A demanda por commodities e minerais essenciais para a transição energética foi responsável por 23% dos valores dos projetos nos últimos dois anos, em comparação com menos de 10% em outras regiões em desenvolvimento.
Os dados foram revelados pelo Relatório Mundial de Investimentos publicado nesta quinta-feira (20) pela ONU Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD).
O relatório da UNCTAD também mostra que o investimento estrangeiro direto na região permaneceu estável em 2023, totalizando US$ 193 bilhões.
O investimento estrangeiro direto (IED) na América Latina e no Caribe permaneceu estável em 2023, totalizando US$ 193 bilhões, de acordo com o Relatório Mundial de Investimentos publicado em 20 de junho pela ONU Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD).
O IED 'greenfield', em que uma empresa estabelece novas operações no exterior, registrou um aumento nos valores de anúncios na região – impulsionado por grandes projetos no Brasil e no Chile.
Com o crescimento da demanda global, as commodities e os minerais essenciais para as tecnologias de energia limpa foram o principal setor, respondendo por 23% do valor dos projetos greenfield da região nos últimos dois anos. Essa participação é mais de duas vezes maior do que em outras regiões em desenvolvimento.
O investimento em energia renovável também foi proeminente, com quatro dos dez principais projetos anunciados (por valor) relacionados à produção de hidrogênio verde ou amônia verde.
Em 2023, a América Latina e o Caribe atraíram 19 megaprojetos avaliados em mais de US$ 1 bilhão cada, sendo que 17 deles foram realizados por investidores de fora da região.
Por estoque de IED, os Estados Unidos, a Espanha, o Reino dos Países Baixos e Luxemburgo foram os principais investidores.
Tendências por setor e indústria
Assim como em outras regiões, o número e o valor das transações internacionais de financiamento de projetos - que são cruciais para canalizar investimentos em infraestrutura e serviços públicos - na América Latina e no Caribe diminuíram 30% e 23%, respectivamente.
O setor de energia renovável foi o mais atingido, com 40% menos negócios e US$ 16 bilhões a menos em valor em comparação com 2022.
As fusões e aquisições internacionais, que normalmente representam uma parcela menor do IED na região, viram seu valor geral cair 26%, para US$ 11 bilhões. Os setores de tecnologia da informação e comunicação e produtos químicos registraram a maior redução nas transações, enquanto houve um aumento no setor de metais básicos e produtos de metal.
Os países da região registraram resultados variados
Na América do Sul, os investimentos estrangeiros caíram 2%, chegando a US$ 143 bilhões. Os fluxos acelerados para a Argentina, o Chile e a Guiana compensaram os valores mais baixos no Brasil e no Peru, com o Brasil permanecendo como o maior receptor de IED nessa sub-região.
Na América Central, o México foi responsável pela maior parte do investimento estrangeiro, apresentando números estáveis apesar dos valores mais baixos dos projetos.
No Caribe (excluindo os centros financeiros offshore), o IED geral aumentou em 6%, com a maioria dos países apresentando crescimento. A República Dominicana registrou um aumento de 7% nos fluxos de entrada em relação ao ano anterior.
Nos últimos cinco anos, os investimentos estrangeiros se expandiram nos principais grupos econômicos da região, com os fluxos para a Comunidade do Caribe triplicando em relação a 2018.
Para saber mais, acesse a base interativa de dados e o relatório completo (em inglês e espanhol): https://unctad.org/publication/world-investment-report-2024
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