Freitas recebeu 57.880 votos. Para ele, "uma resposta de afirmação da democracia. Uma resposta do povo paranaense e do valor que tem a representação de pessoas da periferia e de pessoas negras, já que a tentativa de cassação do meu mandato na Câmara de Vereadores de Curitiba não tinha razão jurídica, considerando que o próprio STF reconheceu, reformou e anulou a decisão", afirma.Nascido em Sorocaba, interior de São Paulo, Freitas é pai de Aurora, de três anos, que considera a coroação do processo de renascimento. Se mudou para o Paraná ainda criança, onde viveu em Piraquara, Almirante Tamandaré, Pinhais e Colombo, todos municípios da Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Perdeu o pai quando tinha 15 anos e morava com a mãe, imigrante nordestina, uma irmã e o irmão, que acabou assassinado enquanto trabalhava. "A morte imperou sobre mim. Álcool, violência, desalento e tristeza sem fim", contou em um vídeo onde narra a trajetória de menino pobre da periferia, que trabalhava como empacotador de supermercado no contra turno do ensino médio e que, apesar de um contexto desfavorável, virou a mesa e mais tarde, fez faculdade de Ciências Sociais e graduação e mestrado em Direito pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Estudou criminologia e a política do encarceramento, o que o fez entender um pouco do que faz das cadeias brasileiras lugares cheios de pessoas negras e pobres. Tema que ele, aliás, pretende defender na Assembleia Legislativa: a segurança pública com foco no ser humano.Renato Freitas foi advogado popular, servidor da Defensoria Pública, e presidente da Associação dos Servidores da instituição. Além disso, formou o chamado Núcleo Periférico para lutar por causas como a regularização, o direito à moradia e ao saneamento básico. Se filiou ao PT e logo se tornou candidato. "Dessa forma, tive voz política, contra tudo e contra todos", destaca. Na Assembleia Legislativa, pretende conduzir o mandato também a partir de outros dois eixos principais, além da segurança: moradia e educação. "Nós acreditamos que precisamos de uma reforma agrária e urbana não só no nosso estado, mas no país. Como integrante do Movimento Negro e de movimentos das periferias, sabemos que a política de segurança pública tem um caráter letal, violento e genocida e que, ao invés de defender a vida e a liberdade dos indivíduos, gera mortes, pouca investigação e normalmente retira a liberdade de pessoas das quais não deveria. Por fim, na educação vamos lutar contra o sucateamento da educação pública, contra o processo de privatização do ensino e por mais concursos públicos para professores e professoras", conclui.
Fonte: ALEP
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