Foto: © ABDE/Filipe Cardoso
A Organização das Nações Unidas e a Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE) assinaram, no último dia 10 de novembro, um memorando de entendimento para acelerar o financiamento para o desenvolvimento sustentável no Brasil.
A ABDE reúne instituições financeiras de desenvolvimento espalhadas por todo o país, inclusive bancos públicos federais, bancos de desenvolvimento estaduais, bancos cooperativos, além de outros bancos com carteira de desenvolvimento e agências de fomento. Essas instituições compõem o Sistema Nacional de Fomento e desempenham um papel crucial na promoção do desenvolvimento.
Durante a cerimônia de assinatura do memorando, realizada na sede da ABDE, em Brasília, a coordenadora residente da ONU no Brasil, Silvia Rucks, destacou a Agenda 2030, a Agenda de Ação de Adis Abeba e o Acordo de Paris como um tripé de sustentabilidade, que deve guiar a tomada de decisão e ajudar as instituições financeiras a canalizar os investimentos para que contribuam ao desenvolvimento sustentável.
"As instituições financeiras de desenvolvimento têm um papel fundamental a desempenhar de modo a ampliar e dirigir o financiamento de investimentos e ativos. Com isso, devem ajudar a dar forma às políticas e normas necessárias para a transição a vias de desenvolvimento sustentável, resilientes à mudança do clima e com baixas emissões de carbono, em nível mundial", afirmou Rucks.
O presidente da Associação, Sergio Gusmão Sochodolski, destacou que a força e a capilaridade da ABDE estão a serviço do "desejo de unir esforços com as nações Unidas, promovendo as agendas globais negociadas, que são compromissos dos quais o Brasil faz parte. As três agendas nasceram em 20215 e o componente da ação local é essencial para sua implementação em escala global". Ele também reafirmou "a satisfação de poder trocar experiências e conhecimentos e mobilizar recursos técnicos e financeiros para a promoção dessas agendas".
Silvia Rucks ressaltou ainda os impactos da pandemia no desenvolvimento: "A COVID-19 reduziu drasticamente o progresso nos ODS nos últimos anos e afetou todos os aspectos do financiamento para o desenvolvimento. A economia global experimenta a pior recessão em 90 anos, e os segmentos vulneráveis da sociedade foram afetados de forma desproporcional".
Segundo ela, a resposta a essa crise tem se dado de forma desigual entre e dentro dos países. "Para muitos, o impacto da pandemia ainda é devastador". E prosseguiu: "O alinhamento do sistema financeiro com os objetivos da Agenda 2030 e do Acordo de Paris é, portanto, crucial".
Memorando - O memorando de entendimento foi uma iniciativa da ABDE, que buscou o apoio das Nações Unidas para a elaboração e implementação de seu Plano Nacional de Financiamento para o Desenvolvimento Sustentável. De acordo com Sochodolski, o plano será lançado em março de 2022 "para impulsionar a contribuição do Sistema Nacional de Fomento aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável".
Foi estabelecido um grupo de interlocutores composto por representantes do Banco Mundial, FMI, CEPAL, PNUD e FIDA, com facilitação substantiva do Escritório da Coordenadora Residente.
Participaram da cerimônia de oficialização da parceria a representante residente do PNUD, Katyna Argueta, e o diretor do FIDA no Brasil, Claus Reiner.
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