Lançada durante a 27ª Cúpula da ONU sobre o Clima (COP27), a Aliança mobiliza capital político, técnico e financeiro para preparar o mundo para secas mais severas.
Cerca de 38 milhões de brasileiros de 1.561 municípios são vulneráveis à desertificação e à seca, assim como 1,4 milhão de quilômetros quadrados de terras em 13 estados, de acordo com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima.
Com sua adesão à Aliança, o Brasil reforça o compromisso internacional de combater a desertificação e a seca diante do agravamento dos efeitos da mudança climática em todo o mundo.
O Brasil é o mais recente país a integrar a Aliança Internacional para a Resiliência à Seca (IDRA, na sigla em inglês), a coalizão global que mobiliza capital político, técnico e financeiro para preparar o mundo para secas mais severas.
A adesão brasileira eleva o total de membros da IDRA para 38 países e 28 organizações intergovernamentais e de pesquisa, demonstrando uma disposição cada vez maior para enfrentar um dos riscos naturais mais mortais e onerosos do mundo.
Lançada pelos líderes da Espanha e do Senegal durante a 27ª Cúpula da ONU sobre o Clima (COP27), a Aliança impulsiona ações contra as secas diante do aquecimento global, reconhecendo que somos tão resilientes às secas e à mudança climática quanto nossas terras. O secretariado da IDRA é sediado pela Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação (UNCCD).
Em um evento conjunto com a UNCCD realizado nesta segunda-feira (10), em Petrolina, em Pernambuco, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima Climática, Marina Silva, disse que "a adesão do Brasil à Aliança Internacional para a Resiliência à Seca demonstra a determinação do governo em combater a seca e a desertificação, promover a segurança alimentar e hídrica e combater as desigualdades".
"Nosso objetivo é promover o desenvolvimento sustentável e, ao mesmo tempo, garantir a proteção da biodiversidade e das comunidades da região semiárida. A cooperação com a UNCCD reforça o compromisso do Brasil com o combate à desertificação e às mudanças climáticas", acrescentou a ministra de Estado.
Uma campanha nacional de combate à desertificação e à seca foi lançada durante o evento, que também marcou o encerramento da visita à região semiárida da Caatinga, uma ecorregião única que cobre cerca de 70% da região nordeste do Brasil e 11% da área total do país. Pesquisadores brasileiros identificaram recentemente a primeira região árida do país e projetaram a expansão de terras semiáridas em grande parte do território.
Cerca de 38 milhões de brasileiros de 1.561 municípios são vulneráveis à desertificação e à seca, assim como 1,4 milhão de quilômetros quadrados de terras em 13 estados, de acordo com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA). Na Caatinga, as autoridades estão apoiando iniciativas lideradas pela comunidade para restaurar bacias hidrográficas, melhorar as práticas agrícolas e coletar água como forma de aumentar a resiliência à seca.
Em todo o mundo, enfrentar os desafios interconectados que abrangem água, terra e clima é essencial para proteger a produção agrícola e energética e para manter os serviços vitais do ecossistema, como o fornecimento de água potável e solos férteis para as gerações atuais e futuras.
Durante o evento em Petrolina, o secretário-executivo da UNCCD, Ibrahim Thiaw, elogiou o "compromisso do Brasil em investir proativamente em terras e meios de subsistência resilientes".
"A ciência e a prática mostram constantemente que preparar as sociedades e as economias para as secas antes que elas ocorram evita o sofrimento humano - e é muito mais econômico do que as respostas de emergência. A seca é um perigo, mas não precisa ser um desastre".
Um ano decisivo para a terra e a seca
A COP16 da UNCCD será a maior reunião de todos os tempos das 197 Partes da UNCCD, a primeira que será realizada no Oriente Médio e a maior conferência multilateral já realizada pela Arábia Saudita. O Reino recentemente sediou as celebrações globais do Dia Mundial do Meio Ambiente de 2024, com foco na restauração de terras, desertificação e resiliência à seca.
Em 17 de junho, o Dia Mundial de Combate à Desertificação e à Seca de 2024 marcará o 30º aniversário da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação (UNCCD), uma das três Convenções do Rio, lançadas durante a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (Eco-92), juntamente com a UNFCCC (clima) e a CBD (biodiversidade).
A Reunião de Alto Nível sobre a Política Nacional de Seca, co-organizada pela UNCCD - que acontecerá em Genebra, entre 30 de setembro e 3 de outubro, reunirá formuladores de políticas e profissionais com um duplo objetivo: fazer um balanço do progresso e das lições aprendidas na última década e traçar o caminho a seguir para a implementação de ações de resiliência à seca.
NOTAS PARA EDITORES
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Sobre a IDRA
A Aliança Internacional para Resiliência à Seca é a primeira coalizão global que cria um impulso político e mobiliza recursos financeiros e técnicos para um futuro resiliente à seca. Como uma plataforma de mais de 30 países e 20 instituições, a IDRA se baseia em pontos fortes compartilhados por seus membros para promover políticas, ações e capacitação para a preparação para a seca, reconhecendo que somos tão resilientes à seca e à mudança climática quanto nossas terras.
O trabalho da IDRA está alinhado e apoia o mandato da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação (UNCCD), que sedia o Secretariado da IDRA.
Sobre a UNCCD
A Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação é a visão global e a voz da terra. Une governos, cientistas, formuladores de políticas, setor privado e comunidades em torno de uma visão compartilhada e de uma ação global para restaurar e gerenciar a terra do mundo para a sustentabilidade da humanidade e do planeta.
Muito mais do que um tratado internacional assinado por 197 partes, a UNCCD é um compromisso multilateral para mitigar os impactos atuais da degradação da terra e promover a governança da terra no futuro, a fim de fornecer alimentos, água, abrigo e oportunidades econômicas para todas as pessoas de forma equitativa e inclusiva.
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