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terça-feira, 28 de abril de 2020

Deputada Luciana questiona governo sobre qualidade da educação e número de alunos excluídos no ensino à distância

"Qual o percentual de estudantes que estão tendo acesso ao EaD? Qual o percentual de alunos excluídos do EaD das escolas do campo? Permanecendo o calendário escolar, como o Senhor avalia a qualidade do EaD na preparação dos alunos para o ENEM e vestibulares?". A pergunta é da deputada estadual Luciana Rafagnin (PT-PR) e foi dirigida ao secretário de estado da Educação e do Esporte, Renato Féder, durante a sessão da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) desta segunda-feira (27).
As respostas do secretário à deputada, longe de convencerem ou de tranquilizarem os paranaenses só reforçam o processo excludente da educação à distância no estado. "Quando admite que 10% dos estudantes não têm acesso a nenhuma tecnologia para acompanhar as aulas à distância, que não terão em nenhum momento e que esses casos ocorrem em maior número no meio rural, o governo do estado confirma e até reforça a desigualdade social e de oportunidades no Paraná, com uma aceitação do problema que é revoltante. Estamos falando de, no mínimo, 110 mil alunos", disse a deputada Luciana.
Esses dados, no entanto, também são questionáveis, comenta a deputada. Luciana pondera que estabelecer uma quantidade de estudantes que conseguem acompanhar as aulas com base apenas no número de acessos às plataformas digitais e ao canal do YouTube, por exemplo, não mede com precisão o tamanho nem do público atendido e muito menos do que é excluído. "Qualquer pessoa, não necessariamente estudantes, pode acessar as aulas por meio das plataformas disponibilizadas e essas pessoas estariam entrando na conta que o governo faz de atendimento, quando diz que 60% têm acesso?", questiona.
"Uma vez mantido o calendário escolar no Paraná, sob estas condições, o EaD da exclusão vai impactar e reforçar ainda mais a desigualdade na preparação dos estudantes ao ENEM e aos vestibulares. Isso também não podemos admitir", acrescenta a deputada. Para ela, no entanto, o que mais chama a atenção é a demonstração de ausência de preocupação por parte do gestor público com a saúde das pessoas nessa pandemia, com as condições impostas aos professores e às famílias com a EaD e, consequentemente, com a qualidade desse ensino. "Não vi, em momento algum, o secretário demonstrar preocupação com os professores nesse sistema de EaD, com a qualidade do ensino, e nem se os estudantes de fato conseguirão aprender alguma coisa. Muito menos com a saúde. Está preocupado apenas em cumprir o calendário escolar!", conclui Luciana Rafagnin.
Por Thea Tavares - Assessoria de Comunicação

segunda-feira, 27 de abril de 2020

‘Um novo normal’: ONU estabelece roteiro para estimular economias e salvar empregos após COVID-19


A Organização das Nações Unidas lançou um documento com novas diretrizes para apoiar os países na recuperação social e econômica, criando uma nova economia e mais empregos depois da pandemia da COVID-19.
Alertando que não haverá retorno ao "antigo normal", a ONU pede apoio internacional e compromisso político para que todas as pessoas tenham acesso a serviços essenciais e proteção social.
Arte: Rede Brasil do Pacto Global
Arte: Rede Brasil do Pacto Global
A urgente crise de saúde provocada pela COVID-19 causou uma recessão com níveis históricos de privação e desemprego, criando uma crise humana sem precedentes que atinge os mais pobres, principalmente mulheres e crianças. Em novas diretrizes divulgadas hoje como um roteiro para apoiar o caminho dos países para a recuperação social e econômica, as Nações Unidas fazem um apelo para aumentar o apoio internacional e o compromisso político para garantir que as pessoas em todos os lugares tenham acesso a serviços essenciais e proteção social.
As "Diretrizes das Nações Unidas para a resposta socioeconômica imediata à COVID-19: responsabilidade compartilhada, solidariedade global e ação urgente para as pessoas necessitadas" demandam a proteção de empregos, empresas e meios de subsistência para iniciar uma recuperação segura das sociedades e economias o mais rápido possível para percorrer um caminho mais sustentável, com igualdade de gênero e neutro em carbono – melhor do que o "antigo normal".
"Esta não é apenas uma crise de saúde, mas uma crise humana; uma crise de emprego; uma crise humanitária e uma crise de desenvolvimento. E não é apenas sobre os mais vulneráveis. Esta pandemia mostra que estamos todos em risco, porque somos tão fortes quanto o sistema de saúde mais fraco. Sua escala sem precedentes exige uma resposta sem precedentes", disse o Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, que apresentou seu relatório sobre os impactos socioeconômicos da COVID-19 "Responsabilidade Compartilhada, Solidariedade Global", em março.
"Tudo o que fizermos durante e após a crise deve estar focado na construção de economias e sociedades mais igualitárias, inclusivas e sustentáveis, mais resilientes diante de pandemias, mudanças climáticas e muitos outros desafios globais que enfrentamos", afirmou. As novas diretrizes lançadas hoje estabelecem como as entidades da ONU põem em prática esta visão no terreno.
As decisões tomadas nos próximos meses serão cruciais para o progresso em direção aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), enfatizam as diretrizes da ONU para a recuperação econômica e social.
Observando que, durante o surto de ebola em 2014, mais pessoas morreram pela interrupção dos serviços sociais e pelo colapso econômico do que pelo próprio vírus, as diretrizes se concentram em proteger as necessidades e os direitos das pessoas mais afetadas pela pandemia, começando pelos países e grupos mais vulneráveis e por aqueles que correm o risco de serem deixados para trás.
Tirando lições da crise econômica e financeira global de 2008-2009, as diretrizes observam que os países com fortes sistemas de proteção social e serviços básicos sofreram menos e se recuperaram mais rapidamente. Para impedir que bilhões de pessoas caiam na pobreza, governos do mundo todo precisarão se adaptar, estender e ampliar rapidamente os "amortizadores" de segurança, como transferências em dinheiro, assistência alimentar, esquemas de seguro social e benefícios para crianças com o objetivo de apoiar as famílias.
Para que os impactos da COVID-19 sejam reduzidos, a ONU pede mais apoio para lidar com os desafios futuros, incluindo respostas imediatas de proteção social que consideram impactos diferenciados em grupos vulneráveis, crianças, mulheres, homens e trabalhadores do setor informal. Isso é particularmente urgente, considerando que 4 bilhões de pessoas, mais da metade da população mundial – incluindo duas em cada três crianças – não têm acesso à proteção social ou têm acesso inadequado.
Nota aos editores
A ONU se concentrará em cinco eixos-chave em sua resposta, que coloca as comunidades no centro dos esforços de recuperação:
1. proteger os serviços de saúde existentes e fortalecer a capacidade dos sistemas de saúde para responder à pandemia;
2. ajudar as pessoas a lidar com as adversidades, através da proteção social e de serviços básicos;
3. proteger empregos, apoiar pequenas e médias empresas e trabalhadores informais por meio de programas de recuperação econômica;
4. orientar o aumento necessário de estímulos fiscais e financeiros para fazer com que as políticas macroeconômicas trabalhem para os mais vulneráveis e fortalecer as respostas multilaterais e regionais; e
5. promover a coesão social e investir em sistemas de resiliência e resposta liderados pela comunidade.

Esses cinco fluxos são conectados por ações no sentido de atender à necessidade de sustentabilidade ambiental, para que os países tenham uma retomada e se "recuperem melhor", mais bem preparados para enfrentar choques futuros, incluindo pandemias.
As equipes da ONU, que cobrem 162 países e territórios, lançarão este plano de recuperação nos próximos 12 a 18 meses, sob a liderança dos coordenadores-residentes da ONU, apoiados por uma rede de conhecimentos globais e regionais. Como líder técnico nos esforços de recuperação socioeconômica, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) apoiará os coordenadores residentes, com as equipes da ONU trabalhando em unidade em todos os aspectos da resposta.
Embora uma proporção significativa do portfólio de programas de desenvolvimento sustentável de US$ 17,8 bilhões existente entre entidades da ONU tenha de ser ajustada às necessidades da COVID-19, dada a escala do impacto socioeconômico da pandemia, serão necessários fundos adicionais. Para apoiar esses esforços, o secretário-geral lançou o Fundo de Resposta e Recuperação das Nações Unidas COVID-19, um mecanismo de fundos entre agências da ONU para ajudar os países de baixa e média renda a superar a crise de saúde e desenvolvimento causada pela COVID- 19 e apoiar as pessoas mais vulneráveis diante das dificuldades econômicas e das perturbações sociais. Os requisitos financeiros do Fundo são projetados em US$ 1 bilhão nos primeiros nove meses e serão posteriormente revisados. O secretário-geral também pediu uma resposta multilateral que represente pelo menos 10% do Produto Interno Bruto (PIB) global para montar a resposta mais eficaz frente à mais grave crise que o mundo já viu.
Não haverá retorno ao "antigo normal", afirma o documento das diretrizes. A pandemia é um golpe para as economias emergentes e em desenvolvimento que já enfrentam restrições vinculativas da dívida e espaço fiscal limitado, com vários países em desenvolvimento precisando de alívio urgente da dívida. Seus impactos serão especialmente devastadores para os países mais vulneráveis – aqueles em contextos humanitários ou de conflito.
As Nações Unidas também pedem um reaproveitamento fiscal e financeiro maciço nas próximas semanas e meses, incluindo o redirecionamento dos subsídios aos combustíveis fósseis para ajudar na resposta. A ONU ressalta que o status quo e os negócios como de costume são escolhas políticas e não são inevitáveis. Para um desenvolvimento sustentável que beneficie mais pessoas, a decisão deve ser por uma recuperação frente à COVID-19 rápida, justa, verde e inclusiva.
Sobre o documento de diretrizes: As "Diretrizes das Nações Unidas para a resposta socioeconômica imediata à COVID-19: responsabilidade compartilhada, solidariedade global e ação urgente para as pessoas necessitadas", divulgadas hoje (27 de abril de 2020), colocam em prática o relatório do secretário-geral "Responsabilidade Compartilhada, Solidariedade Global" sobre o mesmo tema. É um dos três componentes críticos dos esforços da ONU para salvar vidas, proteger pessoas e reconstruir melhor, juntamente com a resposta à saúde, liderada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), e a resposta humanitária, conforme detalhado no Plano Global de Resposta Humanitária COVID-19, liderado pela ONU. Três mecanismos de financiamento apóiam os pilares abrangentes de resposta: o "Fundo de Resposta de Solidariedade COVID-19", gerenciado pela Fundação das Nações Unidas e pela Fundação Suíça de Filantropia para as necessidades imediatas de saúde; o "Plano Global de Resposta Humanitária" para o apelo humanitário; e o "Fundo de Resposta e Recuperação COVID-19 das Nações Unidas para a recuperação socioeconômica".
Sobre o Sistema de Desenvolvimento da ONU: O Sistema de Desenvolvimento das Nações Unidas é o maior ator internacional do mundo em proteção social e serviços básicos. O Sistema das Nações Unidas está presente em 162 países e atinge dezenas de milhões de pessoas através de serviços básicos, transferências sociais e outras formas de proteção social. O Sistema de Desenvolvimento das Nações Unidas possui uma vasta experiência no apoio a governos no desenvolvimento de sistemas de proteção social, incluindo pisos de proteção social e prestação de serviços sociais de qualidade e no suporte a esses serviços nos contextos humanitário e de desenvolvimento.


Fonte: ONU Brasil

Financiamento coletivo colabora para comunidades do entorno de parques brasileiros


O Grupo Cataratas, operador dos Parques Nacionais do Iguaçu e da Tijuca, além do AquaRio e outros, lançou um financiamento coletivo para contribuir com Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) a profissionais de saúde e cestas básicas para comunidades vulneráveis do entorno desses parques geridos pela empresa. Quem quiser participar pode acessar o site da iniciativa.
Estima-se que 10 mil famílias foram diretamente impactadas pelo fechamento das operações das atrações turísticas, boa parte delas formada por profissionais autônomos ou trabalhadores informais, como vendedores ambulantes, guias informais e pequenos produtores de artesanato. Sendo assim, o Grupo efetuou uma doação de R$ 400 mil e pretende arrecadar mais R$ 200 mil até 13 de junho, por meio de financiamento coletivo.
Além disso, quem contribuir receberá algumas recompensas também doadas pela empresa, que poderão ser utilizadas depois que a crise passar. São ingressos e experiências nos parques, que vão desde acesso aos parques, passando por visitas guiadas ou até mergulhos.
"Existe toda uma economia por trás dos parques e reservas brasileiros, diretamente impactada pela pandemia do novo coronavírus. Uma campanha que olhe para essas pessoas, comunidades e empreendedores locais precisa ser valorizada. Estamos passando por um momento que a união é ainda mais importante. Quanto mais unidos ficarmos, mais fortes saíremos dela. Parabéns ao grupo Cataratas pela iniciativa", afirma Marcia Hirota, diretora-executiva da Fundação SOS Mata Atlântica.
A iniciativa conta com parceria da União Rio e Advent International.
Fonte: SOS Mata Atlântica

sexta-feira, 24 de abril de 2020

OIT elogia ação conjunta para enfrentar ameaças da COVID-19 à indústria global do vestuário


A Organização Internacional do Trabalho (OIT) saudou o chamado à ação feito por organizações de empregadores e trabalhadores da indústria do vestuário global, de grandes marcas e de grandes distribuidores para trabalhar com governos e instituições financeiras a fim de lidar com as sérias consequências econômicas causadas pela pandemia de COVID-19 .
A iniciativa reúne os principais atores do setor em meio aos impactos sociais e econômicos sem precedentes que resultaram no fechamento de fábricas e de lojas, em desemprego e na perda generalizada de renda.
O objetivo é mobilizar fundos suficientes para permitir que os fabricantes garantam a continuidade de suas atividades. Foto: OIT/Jean‐Pierre Pellissier
O objetivo é mobilizar fundos suficientes para permitir que os fabricantes garantam a continuidade de suas atividades. Foto: OIT/Jean‐Pierre Pellissier
Organização Internacional do Trabalho (OIT) saudou o chamado à ação feito por organizações de empregadores e trabalhadores da indústria do vestuário global, de grandes marcas e de grandes distribuidores para trabalhar com governos e instituições financeiras a fim de lidar com as sérias consequências econômicas causadas pela pandemia de COVID-19 .
A iniciativa reúne os principais atores do setor em meio aos impactos sociais e econômicos sem precedentes que resultaram no fechamento de fábricas e de lojas, em desemprego e na perda generalizada de renda.
A ação foi anunciada por meio de uma declaração conjunta de Organização Internacional de Empregadores (OIE), Confederação Sindical Internacional (ITUC) e IndusriAll Global Union.
O objetivo é mobilizar fundos suficientes para permitir que os fabricantes garantam a continuidade de suas atividades, o pagamento de salários e estabeleçam mecanismos de apoio à renda e à retenção de emprego para proteger os salários, a saúde e o emprego dos trabalhadores do setor.
"A Organização Internacional do Trabalho está profundamente preocupada com a ameaça que o COVID-19 representa para milhões de empregos na indústria global do vestuário", disse Guy Ryder, diretor-geral da OIT.
"Esta é uma crise sem precedentes que só pode ser superada com a solidariedade internacional. A prioridade deve ser apoiar as empresas e proteger os trabalhadores. Para isso, é essencial um diálogo social eficaz entre governos e organizações de empregadores e de trabalhadores. Apelamos a todos os atores a responder a esse chamado à ação e tomar medidas comuns que nos ajudarão a evitar uma catástrofe para a indústria. "
Empregadores, trabalhadores, distribuidores e grandes marcas que participam desta iniciativa formarão um grupo de trabalho internacional – convocado pela OIT – para implementar medidas a fim de limitar os danos causados pela pandemia às empresas e aos meios de subsistência.
O grupo de trabalho também se compromete a apoiar o desenvolvimento e a expansão de sistemas de proteção social para trabalhadores e empregadores da indústria do vestuário, como parte da recuperação.
"As repercussões econômicas da pandemia da COVID-19 nessa importante indústria exigem uma resposta global", disse Roberto Suárez Santos, secretário-geral da OIE. "A OIE se une a este chamado à ação com o objetivo de apoiar a continuidade das empresas e os meios de subsistência dos trabalhadores da indústria do vestuário durante este período crítico. Esta é uma iniciativa voluntária que se concentra na mobilização de ações coletivas. Não pretende ignorar os atores, empresas ou organizações que não podem participar".
A secretária-geral da ITUC, Sharan Burrow, destacou a necessidade de cooperação: "Não podemos permitir a devastação humana e econômica que significa o colapso de nossa cadeia de suprimentos global, nem que milhões de pessoas nos países em desenvolvimento sejam lançadas de volta à pobreza."
"Empregos, renda e proteção social são os dividendos da continuidade dos negócios, e esta declaração exige que fundos de emergência e proteção social sejam destinados aos trabalhadores para garantir a sobrevivência da indústria nos mais pobres de nossos países. A liderança e a cooperação de todas as partes interessadas são essenciais para tornar realidade um futuro baseado na resiliência e no trabalho decente."
via ONU Brasil

Ação global para superar crise é crucial para evitar desastre no emprego, diz OIT a ministros do G20

O diretor-geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Guy Ryder, saudou o compromisso dos ministros do Trabalho e do Emprego dos países do G20 de manter uma "cooperação global completa" para salvaguardar o emprego e a renda das pessoas, mas alertou que as atuais medidas de apoio não são suficientes.

"À medida que a crise se propaga para países de baixa e média rendas, precisaremos fazer muito mais para proteger os trabalhadores e apoiar as empresas, porque esses países estão menos preparados para uma crise prolongada. Caso contrário, a combinação de grandes economias informais e baixa cobertura de proteção social significará um desastre para as pessoas e as economias", afirmou Ryder.
Guy Ryder, Diretor-geral da OIT - Foto: OIT
Guy Ryder, Diretor-geral da OIT – Foto: OIT
O diretor-geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Guy Ryder, saudou o compromisso dos ministros do Trabalho e do Emprego dos países do G20 de manter uma "cooperação global completa" para salvaguardar o emprego e a renda das pessoas, mas alertou que as atuais medidas de apoio não são suficientes.
"À medida que a crise se propaga para países de baixa e média rendas, precisaremos fazer muito mais para proteger os trabalhadores e apoiar as empresas, porque esses países estão menos preparados para uma crise prolongada. Caso contrário, a combinação de grandes economias informais e baixa cobertura de proteção social significará um desastre para as pessoas e as economias", afirmou Ryder.
"Nosso objetivo deve ser ajudar esses países a apoiar suas populações, enfrentar a crise e reconstruir de forma melhor. Precisamos de solidariedade global para apoiar o investimento nessas economias, na sua renovação social e ambiental, na sua população e nas instituições de trabalho que protegem efetivamente os trabalhadores e suas famílias. Caso contrário, as profundas desigualdades já existentes aumentarão, a pobreza piorará, o progresso social será perdido e o caminho para a recuperação será perigoso", acrescentou.
Em um comunicado divulgado após a reunião extraordinária virtual realizada em 23 de abril, os ministros do G20 se comprometeram a manter "uma cooperação global completa, a aplicar uma abordagem centrada nas pessoas para promover o emprego, fortalecer a proteção social, estabilizar as relações de trabalho e promover os princípios e os direitos fundamentais no trabalho ".
Após seu discurso na reunião, Ryder recebeu com satisfação o apoio dos ministros à importância do diálogo social na concepção de soluções apropriadas e duradouras para enfrentar a pandemia.
"Respeitar os direitos fundamentais dos trabalhadores e o diálogo efetivo com as organizações de trabalhadores e de empregadores é a única maneira de criar uma recuperação global sólida, equitativa e de garantir o apoio público necessário para levar adiante as medidas", disse ele.
A OIT propôs uma resposta política integrada à pandemia da COVID-19 baseada em quatro pilares, incluindo apoiar a economia e o emprego, apoiar as empresas, os postos de trabalho e a renda, proteger as pessoas que trabalham durante o isolamento e, quando as economias retomarem suas atividades, recorrer ao uso do diálogo social.
Via ONU Brasil

SENAR-PR amplia vagas em Educação a Distância



Procura pela plataforma virtual de ensino aumentou durante a pandemia do novo coronavírus


A adaptação à nova rotina de vida imposta pela pandemia do coronavírus conta com uma grande aliada: a Educação a Distância (EaD). Por meio dela, o tempo em isolamento pode se tornar rico e construtivo. Por isso, neste período, o SENAR-PR intensificou seu trabalho neste sentido, abrindo novas vagas em diversos cursos.

Por meio da plataforma virtual SENAR Digital (senardigital.com) os participantes podem assistir às aulas em diferentes formatos (videoaulas, textos interativos, slides, imagens, etc.), receber e enviar as atividades obrigatórias, consultar tutores e aperfeiçoar suas capacidades produtivas. São 32 títulos à disposição, totalmente gratuitos, que trabalham desde a gestão da propriedade rural, passando pela educação - com o aperfeiçoamentos para docentes do Programa Agrinho -, até habilidades básicas para o nosso cotidiano, como português, matemática e uso de recursos digitais.

Para dar vazão à grande demanda pelos cursos na modalidade EaD, o SENAR-PR está aumentando o número de vagas para algumas turmas em maio. "Desde que começou a necessidade de isolamento observamos um aumento na busca por cursos na nossa plataforma, isso já era esperado, então com base nesta demanda avaliamos em quais cursos deveríamos ampliar as vagas", afirma a pedagoga do Departamento Técnico (Detec) do SENAR-PR e uma das responsáveis pelo Programa EaD, Isabella Noviski. Segundo ela, as inscrições para as turmas de maio, que foram abertas ainda em março, se esgotaram devido a grande procura e foi necessário abrir mais vagas. Os participantes podem realizar a inscrição para essas turmas até o dia 28/04.

Vale lembrar que devido à grande procura, algumas turmas podem não ter mais vagas.

Plataforma da educação

No SENAR Digital, os interessados podem se inscrever em até três capacitações simultaneamente durante esse período de isolamento. As inscrições permanecem abertas para todos os títulos de fevereiro a novembro. As capacitações disponíveis abrangem os programas "Gestão da propriedade rural" (quatro títulos), "Inclusão digital" (sete títulos), "Matemática para a vida" (seis títulos), "Português sem complicação" (três títulos) e Agrinho (11 títulos), além do semipresencial "Manejo de solo e água em propriedades rurais em microbacias hidrográficas".

Coordenação de Comunicação Social
Sistema FAEP/SENAR-PR

Estudo da Fiocruz mostra a possível extensão da subnotificação do coronavírus


Boletim do Jornalista André Trigueiro (recebido por e-mail)
Olá, amigos!
Em Pauta

Estudo da Fiocruz mostra a possível extensão da subnotificação do coronavírus. Em quatro semanas, mais pessoas foram internadas por síndrome respiratória aguda grave no Rio do que em todo 2019. Só um número pequeno foi confirmado como sendo Covid-19. | Confira aqui |

Podcast

O mundo assinou e não cumpriu o Acordo de Paris. As emissões de gases estufa aumentaram. Até que um vírus mutante apareceu e impôs (até agora) duas terríveis derrotas para quem apostava todas as fichas no petróleo, um dos principais vilões do clima. No podcast!

Papo das 9

Qual a hora certa de flexibilizar o isolamento social? O Brasil está seguindo os bons exemplos de países que já passaram pela pior parte da pandemia? Em quem confiar neste momento? | Assista aqui |

O último sopro de vida. Um neurocirurgião de 36 anos descobre-se com um tumor no cérebro e pouco tempo de vida pela frente. A clara percepção da finitude provoca então mudanças importantes na sua vida pessoal e profissional. Essa história real é contada em primeira pessoa no livro "O último sopro de vida", um hino à coragem de viver tudo aquilo que a existência generosamente nos oferece. | Veja aqui |

Feminino e masculino: uma nova consciência para o encontro das diferenças. Ela foi uma das maiores editoras e feministas do Brasil. Ele é um dos teólogos e intelectuais mais prolíficos do país. Juntos, escreveram um livro revelador sobre os papéis que homens e mulheres deveriam assumir num mundo melhor e mais justo. | Confira aqui |

CBN

Mesmo pressionado, governador precisa ouvir especialistas antes de flexibilizar medidas de isolamento no Rio. Para André Trigueiro, Witzel precisa ouvir integrantes da comissão que combate a Covid-19 dentro do próprio governo antes de tomar qualquer decisão. Há o risco grande de uma segunda onda de contágio caso não se tome medidas baseadas na testagem das pessoas neste momento. | Ouça aqui |

Quais são as bases científicas que vão nortear a flexibilização do isolamento? André Trigueiro comenta a intenção de estados de flexibilizar o isolamento em alguns casos. Ele faz o alerta que, no país, ainda não alcançamos o pico do pandemia e já não há leitos disponíveis em muitos hospitais. | Clique aqui |

'Witzel acertou: não é o momento de acertar prazo para retorno às atividades'. André Trigueiro explica que a importância do isolamento social se dá pela necessidade de retardar o colapso no sistema de saúde, que já sofre com falta de vagas de UTI para pacientes com coronavírus. 'Estatísticas já eram muito hostis no Rio de Janeiro, porque o colapso da saúde é anterior à pandemia', afirmou. | Confira aqui |

Tenha um ótimo final de semana.
Abraços!

segunda-feira, 20 de abril de 2020

Plataforma mapeia soluções inovadoras de resposta à COVID-19 no Brasil


Diante da pandemia da COVID-19, a iniciativa Dia Mundial da Criatividade e o Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (UNOPS) uniram esforços para lançar uma plataforma que mapeia soluções inovadoras que apoiam a resposta do Brasil à pandemia. As inscrições podem ser feitas até 21 de maio.
O mapeamento será aberto e disponível gratuitamente com a intenção de acelerar a conexão e a viabilização de potenciais aquisições, compras e distribuição de produtos e serviços que ajudem no combate aos problemas causados pelo novo coronavírus.
Diagnóstico laboratorial de casos suspeitos do novo coronavírus (2019-nCoV), realizado pelo Laboratório de Vírus Respiratório e do Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), que atua como Centro de Referência Nacional em Vírus Respiratórios para o Ministério da Saúde. Foto: IOC/Fiocruz/Josué Damacena
Diagnóstico laboratorial de casos suspeitos do novo coronavírus, realizado pelo Laboratório de Vírus Respiratório e do Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), que atua como Centro de Referência Nacional em Vírus Respiratórios para o Ministério da Saúde. Foto: IOC/Fiocruz/Josué Damacena
Um dos maiores desafios do século 21 é o combate à COVID-19 que infectou na última semana mais de 2 milhões de pessoas no mundo, segundo dados da Universidade de Johns Hokins citados por agências internacionais de notícias.
Diante deste cenário, a iniciativa Dia Mundial da Criatividade e o Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (UNOPS) uniram esforços para lançar uma plataforma de inscrições de soluções inovadoras que apoiam a resposta do Brasil à pandemia.
A partir do dia 21 de abril, empresas, startups e profissionais que tenham iniciativas inovadoras nas áreas de saúde, infraestrutura de saúde, geração de renda e inclusão, lar e família podem cadastrar soluções de qualquer região do país no site www.diamundialdacriatividade.com.br. As inscrições podem ser feitas até 21 de maio.
O mapeamento será aberto e disponível gratuitamente com a intenção de acelerar a conexão e a viabilização de potenciais aquisições, compras e distribuição de produtos e serviços que ajudem no combate aos problemas causados pelo novo coronavírus.
A plataforma ficará disponível para acesso gratuito por governos, organizações do Sistema ONU, instituições privadas, potenciais investidores e pessoas interessadas.
Os critérios de avaliação definidos nos formulários de cadastro levarão em consideração o grau de inovação das soluções inscritas. O regulamento está disponível no site.
"A inovação é um dos princípios do UNOPS, que aposta nela como uma das ferramentas para melhorar a vida das pessoas. Neste contexto de pandemia, é importante conhecer e dar visibilidade a iniciativas inovadoras que trazem soluções para a crise. Por isso, apoiamos o Dia Mundial da Criatividade no Brasil, afirma Claudia Valenzuela, representante do UNOPS no Brasil.
A base de dados cadastrados na plataforma ajudará a identificar e conectar quem busca soluções, produtos ou serviços a quem pode oferecê-los, além de inspirar outras iniciativas e multiplicar soluções.
"Acreditamos que embora existam grandes desafios, a criatividade humana sempre poderá resolvê-los. Por isso, lançamos oficialmente a chamada aberta para soluções inovadoras de combate aos problemas causados pela pandemia do novo coronavírus com o apoio do UNOPS", diz Lucas Foster, idealizador do Dia Mundial da Criatividade.

Sobre o UNOPS

O UNOPS é um organismo das Nações Unidas. Em todo o mundo, o escritório apoia o Sistema ONU, seus parceiros e governos a fornecer soluções nas áreas de assistência humanitária, desenvolvimento, paz e segurança.
Sua missão é ajudar as pessoas a melhorarem suas condições de vida e os países a alcançarem a paz e o desenvolvimento sustentável, alinhado com os objetivos da Agenda 2030.
Os serviços prestados pelo UNOPS abrangem as áreas de infraestrutura, gerenciamento de projetos, compras, gestão financeira e recursos humanos.
Os parceiros solicitam os serviços para complementar suas próprias capacidades, aumentar a velocidade, reduzir riscos, promover a relação custo-benefício e melhorar a qualidade de seus projetos em diferentes áreas.

Sobre o Dia Mundial da Criatividade

O Dia Mundial da Criatividade é uma iniciativa fundada pelo psicólogo e ativista da criatividade brasileiro Lucas Foster para aumentar a conscientização sobre o papel da criatividade e da inovação na solução de problemas e, por extensão, no desenvolvimento econômico e social sustentáveis.
A comunidade global reúne educadores, empreendedores criativos, líderes empresariais, tecnólogos, formuladores de políticas públicas, pesquisadores e outros agentes de mudança para promover e conectar iniciativas em torno da criatividade, inovação, sustentabilidade e ações concretas para o desenvolvimento econômico, cultural e social.
A ação respondeu aos pedidos do secretário-geral das Nações Unidas sobre a Resolução 71/284 para chamar a atenção sobre a designação de 21 de abril como Dia Mundial da Criatividade e Inovação para todos os Estados-membros, organizações do Sistema das Nações Unidas e outros organismos internacionais e internacionais, organizações regionais, bem como sociedade civil, incluindo organizações não governamentais e indivíduos.
Via ONU Brasil

terça-feira, 31 de março de 2020

Aprenda a lavar as mãos corretamente

Entrevista Completa - Atila Iamarino no Roda Viva




No Roda Viva, a jornalista Vera Magalhães recebe o biólogo Atila Iamarino.
Doutor em microbiologia pela USP, com pós-doutorado em Yale, ele entende como poucos de doenças como o coronavírus. E não tem dúvidas em afirmar: se não forem tomadas as devidas providências, o mundo vai enfrentar um cenário de apocalipse.
Fundador da maior rede de blogs de ciência do País, o Science Blogs Brasil, Iamarino alerta que o Brasil precisa parar e só devem ser mantidas as atividades essenciais. O Roda Viva é transmitido ao vivo, com interpretação em Libras, na TV Cultura, Facebook, Twitter, site da emissora e neste canal.
Siga a TV Cultura:

sábado, 28 de março de 2020

Drauzio Varella comenta fake news sobre coronavírus

Recuperar a economia ampliando a cidadania

Gleisi Hoffmann, Arilson Chiorato e o economista Wagner Wiliam apresentam soluções para amelizar os impactos econômicos em tempos de Covid-19
Como em todas as crises que se abatem sobre a economia, a pandemia do COVID-19 está levando os governos à adoção de medidas de enfrentamento à pandemia e ao salvamento da atividade econômica. O governo francês fala em € 300 bilhões, na Espanha fala-se em € 200 bilhões, o que equivale a 20% do PIB Espanhol, na Alemanha as cifras chegam a € 750 bilhões, na Inglaterra £ 350 bilhões ou 15% do seu PIB anual e nos Estados Unidos um pacote de US$ 2 trilhões já está no Senado.
Entendemos a importância dessas medidas, concordamos que elas são necessárias e que devem ser aplicadas rapidamente, sempre que a realidade da crise se impuser. No entanto, isso não nos isenta de fazer uma reflexão no tocante a como elas impactam a realidade, quem as financia e que outras possibilidades poderiam ser consideradas.
Em cada evento de socorro econômico, e eles tem sido cada vez mais recorrentes, percebemos uma movimentação considerável no endividamento do setor público. Quando chegamos na crise de 2008 a dívida pública dos países desenvolvidos era, em média próxima dos 70% do PIB, tendo crescido para perto de 100% do PIB em 2012, nível que se mantêm até os dias atuais. É provável que ao sair da crise do COVID-19, a dívida pública dos países dê um novo salto e alcance percentuais ainda maiores em relação ao PIB.
Na outra ponta, diversos estudos têm demonstrado que no mesmo período o crescimento das grandes fortunas tiveram crescimento acelerado. Estudo publicado pela OXFAM em janeiro deste ano, mostra que apenas 2.153 bilionários do mundo, tem mais riqueza acumulada que 4,6 bilhões de pessoas o que equivale a 60% da população mundial. No Brasil, os seis indivíduos mais ricos, concentram patrimônio equivalente ao dos 50% mais pobres.
Se de um lado temos o crescimento da dívida pública dos países, e do outro temos ao mesmo tempo o crescimento das grandes fortunas e o aumento da miséria, fica fácil deduzir que os imensos gastos públicos nos momentos de socorro tem sido rapidamente absorvidos pelos mais ricos, ainda que algumas das medidas incialmente tenham o objetivo de socorrer os mais vulneráveis.
Como consequência, o crescimento da dívida pública tem servido de sustentação às políticas de “austeridade fiscal”. A imposição de políticas de saneamento fiscal acaba por cortar ainda mais os já insuficientes gastos públicos nas políticas sociais.
É nesta lógica que as reformas da previdência, flexibilização de leis trabalhistas e cortes nas diversas políticas de proteção social encontram guarida nos debates dos vários parlamentos mundo afora.
Todo este quadro nos mostra que as políticas públicas que são elaboradas nos momentos de crise tem tido grande eficácia em promover o crescimento das fortunas de alguns poucos, mas tem sido absolutamente incapazes de diminuir a vulnerabilidade daqueles que realmente precisam ser protegidos, os mais pobres.
Ocorre que sempre que a crise se impõe, a emergência das medidas se sustenta em Keynes para justificar o gasto público irrestrito e imediato. Quando a crise passa, é o pensamento de Friedman que norteia o comportamento dos gestores públicos e nunca temos tempo para discurir de onde deveria vir o financiamento do socorro.
Se a fórmula de enfrentamento de crises habitualmente utilizada não está dando os resultados esperados, é óbvio que se continuarmos utilizando os mesmos ingredientes não teremos resultado diverso daquele que já obtivemos ou seja, o aumento da concentração da riqueza dos bilionários e o crescimento da dívida pública e da pobreza.
Vários países tem proposto o estabelecimento da renda mínima de cidadania, como medida a assegurar condição básica de subsistência para a população impedida de trabalhar por conta da pandemia. No Brasil, o estabelecimento de um programa de renda de cidadania que alcance os 54 milhões de brasileiros que ganharam menos de 1 salário mínimo em 2019 e que eleve seus rendimentos para o valor do salário mínimo nacional, teria como resultado positivo a eliminação da fome e da pobreza extrema no país, mas também o efeito de dinamizar consideravelmente o mercado interno, já que  estudo publicado pelo IPEA em 2013 mostra que o efeito multiplicador do programa Bolsa Família é de 1,98, ou seja, a cada R$ 1,00 pago pelo programa se tem um incremento do PIB de R$ 1,98.
O financiamento de um programa desta grandeza, não deveria se dar a partir dos recursos já existentes no orçamento da União, mas precisaríamos de dinheiro novo para custear tal investimento. Como se intuito principal é o da redistribuição da riqueza, nada mais justo que os bilionários brasileiros deem sua parcela de contribuição à nação e sejam financiadores de tal programa através do estabelecimento do imposto sobre grandes fortunas, previsto no inciso VII do Art. 153 da Constituição de 1988.
O mesmo estudo da OXFAM citado acima também demonstra que se o 1% mais rico do mundo pagasse uma taxa extra de 0,5% sobre sua riqueza nos próximos 10 anos seria possível criar 117 milhões de empregos em educação, saúde e assistência para idosos.
Segundo proposta do economista Eduardo Moreira um eventual socorro necessário tanto ao sistema bancário quanto às grandes empresas poderia até contar com o aval do Estado na captação de recursos junto ao setor financeiro, mas sem aumentar o déficit fiscal.
Temos mais uma crise a superar mas precisamos ser criativos ao buscar soluções que não sejam a porta de entrada para a próxima crise.
Gleisi Hoffmann
Presidenta Nacional do Partido dos Trabalhadores
Deputada Federal PT-PR
Arilson Maroldi Chioratto
Presidente Estadual do Partido dos Trabalhadores no Paraná
Deputado Estadual PT-PR
Wagner Wiliam da Silva
Economista
Fonte: PT Paraná

Dr. Rosinha: Talvez Bolsonaro realize com o coronavírus o sonho de matar 30 mil

O pronunciamento de Jair Bolsonaro na noite de terça-feira, 24/03, foi curto, grosso e provocativo.
Tanto que, desde então, dezenas de manifestações e documentos contrários a posição do presidente (é p minúsculo mesmo, Bolsonaro não merece um p maiúsculo) do Brasil já foram divulgados.
As reações partiram da direita e da esquerda.
O presidente do Senado Davi Alcolumbre (DEM-AP), cujo partido faz parte do governo disse:
 “Neste momento grave, o País precisa de uma liderança séria, responsável e comprometida com a vida e a saúde da sua população”. […]. “A Nação espera do líder do Executivo, mais do que nunca, transparência, seriedade e responsabilidade”.
O que Alcolumbre espera de Bolsonaro não temos nem teremos.
Bolsonaro não é sério, “responsável e comprometido com a vida e a saúde da sua população”.
Muito menos age e agirá  com “transparência, seriedade e responsabilidade”.
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse:
“Desde o início desta crise venho pedindo sensatez, equilíbrio e união”. […]. “Precisamos de paz para vencer este desafio.”
Rodrigo Maia, não adianta pedir “sensatez, equilíbrio e união”, para quem não é sensato  tampouco equilibrado.
Quanto à “união”, ela não vai existir, porque nenhuma autoridade em sã consciência vai querer embarcar no barco dos insensatos e desequilibrados.
Sim, Rodrigo Maia, “precisamos de paz para vencer este desafio”, mas Bolsonaro quer guerra contra o povo e não contra o coronavírus.
Tanto que, mesmo sabendo, desde o inicio do mês de janeiro, que a epidemia chegaria, não tomou nenhuma iniciativa para preparar o Brasil para enfrentá-la.
“A pandemia da Covid-19 exige solidariedade e co-responsabilidade”, disse Gilmar Mendes, ministro do STF.
Ora, Ministro, o senhor pede aquilo que Bolsonaro é incapaz.
Ele sempre pregou a violência: tortura e morte dos que pensam diferente., E, agora, são tantos pensando diferente que ele está se sentindo encurralado e, como qualquer animal encurralado, se torna perigoso.
Alguns governadores se manifestaram na noite de terça, outros ontem.
Bolsonaro finalmente quase conseguiu a unanimidade: alinhou a maioria dos governadores contra ele, inclusive os mais fiéis, como por exemplo, Ronaldo Caiado (DEM-GO).
Não vi nada do governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD). Mas não sei se dá para esperar alguma coisa do fiel escudeiro –ideológico e programático –de Bolsonaro, cujo pai tem as burras enchidas por recursos federais: cada entrevista do Bolsonaro para o Ratinho (pai), rende, direta ou indiretamente, alguns milhares de trocados.
Alguns classificaram o pronunciamento do Bolsonaro como sendo de um lunático, idiota, imbecil e por aí vai.
Classifico-o, no mínimo, irresponsável perante o povo brasileiro. Mas ele sabe o que faz, ele teve, até prova em contrário, um objetivo e, não classificaria como de um louco.
Bolsonaro não fala só por sua cabeça. Tem assessoria, a maioria  militares. E para falar o que fala, é porque é sustentado. Ninguém fala o que ele fala se não tiver o mínimo de sustentação.
O pronunciamento de Bolsonaro é de quem está jogando: ou tudo ou nada.
Se sustentado por forças militares, por inteiro ou em parte, está jogando com a possibilidade que pode ter tudo, ou seja, pode impor uma ditadura. Caso contrário perde tudo, ou seja, sofre um impeachment.
Todas as pessoas minimamente informadas sabem que Bolsonaro sempre defendeu ditaduras, em especial a última ditadura militar. E que sempre disse que a mesma matou pouco, que tinha que matar umas 30 mil pessoas para pacificar o país.
O pronunciamento de Bolsonaro é o desejo de matar estas 30 mil pessoas. Se impuser a ditadura, ele e seus milicianos escolhem, com alguns erros, quem será os 30 mil que devem morrer.
Se não impuser a ditadura  –mesmo que sofra o impeachment– e a a população seguir a sua orientação, entre outras, de voltar ao trabalho e as aulas, teremos a morte, pelo coronavírus, das 30 mil pessoas que Bolsonaro sempre desejou na época da ditadura.
Talvez não aqueles que ele deseja.
No transcorrer do texto usei propositalmente a palavra pronunciamento e não discurso.
Segundo Houaiss a palavra pronunciamento, por derivação, também significa “qualquer golpe de Estado apoiado ou organizado por um exército”.
Fiquemos atentos, sem baixar a guarda, caso contrário pode ser que seja tarde.
Fora Bolsonaro e novas eleições.
*Dr. Rosinha é médico pediatra, militante do PT. Pelo PT do Paraná, foi deputado estadual (1991-1998) e federal (1999-2017).  De 2015 a 2017, ocupou o cargo de Alto Representante Geral do Mercosul.
Fonte: PT Paraná