quarta-feira, 3 de julho de 2024

Crise do clima será pauta fundamental nas eleições municipais

Por Marcia Hirota, presidente do conselho da Fundação SOS Mata Atlântica

'Acima da média' é o termo mais ouvido nos últimos anos e, daqui para a frente, fará parte do cotidiano. Mais dias quentes e ondas de calor intensas. Mais períodos frios, chuvas excessivas, secura e baixa umidade. Os cientistas e ambientalistas alertam há tempos, mas o grau de frequência aumentou, e nossas cidades não estão preparadas para enfrentar tragédias climáticas.

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É triste ver o terrível momento por que passa o Rio Grande do Sul diante da calamidade e do impacto direto na vida, história e memória das pessoas. Toda a nossa solidariedade a elas. Enquanto o cenário ainda é crítico, temos de olhar para passado e futuro. Precisamos nos munir de planos de prevenção, alerta, contingência, adaptação e mitigação ante as mudanças climáticas.

Segundo levantamento do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), vinculado à Secretaria de Estado de Economia e Planejamento do Espírito Santo, das 27 capitais brasileiras incluindo o Distrito Federal, 15 não contam com o Plano de Mudanças Climáticas. No universo das 16 capitais dos 17 estados abrangidos pelo bioma Mata Atlântica, seis não elaboraram um plano climático: Aracaju (SE), Campo Grande (MS), Maceió (AL), Natal (RN), Porto Alegre (RS) e Vitória (ES).

No contexto dos 3.429 municípios da Mata Atlântica, a maioria não possui planos de ação climática, e a urgência é maior para aqueles localizados em regiões mais frágeis e áreas costeiras. É no bioma que vive cerca de 70% da população brasileira.
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