terça-feira, 12 de maio de 2020
Pimp My Carroça realiza financiamento coletivo por renda mínima a catadores
Frente Parlamentar Ambientalista realiza ato online em defesa da Mata Atlântica
Rebouças-PR tem o primeiro caso confirmado de covid-19
AÇÃO MARCARÁ LANÇAMENTO DE MANIFESTO 'CONTINUAM TIRANDO O VERDE DA NOSSA TERRA'
A Frente Parlamentar Ambientalista realiza nessa quarta-feira (13), às 10h, ato virtual em defesa da Mata Atlântica. A ação marcará o lançamento do manifesto 'Continuam tirando o verde da nossa Terra', da Fundação SOS Mata Atlântica.
A ação pretende chamar a atenção do público às ameaças sofridas pela Mata Atlântica em meio à pandemia do novo coronavírus e crise política brasileira. Infelizmente, neste boletim, aproveitamos para chamar a atenção a outros desafios e retrocessos para a área socioambiental em 2020. Entre eles, a Medida Provisória (MP) 910 que, apesar de seus apoiadores argumentarem sobre sua necessidade para o Brasil, legalizará a grilagem de terras no País. Além disso, aumenta a escalada de violência contra defensores da natureza também no estado de São Paulo.
Precisamos também renovar nossas energias e lembrar das coisas boas que estão acontecendo Brasil afora. Que tal conhecer o movimento Pimp My Carroça? Eles lançaram financiamento coletivo para garantir uma renda mínima aos catadores de materiais recicláveis, uma das categorias que mais luta pelo meio ambiente do Brasil.
Para aqueles que preferem passar o tempo sem se desgrudar da TV, trazemos duas séries com conteúdos ambientais. Em Missões de Vida, por exemplo, você poderá assistir nesta terça (12), nosso diretor de Políticas Públicas, Mario Mantovani, no episódio Devotados ao Meio Ambiente.
Via SOS Mata Atlântica
segunda-feira, 11 de maio de 2020
ARTIGO: COVID-19: ameaças aos direitos das mulheres prejudicam todos
A pandemia da COVID-19 tem um rosto feminino. São as mulheres que mais sofrem ameaça a seus direitos e liberdades, são elas as mais afetadas no ambiente de trabalho, já que são maioria das trabalhadoras em saúde. Elas são também a maioria das trabalhadoras domésticas, temporárias e em serviços de pequena escala que devem desaparecer nos próximos três meses, de acordo com projeções da Organização Internacional do Trabalho (OIT). É por este motivo que precisamos de sociedades mais igualitárias, defende o secretário-geral da ONU, António Guterres.
Leia, a seguir, a íntegra do artigo.
A pandemia da COVID-19 tem um rosto feminino. São as mulheres que mais sofrem ameaça a seus direitos e liberdades, são elas as mais afetadas no ambiente de trabalho, já que são maioria das trabalhadoras em saúde. Elas são também a maioria das trabalhadoras domésticas, temporárias e em serviços de pequena escala que devem desaparecer nos próximos três meses, de acordo com projeções da Organização Internacional do Trabalho (OIT). É por este motivo que precisamos de sociedades mais igualitárias, defende o secretário-geral da ONU, António Guterres.
Leia, a seguir, a íntegra do artigo.
Os primeiros sinais indicam que o vírus da COVID-19 constitui um risco direto maior para a saúde dos homens, principalmente para os homens mais velhos. No entanto, a pandemia expõe e explora todo tipo de desigualdade, incluindo a desigualdade de gênero. A longo prazo, seu impacto na saúde, nos direitos e nas liberdades das mulheres pode ser prejudicial para todos nós.
As mulheres já sofrem o impacto fatal resultante do confinamento e da quarentena. Estas restrições são fundamentais, mas aumentam o risco de violência contra as mulheres que estão à mercê de parceiros abusivos. Nas últimas semanas, houve um crescimento alarmante da violência doméstica; a maior organização de apoio a vítimas de violência doméstica do Reino Unido registou um aumento de 700% de solicitações. Ao mesmo tempo, os serviços de apoio a mulheres em risco enfrentam cortes e fechamentos.
Este foi o pano de fundo do meu recente apelo à paz nos lares de todo o mundo. Desde então, mais de 143 governos comprometeram-se a apoiar mulheres e meninas em risco de violência durante a pandemia. Todos os países podem agir disponibilizando serviços online, aumentando o número de abrigos de violência doméstica, designando-os como essenciais, e aumentando o apoio às organizações que estão na linha de frente. A parceria das Nações Unidas com a União Europeia, a "Iniciativa Spotlight", trabalha com os governos de mais de 25 países nestas medidas, e em outras semelhantes, e está pronta a expandir seu apoio.
Contudo, a ameaça da COVID-19 aos direitos e às liberdades das mulheres vai muito além da violência física. A profunda crise econômica que acompanha a pandemia provavelmente terá um rosto notoriamente feminino.
O tratamento injusto e desigual das mulheres que trabalham é uma das razões pelas quais eu entrei na política. No final da década de 60, enquanto estudante voluntário que prestava trabalho social em áreas desfavorecidas de Lisboa, vi mulheres em situações muito difíceis, realizando trabalhos domésticos e arcando com o peso de famílias numerosas. Eu sabia que isso tinha que mudar e assisti a mudanças importantes ao longo da minha vida.
No entanto, décadas mais tarde, a COVID-19 ameaça trazer de volta estas condições, e até outras piores, para muitas mulheres de todo o mundo.
As mulheres estão desproporcionalmente representadas em empregos mal remunerados e sem benefícios, como trabalhadoras domésticas, trabalhadoras temporárias, vendedoras ambulantes e em serviços de pequena escala, como cabeleireiros. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) estima que quase 200 milhões de empregos serão eliminados apenas nos próximos três meses, muitos deles exatamente nestes setores.
À medida que perdem o emprego remunerado, muitas mulheres lidam com um grande aumento da carga de trabalho enquanto cuidadoras devido ao fechamento de escolas, à sobrecarga dos sistemas de saúde e às crescentes necessidades das pessoas idosas.
Também não devemos esquecer as meninas que vêm agora a sua educação interrompida. Em algumas aldeias da Serra Leoa, as taxas de matrícula escolar das adolescentes caíram de 50% para 34% após a epidemia de ebola, com implicações ao longo da vida para o seu bem-estar, das suas comunidades e das suas sociedades.
Muitos homens estão também confrontados com a perda de emprego e com exigências contraditórias, mas mesmo nos melhores cenários, as mulheres fazem três vezes mais trabalho doméstico do que os homens. Isto significa que é mais provável que elas sejam solicitadas a cuidar de crianças caso as empresas abram, enquanto as escolas permanecem fechadas, atrasando o regresso à força de trabalho remunerada.
A desigualdade arraigada também significa que, embora as mulheres representem 70% dos trabalhadores da área de saúde, são amplamente superadas em número pelos homens na gestão da área de saúde e constituem apenas um em cada dez líderes políticos em todo o mundo, o que prejudica a todos nós. É necessário que as mulheres participem na tomada de decisões sobre esta pandemia, para evitar os piores cenários, como um segundo pico de infecções, a escassez de mão-de-obra e até agitação social.
As mulheres em empregos inseguros necessitam urgentemente de proteção social básica, desde seguros de saúde a licenças médicas pagas, assistência à infância, proteção do rendimento e apoio em caso de desemprego. No futuro, medidas para estimular a economia, como transferências de dinheiro, créditos, empréstimos e resgates, devem ser direcionadas às mulheres, quer estejam trabalhando em tempo integral na economia formal, quer sejam trabalhadoras em meio período ou sazonais na economia informal, ou enquanto empreendedoras ou empresárias.
A pandemia da COVID-19 tornou mais claro do que nunca que o trabalho doméstico não remunerado das mulheres está subsidiando serviços públicos e lucros privados. Este trabalho deve ser incluído nas métricas econômicas e na tomada de decisões. Todos ganharemos com acordos de trabalho que reconheçam as responsabilidades dos cuidadores e com modelos econômicos inclusivos que valorizam o trabalho em casa.
Esta pandemia não está apenas desafiando os sistemas mundiais de saúde, mas também o nosso compromisso com a igualdade e a dignidade humana.
Tendo os interesses e os direitos das mulheres como prioridade, podemos superar esta pandemia mais rapidamente e criar comunidades e sociedades mais igualitárias e resilientes que beneficiarão a todos nós.
Painéis de dados do PNUD revelam disparidades entre países na capacidade de enfrentar COVID-19
O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) lança nesta quarta-feira (29) dois painéis de dados que destacam as enormes disparidades na capacidade dos países de enfrentar e se recuperar da crise da COVID-19.
A pandemia é mais do que uma emergência global de saúde. É uma crise sistêmica de desenvolvimento humano, que já afeta as dimensões social e econômica do desenvolvimento de maneira inédita, lembrou o PNUD.
O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) lança nesta quarta-feira (29) dois painéis de dados que destacam as enormes disparidades na capacidade dos países de enfrentar e se recuperar da crise da COVID-19.
A pandemia é mais do que uma emergência global de saúde. É uma crise sistêmica de desenvolvimento humano, que já afeta as dimensões social e econômica do desenvolvimento de maneira inédita, lembrou o PNUD.
Políticas para reduzir vulnerabilidades e construir capacidades para administrar a crise, tanto no curto quanto no longo prazo, são vitais se os indivíduos e a sociedade pretendem resistir e se recuperar melhor de choques como este, salientou o organismo das Nações Unidas.
Preparo dos países para reagir à COVID-19
O "Dashboard'" 1 do PNUD sobre Preparo apresenta indicadores para 189 países – incluindo nível de desenvolvimento, desigualdades, capacidade do sistema de atenção à saúde e conectividade de Internet – para avaliar o quanto uma nação está apta a responder aos múltiplos impactos de uma crise como a da COVID-19.
Embora toda sociedade seja vulnerável a crises, as habilidades de reposta diferem significativamente entre cada uma no mundo todo.
Por exemplo, os países mais desenvolvidos – aqueles de nível muito elevado em desenvolvimento humano – têm em média 55 leitos hospitalares, mais de 30 médicos e 81 enfermeiros para cada 10 mil habitantes, comparados com uma média de 7 leitos hospitalares, 2,5 médicos e 6 enfermeiros em um país de desenvolvido mínimo.
E com extensivos confinamentos, a "brecha digital' tornou-se mais significativa do que nunca, enquanto 6,5 bilhões de pessoas em todo o planeta – 85,5% da população global – ainda não têm acesso a Internet banda larga segura , o que limita sua capacidade de trabalhar e continuar sua educação.
Vulnerabilidades dos países em crises como a da COVID-19
Estar preparado é uma coisa. Mas, quando uma crise chega, quão vulneráveis estão os países a seus efeitos? O "Dashboard" 2 do PNUD sobre Vulnerabilidades apresenta indicadores que refletem a susceptibilidade dos países aos efeitos desta crise.
Aqueles que já vivem na pobreza estão particularmente em risco. Apesar dos progressos recentes na redução da pobreza, em média uma em cada quatro pessoas ainda vive em pobreza multidimensional ou está a ela vulnerável, e mais de 40% da população global não têm nenhuma proteção social.
A pandemia da COVID-19 também nos lembra que disrupções são contagiosas, desencadeando problemas em outros lugares. Em alguns países, como o Quirguistão, por exemplo, parte significativa do PIB vem das remessas de recursos. Enquanto países tão diversos entre si, como Montenegro, Maldivas e Cabo Verde, dependem fortemente do turismo (quase 60% do PIB das Maldivas, por exemplo) estão sendo atingidos profundamente pelas proibições de viagem e confinamentos
Sobre os "dashboards"
Os "dashboards" codificados por cor monitoram o nível de preparo dos países para a resposta à crise da COVID-19 e suas vulnerabilidades. Os painéis permitem agrupar parcialmente os países por indicador na tabela.
Para cada indicador, os países são divididos em cinco grupos com tamanhos aproximados, com a intenção de não sugerir limites ou valores-alvo para os indicadores, mas permitir acessar a performance dos países em relação aos outros.
Um país que está no topo (considerando cinco grupos, cada um representando 20%) tem melhor desempenho que os outros 80% dos países, e um país que se encontra na média tem desempenho melhor que os 40% da base, mas pior que os países do topo.
A codificação de cinco cores permite visualizar um agrupamento parcial de países e ajuda os usuários a distinguirem imediatamente o desempenho de um país entre o conjunto de indicadores selecionados. Os dados apresentados nessas tabelas são de fontes oficiais internacionais.
Via ONU Brasil
Contágio ou fome, o dilema dos trabalhadores informais durante a pandemia do COVID-19
Os países com as maiores economias informais onde foram aplicadas medidas de confinamento são os que mais sofrem com as consequências econômicas da pandemia, informou a Organização Internacional do Trabalho (OIT).
O percentual de trabalhadores da economia informal severamente afetados pelo confinamento é de 89% na América Latina e nos Estados Árabes, 83% na África, 73% na Ásia e no Pacífico, e de 64% na Europa e Ásia Central.
Em todo o mundo, as medidas de confinamento e de contenção adotadas para combater a COVID-19 ameaçam aumentar os níveis de pobreza relativa dos trabalhadores da economia informal em até 56 pontos percentuais nos países de baixa renda, de acordo com um novo documento publicado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Nos países de alta renda, estima-se que os níveis de pobreza relativa entre os trabalhadores informais aumentem em 52 pontos percentuais, enquanto nos países de renda média alta, o aumento é estimado em 21 pontos percentuais.
Globalmente, cerca de 1,6 bilhão dos 2 bilhões de trabalhadores da economia informal são afetados por medidas de confinamento e de contenção. A maioria trabalha nos setores mais afetados ou em pequenas unidades econômicas mais vulneráveis a crises.
Isso inclui pessoas que trabalham em serviços de hotelaria e de alimentação, nos setores de manufatura, comércios atacadista e varejista e os mais de 500 milhões de agricultores que abastecem os mercados urbanos. As mulheres são particularmente afetadas em setores de alto risco, destaca o estudo.
Em muitos países, as medidas de contenção da COVID-19 não podem ser implementadas de forma eficaz, porque esses trabalhadores precisam seguir trabalhando para alimentar suas famílias. Isso compromete os esforços dos governos para proteger a população e combater a pandemia, e pode se tornar uma fonte de tensão social em países com uma grande economia informal, diz o relatório.
Mais de 75% do emprego informal total está em empresas com menos de dez trabalhadores, incluindo 45% dos trabalhadores autônomos sem funcionários.
Como a maioria dos trabalhadores informais não tem outra fonte de renda, enfrenta um dilema quase insolúvel: morrer de fome ou arriscar se infectar pelo vírus, diz o documento. Isso foi agravado por interrupções no fornecimento de alimentos, o que afetou particularmente as pessoas que trabalham na economia informal.
Para os 67 milhões de trabalhadores domésticos do mundo, 75% dos quais são trabalhadores informais, o desemprego tornou-se tão ameaçador quanto o próprio vírus. Muitas pessoas não conseguem trabalhar, seja a pedido de seus empregadores ou para cumprir medidas de confinamento. Aqueles que continuam trabalhando enfrentam um alto risco de infecção, cuidando de famílias em residências particulares. Para os 11 milhões de trabalhadores domésticos migrantes, a situação é ainda pior.
"A crise da COVID-19 está exacerbando as vulnerabilidades e desigualdades já existentes", disse Philippe Marcadent, chefe do serviço INWORK da OIT. "As respostas políticas devem garantir que o apoio chegue aos trabalhadores e às empresas que mais precisam."
Os países com as maiores economias informais onde foram aplicadas medidas de confinamento são os que mais sofrem com as consequências econômicas da pandemia. A porcentagem de trabalhadores da economia informal severamente afetados pelo confinamento varia de 89% na América Latina e nos Estados Árabes a 83% na África, 73% na Ásia e no Pacífico, e 64% na Europa e Ásia Central.
Os países devem adotar uma estratégia múltipla que combine diferentes linhas de ação em relação aos impactos da pandemia sobre a saúde e a economia, destaca a OIT.
Entre as recomendações, o relatório destaca a necessidade de adotar políticas que reduzam a exposição de trabalhadores informais ao vírus, de garantir que as pessoas infectadas tenham acesso a atendimento médico, de fornecer renda e ajuda alimentar às pessoas e suas famílias e de evitar danos causados ao tecido econômico dos países.
Clique aqui para acessar o documento (em inglês).
Via ONU Brasil
ONU: ‘Devemos agir para fortalecer a imunidade das sociedades contra o vírus do ódio’
"Para a COVID-19 não interessa quem somos, onde vivemos, em que acreditamos ou qualquer outra diferença." Foi assim que o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, iniciou sua mensagem em vídeo em que pede solidariedade para lidar com o que classificou de "tsunami de ódio e de xenofobia, de bodes expiatórios e de disseminação do medo" em meio à pandemia.
No vídeo, divulgado nesta sexta-feira (8), Guterres alertou que o sentimento de xenofobia – a aversão a pessoas de outras nacionalidades, culturas, etnias ou credos – aumentou na internet e nas ruas nos últimos meses. Acesse a mensagem: https://youtu.be/oypo_wrjw3E
"As teorias de conspiração antissemita têm se alastrado e ocorreram ataques antimuçulmanos relacionados à COVID-19. Migrantes e refugiados foram acusados de ser a fonte do vírus, tendo-lhes sido depois negado o acesso a tratamento médico", disse o secretário-geral.
"Com os idosos entre os mais vulneráveis, surgiram 'memes' desprezíveis, sugerindo que eles também são os mais descartáveis. Jornalistas, denunciantes, profissionais de saúde, trabalhadores humanitários e defensores de direitos humanos estão virando alvos simplesmente porque fazem o seu trabalho."
Guterres disse que o mundo precisa agir imediatamente para "fortalecer a imunidade das nossas sociedades contra o vírus do ódio".
"É por isso que hoje apelo a um esforço conjunto para acabar com o discurso de ódio globalmente. Apelo aos líderes políticos que demonstrem solidariedade para com todos os membros das suas sociedades e construam e reforcem a coesão social", acrescentou.
Ele pediu ainda às instituições de ensino que foquem na alfabetização digital, num momento em que milhares de milhões de jovens navegam na internet e que extremistas procuram explorar um público que está potencialmente confinado e desesperado.
Ele também lembrou o papel da imprensa e dos meios de comunicação em geral, incluindo na rede social. "Apelo à mídia, especialmente às empresas detentoras das redes sociais, que façam muito mais para sinalizar e, de acordo com a lei internacional de direitos humanos, removam conteúdos racistas, misóginos e outros conteúdos prejudiciais."
Para a sociedade civil, António Guterres pediu o reforço do apoio às pessoas vulneráveis, pedindo ainda aos líderes religiosos que sirvam como modelos de respeito mútuo. "Peço a todos, em todos os lugares, que se insurjam contra o ódio, se tratem com dignidade e aproveitem todas as oportunidades para espalhar bondade", disse.
No ano passado, o secretário-geral lançou uma estratégia e um plano de ação sobre o discurso de ódio com o objetivo de ampliar os esforços das Nações Unidas contra o problema.
"Ao combatermos essa pandemia, temos o dever de proteger as pessoas, acabar com o estigma e prevenir a violência. Vamos derrotar o discurso de ódio, e a COVID-19, juntos", concluiu Guterres.
Informe-se:
ℹ️ paho.org/bra/covid19
ℹ️ onu.org.br/coronavirus
Via ONU Brasil
Perda maciça de renda afeta 90% dos trabalhadores informais na América Latina e no Caribe
As estimativas da Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre o impacto da pandemia de COVID-19 revelam que na América Latina e no Caribe há uma perda maciça de renda do trabalho entre as pessoas com emprego informal, o que poderá causar um aumento acentuado nas taxas de pobreza relativa, afetando quase metade da força de trabalho.
"Após essa crise, será necessário reconstruir o mercado de trabalho e é importante que isso inclua medidas para enfrentar o problema do emprego informal em toda a sua complexidade", afirmou o diretor da OIT para a América Latina e o Caribe, Vinícius Pinheiro. "A construção de um novo normal no mundo do trabalho deve ser apoiada por políticas de universalização da proteção social e de formalização do emprego".
As estimativas da Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre o impacto da pandemia de COVID-19 revelam que na América Latina e no Caribe há uma perda maciça de renda do trabalho entre as pessoas com emprego informal, o que poderá causar um aumento acentuado nas taxas de pobreza relativa, afetando quase metade da força de trabalho.
De um total de 292 milhões de pessoas empregadas na América Latina e no Caribe, 158 milhões trabalham em condições de informalidade, o equivalente a uma taxa média regional de 54%, destaca a nota informativa global sobre "A crise da COVID-19 e o emprego informal " (em inglês), publicada esta semana pela OIT.
Assim, 90% das trabalhadoras e dos trabalhadores informais estão sendo severamente afetados pelos efeitos adversos sobre o emprego causados pela pandemia de COVID-19 e pelas medidas destinadas a enfrentar a emergência de saúde, destacou o relatório da OIT. Isso equivale a 140 milhões de pessoas, ou seja, 48% do emprego total.
"A crise de COVID-19 expôs dramaticamente os problemas associados à informalidade na região", disse o diretor da OIT para a América Latina e o Caribe, Vinícius Pinheiro. "A emergência de saúde, o confinamento e a crise econômica têm um impacto social sem precedentes."
Estima-se que a crise tenha resultado em uma perda de 60% na renda de trabalhadoras e trabalhadores informais em todo o mundo. Na América Latina e no Caribe, essa perda foi maior, chegando a 80%.
Na região, isso resultará em um aumento na taxa de pobreza relativa, o que, de acordo com as novas estimativas da OIT, poderia aumentar o percentual de trabalhadoras e trabalhadores informais de 36%, antes da crise da COVID-19, para 90%. Trata-se de um aumento de 54 pontos percentuais.
"Uma das faces mais terríveis dessa pandemia é a desigualdade, porque afeta desproporcionalmente as pessoas mais pobres, aquelas que não conseguem adotar o teletrabalho, que dependem de empregos precários nos setores mais afetados e que geralmente têm mais limitações para cumprir com as medidas de confinamento", destacou Pinheiro. Em muitos casos, as trabalhadoras e os trabalhadores informais moram em casas superlotadas sem condições sanitárias adequadas.
Grande parte do emprego informal é caracterizada por instabilidade, baixa renda, inexistência de proteção social frente a emergências de saúde ou situações como desemprego e ausência de direitos trabalhistas. Na América Latina e no Caribe, 59% das pessoas com emprego informal trabalham por conta própria, enquanto 31% estão empregadas em micro e pequenas empresas com entre dois e nove funcionários.
O relatório da OIT inclui uma série de recomendações de políticas públicas para abordar a situação das trabalhadoras e dos trabalhadores informais, incluindo medidas destinadas a reduzir a exposição ao vírus, garantir o acesso a cuidados de saúde, apoiar as famílias com renda ou alimentos e evitar mais danos ao tecido econômico dos países.
"Após essa crise, será necessário reconstruir o mercado de trabalho e é importante que isso inclua medidas para enfrentar o problema do emprego informal em toda a sua complexidade", afirmou Pinheiro. "A construção de um novo normal no mundo do trabalho deve ser apoiada por políticas de universalização da proteção social e de formalização do emprego".
Via ONU Brasil