Desde a adoção do Acordo de Paris, há dez anos, a projeções de aquecimento global ao longo do século recuaram de 3 a 3,5°C, em 2015, para 2,3 a 2,5°C em 2015 - em um cenário em que os atuais planos climáticos nacionais, ou Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), sejam implementados integralmente.
Cumprir as metas do Acordo de Paris de limitar o aquecimento global a 1,5°C em relação aos níveis pré-industriais requer cortes rápidos e sem precedentes nas emissões de gases de efeito estufa, acima dos planos atuais. As emissões em 2030 teriam que cair 25% em relação aos níveis de 2019 para chegar a 2°C e 40% para 1,5°C - com apenas cinco anos restantes para atingir essa meta.
As projeções foram apresentadas nesta terça (4) no Relatório sobre a Lacuna de Emissões 2025, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).
Legenda: Menos de um terço dos países signatários do Acordo de Paris apresentou suas novas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) até 30 de setembro de 2025. A falta de ambição e de ação significa que o mundo está próximo de ultrapassar a meta de 1,5°C: as temperaturas globais agora devem atingir 2,3-2,5°C, abaixo dos 2,6-2,8°C do ano passado, aponta o relatório sobre as Lacunas de Emissões 2025, do PNUMA, divulgado nesta terça-feira (4/11).Foto: © Campanha Aja Agora/Act Now.
Desde a adoção do Acordo de Paris, há dez anos, a projeções de aquecimento global ao longo do século recuaram de 3 a 3,5°C, em 2015, para 2,3 a 2,5°C em 2015 - em um cenário em que os atuais planos climáticos nacionais, ou Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), sejam implementados integralmente.
Cumprir as metas do Acordo de Paris de limitar o aquecimento global a 1,5°C em relação aos níveis pré-industriais requer cortes rápidos e sem precedentes nas emissões de gases de efeito estufa, acima dos planos atuais. As emissões em 2030 teriam que cair 25% em relação aos níveis de 2019 para chegar a 2°C e 40% para 1,5°C - com apenas cinco anos restantes para atingir essa meta.
As projeções foram apresentadas nesta terça (4) no Relatório sobre a Lacuna de Emissões 2025, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).

Uma análise do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) sobre os novos compromissos climáticos disponíveis no âmbito do Acordo de Paris revela que o aumento previsto da temperatura global ao longo deste século caiu apenas ligeiramente, deixando o mundo na rota de uma séria escalada de riscos e danos climáticos.
O Relatório sobre a Lacuna de Emissões 2025: Fora da Meta, do PNUMA, aponta que as projeções de aquecimento global ao longo deste século, com base na implementação total das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), são agora de 2,3-2,5°C, em comparação com 2,6-2,8°C no relatório do ano passado. A implementação apenas das políticas atuais levaria a até 2,8°C de aquecimento, em comparação com 3,1°C no ano passado.
No entanto, as atualizações metodológicas representam 0,1°C da melhoria, e a iminente saída dos EUA do Acordo de Paris cancelará outros 0,1°C, o que significa que as novas NDCs por si só praticamente não tiveram efeito. As nações continuam longe de cumprir a meta do Acordo de Paris de limitar o aquecimento a bem menos de 2°C, enquanto buscam esforços para permanecer abaixo de 1,5°C.
O relatório conclui que a média pluridecenal do aumento da temperatura global excederá 1,5°C, pelo menos temporariamente. Isso será difícil de reverter – exigindo reduções adicionais mais rápidas e maiores nas emissões de gases de efeito estufa para minimizar o excesso (overshoot), reduzir os danos a vidas e economias e evitar a dependência excessiva de métodos incertos de remoção de dióxido de carbono.
"As nações tiveram três tentativas para cumprir as promessas feitas no âmbito do Acordo de Paris, e elas erraram o alvo", disse a diretora-executiva do PNUMA, Inger Andersen.
"Embora os planos climáticos nacionais tenham alcançado algum progresso, ele está longe de ser rápido o suficiente, e é por isso que ainda precisamos de reduções de emissões sem precedentes em um prazo cada vez mais curto, com um cenário geopolítico cada vez mais desafiador."
"Mas ainda é possível – por pouco. Já existem soluções comprovadas. Desde o rápido crescimento das energias renováveis baratas até ao combate às emissões de metano, sabemos o que é preciso fazer. Agora é o momento de os países se empenharem a fundo e investirem no seu futuro com ações climáticas ambiciosas – ações que proporcionem um crescimento econômico mais rápido, mais saúde, mais empregos, segurança energética e resiliência."
O Relatório sobre a Lacuna de Emissões 2025: Fora da Meta, do PNUMA, aponta que as projeções de aquecimento global ao longo deste século, com base na implementação total das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), são agora de 2,3-2,5°C, em comparação com 2,6-2,8°C no relatório do ano passado. A implementação apenas das políticas atuais levaria a até 2,8°C de aquecimento, em comparação com 3,1°C no ano passado.
No entanto, as atualizações metodológicas representam 0,1°C da melhoria, e a iminente saída dos EUA do Acordo de Paris cancelará outros 0,1°C, o que significa que as novas NDCs por si só praticamente não tiveram efeito. As nações continuam longe de cumprir a meta do Acordo de Paris de limitar o aquecimento a bem menos de 2°C, enquanto buscam esforços para permanecer abaixo de 1,5°C.
O relatório conclui que a média pluridecenal do aumento da temperatura global excederá 1,5°C, pelo menos temporariamente. Isso será difícil de reverter – exigindo reduções adicionais mais rápidas e maiores nas emissões de gases de efeito estufa para minimizar o excesso (overshoot), reduzir os danos a vidas e economias e evitar a dependência excessiva de métodos incertos de remoção de dióxido de carbono.
"As nações tiveram três tentativas para cumprir as promessas feitas no âmbito do Acordo de Paris, e elas erraram o alvo", disse a diretora-executiva do PNUMA, Inger Andersen.
"Embora os planos climáticos nacionais tenham alcançado algum progresso, ele está longe de ser rápido o suficiente, e é por isso que ainda precisamos de reduções de emissões sem precedentes em um prazo cada vez mais curto, com um cenário geopolítico cada vez mais desafiador."
"Mas ainda é possível – por pouco. Já existem soluções comprovadas. Desde o rápido crescimento das energias renováveis baratas até ao combate às emissões de metano, sabemos o que é preciso fazer. Agora é o momento de os países se empenharem a fundo e investirem no seu futuro com ações climáticas ambiciosas – ações que proporcionem um crescimento econômico mais rápido, mais saúde, mais empregos, segurança energética e resiliência."
Fora do alvo
O relatório aponta que apenas 60 Partes do Acordo de Paris, responsáveis por 63% das emissões de gases de efeito estufa, apresentaram ou anunciaram novas NDCs contendo metas de mitigação para 2035 até 30 de setembro de 2025. Além da falta de progresso nas promessas, permanece uma enorme lacuna na implementação, com os países fora do caminho para cumprir suas NDCs para 2030, sem falar nas novas metas para 2035.
O alinhamento com o Acordo de Paris requer cortes rápidos e sem precedentes nas emissões de gases de efeito estufa acima das promessas – uma tarefa dificultada pelo crescimento das emissões de 2,3% ano a ano, para 57,7 gigatoneladas de CO2 equivalente em 2024. As emissões em 2030 teriam que cair 25% em relação aos níveis de 2019 para chegar a 2°C e 40% para 1,5°C - com apenas cinco anos restantes para atingir essa meta.
A implementação integral de todas as NDCs reduziria as emissões globais esperadas em 2035 em cerca de 15% em comparação com os níveis de 2019 – embora a retirada dos EUA altere esses números. Essas reduções estão muito abaixo dos 35% e 55% necessários em 2035 para estarem alinhadas com os caminhos de 2°C e 1,5°C, respectivamente.
O relatório aponta que apenas 60 Partes do Acordo de Paris, responsáveis por 63% das emissões de gases de efeito estufa, apresentaram ou anunciaram novas NDCs contendo metas de mitigação para 2035 até 30 de setembro de 2025. Além da falta de progresso nas promessas, permanece uma enorme lacuna na implementação, com os países fora do caminho para cumprir suas NDCs para 2030, sem falar nas novas metas para 2035.
O alinhamento com o Acordo de Paris requer cortes rápidos e sem precedentes nas emissões de gases de efeito estufa acima das promessas – uma tarefa dificultada pelo crescimento das emissões de 2,3% ano a ano, para 57,7 gigatoneladas de CO2 equivalente em 2024. As emissões em 2030 teriam que cair 25% em relação aos níveis de 2019 para chegar a 2°C e 40% para 1,5°C - com apenas cinco anos restantes para atingir essa meta.
A implementação integral de todas as NDCs reduziria as emissões globais esperadas em 2035 em cerca de 15% em comparação com os níveis de 2019 – embora a retirada dos EUA altere esses números. Essas reduções estão muito abaixo dos 35% e 55% necessários em 2035 para estarem alinhadas com os caminhos de 2°C e 1,5°C, respectivamente.
Perseguir a meta de 1,5 °C continua sendo fundamental
O tamanho dos cortes necessários e o pouco tempo restante para entregá-los significam que a média pluridecenal da temperatura global agora excederá 1,5°C, muito provavelmente na próxima década. Cortes rigorosos nas emissões de curto prazo podem atrasar o início da superação da meta, mas não evitá-la totalmente. A grande tarefa que temos pela frente é fazer um esforço para tornar esse excesso temporário e mínimo, por meio de cortes rápidos de emissões que continuem mantendo a meta de 1,5°C até 2100 dentro do campo das possibilidades.
O tamanho dos cortes necessários e o pouco tempo restante para entregá-los significam que a média pluridecenal da temperatura global agora excederá 1,5°C, muito provavelmente na próxima década. Cortes rigorosos nas emissões de curto prazo podem atrasar o início da superação da meta, mas não evitá-la totalmente. A grande tarefa que temos pela frente é fazer um esforço para tornar esse excesso temporário e mínimo, por meio de cortes rápidos de emissões que continuem mantendo a meta de 1,5°C até 2100 dentro do campo das possibilidades.
Cada fração de grau evitada reduz uma escalada dos danos, perdas e impactos na saúde que estão prejudicando todas as nações – enquanto atinge os mais pobres e vulneráveis – e reduz os riscos de pontos de inflexão climáticos e outros impactos irreversíveis.
Minimizar a superação da meta também reduziria a dependência de métodos incertos, arriscados e caros de remoção de dióxido de carbono – que precisariam remover e armazenar permanentemente cerca de cinco anos das atuais emissões anuais globais de CO2 para reverter cada 0,1°C de superação.
O relatório analisa um cenário de "ação de mitigação rápida a partir de 2025", projetado para limitar a ultrapassagem a cerca de 0,3°C, com 66% de chance, e retornar a 1,5°C até 2100.
Nesse cenário, as emissões de 2030 teriam que cair 26% e as emissões de 2035 em 46% em comparação com os níveis de 2019.
Existem ferramentas para uma ação mais rápida, mas o clima político é desafiador.
Desde a adoção do Acordo de Paris, há dez anos, as previsões de temperatura recuaram dos 3 a 3,5°C iniciais. As tecnologias de baixo carbono necessárias para fornecer grandes cortes de emissões estão disponíveis. O desenvolvimento de energia eólica e solar está crescendo, reduzindo os custos de implantação. Isso significa que a comunidade internacional pode acelerar a ação climática, caso opte por fazê-lo. No entanto, realizar cortes mais rápidos exigiria navegar em um ambiente geopolítico desafiador, um aumento maciço no apoio aos países em desenvolvimento e redesenhar a arquitetura financeira internacional.
A ação e a liderança do G20 serão fundamentais, pois os membros do G20 – sem contar a União Africana – respondem por 77% das emissões globais. Sete membros do G20 apresentaram novas NDCs com metas para 2035, enquanto três membros anunciaram essas metas. No entanto, essas promessas não são ambiciosas o suficiente: os membros do G20 coletivamente não estão no caminho certo para atingir nem mesmo suas metas de NDC para 2030 e as emissões do G20 aumentaram 0,7% em 2024 – tudo apontando para a necessidade de um aumento maciço na ação dos maiores emissores.
Para saber mais, siga @unep_pt nas redes, assista à gravação da coletiva de imprensa sobre o lançamento do relatório e leia o documento na íntegra na página global do PNUMA (em inglês): https://www.unep.org/resources/emissions-gap-report-2025
Minimizar a superação da meta também reduziria a dependência de métodos incertos, arriscados e caros de remoção de dióxido de carbono – que precisariam remover e armazenar permanentemente cerca de cinco anos das atuais emissões anuais globais de CO2 para reverter cada 0,1°C de superação.
O relatório analisa um cenário de "ação de mitigação rápida a partir de 2025", projetado para limitar a ultrapassagem a cerca de 0,3°C, com 66% de chance, e retornar a 1,5°C até 2100.
Nesse cenário, as emissões de 2030 teriam que cair 26% e as emissões de 2035 em 46% em comparação com os níveis de 2019.
Existem ferramentas para uma ação mais rápida, mas o clima político é desafiador.
Desde a adoção do Acordo de Paris, há dez anos, as previsões de temperatura recuaram dos 3 a 3,5°C iniciais. As tecnologias de baixo carbono necessárias para fornecer grandes cortes de emissões estão disponíveis. O desenvolvimento de energia eólica e solar está crescendo, reduzindo os custos de implantação. Isso significa que a comunidade internacional pode acelerar a ação climática, caso opte por fazê-lo. No entanto, realizar cortes mais rápidos exigiria navegar em um ambiente geopolítico desafiador, um aumento maciço no apoio aos países em desenvolvimento e redesenhar a arquitetura financeira internacional.
A ação e a liderança do G20 serão fundamentais, pois os membros do G20 – sem contar a União Africana – respondem por 77% das emissões globais. Sete membros do G20 apresentaram novas NDCs com metas para 2035, enquanto três membros anunciaram essas metas. No entanto, essas promessas não são ambiciosas o suficiente: os membros do G20 coletivamente não estão no caminho certo para atingir nem mesmo suas metas de NDC para 2030 e as emissões do G20 aumentaram 0,7% em 2024 – tudo apontando para a necessidade de um aumento maciço na ação dos maiores emissores.
Para saber mais, siga @unep_pt nas redes, assista à gravação da coletiva de imprensa sobre o lançamento do relatório e leia o documento na íntegra na página global do PNUMA (em inglês): https://www.unep.org/resources/emissions-gap-report-2025
NOTAS AOS EDITORES
Sobre o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA)
O PNUMA é a principal voz global sobre o meio ambiente. Ele promove liderança e incentiva a parceria no cuidado com o meio ambiente, inspirando, informando e capacitando nações e povos a melhorar sua qualidade de vida sem comprometer a das gerações futuras.
Contato para a imprensa:
- Unidade de Notícias e Mídia, Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente: unep-newsdesk@un.org
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