sábado, 3 de abril de 2021

ONU Brasil destaca importância de medidas de prevenção à COVID-19 durante feriados





Máscara, distanciamento social e higienização das mãos são medidas para evitar a COVID-19
Máscara, distanciamento social e higienização das mãos são medidas para evitar a COVID-19
Foto | Adam Nieścioruk/Unsplash

Com a aproximação do feriado de Páscoa, o Sistema ONU reitera que as medidas de prevenção à COVID-19 são indispensáveis para diminuir a curva de transmissão do coronavírus e o número de hospitalizações e mortes. O Sistema ONU no Brasil está redobrando os esforços para divulgar mensagens que evitem uma escalada ainda maior da COVID-19, que já tirou a vida de mais de 310 mil brasileiras e brasileiros, com uma taxa de 149 mortes para cada 100.000 pessoas no país.

Usar corretamente a máscara, higienizar frequentemente as mãos, manter a distância mínima de 2 metros de outras pessoas e privilegiar espaços abertos quando for preciso sair de casa são ações que estão ao alcance de todas e todos e podem salvar vidas. Além disso, quem puder deve ficar em casa. É o lugar mais seguro para evitar o contágio da doença.

Assim que a vacina estiver disponível para cada grupo prioritário, todas as pessoas devem se vacinar, seguindo as recomendações das autoridades locais de saúde. Até que haja vacinas para todas e todos, a redução do contágio deve ser nossa prioridade.

"As agências, fundos, programas e entidades das Nações Unidas no Brasil seguirão apoiando o país para que, com união e compromisso, possamos superar esta crise. Apelamos para que todas e todos se protejam neste momento em que precisamos interromper o crescimento do número de casos e de mortes. Ao cuidar de nós mesmos, estamos cuidando de todas e todos e contribuindo para diminuir a circulação do vírus", afirma Marlova Jovchelovitch Noleto, Coordenadora Residente interina do Sistema ONU no Brasil.

Fonte: ONU Brasil

ONU Mulheres, Cepal e Fundação Friedrich Ebert lançam relatório sobre gênero, mudanças climáticas e sustentabilidade


Mulheres afrodescendentes e de grupos étnicos minoritários (indígenas, quilombolas) são as mais impactadas pelos efeitos da mudança climática
Mulheres afrodescendentes e de grupos étnicos minoritários (indígenas, quilombolas) são as mais impactadas pelos efeitos da mudança climática
Foto | Giorgia Prates/Brasil de Fato, Paraná

A inação frente à emergência climática tem impactado desproporcionalmente mulheres, meninas e corpos feminizados. São elas as mais afetadas pelas mudanças climáticas e a discriminação que ainda sofrem em nível socioeconômico intensifica as consequências do aquecimento global sobre sua alimentação, casa e meios de vida. É neste sentido que ONU Mulheres Brasil, o escritório no Brasil da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) e a representação no Brasil da Fundação Friedrich Ebert (FES) lançam o relatório "A dimensão de gênero no Big Push para a Sustentabilidade no Brasil: as mulheres no contexto da transformação social e ecológica da economia brasileira" nesta terça-feira (30/3). O evento será transmitido ao vivo a partir das 14h pelo YouTube da ONU Mulheres Brasil.

A transmissão terá um formato de bate-papo e pretende contribuir para um debate sobre políticas e medidas ligadas ao enfrentamento da mudança do clima, do ponto de vista da mitigação e da adaptação, que contribuam para alcançar a igualdade de gênero, com foco na divisão sexual do trabalho e na organização social do cuidado no Brasil. A discussão também abordará a perspectiva da interseccionalidade, destacando a importância de trazer as dimensões de raça e etnia e a diversidade das mulheres (negras, indígenas, quilombolas, periféricas) para o centro desta discussão.

O evento é aberto ao público, voltado principalmente para mulheres e homens jovens, com foco nas juventudes da periferia, afrodescendentes, grupos étnicos minoritários (indígenas, quilombolas, LGTBQI+). Este é o público que será mais impactado pelos efeitos da mudança climática infrene e também o grupo que poderá mais se beneficiar de políticas para a promoção de investimentos com sustentabilidade e igualdade.

Além das pesquisadoras e autoras do relatório, Margarita Olivera (Universidade Federal do Rio de Janeiro/UFRJ) e Maria Gabriela Podcameni (Instituto Federal do Rio de Janeiro), o evento contará com as presenças da cofundadora da Rede Brasileira de Mulheres na Energia Solar, Natália Chaves, da Oficial de Assuntos Econômicos da CEPAL-Brasil, Camila Gramkow, da ativista ambiental e representante do EngajaMundo, Darlly Tupinambá, e da jovem indígena da etnia Baré Rayanne Máximo. O evento terá a moderação da cientista social e youtuber Nátaly Nery. A programação inclui ainda depoimentos da diretora regional da ONU Mulheres para as Américas e Caribe, Maria-Noel Vaeza,.

O relatório traz a dimensão de gênero no contexto dos investimentos transformadores para a igualdade no âmbito da abordagem do Big Push (Grande Impulso) para a sustentabilidade. Ao mesmo tempo, o documento oferece subsídios para a formulação de políticas que promovam oportunidades de emprego e renda para as mulheres, consideradas na sua diversidade, e de melhoria da disponibilidade e da qualidade de serviços de cuidado, liberando o tempo delas e contribuindo para sua autonomia econômica.

O documento tem como co-autoras as pesquisadoras Maria Cecília Lustosa, da UFRJ e da Rede de Pesquisa em Sistemas Produtivos e Inovativos Locais do Instituto de Economia (Redesist/UFRJ), e Letícia Graça, do Núcleo de Estudos e Pesquisas de Economia e Feminismos do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (NuEFem/IE/UFRJ).

"É preciso superar os desafios estruturais que envolvem as emergências climáticas, em que as mulheres são as mais afetadas nos seus mais diversos contextos e realidades, principalmente as indígenas, agricultoras, quilombolas e ribeirinhas. Nesse sentido, é muito oportuno a soma de esforços para construir uma nova perspectiva de desenvolvimento, onde no centro estejam a igualdade de gênero e a sustentabilidade", ressaltou Anastasia Divinskaya, representante da ONU Mulheres no Brasil.

Geração Igualdade – O evento se insere no marco do Fórum Geração Igualdade, realizado pela ONU Mulheres na Cidade do México entre 29 e 31 de março. O Fórum contempla uma série de encontros que permitirão enfrentar os obstáculos estruturais e sistêmicos que impedem alcançar uma verdadeira igualdade de gênero e a garantia do exercício dos direitos humanos de mulheres e meninas em nível internacional. Esse Fórum representa uma oportunidade histórica para promover a plena implementação da Plataforma de Ação de Pequim no âmbito das comemorações do 25º aniversário, além de estar alinhado com a política externa feminista promovida pelo governo do México.

Assista ao evento aqui.

A íntegra do relatório está disponível aqui.

Fonte: ONU Brasil

Irati-PR amanhece com bonecos de Judas no Sábado de Aleluia

A tradição centenária de malhar Judas foi mais uma vez relembrada na cidade de Irati, no sudeste do Paraná, tenso Bolsonaro como principal personagem.

Aproveitando-se desta tradição, o protesto silencioso ocorreu em diversos pontos da cidade, com uma faixa verde e amarela que lembra a faixa presidencial e a inscrição "Genocida". 

Em outras cidades do Brasil foram registradas manifestações semelhantes, incluindo também Bolsonaro como personagem principal, conforme reportagem da Revista Fórum.

Um veículo de imprensa do Paraná, o Blog do Esmael abriu uma enquete: quem é o Judas do Brasil? Até a publicação desse texto (20:00), Bolsonaro liderava com 61%, seguido do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro, com 19,5%.

O Brasil vive o pior momento da pandemia da covid-19, com mais de 300 mil mortos desde o começo e média móvel superior a 3 mil mortes diárias. A população sente os grandes impactos econômicos, o sistema de saúde entrando em colapso, a pobreza aumentando e a falta de insumos médicos já é uma realidade em muitos hospitais. Ao mesmo tempo, o Presidente da República, que deveria dar exemplo, recentemente tirou férias e viajou para o litoral catarinense, fazendo aglomerações sem máscara na praia. Bolsonaro também, em vários momentos desdenhou da pandemia, tecendo críticas inclusive às vacinas.

Veja algumas imagens:













PARANÁ: Viaturas da ROTAM terão nova plotagem

 


Nova plotagem foi apresentada ao Comandante-Geral da PMPR


A nova plotagem das viaturas da Rondas Ostensivas Tático Móvel (ROTAM) foi apresentada ao Comandante-Geral da PMPR, coronel Hudson Leôncio Teixeira, na tarde desta quinta-feira (01/04) no Quartel do Comando-Geral em Curitiba. A alteração será publicada em Boletim Interno e cada unidade poderá fazer as mudanças. A partir de agora, as caminhonetes passarão a ser na cor cinza com as escritas e o brasão na cor preta.


De acordo com o coronel Hudson esse era um anseio dos policiais militares da ROTAM e a mudança cria uma nova identidade visual para está modalidade de policiamento. “Essa repaginada foi feita dentro de todas as normas técnicas e operacionais com o intuito de manter a característica da Polícia Militar, mas deixar uma viatura, que técnica e taticamente, seja mais aplicável a atividade de ROTAM”, explicou o coronel Hudson.

 

A viatura apresentada ao Comandante-Geral é da ROTAM do 12º Batalhão de Polícia Militar (12º BPM), responsável pelo policiamento da região central de Curitiba, e é comandada pelo tenente Daniel Gonçalves Conde. “Essa nova plotagem vai nos favorecer na furtividade, que é essencial para a atividade operacional dos Pelotões especializados de ROTAM, além de ser um ganho que vamos poder compensar em benefício e na de produtividade”, disse.

 

Ainda segundo o tenente Conde, a mudança eleva a moral da tropa. “Ter uma identidade visual, algo que represente os pelotões ROTAM, acrescenta na performance desses policiais militares que atuam em todo o estado”, complementou.


Fonte: Polícia Militar do Paraná

Lula tomou a segunda dose da vacina contra a Covid-19 hoje em São Bernardo do Campo-SP

O ex-presidente Lula (PT) tomou hoje, dia 03/04/2021 a segunda dose da vacina contra a Covid-19 em São Bernardo do Campo-SP. Lula tomou a vacina Coronavac, produzida pelo laboratório chinês Sinovac junto com o Butantan (órgão vinculado ao Governo de São Paulo).

                   Foto: Divulgação Twitter




sexta-feira, 2 de abril de 2021

Polícia Civil do Paraná divulga novas datas para provas do concurso público

A Polícia Civil do Paraná (PCPR) divulgou nesta quinta-feira (25) a nova data da prova do Concurso Público 2020, marcada para o dia 3 de outubro deste ano. A novidade foi definida durante reunião entre a Comissão do Concurso da PCPR e a Banca Examinadora da Universidade Federal do Paraná (UFPR).



A data foi escolhida com base na perspectiva de melhora no quadro epidemiológico no Brasil para os próximos meses, levando em conta a segurança dos inscritos durante a realização do concurso. 

No dia 3 de outubro serão aplicadas as provas objetivas para os cargos de investigador, papiloscopista e delegado. Já as provas de conhecimento específico para as vagas de delegado de polícia, serão realizadas no dia 12 de dezembro de 2021.    

Ao todo, são mais de 100 mil inscritos concorrendo a 400 vagas, sendo que 50 serão para delegados, 300 para investigadores e outras 50 para papiloscopistas.  

LOCAIS – Ainda diante da situação da pandemia da Covid-19, e pensando na segurança dos candidatos, a aplicação das provas está prevista para que não aconteça em um local centralizado, mas sim em várias cidades do Paraná. 

Essa logística será anunciada em breve, por meio de um edital publicado pelo Núcleo de Concursos da UFPR. Outras informações podem ser obtidas através da página oficial do concurso, em http://portal.nc.ufpr.br/PortalNC/Concurso?concurso=PCPR2020. 

Polícia Ambiental aplica mais de R$ 70 mi em multas após denúncia de desmatamento em Prudentópolis (PR)

Policiais militares do Batalhão de Polícia Ambiental-Força Verde (BPAmb-FV) aplicaram mais de R$ 70 mil em multas e embargaram área de desmatamento após denúncia. A ação policial aconteceu na quinta-feira (1º/04) na cidade de Prudentópolis, no Centro Sul do estado.




 

De acordo com as informações repassadas pela unidade, a equipe policial recebeu uma denúncia de destruição de vegetação nativa através do Disque Denúncia 181. No local, os policiais constataram o desmatamento e aplicaram duas multas, uma por danificar floresta em Área de Preservação Permanente (APP) e outra por destruir floresta fora de APP.

 

Ao todo R$ 70.500,00 em multas foram aplicados e as áreas autuadas foram embargadas.




Fonte: Polícia Militar do Paraná

Entrevista de Lula a Reinaldo Azevedo 01/04/2021

 

Dicas de Filmes sobre a Ditadura Militar no Brasil

Em decorrência dos 57 anos do golpe militar no Brasil, disponibilizamos alguns filmes que podem ser acessados gratuitamente pelos cinéfilos e cinéfilas que se interessam pelo tema.

"O dia que durou 21 anos" (Documentário)      

"Cidadão Boilesen" (Documentário)

"Dossiê Jango" (Documentário)

"Jango" (Documentário)

"Marighella" (Documentário)

"Vlado"(Documentário)

"Hércules 56" (Documentário)

"O relato de uma tortura" (documentário)

"Pra frente Brasil" (ficção)


Cine Cultura Liberty Mall
Whatsapp: (61) 3326-1399

Debate Virtual: “Palestina ocupada: um modelo de apartheid a ser imposto à humanidade"

*📢 Debate Virtual: "Palestina ocupada: um modelo de apartheid a ser imposto à humanidade", por Ualid Rabah*

*Quando?* Domingo, 04/04
*Horário:* 18h 

Neste domingo (04/04), às 18h, o debate virtual promovido pelo *Jornal Rumo à Vitória da Frente Patriótica Luiz Carlos Prestes - FPLCP, receberá Ualid Rabah, presidente da FEPAL - Federação Árabe Palestina do Brasil*. Filho de imigrantes palestinos, Ualid nasceu em Toledo-PR e participou ativamente do movimento estudantil e sindical. É formado em Direito pela UEM, foi bancário, trabalhou na construção civil e como jornalista em diversos jornais e TVs. Foi dono de uma editora, de um jornal semanal chamado Correio Metropolitano e do Instituto Paranaense de Opinião, Pesquisa e Mercado. Durante 8 anos ocupou a cadeira Árabe no Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial.


28 de Março de 1974 (por Paulo Coelho)

Texto de Paulo Coelho


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28 de maio de 1974: 
Um grupo de homens armados invade meu apartamento. Começam a revirar gavetas e armários – não sei o que estão procurando, sou apenas um compositor de rock. Um deles, mais gentil, pede que os acompanhe "apenas para esclarecer algumas coisas". O vizinho vê tudo aquilo e avisa minha família, que entra em desespero. Todo mundo sabia o que o Brasil vivia naquele momento, mesmo que nada fosse publicado nos jornais.

Sou levado para o DOPS (Departamento de Ordem Política e Social), fichado e fotografado. Pergunto o que fiz, ele diz que ali quem pergunta são eles. Um tenente me faz umas perguntas tolas, e me deixa ir embora. Oficialmente já não sou mais preso: o governo não é mais responsável por mim. Quando saio, o homem que me levara ao DOPS sugere que tomemos um café juntos. Em seguida, escolhe um táxi e abre gentilmente a porta. Entro e peço para que vá até a casa de meus pais – espero que não saibam o que aconteceu.

No caminho, o táxi é fechado por dois carros; de dentro de um deles sai um homem com uma arma na mão e me puxa para fora. Caio no chão, sinto o cano da arma na minha nuca. Olho um hotel diante de mim e penso: "não posso morrer tão cedo." Entro em uma espécie de catatonia: não sinto medo, não sinto nada. Conheço as histórias de outros amigos que desapareceram; sou um desaparecido, e minha última visão será a de um hotel. Ele me levanta, me coloca no chão do seu carro, e pede que eu coloque um capuz.

O carro roda por talvez meia hora. Devem estar escolhendo um lugar para me executarem – mas continuo sem sentir nada, estou conformado com meu destino. O carro para. Sou retirado e espancado enquanto ando por aquilo que parece ser um corredor. Grito, mas sei que ninguém está ouvindo, porque eles também estão gritando. Terrorista, dizem. Merece morrer. Está lutando contra seu país. Vai morrer devagar, mas antes vai sofrer muito. Paradoxalmente, meu instinto de sobrevivência começa a retornar aos poucos.

Sou levado para a sala de torturas, com uma soleira. Tropeço na soleira porque não consigo ver nada: peço que não me empurrem, mas recebo um soco pelas costas e caio. Mandam que tire a roupa. Começa o interrogatório com perguntas que não sei responder. Pedem para que delate gente de quem nunca ouvi falar. Dizem que não quero cooperar, jogam água no chão e colocam algo no meus pés, e posso ver por debaixo do capuz que é uma máquina com eletrodos que são fixados nos meus genitais.

Entendo que, além das pancadas que não sei de onde vêm (e portanto não posso nem sequer contrair o corpo para amortecer o impacto), vou começar a levar choques. Eu digo que não precisam fazer isso, confesso o que quiser, assino onde mandarem. Mas eles não se contentam. Então, desesperado, começo a arranhar minha pele, tirar pedaços de mim mesmo. Os torturadores devem ter se assustado quando me veem coberto de sangue; pouco depois me deixam em paz. Dizem que posso tirar o capuz quando escutar a porta bater. Tiro o capuz e vejo que estou em uma sala a prova de som, com marcas de tiros nas paredes. Por isso a soleira.

No dia seguinte, outra sessão de tortura, com as mesmas perguntas. Repito que assino o que desejarem, confesso o que quiserem, apenas me digam o que devo confessar. Eles ignoram meus pedidos. Depois de não sei quanto tempo e quantas sessões (o tempo no inferno não se conta em horas), batem na porta e pedem para que coloque o capuz. O sujeito me pega pelo braço e diz, constrangido: não é minha culpa. Sou levado para uma sala pequena, toda pintada de negro, com um ar-condicionado fortíssimo. Apagam a luz. Só escuridão, frio, e uma sirene que toca sem parar. Começo a enlouquecer, a ter visões de cavalos. Bato na porta da "geladeira" (descobri mais tarde que esse era o nome), mas ninguém abre. Desmaio. Acordo e desmaio várias vezes, e em uma delas penso: melhor apanhar do que ficar aqui dentro.

Quando acordo estou de novo na sala. Luz sempre acesa, sem poder contar dias e noites. Fico ali o que parece uma eternidade. Anos depois, minha irmã me conta que meus pais não dormiam mais; minha mãe chorava o tempo todo, meu pai se trancou em um mutismo e não falava.

Já não sou mais interrogado. Prisão solitária. Um belo dia, alguém joga minhas roupas no chão e pede que eu me vista. Me visto e coloco o capuz. Sou levado até um carro e posto na mala. Giram por um tempo que parece infinito, até que param – vou morrer agora? Mandam-me tirar o capuz e sair da mala. Estou em uma praça com crianças, não sei em que parte do Rio.

Vou para a casa de meus pais. Minha mãe envelheceu, meu pai diz que não devo mais sair na rua. Procuro os amigos, procuro o cantor, e ninguém responde ao meus telefonemas. Estou só: se fui preso devo ter alguma culpa, devem pensar. É arriscado ser visto ao lado de um preso. Saí da prisão mas ela me acompanha. A redenção vem quando duas pessoas que sequer eram próximas de mim me oferecem emprego. Meus pais nunca se recuperaram.

Decadas depois, os arquivos da ditadura são abertos e meu biógrafo consegue todo o material. Pergunto por que fui preso: uma denúncia, ele diz. Quer saber quem o denunciou? Não quero. Não vai mudar o passado.

E são essas décadas de chumbo que o Presidente Jair Bolsonaro – depois de mencionar no Congresso um dos piores torturadores como seu ídolo – quer festejar nesse dia 31 de março.

PAULO COELHO

quinta-feira, 1 de abril de 2021

Hoje tem Lula no programa do Reinaldo Azevedo

*Lula no programa de Reinaldo Azevedo no dia primeiro.* Se todos que puderem assistir e acompanhar ao vivo das 18h às 19h20, e se esse número batesse 1 milhão, as estruturas da mídia brasileira tremeriam e um recado muito forte seria dado para todas as instituições, os políticos iam olhar com espanto e isso seria um tiro no coração de todos os golpistas, principalmente no corrupto genocida presidente. 
Temos que viralizar e fazer o máximo de pessoas acompanharem essa entrevista ao vivo, a Band mesmo sentirá sua audiência bater um recorde nunca alcançado. Hora da esquerda mostrar força. Se não dá pra ir às ruas, temos que ocupar o programa e mostrar que estamos bem vivos e fortes.