A UHE Salto Santiago está localizada entre os municípios de Rio Bonito do Iguaçu (Centro Sul Paranaense) e Saudade do Iguaçu (Sudoeste Paranaense), tem potência instalada de 1420 MW/h e é operada atualmente pela empresa Engie Brasil Energia (antiga Tractebel Energia). Anteriormente operada pela Eletrosul (Grupo Eletrobras), a usina entrou no pacote de privatizações do governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB) em 1998.
Nos períodos de chuvas excedentes, a usina não "vence" utilizar toda a água do reservatório (que possui mais de 200 quilômetros quadrados) e então, abre o vertedouro para escoamento, proporcionando um espetáculo para quem passa pela Rodovia BR 158. As dezenas de cachoeiras se formam no leito de basalto (Grupo Serra Geral) do antigo leito do rio (desviado para a construção do empreendimento). Veja algumas fotos:
Professores(as) da rede pública municipal de Rio Bonito do Iguaçu, centro-sul do Paraná, realizaram um protesto nesta segunda-feira (11) contra a decisão do prefeito da cidade, Ademir Fagundes (Gaúcho) (PRB), que cancelou o pagamento de aulas suplementares.
De acordo com o secretário de Organização do Núcleo Sindical da APP-Sindicato em Laranjeiras do Sul, Alessandro Kominecki, a medida entrou em vigor no dia 1º de maio (Dia do Trabalhador), mas o município não comunicou os(as) professores(as). Os(as) profissionais(as) continuaram trabalhando até a última sexta-feira (8), quando ficaram sabendo do ato da administração através de um jornal da cidade.
Para Kominecki, a atitude é antidemocrática, pois não houve debate nem conversa com a categoria. “O mais espantoso é a argumentação usada pelo prefeito, de que a dobra caracterizava hora extra e que, por isso, precisava cortar o salário dos professores para não ser punido pelo Ministério Público ou pelo Tribunal de Contas”.
O dirigente explica que as desculpas do chefe do Executivo não fazem sentido, pois as aulas suplementares estão previstas na legislação que institui o plano de carreira. “Diante disso, o sindicato está mobilizando a categoria e encaminhando uma ação judicial para tentar reverter essa decisão”, acrescentou.
De acordo com a professora Eliziane Damiani, que atua há 17 anos no município, os impactos dessa situação são emocionais, por não terem sido informadas, e financeiros, pois em muitos casos o salário recebido é a única renda da família.
“Tem valores que são descontados do salário dos professores por dívidas que foram assumidas contando com a renda das aulas suplementares. Agora, o professor ficará com uma renda super baixa”, comentou. Segundo Eliziane, o corte vai reduzir, em média, 45% da remuneração e atinge 57 professoras da educação infantil e do ensino fundamental I, anos iniciais.
A medida adotada pelo prefeito de Rio Bonito do Iguaçu ocorre no contexto da pandemia do novo coronavírus. Após a manifestação, realizada em frente a prefeitura da cidade, uma comissão foi recebida por gestores(as) do município, mas não houve acordo.
Segundo o secretário de Organização do Núcleo Sindical da APP-Sindicato, o prefeito afirmou que a prefeitura tem dinheiro e que “se a justiça determinar, ele vai pagar” as aulas suplementares dos(as) professores(as).
Segundo a professora Eliziane, apesar da suspensão das aulas presenciais, os(as) professores(as) continuavam trabalhando a distância, produzindo materiais e corrigindo atividades, inclusive mantendo contato com os(as) estudantes através de e-mail e mensagens de aplicativo.
Depois da reunião com a administração, os(as) professores(as) divulgaram uma nota. No texto, a categoria critica a Secretaria Municipal de Educação pela “falha da comunicação” que “manteve oculta a informação dos professores, deixando os mesmos a própria sorte”.
“Perante o ocorrido, a classe dos professores municipais de Rio Bonito do Iguaçu permanece em luta, e, buscará no meio judicial a defesa de seus interesses, pois a pandemia passa, os governantes e dirigentes passam, mas o[s professores ficam e sua honra e imagem devem ser zeladas”, conclui a nota. Leia abaixo a íntegra.
Nota oficial dos professores Municipais de Rio Bonito do Iguaçu
Em reunião ocorrida em 11/05/2020 entre os representantes da Prefeitura Municipal de Rio Bonito do Iguaçu, na pessoa do Prefeito Municipal . Procuradores jurídicos Juliane Ferrare e Ricardo Corso e a Secretaria de Educação , e os professores da rede municipal de Rio Bonito do Iguaçu representantes pelas Professoras e a representante jurídica Carleia Dario Siqueira, foi apurado o cancelamento do desempenho e pagamento da dobra de horas da rede municipal de ensino do município. Foi apontado pelo Município que trata-se de decisão jurídica, amparada pela ilegalidade do pagamento das horas (dobra) durante o período de pandemia, o qual resultaria em responsabilização aos envolvidos.
Foi pontuado a necessidade de aguardar o Município definir como ocorrerá a partir deste momento a continuidade do sistema letivo para o Município através da publicação de Decreto Municipal, o qual está em estudo e contará com a participação de representantes dos professores, visando suprir da melhor maneira possível a demanda estudantil.
Infelizmente os professores foram surpreendidos com o encerramento do pagamento da dobra sem aviso prévio, o que causa inúmeros constrangimentos e lesão à honra e a imagem dos professores do Município, pois dedicam anos de estudo, tempo, convivência e aprimoramento, tendo durante o período da pandemia auxiliado na criação da nova modalidade de escola EAD pela via pública, visando assegurar a necessidade de levar a educação.
Agora fica a lesão definitiva, ocasionada, conforme claramente apontado e informado na reunião, pela falha da comunicação da Secretaria de Educação, que já sabedora do encerramento do pagamento da dobra desde o início da pandemia no nosso país, manteve oculta a informação dos professores, deixando os mesmos a própria sorte, pois a suspensão ocorreu em 01 de maio e os professores laboraram até 08 de maio, só vindo a ter conhecimento do fato no dia 08.
Diante da gravidade da situação, e, decorrente que o Município não pode regularizar a dobra devido a ilegalidade do pagamento, não resta outra alternativa aos Professores que não seja recorrer ao sistema judiciário para defesa dos seus interesses.
Novamente a principal prejudicada é a classe dos professores, desassistida num momento tão grave que o nosso país enfrente, necessitando continuar na linha de frente para levar a educação, mas, sem ter o reconhecimento pelo tão árduo trabalho desempenhado. Perante o ocorrido, a classe dos professores municipais de Rio Bonito do Iguaçu permanece em luta, e, buscará no meio judicial a defesa de seus interesses, pois a pandemia passa, os governantes e dirigentes passam, mas os professores ficam e sua honra e imagem devem ser zeladas.