A Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR) divulgou que, em 2023, os novos investimentos gerados pelo setor poderão ultrapassar R$ 50 bilhões. Além disso, a instituição prevê também que a fonte solar fotovoltaica deverá gerar mais de 300 mil novos empregos, em todas as regiões do país.
Para Rodrigo Sauaia, CEO da ABSOLAR, a energia solar ajuda a alavancar o desenvolvimento social, econômico e ambiental, com geração de emprego e renda, atração de investimentos, diversificação da matriz elétrica e benefícios sistêmicos para todos os cidadãos.
"O Brasil tem tudo a ganhar com esta fonte e está avançando para se tornar uma grande liderança mundial no setor, cada vez mais estratégico no mundo", afirma Sauaia.
Capacidade de produção
A ABSOLAR prevê ainda o acréscimo de mais de 10 gigawatts (GW) de potência instalada em 2023, chegando a um total acumulado de mais 34 GW. Este valor equivale a quase duas e meia usinas de Itaipu, o que representa um crescimento de mais de 52% sobre a potência solar atual do País.
Dos 34 GW totais, 21,6 GW serão gerados por pequenos e médios sistemas instalados pelos consumidores nas residências, pequenos negócios, propriedades rurais e prédios públicos. Já os 12,4 GW restantes serão provenientes de grandes usinas solares, segundo ABSOLAR.
"As projeções foram feitas com base em um cenário conservador. Portanto, foram levados em consideração fatores macroeconômicos, como câmbio e inflação, as mudanças de governos federal e estaduais, os efeitos das políticas energéticas, entre outros", destacou Sauaia.
Transição energética
Este aumento de investimento em energia solar seria um sinal da transição energética? Para a vice-presidente de geração distribuída da ABSOLAR, Bárbara Rubim, a energia renovável é o passo para a transição e é a única solução para termos energia limpa e barata.
"Investimentos privados vão trazer a redução de mais de 5% da conta de uso de todos os brasileiros até 2031 e isso significa ter uma matriz que promova de fato a democratização do acesso à energia elétrica. Contudo, mais importante do que isso é a mudança no modelo mental que temos hoje", informou Bárbara.
Um acontecimento de 2022 também deve influenciar neste crescimento: a Comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado aprovou o projeto do marco regulatório para a exploração de energia — seja eólica, solar ou das marés — em alto-mar, lagoas e espelhos d'água no Brasil. De acordo com o Senado, o PL 576/2021 regulamenta a autorização para aproveitamento do potencial energético offshore, ou seja, instalado no mar. A proposta aprovada estabelece a concessão do direito de uso de bens da União para geração de energia ou a outorga mediante autorização.
Fontes
Rodrigo Sauaia é CEO da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR)
Bárbara Rubim é vice-presidente de geração distribuída da ABSOLAR
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