sexta-feira, 12 de março de 2021

#SomenteUnidos: ONU lança campanha global em defesa de acesso às vacinas e importância da prevenção

Campanha #SomenteUnidos é uma iniciativa da Verificado
Campanha #SomenteUnidos é uma iniciativa da Verificado
Foto | ONU

Liderada pela Organização das Nações Unidas (ONU), a campanha #SomenteUnidos, parte da iniciativa Verificado, é lançada em 11 de março de 2021, um ano depois do início da pandemia. Com a ação, a ONU vem apoiar e difundir a urgência do acesso justo e equitativo das vacinas contra a COVID-19 para todos, além de reforçar a importância das medidas de prevenção contra a doença. O combate à pandemia do coronavírus só será bem-sucedido se todas as pessoas, de todas as nações, tiverem acesso às vacinas.

Na campanha, o público é convidado a postar nas redes sociais fotos usando máscara facial, acompanhada de um texto pedindo união. O texto sugerido é:

"Faz um ano que estamos vivendo uma pandemia mundial. Apenas quando todos tiverem acesso às vacinas isso terá fim. Até lá, precisamos nos unir e manter todas as medidas de prevenção: usar máscara, manter o distanciamento social e higienizar as mãos. #SomenteUnidos vamos sair dessa! Participe dessa campanha com a @onubrasil e #MostreSuaMascara."

"Enquanto não temos vacinas para todos, é fundamental mantermos os cuidados de prevenção", afirma Kimberly Mann, diretora do Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio), que coordena o projeto Verificado no Brasil.  "Usar a máscara, manter distanciamento social, respeitar esses limites de convivência presencial são as ferramentas que temos até que todos estejam vacinados", complementa.

Mais de 2,5 milhões de pessoas em todo o mundo morreram de COVID-19, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, mais de 270 mil pessoas já morreram da doença, e 4,32 milhões de pessoas já receberam ao menos uma dose de vacina, segundo dados do consórcio brasileiro de veículos de imprensa.

As vacinas contra a COVID-19 evitam a morte de pessoas, o surgimento de novas variantes e dão a oportunidade de retomada das economias dos países. Em todo o mundo, milhões de doses estão sendo distribuídas por meio dos esforços do COVAX, o mecanismo global de igualdade de vacinas coordenado pela ONU.

A OMS informou que inicialmente essas doses cobrirão apenas profissionais de saúde e as populações mais vulneráveis. Até o final de 2021, o COVAX pretende oferecer vacinas a quase 30% da população de cada país participante. Esse progresso é pequeno em comparação com os dez países ricos, que possuem quase 80% de todas as vacinas contra a COVID-19. Participante do COVAX, o Brasil optou por receber um volume de doses equivalente a 10% de sua população, cerca de 42,5 milhões de doses, de acordo com dados do Ministério da Saúde.

O projeto Verificado, coordenado no país pelo Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio), em nome das Nações Unidas, tem a colaboração da Purpose, uma das maiores organizações de mobilização social do mundo.

Sobre o COVAX - COVAX é o pilar de vacinas do Acelerador de Ferramentas para a COVID-19 (Acelerador ACT). Trata-se de uma colaboração global inovadora para incrementar o desenvolvimento, a produção e o acesso equitativo a testes, tratamentos e vacinas contra a COVID-19. A COVAX é co-liderada pela Coalizão para Inovações de Preparação para Epidemias (CEPI), GAVI e OMS, trabalhando em parceria com o UNICEF, Banco Mundial, fabricantes de vacinas e organizações da sociedade civil, entre outros.

Sobre o Verificado - O projeto Verificado é uma iniciativa global da ONU que tem o objetivo de combater a infodemia de desinformação em meio à pandemia, compartilhar informações que salvam vidas e orientações baseadas em fatos e histórias de solidariedade global em torno da COVID-19. O site Verificado traz uma galeria de informações verificadas e transmitidas pelas Nações Unidas. Acesse: www.compartilheverificado.com.br.

ONU Brasil

segunda-feira, 8 de março de 2021

Estudo global do PNUD propõe renda básica temporária para mulheres mais pobres



Mulheres foram mais afetadas pela pandemia da COVID-19. Aqui, elas carregam água na Nigéria
Mulheres foram mais afetadas pela pandemia da COVID-19. Aqui, elas carregam água na Nigéria
Foto | Banco Mundial

Uma renda básica temporária (TBI, na sigla em inglês) destinada a centenas de milhões de mulheres dos países em desenvolvimento poderia prevenir o aumento da pobreza e das desigualdades de gênero durante a pandemia COVID-19. Esta é a conclusão de um novo relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

As mulheres foram mais afetadas que os homens pela pandemia ao perderem renda e deixarem o mercado de trabalho em maior proporção, além de assumirem maior parcela do trabalho de cuidar de doentes e outros grupos vulneráveis. De acordo com o relatório, divulgado por ocasião do Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, uma renda básica temporária poderia dar segurança financeira no curto prazo e abrir caminho para investimentos futuros que mitigassem a desigualdade de gênero.

O TBI em grande escala proposto pelo PNUD mostra que um investimento mensal de 0,07% do PIB dos países em desenvolvimento, ou 51 bilhões de dólares (Paridade do Poder de Compra), poderia dar segurança financeira a 613 milhões de mulheres em idade ativa em situação de pobreza e aliviar as pressões econômicas enfrentadas no dia a dia.

Uma alocação orçamentária nominal para os próximos seis meses, destinada a ajudar mulheres em situação crítica, contribuiria também para dar mais controle financeiro sobre suas vidas.

"Os governos podem agir agora, redirecionando mensalmente apenas 0,07% de seu PIB diretamente às mulheres que passam por graves tensões socioeconômicas, pois uma renda básica mensal poderia garantir a sobrevivência neste momento único. Os benefícios desse investimento significativo tanto podem ajudar as mulheres e suas famílias a absorver o choque da pandemia, como também capacitá-las a tomarem decisões independentes sobre o próprio dinheiro, meios de subsistência e escolhas de vida"

 

 Achim Steiner, administrador do PNUD

O sistema de TBI que o PNUD propõe não seria uma medida de emergência do tipo "tamanho único", mas permitiria uma abordagem de escala de maneira a lançar uma ampla rede a quem se qualificasse. Por exemplo, ao elevar o limite para incluir linhas de vulnerabilidade, o sistema alcançaria 1.32 bilhão de mulheres ao custo de $134 bilhões (PPP) ou 0.18 por cento do PIB. Para expandir ainda mais, de forma a contemplar os 2 bilhões de mulheres do mundo em desenvolvimento, o custo seria de $231 bilhões (PPP) ou 0.31 por cento do PIB.

Os autores do relatório afirmam que é necessário agir com urgência para garantir que as mulheres tenham acesso a meios de proteção social, uma vez que a crise afetou as mulheres de maneira diferente em relação aos homens.

O trabalho realizado pelas mulheres em todo o mundo tende a ter remuneração mais baixa, quando é remunerado; não oferece proteção social e redes de segurança; e está predominantemente nos setores mais afetados pelos lockdowns, como os serviços de cuidado e acolhimento.

As mulheres também assumiram parcela maior do trabalho não remunerado, foram cada vez mais afastadas do mercado laboral e enfrentaram (ou ainda enfrentam) um surto de violência doméstica em confinamentos que as forçaram a permanecer inseguras dentro das próprias casas.

Além de apoiar as mulheres no acesso a suas necessidades diárias, os autores do relatório argumentam que uma renda básica especialmente para elas pode reduzir a lacuna entre homens e mulheres que vivem na pobreza, ao proporcionar independência econômica e equilíbrio no controle dos recursos econômicos dentro da família.

Estabilidade - "A desigualdade de gênero persiste por meio de rendimentos e divisões desiguais de trabalho e, embora o TBI não seja uma solução definitiva, ele ajuda as mulheres a aumentar suas opções durante esta crise", afirmou a diretora da Equipe de Gênero do PNUD, Raquel Lagunas. "O TBI proporciona um período de estabilidade econômica para que as mulheres possam organizar suas vidas de acordo com seus próprios interesses e necessidades, além de participar mais plenamente da sociedade", completou.

Milhões de mulheres atuam no setor informal ou em trabalho não remunerado, com frequência como cuidadoras de crianças e idosos. Mesmo que seus países tenham meios de proteção social, elas podem cair em brechas que as desqualificam para receber os benefícios.

Os autores do relatório enfatizam que o TBI para mulheres não é uma panaceia em si mesmo. "Projetos como esse devem estar acompanhados de uma mudança transformacional em nível institucional, para fortalecer as políticas de proteção para as mulheres", afirma o economista-chefe do PNUD, George Gray Molina.

"Muitos dos países que analisamos não têm redes de seguridade social adequadas, seguro desemprego ou transferências de renda que deem cobertura às mulheres carentes, então não estamos apenas olhando para esta medida temporária para proteger as mulheres durante a pandemia, mas estamos trabalhando com governos para estruturar investimentos de longo prazo em proteção social, independentemente da situação laboral", continua Molina, que é também chefe de Engajamento de Política Estratégica do PNUD.

A proposta de renda básica não é um substituto, mas um complemento às políticas globais já em vigor e deve ser acompanhada por medidas de longo prazo que visem a mudanças estruturais, como na legislação e no combate a normas sociais discriminatórias.

O PNUD é o líder socioeconômico do Sistema das Nações Unidas para a recuperação dos efeitos do COVID-19 na sociedade e está implementando estratégias de recuperação social e econômica em países do mundo todo. Isso inclui o trabalho de apoio aos países para introduzir novas ou estender medidas de TBI e outros projetos de proteção social. O PNUD está trabalhando com parceiros para garantir que a igualdade de gênero seja parte integrante dos esforços no combate à COVID-19.

O estudo Protecting Women's Livelihoods in Times of Pandemic: Temporary Basic Income and the Road to Gender Equality está disponível, em inglês, aqui. 

Fonte: ONU Brasil

sábado, 6 de março de 2021

FAEP e governo do Paraná lançam cartilha do Descomplica Rural


Material será disponibilizado em sindicatos rurais e entidades do setor agropecuário. Produtor também pode baixar a publicação online

A FAEP, o governo do Paraná e o Instituto Água e Terra (IAT) lançaram uma cartilha voltada a orientar produtores rurais paranaenses em relação a mudanças no processo de licenciamento ambiental trazidas pelo programa Descomplica Rural. O material foi desenvolvido por técnicos da FAEP e do IAT. Milhares de cópias da publicação serão distribuídas aos sindicatos rurais e entidades do setor agropecuário de todo o Estado. O produtor rural também pode acessar o conteúdo integral clicando aqui.

A cartilha traz um conteúdo explicativo sobre o licenciamento ambiental, definindo conceitos básicos e apresentando as modalidades de licenças que existem no modelo atual. Em seguida, há um capítulo dedicado a cada uma das cadeias produtivas cujo processo de licenciamento ambiental foi desburocratizado por meio do Descomplica Rural: aquicultura, avicultura, bovinocultura (de corte e leite) e suinocultura. Para cada uma dessas atividades, a publicação traz detalhes de exigências da legislação, de acordo com o porte dos empreendimentos. Ainda, ao longo das 84 páginas, o material traz um capítulo introdutório sobre licenciamento ambiental (modalidades e conceitos) e, no final, uma série de anexos com declarações, diretrizes e formulários de análises.

"O Descomplica Rural modernizou o processo de licenciamento ambiental em atividades que são muito importantes para a economia do Paraná. Com essa cartilha, a nossa intenção é levar informação aos técnicos das entidades do setor e também aos produtores, para que possam viabilizar seus empreendimentos respeitando as leis ambientais e com segurança jurídica", diz o presidente da FAEP, Ágide Meneguette.

Lançado em janeiro de 2020, o Descomplica Rural é um programa do governo do Paraná que tem por objetivo agilizar os processos de licenciamento ambiental no campo, com seguranças ambiental e jurídica. Para isso, o programa promoveu uma reforma nas resoluções de licenciamento ambiental, atualizando o porte e a classificação dos empreendimentos rurais. Desta forma, tem sido possível dar celeridade aos licenciamentos, induzindo o desenvolvimento sustentável e abrindo caminho para a geração de novos negócios.

Benzedeiras do Paraná: Mulheres de Fé serão destaques no Museu Paranaense

"Benzedeiras do Paraná: Mulheres de Fé"
O universo de fé e vida das benzedeiras da região centro sul do Paraná, a diversidade de suas práticas de cura e conhecimentos de plantas medicinais irão nortear grande parte das ações do MUPA no mês de março, em comemoração ao Mês da Mulher.
As atividades, realizadas em parceria com o Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade Federal do Paraná (@maeufpr), serão disponibilizadas nas redes sociais do MUPA ao longo do mês.
Confira a programação completa:
- Mesa-redonda virtual "Benzedeiras do Paraná: Mulheres de Fé"
A antropóloga Taísa Lewitzki conversa com as benzedeiras Ana Maria dos Santos (Ana Benzedeira), Agda Cavalheiro (Dona Guina) e Rosalina Gomes dos Santos (Dona Rosinha), com mediação da arqueóloga do Museu Paranaense, Claudia Parellada.
18 de março, às 19h
- Documentário "Instalações-Rituais: documentário etnográfico sobre altares de benzedeiras por onde andou São João Maria", da antropóloga Geslline Braga.
Acesse o documentário através do link na bio de 28 a 31 de março.
- Mesa-redonda virtual sobre o documentário "Instalações-Rituais"
Atividade com a antropóloga e realizadora do filme Geslline Braga e participação da professora da UFPR, Liliana Mendonça Porto. Mediação da arqueóloga do MUPA, Claudia Parellada.
31 de março, às 19 horas.
- Uma série de áudios produzidos pelas benzedeiras paranaenses, organizados pela antropóloga Taisa Lewitzki, serão publicados nas redes sociais do Museu Paranaense durante o mês de março.
Acompanhe as redes do Museu Paranaense para saber mais detalhes da programação e participe!⠀
Fotografias de Douglas Fróis / Acervo MAE-UFPR
#MuseuParanaense #BenzedeirasDoParana #MuseuEmCasa #Parana


quinta-feira, 4 de março de 2021

Live Mulher Agricultora: Desafios e Perspectivas

O Brasil parece o Titanic

PEC Emergencial: como votaram os senadores

*Aqui está a lista dos Senadores que votaram a favor do congelamento salarial dos servidores e confisco das progressões.*
_Há a possibilidade real do congelamento salarial se estender até o ano de 2036._

Mailza Gomes - PP - AC
Marcio Bittar - MDB - AC
Sérgio Petecão - PSD - AC
Fernando Collor - PROS - AL
Renan Calheiros - MDB - AL
Rodrigo Cunha - PSDB - AL
Eduardo Braga - MDB - AM
Omar Aziz - PSD - AM
Plínio Valério - PSDB - AM
Davi Alcolumbre - DEM - AP
Lucas Barreto - PSD - AP
Angelo Coronel - PSD - BA
Otto Alencar - PSD - BA
Eduardo Girão - PODEMOS - CE
Tasso Jereissati - PSDB - CE
Izalci Lucas - PSDB - DF
Marcos Do Val - PODEMOS - ES
Rose De Freitas - MDB - ES
Jorge Kajuru - CIDADANIA - GO
Luiz Do Carmo - MDB - GO
Vanderlan Cardoso - PSD - GO
Eliziane Gama - CIDADANIA - MA
Roberto Rocha - PSDB - MA
Antonio Anastasia - PSD - MG
Carlos Viana - PSD - MG
Nelsinho Trad - PSD - MS
Simone Tebet - MDB - MS
Soraya Thronicke - PSL - MS
Carlos Fávaro - PSD - MT
Jayme Campos - DEM - MT
Wellington Fagundes - PL - MT
Jader Barbalho - MDB - PA
Zequinha Marinho - PSC - PA
Daniella Ribeiro - PP - PB
Nilda Gondim - MDB - PB
Veneziano Vital Do Rêgo - MDB - PB
Fernando Bezerra Coelho - MDB - PE
Jarbas Vasconcelos - MDB - PE
Ciro Nogueira - PP - PI
Elmano Férrer - PP - PI
Marcelo Castro - MDB - PI
Alvaro Dias - PODEMOS - PR
Oriovisto Guimarães - PODEMOS - PR
Carlos Portinho - PL - RJ
Flávio Bolsonaro - REPUBLICANOS - RJ
Romário - PODEMOS - RJ
Styvenson Valentim - PODEMOS - RN
Confúcio Moura - MDB - RO
Marcos Rogério - DEM - RO
Chico Rodrigues - DEM - RR
Mecias De Jesus - REPUBLICANOS - RR
Telmário Mota - PROS - RR
Lasier Martins - PODEMOS - RS
Luis Carlos Heinze - PP - RS
Dário Berger - MDB - SC
Esperidião Amin - PP - SC
Jorginho Mello - PL - SC
Alessandro Vieira - CIDADANIA - SE
Maria Do Carmo Alves - DEM - SE
José Serra - PSDB - SP
Eduardo Gomes - MDB - TO
Irajá - PSD - TO
Kátia Abreu - PP - TO

O que é mimimi?

Charge sobre servidor público

Covid-19 em Rebouças-PR: Mais 13 novos casos em 04/03/2021

ONU: 17% de todos os alimentos disponíveis para consumo são desperdiçados

Mundo desperdiçou 17% do total de alimentos produzidos em 2019
Mundo desperdiçou 17% do total de alimentos produzidos em 2019
Foto | Tomasz Brzozowski/Pixabay

Estima-se que 931 milhões de toneladas de alimentos, ou 17% do total de alimentos disponíveis aos consumidores em 2019, foram para o lixo de residências, varejo, restaurantes e outros serviços alimentares. É o que aponta uma nova pesquisa da ONU que visa apoiar os esforços globais para reduzir pela metade o desperdício de alimentos até 2030.

O peso equivale a aproximadamente 23 milhões de caminhões de 40 toneladas totalmente carregados -  o suficiente para circundar a terra sete vezes.

O Índice de Desperdício de Alimentos 2021, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e da organização parceira WRAP, analisa as sobras alimentares que ocorrem nos pontos de venda, restaurantes e residências – considerando as partes comestíveis e não comestíveis, como ossos e conchas.

O relatório apresenta a mais abrangente coleta de dados, análise e modelagem de desperdício de alimentos até o momento e oferece uma metodologia para os países mensurarem a perda. No total, 152 unidades de observação foram identificadas em 54 países.

O relatório descobriu que em quase todos os países onde o desperdício foi mensurado, estes foram substanciais, independentemente do nível de renda. Também mostra que a maior parte tem origem nas residências, que descartam 11% do total de alimentos disponíveis na fase de consumo da cadeia de abastecimento.

Os serviços alimentares e os estabelecimentos de varejo desperdiçam 5% e 2%, respectivamente. Em nível global per capita, 121 quilos de alimentos são desperdiçados por consumidores a cada ano. Deste total, 74 quilos são descartados no ambiente doméstico. O relatório também inclui estimativas regionais e nacionais per capita.

O desperdício de alimentos tem impactos ambientais, sociais e econômicos substanciais. Por exemplo, neste momento em que a ação climática ainda está atrasada, 8%-10% das emissões globais de gases de efeito estufa estão associadas aos alimentos não consumidos - se considerarmos as perdas em toda a cadeira, inclusive antes do nível do consumidor.

"A redução do desperdício de alimentos cortaria as emissões de gases de efeito estufa, retardaria a destruição da natureza para conversão da terras e da poluição, aumentaria a disponibilidade de comida e, assim, reduziria a fome e economizaria dinheiro em um momento de recessão global", disse Inger Andersen, diretora executiva do PNUMA.

"Se quisermos levar a sério o combate à mudança climática, à perda da natureza e da biodiversidade, à poluição e ao desperdício, empresas, governos e cidadãos de todo o mundo devem fazer a sua parte para reduzir o desperdício de alimentos. A Cúpula de Sistemas Alimentares da ONU deste ano será uma oportunidade de lançar novas e ousadas ações para enfrentar o desperdício alimentar", afirmou a dirigente.

Com 690 milhões de pessoas afetadas pela fome em 2019, um número que deverá aumentar acentuadamente com a COVID-19, e três bilhões de pessoas incapazes de custear uma dieta saudável, os consumidores precisam ajudar a reduzir o desperdício em suas casas.

Os países podem aumentar a ambição climática ao incluir o desperdício de alimentos nas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs, na sigla em inglês) no âmbito do Acordo de Paris, enquanto fortalecem a segurança alimentar e reduzem os custos para as famílias. Isto também torna a prevenção de desperdício de alimentos uma área primária a ser incluída nas estratégias de recuperação da COVID-19.

Problema global - "Durante muito tempo, presumiu-se que o desperdício de alimentos em casa era um problema significativo apenas nos países desenvolvidos. Com a publicação do relatório Índice de Desperdício de Alimentos, podemos ver que as coisas não estão tão elucidadas", disse Marcus Gover, CEO do WRAP.

"Faltando apenas nove anos [para 2030], não alcançaremos a meta 3 do ODS 12 se não aumentarmos significativamente o investimento no combate ao desperdício de alimentos em casa, de forma global. Isto deve ser uma prioridade para governos, organizações internacionais, empresas e fundações filantrópicas".

A meta 12.3 do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável visa reduzir pela metade o desperdício alimentar global per capita no varejo e no nível do consumidor, bem como diminuir as perdas ao longo das cadeias de produção e fornecimento. Um dos dois indicadores para a meta é o Índice de Desperdício de Alimentos.

Um número crescente de países tem medido o desperdício de alimentos nos últimos anos. Os relatórios constatam que 14 países já possuem dados sobre o desperdício doméstico coletados de forma compatível com o Índice.

Outros 38 países têm dados sobre desperdício doméstico que, com pequenas mudanças na metodologia, cobertura geográfica ou tamanho da amostra, lhes permitiriam criar uma estimativa compatível com o ODS 12.3. Um total de 54 países tinham dados de pelo menos um dos três setores abordados pelo relatório.

As novas estimativas globais de desperdício foram geradas a partir de unidades de observação existentes e extrapolações baseadas nas estimativas observadas em outros países. Dado que 75% da população mundial vive em países com uma estimativa de desperdício observada em nível doméstico, a confiabilidade na estimativa deste setor é maior. Em contrapartida, com estimativas diretas muito inferiores no nível do varejo e dos serviços de alimentação, a confiabilidade nos números para estas áreas é menor.

Os dados sobre a divisão entre partes comestíveis e não comestíveis desperdiçadas estão disponíveis apenas em poucos países de alta renda, e mostram uma divisão de cinquenta por cinco, em média, em nível doméstico. A proporção de partes não comestíveis é uma importante lacuna de conhecimento e pode ser maior nos países de baixa renda.   

Para aproveitar o trabalho do relatório, o PNUMA lançará grupos de trabalho regionais a fim de ajudar a desenvolver as capacidades dos países para medir o desperdício de alimentos a tempo para a próxima rodada de relatórios do ODS 12.3 no final de 2022, bem como apoiá-los na criação de linhas de base nacionais para acompanhar o progresso rumo ao alcance da meta em 2030 e projetar estratégias nacionais para evitar o desperdício de alimentos. Nesta semana, o WRAP lançou a primeira Semana de Ação Nacional de Desperdício de Alimentos do Reino Unido (1-7 de março), reforçando a mensagem de que desperdiçar comida alimenta a mudança climática.

O relatório Índice de Desperdício de Alimentos 2021 está disponível no link http://bit.ly/UNEP-FWI-report

 Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) - O PNUMA é a principal voz mundial sobre o meio ambiente. Ela proporciona liderança e incentiva a parceria no cuidado com o meio ambiente, inspirando, informando e capacitando nações e povos a melhorar sua qualidade de vida sem comprometer a das gerações futuras.

WRAP - WRAP é uma ONG global sediada no Reino Unido. É uma das cinco maiores instituições de caridade voltada ao meio ambiente do Reino Unido e trabalha com governos, empresas e indivíduos para garantir que os recursos naturais sejam utilizados de forma sustentável. Fundada em 2000, a WRAP agora trabalha em todo o mundo e é parceira da Aliança Global do Prêmio Earthshot da The Royal Foundation.

Via ONU Brasil