Estado de São Paulo, organizada pela Associação Biodinâmica, Rede Leste Paulista de Agroecologia, Secretaria de Agricultura da prefeitura de Piracicaba, ITESP, CATI e UFSCar. Foram mais de 700 participantes representando guardiões de sementes quilombolas, indígenas, caiçaras, assentados da reforma agrária e famílias agricultoras de diversas regiões do estado com sua riquíssima agrobiodiversidade. Importante destacar que gradualmente vão se estabelecendo feiras regionais de sementes crioulas além da feira estadual. A mais antiga é a feira de sementes quilombolas no Vale do Ribeira, que é anterior às feiras estaduais. Somam-se ao movimento a feira de sementes de Cunha e, mais recentemente, a feira de sementes crioulas do oeste paulista, em Andradina, e também a feira do sudoeste paulista.

Fonte: Boletim de Brasil Livre de Transgênicos


Suínos: A vez das raças nativas e crioulas

A Câmara Municipal de Visconde do Rio Branco, na Zona da Mata mineira, aprovou no início de outubro uma lei em defesa do porco Piau que reconhece como de relevante interesse social e econômico do município a criação da raça do porco piau. Também tramita na ALMG o projeto de lei 3892/2022 que reconhece como de relevante interesse social e econômico do Estado a criação da raça porco piau. As raças animais crioulas e caipiras são perdidas em taxas ainda maiores que as sementes crioulas e precisam de medidas de apoio e fomento.

Fonte: Boletim por um Brasil Livre de Transgênicos

Primavera Floresce na Lapa: a Conquista Coletiva da Casa de Sementes

Com a chegada da primavera, a Escola Latino Americana de Agroecologia (ELAA) na Lapa, Paraná, inaugurou a Casa de Sementes, um símbolo de esperança cultivado pela colaboração de muitos corações em prol da agrobiodiversidade. Neste dia de celebração, cerca de 300 pessoas se reuniram para plantar as sementes da esperança e resiliência. Além de depositar sementes na nova casa, realizaram o plantio de um campo que irá abastecer a Casa de Sementes. Esta conquista é o resultado da articulação entre a ELAA, MST, Coletivo Triunfo, AS-PTA, Rede de Sementes da Agroecologia (ReSA), Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Paraná (CAU) e Ministério Público do Trabalho no Paraná (MPT-PR), uma prova de que, juntos, somos capazes de semear um futuro mais sustentável e promissor.

Boletim por um Brasil Livre de Transgênicos

Caminhada da Natureza 26-11-2023 - Caminhos do Marrecas em Francisco Beltrao/PR

No dia 26-11-2023  haverá  Caminhos do Marrecas em Francisco Beltrao/PR.

Você poderá se inscrever online através do link abaixo:

CLIQUE AQUI PARA FAZER A INSCRIÇÃO ONLINE

 

CLASSIFICAÇÃO DO EVENTO
Condição do terreno : Percurso com piso irregular
Esforço físico : Esforço moderado
Orientação do percurso : Caminho ou sinalização que indica a continuidade
Severidade do meio : Moderadamente severo
Distância : 8 Kms (exatos 7.800mts)
Se desejar ver todos os detalhes deste evento, Clique aqui

Se preferir, pode entrar diretamente no site onde se encontram todas as Caminhadas/Pedaladas , https://caminhadas.info

Você também pode acompanhar e ver seus certificados no site https://meuseventos.info , CLIQUE AQUI PARA VER SEU HISTÓRICO

 

Caminhada da Natureza - Dia 26-11-2023 - Circuito Parque Natural Municipal Profº Wobeto em Porto Barreiro/PR


No dia 26-11-2023  haverá  Circuito Parque Natural Municipal Profº Wobeto em Porto Barreiro/PR.

Você poderá se inscrever online através do link abaixo:

CLIQUE AQUI PARA FAZER A INSCRIÇÃO ONLINE

 

CLASSIFICAÇÃO DO EVENTO
Condição do terreno : Percurso com obstáculos
Esforço físico : Esforço significativo
Orientação do percurso : Caminho ou sinalização que indica a continuidade
Severidade do meio : Moderadamente severo
Distância : 10 Kms (exatos 10.000mts)
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UNA-SE pelo Fim da Violência contra as Mulheres e Meninas. #NãoTemDesculpa.

De 20 de novembro a 10 de dezembro, a ONU Brasil promove a campanha "UNA-SE pelo Fim da Violência contra as Mulheres e Meninas", uma iniciativa global do secretário-geral das Nações Unidas. No Brasil, o principal objetivo da campanha neste ano é mobilizar parcerias para investir em prevenção para erradicar a violência contra mulheres e meninas e garantir que cada mulher e cada menina possa viver uma vida livre de violência.

Menos de 0,2% da ajuda governamental global é direcionada para a prevenção da violência de gênero. A campanha enfatiza que é necessário um investimento mais sustentável para prevenir a violência contra mulheres e meninas.

UNA-SE pelo Fim da Violência contra as Mulheres e Meninas!
Legenda: UNA-SE pelo Fim da Violência contra as Mulheres e Meninas!
Foto: © ONU Brasil.

A ONU Brasil promove, entre 20 de novembro e 10 de dezembro de 2023, a edição anual da campanha do secretário-geral da ONU "UNA-SE pelo Fim da Violência contra as Mulheres e Meninas".

Desenvolvida desde 2008, a campanha UNA-SE apoia os 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra Mulheres e Meninas e pede união de esforços e de ações, além de investimentos robustos para proteger os direitos humanos de todas as mulheres e meninas e prevenir e responder a violência baseada em gênero.

As diferentes formas de violência contra mulheres e meninas continuam sendo uma das violações de direitos humanos mais prevalentes e generalizadas no mundo. Apesar do progresso significativo no que concerne à legislação e às políticas públicas, o Brasil continua a registrar altos índices de violência contra mulheres e meninas. 

A campanha UNA-SE articula compromissos das Coalizões de Ação do Fórum Geração Igualdade, especialmente a de Violência Baseada em Gênero e a de Justiça Econômica, para acelerar investimentos, sensibilizar autoridades públicas para políticas de prevenção e enfrentamento à violência contra as mulheres e meninas e mobilizar diversos setores em torno da causa.

Este ano, o tema da campanha também está alinhada com o tema prioritário para 2024 da Comissão sobre o Estado da Mulher (CSW), focado em acelerar a conquista da igualdade de gênero e o empoderamento de todas as mulheres e meninas, combatendo a pobreza e fortalecendo as instituições e o financiamento com perspectiva de gênero. 

"Precisamos de investimentos estratégicos, tanto do setor público quanto do privado, para alcançar a igualdade de gênero e prevenir e responder à violência contra mulheres e meninas", explica a coordenadora residente do Sistema ONU no Brasil, Silvia Rucks.

Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em 2022, houve aumento de 8,2% no número de estupros (74.930 estupros e estupros de vulnerável registrados) em relação a 2021, sendo que 88,7% das vítimas eram mulheres e meninas e, dessas, 56,8% eram negras e 0,5% indígenas. As principais vítimas da violência sexual são crianças, especialmente as meninas: 61,4% têm entre 0 e 13 anos de idade. 

Houve ainda um crescimento em todos os indicadores de violência doméstica. Agressões por violência doméstica (245.713 ocorrências registradas) cresceram 2,9% em relação a 2021; ameaças (613.529 ocorrências registradas) cresceram 7,2%. O número de feminicídios também aumentou (1.437 ocorrências registradas), com alta de 6,1%, bem como as tentativas de feminicídio aumentaram em 16,9%.

Pessoas LGBTQIA+ têm sofrido com discurso de ódio, discriminação e violência. De acordo com o Observatório de Mortes e Violências LGBTI+, 273 pessoas LGBTQIA+ morreram de forma violenta no Brasil em 2022. 

Entre 2011 e 2020, organizações da sociedade civil registraram 1.814 incidentes de violência contra mulheres em conexão com conflitos por terra e meio ambiente no Brasil. O Brasil também ocupou o ranking no número de assassinatos de defensores/as da terra e do meio ambiente em 2022

Nos últimos anos, políticas e programas para responder às múltiplas formas de violência contra as meninas e mulheres apresentaram baixos níveis de implementação e execução orçamentária. No contexto do distanciamento social da COVID-19, o país enfrentou obstáculos para oferecer acesso efetivo a serviços essenciais e proteção para as sobreviventes. Adicionalmente, devido a mudanças no plano plurianual 2020-2023, os gastos dedicados à violência contra as mulheres se tornaram mais difíceis de monitorar. 

Em 2020, no ápice da pandemia, 29% do orçamento de 120,4 milhões foram executados. Em 2021, foram gastos 0,05% da alocação de 21,84 milhões para a Casa da Mulher Brasileira, principal programa nacional de resposta à violência contra as mulheres. Em 2022, o orçamento para políticas para as mulheres foi o mais baixo nos últimos quatro anos, totalizando 13,7 milhões. Organizações da sociedade civil identificaram uma redução de 45% na disponibilidade dos serviços de aborto legal no país durante o período da pandemia.

Esses dados indicam a importância dos investimentos públicos e privados para responder à violência contra meninas e mulheres. 

Empresas e outros atores privados, têm também responsabilidades específicas nas respostas às múltiplas formas de violência contra meninas e mulheres, como aquelas que acontecem online. Chats, plataformas de vídeos, aplicativos de mensagem e redes sociais têm se tornado terreno fértil para a propagação da misoginia e do discurso de ódio contra mulheres, ataques contra jornalistas, mulheres na política e defensoras de direitos humanos, além de espaço para a violência e a exploração sexual de meninas e mulheres.

A violência com base em gênero impacta também o ambiente de negócios e a força de trabalho das empresas, sejam elas grandes ou pequenas.

A campanha no Brasil 

Em todo o mundo, os 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres abrangem o período de 25 de novembro (Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres) a 10 de dezembro (Dia Internacional dos Direitos Humanos). No Brasil, a mobilização se inicia em 20 de novembro, Dia da Consciência Negra.
Legenda: Em todo o mundo, os 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres abrangem o período de 25 de novembro (Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres) a 10 de dezembro (Dia Internacional dos Direitos Humanos). No Brasil, a mobilização se inicia em 20 de novembro, Dia da Consciência Negra.
Foto: © ONU Brasil.

Com o mote "UNA-SE: Investir para Prevenir e Responder à Violência contra Mulheres e Meninas", a campanha deste ano se centrará na importância de financiar diferentes estratégias de prevenção e de resposta para impedir a ocorrência da violência.

Por meio dos principais marcos normativos globais e plataformas de advocacy, a campanha impulsiona esforços coletivos para prevenir e responder à violência contra mulheres e meninas. Conecta-se ao debate sobre políticas de cuidados, à medida que o financiamento adequado dessas políticas contribui para a prevenção à violência. Além disso, aborda os recursos do setor privado: como o setor privado pode mobilizar-se para adotar e apoiar medidas de prevenção e de resposta?

A campanha pretende evidenciar que a violência contra mulheres e meninas não ocorre apenas no ambiente privado: dentro de casa ou no corpo (ideia de que seja apenas a violência doméstica e a violência sexual). Ela está presente em espaços públicos, no ambiente de trabalho, na política institucional, nos esportes, nos ambientes online, nos meios de comunicação, e também no contexto da promoção e defesa de direitos.

A campanha destaca, também, as formas de prevenção e eliminação das diversas formas de violência. Para tanto, além do trabalho das Nações Unidas, a campanha apresenta também iniciativas e histórias de mulheres que defendem direitos e promovem a igualdade de gênero.

A campanha "UNA-SE pelo Fim da Violência contra as Mulheres" terá três focos:

  1. Interseccionalidade e as múltiplas experiências das mulheres em um país plurirracial e multicultural. 
  2. Violência Política contra Mulheres, incluindo a violência online e desinformação de gênero e a importância do financiamento de campanha para mulheres candidatas como medida de prevenção a longo prazo da VPCM/VBG.
  3. Financiamento: foco nos gastos públicos; e nas formas de financiamento de políticas públicas que garantam direitos sociais, econômicos, culturais, entre outros. 

Ações no Brasil

A programação da campanha deste ano conta com a realização de eventos on-line e presenciais, assim como diversos conteúdos publicados nas redes sociais e sites da @ONUBrasil e instituições parceiras. 

Tendo início no Dia da Consciência Negra (20 de novembro), a campanha considera a discriminação múltipla e agravada que afeta as mulheres negras e para conferir centralidade às interseccionalidades entre gênero e raça como elemento fundamental para o enfrentamento à violência no país. 

Nesse contexto, vale ressaltar que, em 2023, o Brasil será palco de importantes debates globais sobre igualdade racial e enfrentamento ao racismo que ocorrerão no mesmo período dos 21 Dias de Ativismo, além de receber uma visita de um mecanismo de direitos humanos, vinculado ao Conselho de Direitos Humanos, sobre justiça racial e igualdade:

Assim, torna-se ainda mais fundamental considerar as dimensões de gênero e raça para a campanha, de forma a dialogar com os processos que serão conduzidos no país e com os debates públicos que estarão vigentes.

As ações pretendem  ampliar a conscientização e responsabilização de toda a sociedade e suas instâncias para a realidade da violência contra as mulheres e meninas e chamar para a ação conjunta, em um concreto engajamento. 

A cor laranja continua a ser uma ferramenta da ONU que unifica todas as atividades para chamar a atenção global para a iniciativa. A campanha instiga que pessoas e instituições possam dar mais visibilidade ao uso da cor laranja como forma de contribuir para marcar a campanha neste período.

No entanto, este ano, à luz da crise energética em diversos países e das medidas necessárias para reduzir os impactos da mudança do clima, não será feito convite para parceiros iluminarem edifícios e pontos de referência em laranja. A campanha convida instituições parceiras e apoiadoras a considerar diferentes formas de colorir o mundo de laranja, incluindo através da decoração de edifícios, do uso da cor laranja e do laranja em espaços digitais ao longo dos 21 dias.

Origem dos 16 Dias de Ativismo 

Os 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres foram criados por ativistas do Centro de Liderança Global das Mulheres em 1991. 

Desde então, mais de 6.000 organizações em 187 países participaram da campanha, alcançando 300 milhões de pessoas. Ela continua a ser coordenada, a cada ano, pelo Centro para Liderança Global de Mulheres (CWGL, na sigla em inglês) e é usada como estratégia de articulação por pessoas, instituições e organizações em todo o mundo para prevenir e eliminar a violência contra mulheres e meninas. 

Em todo o mundo, os 16 Dias de Ativismo abrangem o período de 25 de novembro (Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres) a 10 de dezembro (Dia Internacional dos Direitos Humanos). No Brasil, a mobilização se inicia em 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, para evidenciar a discriminação múltipla e agravada que afeta as mulheres negras e para conferir centralidade às interseccionalidades entre gênero e raça como elemento fundamental para o enfrentamento à violência no país.

A campanha se baseia nas determinações da Declaração e Plataforma de Ação de Pequim e se orienta rumo ao alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) até 2030, especialmente o ODS No. 5, que visa alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas. A iniciativa busca a adesão de governos, parlamento, sistema de Justiça, empresas, academia e sociedade para a prevenção e a eliminação da violência contra mulheres e meninas.

Sistema das Nações Unidas no Brasil
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