• A mensagem mais forte da pandemia seria para uma atenção redobrada à íntima e delicada relação entre as pessoas e a natureza? É o que indicam as prescrições da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre saúde e "recuperação verde". Além das discussões sobre o acesso desigual aos bens naturais, como a água, e sobre a necessidade de proteção da natureza, o documento coloca na ordem do dia a promoção da saúde por meio de urgentes transições no sistema alimentar.
quinta-feira, 16 de julho de 2020
quarta-feira, 15 de julho de 2020
Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos abre inscrições
Jornalistas, artistas do traço e repórteres fotográficos de todo o Brasil têm até o próximo dia 6 de agosto para inscrever suas produções e concorrer ao 42º Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos.
Considerado entre as mais significativas distinções jornalísticas do país, o Prêmio Vladimir Herzog tem abrangência nacional e reconhece, ano a ano, trabalhos que valorizam a Democracia e os Direitos Humanos.
A iniciativa conta com o apoio do Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio).
Jornalistas, artistas do traço e repórteres fotográficos de todo o Brasil têm até o próximo dia 6 de agosto para inscrever suas produções e concorrer ao 42º Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos.
Considerado entre as mais significativas distinções jornalísticas do país, o Prêmio Vladimir Herzog tem abrangência nacional e reconhece, ano a ano, trabalhos que valorizam a Democracia e os Direitos Humanos. A iniciativa conta com o apoio do Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio).
Para concorrer, os candidatos devem acessar o site do Prêmio, preencher a ficha cadastral e anexar sua obra publicada ou veiculada no período compreendido entre 21 de julho de 2019 a 31 de julho de 2020, inclusive. Nesta edição, serão aceitas produções jornalísticas inscritas em seis categorias:
1) Arte – ilustrações, charges, cartuns, caricaturas e quadrinhos publicados em veículos impressos ou eletrônicos
2) Fotografia – Foto ou série fotográfica publicada em veículos impressos ou eletrônicos
3) Produção jornalística em texto – Reportagens em texto publicadas em veículos impressos ou eletrônicos
4) Produção jornalística em áudio – Reportagens ou documentários em áudio
5) Produção jornalística em vídeo – Reportagens ou documentários em vídeo
6) Produção jornalística em multimídia – Reportagens multimídia publicadas na internet
O 42º Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos é promovido e organizado por uma comissão constituída pelas seguintes instituições: Federação Nacional dos Jornalistas – FENAJ; Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo; Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo; Associação Brasileira de Imprensa – ABI; Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo – ABRAJI; Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil – UNIC Rio; Coletivo Periferia em Movimento; Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo – ECA/USP; Instituto Vladimir Herzog; Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB Nacional, Ordem dos Advogados do Brasil – Secção São Paulo; Conectas Direitos Humanos; Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo e Sociedade Brasileira dos Estudos Interdisciplinares da Comunicação – Intercom.
Calendário executivo do 42º Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos:
• Regulamento e Inscrições aqui
• Período: 13 de julho a 06 de agosto de 2020
• Júri de 1ª etapa: 21 de agosto a 02 de outubro, via sistema.
• Júri de 2ª etapa e divulgação dos vencedores: 17 de outubro, sábado, em sessão pública de julgamento e transmissão ao vivo pela internet.
• Roda de Conversa com os Ganhadores: 24 de outubro, sábado, em ambiente virtual.
• Solenidade de premiação: 25 de outubro, domingo, em ambiente virtual.
Para mais informações, acessar www.premiovladimirherzog.org
terça-feira, 14 de julho de 2020
UNIC Rio lança exposição virtual sobre objetivos globais
O Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio) em colaboração com a UIA2021RIO EXPO, feira do Congresso Mundial de Arquitetos, inauguram no dia 20 de julho, às 16h, através do perfil do instagram @uia2021rioexpo, a versão virtual da exposição "Consciência".
A mostra, com obras do artista plástico peruano Ivan Ciro Palomino, promove uma reflexão sobre os desafios globais da atualidade e fará parte de uma plataforma virtual desenvolvida pelo Congresso Mundial de Arquitetos, que seria realizado este ano, mas foi adiado em função da pandemia da COVID-19.
A exposição "Consciência" será uma das primeiras mostras do ambiente virtual Exposição 360⁰, um espaço que receberá obras de artistas renomados em um ambiente gráfico onde os participantes poderão interagir como se estivessem em um jogo eletrônico.
O Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio) em colaboração com a UIA2021RIO EXPO, feira do Congresso Mundial de Arquitetos, inauguram no dia 20 de julho às 16h, através do perfil do instagram @uia2021rioexpo, a versão virtual da exposição "Consciência".
A mostra, com obras do artista plástico peruano Ivan Ciro Palomino, promove uma reflexão sobre os desafios globais da atualidade e fará parte de uma plataforma virtual desenvolvida pelo Congresso Mundial de Arquitetos, que seria realizado este ano, mas foi adiado em função da pandemia da COVID-19.
A plataforma virtual foi desenvolvida para promover debates e trazer novidades no universo da Arquitetura, Design, Urbanismo, Mobilidade, Construção, Cidades e Inovação. Uma das atrações é a Exposição 360⁰, um espaço que receberá obras de artistas renomados em um ambiente gráfico onde os participantes poderão interagir como se estivessem em um jogo eletrônico. A exposição "Consciência" será uma das primeiras mostras deste ambiente virtual.
A exposição "Consciência" ficou em cartaz no Centro Cultural Correios em 2019, durante quatro meses, e foi vista por mais de 140 mil pessoas. As ilustrações de Ciro Palomino despertam a curiosidade pelo uso provocativo de elementos do cotidiano (uma cadeira, uma mala, uma piscina) colocados em contextos de crises climática, humanitária e aumento dos fluxos migratórios, provocando reflexões sobre educação, refúgio, acesso à água e a recursos naturais.
A obra do artista está alinhada aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), metas globais que fazem parte da Agenda 2030, plano de ação adotado por todos os líderes de governos e Estados integrantes da ONU — incluindo o Brasil — para agir contra a pobreza, proteger o planeta e garantir que todas as pessoas tenham paz e prosperidade.
Consciência é a quinta exposição individual de Ciro e a quarta fora do Peru. Em 2018, Ciro realizou a exposição na sede das Nações Unidas em Nova Iorque, onde recebeu diversas premiações. "A arte permite construir caminhos de reflexão através da superação de fronteiras geográficas e culturais, utilizando o poder das mensagens visuais para conscientizar a sociedade", afirma o designer gráfico.
O Congresso Mundial de Arquitetura, que aconteceria em julho de 2020 mas foi adiado em função da pandemia, é o maior evento da categoria, realizado pela União Internacional de Arquitetos (UIA) e pelo Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB).
Serviço:
Exposição "Consciência" de Ivan Ciro Palomino no UIA2021RIO EXPO VIRTUAL
Data: 20 de julho
Horário de lançamento: 16h
Local: instagram @uia2021rioexpo
www.uia2021rioexpo.com/virtual
Obras do artista Ciro Palomino: Instagram, Facebook e Twitter.
Fonte: ONU Brasil
quinta-feira, 9 de julho de 2020
América Latina e Caribe tornam-se epicentro da pandemia; ONU sugere ações
Segundo o documento, espera-se uma contração de 9,1% no Produto Interno Bruto (PIB), que será a maior em um século. Os impactos sociais da pandemia serão sentidos de maneira aguda, com fortes aumentos do desemprego, da pobreza, da extrema pobreza e da desigualdade. Acesse aqui o relatório na íntegra e a mensagem em vídeo do secretário-geral.
A América Latina e o Caribe tornaram-se o epicentro da pandemia de COVID-19, com vários países da região registrando agora as maiores taxas de infecção per capita e o maior número absoluto de casos no mundo.
O alerta é do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, que lançou nesta quinta-feira (9) um relatório sobre os impactos da COVID-19 na região.
Segundo o documento, espera-se uma contração de 9,1% no Produto Interno Bruto (PIB), que será a maior em um século. Os impactos sociais da pandemia serão sentidos de maneira aguda, com fortes aumentos do desemprego, da pobreza, da extrema pobreza e da desigualdade.
Acesse o relatório na íntegra clicando aqui.
O desemprego aumentará de 8,1% (2019) para 13,5% (2020). Isso elevará o número de desempregados na região para mais de 44 milhões de pessoas, um aumento de mais de 18 milhões em relação ao registrado em 2019.
Prevê-se ainda que a taxa de pobreza aumente em sete pontos percentuais em 2020, para 37,2% da população – um aumento no ano de 45 milhões de pessoas (para 230 milhões no total). Além disso, a pobreza extrema deve aumentar de 4,5% a 15,5% da população, o que representa um aumento no ano de 28 milhões de pessoas (para 96 milhões no total).
O índice Gini médio regional, que mede a concentração de renda, deverá aumentar 4,7 pontos percentuais em 2020.
"Temos que fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para conter a propagação do vírus e enfrentar os efeitos da pandemia na saúde. Mas precisamos igualmente de responder aos seus impactos sociais e econômicos sem precedentes", disse António Guterres na mensagem de vídeo para o lançamento do relatório.
A pandemia está atingindo uma região que já possui profundas desigualdades, altos níveis de trabalho informal e serviços de saúde fragmentados. Apenas 34,2% das pessoas que estão entre as 10% de menor renda são cobertas por algum seguro de saúde.
O documento traz um conjunto de passos urgentes e de longo prazo para que o mundo possa se recuperar melhor. "Apela aos governos para que façam mais para reduzir a pobreza, a insegurança alimentar e a desnutrição. Isso pode passar pela atribuição de um rendimento básico de emergência ou de subvenções contra a fome", disse Guterres.
A crise afetará mais severamente as mulheres, já que elas representam mais de 60% da mão de obra nos setores de hotelaria e serviços de alimentação na região, 72,8% da força de trabalho de assistência médica e têm maior probabilidade de trabalhar em ocupações informais do que os homens.
O confinamento colocou pressões adicionais sobre as mulheres, como cuidadoras primárias, enquanto a incidência de feminicídio e outras formas de violência sexual e de gênero aumentou.
Também os povos indígenas – 60 milhões de pessoas, 10% da população da região – e os afrodescendentes – 134 milhões de pessoas, 21% – serão desproporcionalmente mais afetados. Estes grupos tendem a viver em piores condições socioeconômicas e têm acesso limitado à proteção social em comparação com restante da população, além de altos níveis de discriminação no mercado de trabalho.
Segundo o relatório, a crise exacerbará também a vulnerabilidade de migrantes e refugiados. Quando restrições à liberdade de circulação ou acesso a territórios nacionais são impostas, é importante fazê-lo de uma maneira que respeite as leis internacionais sobre os direitos humanos e o direito humanitário e dos refugiados – particularmente os princípios de não discriminação e não repulsão e as proibições de detenção arbitrária e expulsão coletiva.
Respostas e recomendações no curto prazo
No curto prazo, aponta o documento, os governos devem considerar mecanismos para fornecer às pessoas que vivem na pobreza uma renda básica de emergência. Isso poderá incluir a possibilidade de oferecer um auxílio monetário equivalente à linha de pobreza nacional. A linha de pobreza média para a região é de cerca a 140 dólares por mês.
Estima-se que o custo de financiar a renda básica de emergência por seis meses corresponda a 1,9% do PIB regional. Segundo a ONU, os governos devem considerar estender a cobertura aos trabalhadores informais que atualmente não vivem abaixo da linha da pobreza, mas carecem de proteção social necessária para lidar com os impactos da crise.
Para combater a insegurança alimentar e a desnutrição, essas medidas devem ser complementadas, quando necessário, por auxílios emergenciais contra a fome para pessoas que vivem em extrema pobreza.
A resposta multilateral imediata deve ser estendida aos países de renda média. Esse grupo, que inclui a maioria dos países da América Latina e do Caribe, enfrenta restrições estruturais, mas foi amplamente excluído da cooperação internacional na forma de assistência emergencial à liquidez, financiamento, isenções comerciais, adiamento do pagamento do serviço da dívida e assistência humanitária.
Esses instrumentos, indicou a ONU, são cruciais para combater a crescente dívida pública externa dos pequenos Estados insulares em desenvolvimento do Caribe.
Ainda segundo o relatório, devem ser apoiadas iniciativas para o alívio da dívida ou a suspensão temporária dos pagamentos da dívida e para mecanismos inovadores de financiamento, como a troca de dívida por investimentos em adaptação climática para esses pequenos Estados insulares do Caribe.
Estas iniciativas devem ser acompanhadas por um sistema tributário fortalecido e progressivo para garantir que o esforço fiscal decorra em grande parte de impostos redistributivos e ações para reduzir a evasão e a elisão fiscais. A evasão fiscal, ou sonegação fiscal, é o uso de meios ilícitos para evitar o pagamento de impostos. Já a elisão fiscal utiliza métodos legais para diminuir o peso da carga tributária.
Reconstruindo melhor e com igualdade
Na América Latina e no Caribe, reconstruir melhor significa reconstruir com igualdade, afirmou a ONU, sustentando que a igualdade ajuda a sustentar a renda e a demanda agregada.
O foco na inclusão social neutraliza o aumento da xenofobia e a estigmatização de grupos marginalizados, enquanto a igualdade impede que o poder econômico concentrado capture e distorça políticas públicas. A ONU pede ainda esforços complementares para combater a corrupção e o crime organizado, bem como e a presença efetiva, responsável e receptiva do Estado.
Os planos de recuperação da pandemia devem procurar transformar o modelo de desenvolvimento da região, fortalecendo a democracia, salvaguardando os direitos humanos e preservando a paz, de acordo com a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.
Devem ainda fortalecer a governança democrática, o Estado de Direito, a responsabilidade e a transparência em uma democracia sustentada por um pacto social para garantir legitimidade, inclusão e eficácia das políticas públicas, bem como o envolvimento das comunidades locais e da sociedade civil, incluindo organizações de mulheres e jovens.
Segundo o documento, a sustentabilidade ambiental, amparada pela Agenda 2030, deve ser a base para o relançamento da cooperação multilateral, particularmente nos países em desenvolvimento.
Desafios globais cruciais – como mudanças climáticas, mobilidade humana, pandemias ou luta contra fluxos ilícitos de capital – exigem novas formas de governança, sustenta o relatório. Segundo a ONU, a austeridade deve ser evitada, pois dificulta o investimento e o progresso tecnológico.
Políticas industriais e tecnológicas, na forma de um grande impulso para a sustentabilidade, devem ajudar a definir os países no caminho de crescimento com baixo carbono; promover empregos decentes e fazer a transição para energias renováveis; desenvolver recursos em saúde, tecnologias digitais e verdes; e reduzir a vulnerabilidade a novos choques.
Também deve-se ajudar a preservar a rica biodiversidade da região e apoiar a transição para sistemas agrícolas e florestais que sejam mais inclusivos e respeitem o direito das comunidades locais e dos povos indígenas às terras tradicionais.
A integração econômica regional é uma ferramenta importante para apoiar a diversificação produtiva, a resiliência econômica e a cooperação regional no financiamento de pesquisa, ciência e tecnologia.
Acesse o documento na íntegra clicando aqui.
Assista ao vídeo sobre o tema: https://youtu.be/OlOYR7j5VeA
Fonte: ONU Brasil
terça-feira, 7 de julho de 2020
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MPF pede afastamento de Ricardo Salles
Procuradores do Ministério Público Federal (MPF) pediram nesta segunda-feira (06) o afastamento de Ricardo Salles do posto de ministro do Meio Ambiente. Para os procuradores, Salles age com a intenção de desmontar a proteção ao meio ambiente no país, incorrendo no ato de improbidade administrativa.
Como se trata de ação de improbidade administrativa, o processo correrá na 1ª Instância da Justiça Federal, em Brasília - o caso só iria para o Supremo Tribunal Federal (STF) se fosse um processo criminal. A ação é movida por procuradores do Distrito Federal e também por integrantes da Força-Tarefa Amazônia do MPF.
Na ação, o MPF relaciona várias ações de Ricardo Salles à frente do Ministério do Meio Ambiente que favoreceriam a desestruturação da política ambiental no Brasil.
Esses atos estão agrupados em quatro categorias: desestruturação normativa (quando decisões assinadas por Salles teriam contribuído para enfraquecer o arcabouço de leis ambientais); desestruturação dos órgãos de transparência e participação (como no episódio do esvaziamento de conselhos consultivos); desestruturação orçamentária; e desestruturação fiscalizatória, que diz respeito ao desmonte de órgãos de fiscalização ambiental, como o Ibama e o ICMBio.
A ação traz ainda um pedido cautelar de afastamento de Salles, isto é, que possa ser atendido pela Justiça antes mesmo do julgamento do mérito do caso. Para os procuradores, a permanência de Salles no cargo pode trazer consequências irreparáveis para o meio ambiente.
A ação tem 126 páginas e é assinada por 12 procuradores. No texto, os profissionais pedem ainda que Salles perca os direitos políticos durante cinco anos, além de ter de ressarcir danos e pagar multa. Também pedem que ele fique proibido de celebrar contratos com o poder público.
"A permanência do requerido Ricardo de Aquinno Salles no cargo de Ministro do Meio Ambiente tem trazido, a cada dia, consequências trágicas à proteção ambiental, especialmente pelo alarmante aumento do desmatamento, sobretudo na Floresta Amazônica", escreveram os procuradores.
"Caso não haja o cautelar afastamento do requerido do cargo de Ministro do Meio Ambiente o aumento exponencial e alarmante do desmatamento da Amazônia, consequência direta do desmonte deliberado de políticas públicas voltadas à proteção do meio ambiente, pode levar a Floresta Amazônica a um ―ponto de não retorno, situação na qual a floresta não consegue mais se regenerar", diz o texto.
Fonte: Arayara
sexta-feira, 3 de julho de 2020
terça-feira, 30 de junho de 2020
OIT: impacto da pandemia no mercado de trabalho global foi mais intenso do que o previsto
O número de horas de trabalho perdidas em todo o mundo no primeiro semestre de 2020 foi significativamente maior do que o estimado inicialmente, afirmou a Organização Internacional do Trabalho (OIT) nesta terça-feira (30).
Globalmente, houve uma queda de 14% nas horas de trabalho no segundo trimestre de 2020, o equivalente à perda de 400 milhões de empregos em período integral (considerando-se uma jornada semanal de trabalho de 48 horas).
Trata-se de uma queda acentuada comparada à estimativa anterior de baixa de 10,7% (305 milhões de empregos), publicada em 27 de maio.
O número de horas de trabalho perdidas em todo o mundo no primeiro semestre de 2020 foi significativamente maior do que o estimado inicialmente, afirmou a Organização Internacional do Trabalho (OIT) nesta terça-feira (30).
Para a organização, a recuperação altamente incerta na segunda metade do ano não será suficiente para retornar aos níveis pré-pandemia, mesmo no melhor cenário. Há ainda risco de uma perda constante de empregos em larga escala, alertou.
De acordo com a quinta edição do "Monitor OIT: COVID-19 e o mundo do trabalho" (em inglês), globalmente, houve uma queda de 14% nas horas de trabalho no segundo trimestre de 2020, o equivalente à perda de 400 milhões de empregos em período integral (considerando-se uma jornada semanal de trabalho de 48 horas).
Trata-se de uma queda acentuada comparada à estimativa anterior de baixa de 10,7% (305 milhões de empregos), publicada na edição do Monitor divulgada em 27 de maio.
Os novos números refletem o agravamento da situação em muitas regiões nas últimas semanas, especialmente nas economias em desenvolvimento. Regionalmente, as perdas de horas de trabalho no segundo trimestre foram de 18,3% nas Américas, de 13,9% na Europa e Ásia Central, de 13,5% na Ásia e Pacífico, de 13,2% nos Estados árabes e de 12,1% na África.*
A maioria dos trabalhadores e das trabalhadoras do mundo (93%) ainda vive em países com algum tipo de fechamento do local de trabalho, com as Américas enfrentando as maiores restrições.
Três cenários para o segundo semestre
O novo Monitor apresenta três cenários de recuperação no segundo semestre de 2020: o de referência, o pessimista e o otimista. O estudo salienta que o resultado a longo prazo dependerá da trajetória futura da pandemia e das decisões de políticas dos governos.
O cenário de referência – que pressupõe uma recuperação da atividade econômica de acordo com as previsões atuais, tendo em vista a suspensão das restrições no local de trabalho e a recuperação do consumo e do investimento – projeta uma redução nas horas de trabalho de 4,9% (equivalente a 140 milhões de empregos em período integral), comparada ao quarto trimestre de 2019.
O cenário pessimista pressupõe uma segunda onda da pandemia e o retorno de restrições, o que atrasaria significativamente a recuperação. Como consequência, haveria uma queda nas horas de trabalho de 11,9% (340 milhões de empregos de período integral).
O cenário otimista assume que as atividades dos trabalhadores e das trabalhadoras serão retomadas rapidamente, impulsionando significativamente a demanda agregada e a criação de empregos. Com essa recuperação excepcionalmente rápida, a perda global de horas de trabalho seria de 1,2% (34 milhões de empregos em período integral).
O impacto sobre as mulheres
O Monitor também constata que as trabalhadoras foram afetadas desproporcionalmente pela pandemia, o que cria o risco de perda de alguns dos modestos progressos em igualdade de gênero das últimas décadas, e de as desigualdades de gênero relacionadas ao trabalho serem exacerbadas.
O grave impacto da COVID-19 sobre as mulheres está relacionado com uma sobrerrepresentação em alguns dos setores econômicos mais afetados pela crise, como hotelaria, alimentação, comércio e setor manufatureiro.
Globalmente, quase 510 milhões, ou 40%, de todas as mulheres empregadas trabalham nos quatro setores mais atingidos crise, em comparação com 36,6% dos homens.
As mulheres também são maioria nos setores de trabalho doméstico, de saúde e de assistência social, onde estão mais sujeitas ao risco de perder a renda, de infecção e transmissão, além de ser menos provável que elas tenham acesso à proteção social.
A distribuição desigual do trabalho de cuidado antes da pandemia também se agravou durante a crise, devido ao fechamento de escolas e serviços cuidados.
Principais desafios futuros
Embora os países tenham adotado medidas políticas com rapidez e escopo sem precedentes, o Monitor destaca alguns dos principais desafios futuros.
Entre eles, está encontrar o equilíbrio justo e o sequenciamento adequado entre as intervenções em saúde e econômicas e entre as intervenções sociais e políticas para produzir os resultados ótimos e duradouras no mercado de trabalho.
Outros desafios são implementar e manter intervenções políticas na escala necessária quando os recursos provavelmente serão cada vez mais limitados; proteger e melhorar as condições dos grupos vulneráveis, desfavorecidos e mais afetados para que os mercados de trabalho sejam mais justos e equitativos.
A OIT também cita o desafio de assegurar a solidariedade e o apoio internacional, especialmente para os países emergentes e em desenvolvimento; e de fortalecer o diálogo social e o respeito pelos direitos.
"As decisões que adotarmos agora repercutirão nos próximos anos e para além de 2030. Embora os países estejam em diferentes estágios da pandemia e muito tenha sido feito, devemos redobrar nossos esforços se quisermos sair desta crise em melhor forma do que estávamos quando ela começou", disse o diretor-geral da OIT, Guy Ryder.
"Na próxima semana, a OIT convocará uma Cúpula Mundial virtual, de alto nível, sobre a COVID-19 e o mundo do trabalho. Eu espero que governos, trabalhadores e empregadores aproveitem esta oportunidade para apresentar e ouvir ideias inovadoras, discutir lições aprendidas e elaborar planos concretos para trabalhar em conjunto na implementação de uma recuperação rica em empregos, inclusiva, justa e sustentável. Todos devemos avançar no desafio de construir um futuro do trabalho melhor", concluiu Guy Ryder.
Fonte: ONU Brasil
UNFPA: 1 em cada 4 meninas se casa antes dos 18 anos no Brasil; reverter tal situação é urgente
O Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) lança nesta terça-feira (30) relatório global sobre a Situação da População Mundial, que chama atenção para a desigualdade de gênero e as práticas nocivas contra mulheres e meninas, como a mutilação genital feminina, a preferência por filhos do sexo masculino e o casamento infantil.
Segundo o relatório, um em cada quatro meninas se casa antes dos 18 anos no Brasil, um índice de 26%. A média mundial é de 20% (uma em cada cinco). A agência da ONU afirma que ação urgente é necessária, aqui e agora, para combater esta e outras violências contra mulheres e meninas.
O Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) lança nesta terça-feira (30) relatório global sobre a Situação da População Mundial, que chama atenção para a desigualdade de gênero e as práticas nocivas contra mulheres e meninas, como a mutilação genital feminina, a preferência por filhos do sexo masculino e o casamento infantil.
Segundo o relatório, um em cada quatro meninas se casa antes dos 18 anos no Brasil, um índice de 26%. A média mundial é de 20% (uma em cada cinco). A agência da ONU afirma que ação urgente é necessária, aqui e agora, para combater esta e outras violências contra mulheres e meninas.
O índice brasileiro de casamento infantil está muito próximo da média da América Latina, que é de 25%. Juntamente com a África subsaariana e a Ásia, as três regiões lideram o número de casos de casamento infantil no mundo. Em média, de acordo com o documento, 650 milhões de meninas se casam antes dos 18 anos em todo o mundo.
Meninas, e não meninos, são as principais vítimas dos casamentos precoces. Valores patriarcais, como a necessidade de preservar a virgindade de meninas, sua capacidade de reprodução e de contribuir com o trabalho doméstico, influenciam esta realidade e são apresentadas entre as tantas razões que tornam essa prática nociva uma triste realidade no mundo todo.
O estudo ainda indica uma relação entre pobreza e acesso à educação, uma vez em que meninas com apenas o ensino primário têm duas vezes mais chances de se casar ou viver em união conjugal do que as com ensino médio ou superior.
De acordo com a representante do UNFPA no Brasil, Astrid Bant, no país, especificamente, há também uma relação entre condições socioeconômicas e desigualdade, que levam milhares de meninas a optarem por união e gravidez precoces pela ausência de outras opções na vida.
"Se ter um filho e um marido é o único objetivo com que essas meninas têm a chance de sonhar, já que não são lhe dadas outras oportunidades como estudar e ter um bom trabalho, é natural que elas sigam por esse caminho, forçadas direta ou indiretamente. É preciso garantir que as jovens tenham seus direitos assegurados, além da oportunidade de exercer seu pleno potencial", afirma.
Uma das consequências do casamento infantil é a gravidez e, consequentemente, o parto, precoce. Sem estar prontas física, emocional, intelectualmente ou mesmo financeiramente para assumirem a maternidade tão cedo, é mais provável que essas meninas e jovens morram devido a complicações na gravidez e no parto, e é mais provável que seus primeiros filhos sejam natimortos ou morram no primeiro mês de vida.
Pandemia pode agravar quadro
De acordo com o relatório, o custo para eliminar de uma vez por todas o casamento infantil em todo o mundo seria de 35 bilhões de dólares (aproximadamente 187 bilhões de reais) em dez anos.
Programas de erradicação das uniões precoces e iniciativas de empoderamento de meninas também podem ser afetados pela COVID-19. De acordo com o UNFPA, a estimativa é de que as interrupções causadas pela pandemia resultem em 13 milhões de casamentos precoces adicionais entre 2020 e 2030.
Desigualdade de gênero
O documento reforça ainda a necessidade de eliminar a discriminação de gênero de sistemas sociais, jurídicos e econômicos, que são a raiz de violações de direitos, como o casamento infantil, a mutilação genital feminina, a preferência por filhos homens e a violência baseada em gênero, que continuamente impedem as mulheres de atingir seu potencial — e, em alguns casos, levam à morte.
Clique aqui para acessar o relatório completo.
Fonte: ONU Brasil