terça-feira, 15 de setembro de 2020
Frei Tito, 75 anos ( Frei Betto 09/09/2020)
segunda-feira, 14 de setembro de 2020
Mulheres Guardiãs da Agrobiodiversidade no Paraná: renda, sementes e solidariedade em tempos de pandemia
Foto: Hugo de Lima / Arquivo Asacom
A Rede Sementes da Agroecologia (ReSA), criada em 2015, no Paraná, envolve 25 organizações, dentre: movimentos sociais, sindicatos, cooperativas, ONGs e órgão públicos, além de professoras/es, estudantes, Guardiãs e Guardiões de sementes. Ela foi constituída e se desenvolve como espaço de troca de saberes, de articulação política e de ações voltadas à produção, à multiplicação e à preservação de sementes crioulas. A Feira Regional de Sementes Crioulas e da Agrobiodiversidade do Centro-Sul do Paraná, organizada anualmente pelo Coletivo Triunfo e pela AS-PTA, é uma das mais significativas atividades do calendário da Rede. Essa feira mobiliza agricultoras, agricultores e organizações da agricultura familiar de toda a região e é antecedida por festas e feiras locais que acontecem nos municípios e comunidades. No ano passado, a 17ª edição da Feira Regional recebeu aproximadamente 4.000 visitantes vindos de 60 distintos municípios.
Em 2020, a pandemia da Covid-19 impossibilitou a realização desses espaços coletivos de comercialização e de troca de sementes e saberes, o que colocou o duplo desafio de construir alternativas de renda para as famílias que não puderam comercializar seus produtos nas Feiras, e, ao mesmo tempo, manter aceso os trabalhos coletivos com as sementes crioulas.
Ao longo dos últimos dois anos, a ReSA tem avaliado a necessidade de fortalecer a participação das mulheres guardiãs. Foi com esse objetivo que a Rede estruturou um projeto de compra de sementes crioulas produzidas pelas mulheres guardiãs, que reúne um grupo de 18 guardiãs de 10 comunidades e quatro regiões do Paraná. São no total mais de 4.800 pacotes de sementes e mais de 1.400 mudas de plantas medicinais, flores e árvores da Mata Atlântica. André Emílio Jantara e Luiza Damigo (AS-PTA e Coletivo Triunfo) e Naiara Bittencourt (Advogada da Terra de Direitos e integrante do GT Biodiversidade da Articulação Nacional de Agroecologia), todos integrantes da ReSA, nos ajudam a contar a história desse projeto.
Antes disso, dona Iraci, Maria Terezinha, Andrea e a jovem Maria Jaqueline, guardiãs de sementes crioulas participantes do projeto, têm um recado para nós! Vamos ouvi-las.
Em primeiro lugar, elas destacam a satisfação de saber que as sementes que cultivam com tanto carinho chegarão às mãos de muitas outras famílias, que estão precisando desse apoio nesse momento de pandemia. Andrea, agricultora urbana, ressalta a importância das feiras para a troca de sementes e a recuperação daquelas variedades que foram perdidas e também para conhecer novos tipos de grãos, hortaliças, flores, frutas e plantas medicinais. Maria Terezinha, que participa de um grupo de mulheres que já recuperou diferentes tipos de sementes, disse que sente o seu trabalho e o de suas companheiras reconhecido e valorizado com esse projeto. Iraci é agricultora assentada da reforma agrária em Santa Catarina, com produção bastante diversificada, de leite e derivados, sementes, morango e pequenos animais, tudo orgânico, além de artesanato e bordados. Iraci nos conta de sua alegria ao ver um projeto só para as mulheres guardiãs. Maria Jaqueline, guardiã mirim ligada ao Coletivo Triunfo, uma articulação regional da agricultura familiar, espera que, assim como ela recebeu dos pais a missão de cuidar das sementes, que mais e mais famílias também sigam nesse caminho, garantindo que as sementes continuarão a ser passadas de geração em geração: "Entregamos as sementes com muito amor e esperamos que as famílias possam receber essas sementes com muito amor e multiplicar cada vez mais". Todas as guardiãs são unânimes em destacar a importância do projeto nesse ano em que as feiras de sementes não serão realizadas em decorrência da pandemia, em que até as visitas em casa diminuíram e estão todos mais isolados. Multiplicar as sementes e passá-las adiante é a forma de garantir que elas não serão perdidas. Como bem disse dona Iraci: "É vida que segue, é luta que continua". Clique aqui para ler a entrevista completa.
Fonte: Sementes Crioulas: por uma alimentação livre de transgênicos e agrotóxicos
domingo, 13 de setembro de 2020
Curso de Língua Ucraniana está com inscrições abertas
Para combater a Covid-19, Hemepar lança campanha de doação de plasma
Se você já foi infectado pelo coronavírus, pode ajudar no tratamento de outros doentes. É com este mote que o Centro de Hematologia e Hemoterapia do Paraná (Hemepar) iniciou nesta semana uma grande campanha para a doação de plasma convalescente pela população.
A ação integra o projeto-piloto que permite a utilização de plasma como procedimento experimental no combate ao mesmo coronavírus, causador da Covid-19. A intenção é conseguir de 10 a 15 doações por dia, em todas as 23 unidades que formam a rede do Hemepar no Estado.
O experimento consiste em utilizar o plasma convalescente (parte líquida do sangue) coletada dos pacientes que se recuperaram da infecção pela doença. A técnica utiliza este material para tratar pessoas que tenham sido contaminadas pelo vírus e estejam no início dos sintomas, ainda no quadro leve.
A injeção de plasma já com os anticorpos de quem se recuperou da infecção permite a criação de uma barreira protetora em quem recebe o sangue. O objetivo é evitar que a doença tenha um agravamento e, em muitos casos, a necessidade de uma transferência para unidade de terapia intensiva (UTI). Os estudos começaram a ser desenvolvidos pelo Hemepar em março.
“É mais uma ação aqui no Paraná que busca amenizar os efeitos da pandemia. A colaboração da ciência para ajudar no tratamento dos doentes, já que ainda não existe uma vacina ou um remédio comprovadamente eficaz para combater o coronavírus”, afirmou o governador Carlos Massa Ratinho Junior. “Precisamos muito que a população abrace essa campanha e colabore com a doação de sangue”, acrescentou.
O procedimento começou a ser colocado em prática no início do mês passado em Curitiba e, a partir de dia 25, passou a ser reproduzido também no Interior do Paraná. De acordo com o Hemepar, 40 pessoas já foram beneficiadas pela técnica, todos com um índice de 100% de reação positiva.
“Este trabalho do Hemepar faz parte das ações do Governo do Estado, por meio da Secretaria da Saúde, para viabilizar alternativas de tratamento e minimizar a gravidade dos casos de coronavírus no Paraná, com o objetivo de desafogar os serviços de saúde, salvar vidas e contribuir com as pesquisas científicas”, disse o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto.
PROJETO – O Hemepar realizará exames em pacientes que estão curados da Covid-19 para confirmação de positividade para anticorpos. Após isso, será feito o agendamento para a coleta de plasma convalescente (plasma hiperimune).
Os doadores precisam ter sido diagnosticados com a doença por meio de exames (sangue ou RT-PCR) e aguardar um período de 45 dias depois da recuperação antes da doação para obtenção do plasma. O prezo máximo é de 180 dias após o fim da infecção.
O sistema imunológico da pessoa que foi contaminada pelo vírus, explicou a diretora-geral do Hemepar, Liana Andrade Labres de Souza, produz proteínas na corrente sanguínea para combater a doença – os chamados anticorpos. Sendo assim, após a recuperação do paciente infectado, os componentes sanguíneos com estes anticorpos podem ser coletados e utilizados em outras pessoas para auxiliar no tratamento.
“Conseguimos com isso dar um tempo para que o organismo que recebeu o plasma passa a produzir os seus próprios anticorpos. Com isso, podemos verificar a diminuição dos agravamentos e das internações, oferecendo melhores condições de atendimento à população”, ressaltou a diretora. “Não é a cura, mas uma técnica médica que tem se mostrado muito eficiente”, completou.
BANCO DE PLASMA – Liana reforçou, contudo, que para surtir o efeito esperado é necessário a doação de sangue por aqueles que se recuperaram do coronavírus. A intenção com a campanha é consolidar um banco de plasma suficiente para atender a população, ampliando a difusão da técnica. “Na quinta-feira (10), por exemplo, nosso estoque de plasma estava zerado”, contou.
Segundo ela, o processo de coleta pode ser feito de duas maneiras. Uma pela tradicional doação de 600 mililitros de sangue, que garante aproximadamente 200 mililitros de plasma.
Ou, se o doador tiver mais tempo, pode fazer a coleta em dois dias seguidos. Neste caso, são extraídos cerca de 600 mililitros de plasma. “É praticamente um por um, já que a injeção de plasma no infectado também é de 200 mililitros. Precisamos criar um fluxo, por isso a necessidade da campanha”, disse ela.
A seleção dos doadores de plasma é realizada presencialmente e os interessados devem fazer o agendamento pelo fone (41) 3281-4074, em Curitiba, ou nas unidades do Hemepar no interior do Estado.
Mais informações: www.saude.pr.gov.br/Pagina/Doacao-de-Sangue
NOTA TÉCNICA – As orientações aos estados para realização do procedimento estão na Nota Técnica nº 21/2020 assinada pelo Ministério da Saúde e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), intitulada: “Coleta e transfusão de plasma convalescente para uso experimental no tratamento de pacientes com Covid-19”.
O projeto da instituição conta com o apoio do Laboratório Central do Estado (Lacen/PR), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Complexo Hospitalar do Trabalhador (CHT) e Vigilância Epidemiológica da Secretaria da Saúde.
Fonte: Agência Estadual de Notícias do Paraná
Homem é encontrado morto à tiros no Jardim Santa Clara em Guaíra
Duas pessoas são presas e 135 pedras de crack, maconha e uma arma de fogo apreendidas no Sudeste do estado
Carro com mais de 500 quilos de maconha é encontrado pela PM estacionado em Guaíra (PR)
sábado, 12 de setembro de 2020
Live: A Luta Antifascismo com Mário Magalhães ocorrerá na próxima segunda-feira
A live "A Luta Antifascismo" fará um bate papo super legal com Mário Magalhães ocorrerá na próxima segunda-feira (14/09) às 19:00 pela Página do Dep. Estadual Tadeu Veneri (PT) htpps://www.fb.com/tadeu.veneri
quarta-feira, 9 de setembro de 2020
Turma da Mônica e ONU Brasil se unem para divulgar recomendações de proteção na pandemia
Iniciativa da campanha Verificado e da Mauricio de Sousa Produções traz orientações e recomendações de proteção diante da pandemia de COVID-19.
Com o compromisso de disseminar orientações e informações educativas sobre os cuidados que devem ser tomados para a proteção contra a COVID-19, a Turma da Mônica se une à campanha Verificado – iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU) para combater a desinformação nesta pandemia. A partir de 3 de setembro, conteúdos ilustrativos da Mônica e seus amigos serão publicados em diversos canais de comunicação e nas redes sociais – Facebook, Twitter, Instagram e outras – da ONU Brasil e da Turma da Mônica.
A campanha Juntos Contra o Coronavírus, da Mauricio de Sousa Produções, mostra engajamento nesse tema desde o início da pandemia, com as histórias dos personagens infantis aliadas à colaboração e ao desenvolvimento de ações que podem, de alguma forma, trazer benefícios para todos os cidadãos. Ilustrações como a do personagem Cascão lavando as mãos viralizaram nas redes sociais. De acordo com Mauricio de Sousa, "a Campanha Verificado é mais uma necessária ação para a informação das crianças sobre os cuidados que devemos tomar diante desse vírus e que servirão para sempre daqui por diante. Nossa turminha não poderia ficar de fora de algo tão importante".
Com o mesmo propósito – o de ajudar a salvar vidas –, a ONU, que lançou o projeto Verificado para inundar os canais de comunicação com informações confiáveis, uniu-se à Turma da Mônica para aumentar ainda mais a divulgação de conteúdos importantes e educativos para a população brasileira. "A Internet é uma influência poderosa. É importante que a ONU permaneça como uma fonte de informações importantes e confiáveis por meio da campanha do Verificado", enfatiza Kimberly Mann, diretora do Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio).
Redes Sociais – Turma da Mônica
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Redes Sociais – @ONUBrasil
https://www.facebook.com/ONUBrasil
https://www.instagram.com/onubrasil
Sobre o projeto Verificado
O projeto Verificado é uma iniciativa global da ONU que tem o objetivo de combater a infodemia de desinformação em meio à pandemia, compartilhar informações que salvam vidas e orientações baseadas em fatos e histórias do melhor da humanidade. O site Verificado traz uma galeria de informações verificadas e transmitidas pelas Nações Unidas. Na busca de inundar os canais de comunicação, as mensagens são baseadas em três frentes: Ciência – para salvar vidas, Solidariedade – para promover cooperação local e global, e Soluções – para defender o apoio a populações impactada. Acesse: www.compartilheverificado.com.br
Fonte: ONU BRASIL
Lições do HIV: UNAIDS alerta sobre perigos do desrespeito aos direitos humanos na resposta à COVID-19
O secretário-geral das Nações Unidas solicitou a todas as entidades da ONU que apoiem os esforços da Organização Mundial da Saúde (OMS) em suas respectivas áreas de especialização.
Portanto, para contribuir com uma melhor resposta a partir de agora, o UNAIDS produziu um relatório sobre como as ordens e as restrições ao movimento relacionadas à saúde pública no contexto da COVID-19 impactaram a resposta ao HIV e aos direitos humanos.
As descobertas refletem tendências em todo o mundo e revelam violações significativas dos direitos humanos, interrupções nos serviços sociais e de saúde – colocando em risco a vida de muitas pessoas –, violência, abuso e discriminação focada em populações-chave, marginalizadas e pobres.
Este relatório foi elaborado para ajudar os governos a dar passos positivos na resposta às questões de direitos humanos no contexto em evolução da COVID-19. "É falsa a ideia de que pode haver uma compensação entre os direitos humanos e a saúde pública", disse Winnie Byanyima, diretora-executiva do UNAIDS. "Os direitos humanos não são apenas intrínsecos, mas também o meio pelo qual os governos podem vencer uma pandemia com sucesso."
Direitos em uma pandemia – lockdowns, direitos e lições do HIV na resposta inicial à COVID-19 é uma fotografia instantânea no tempo, com foco nos primeiros dias da pandemia, de fevereiro a meados de maio de 2020, chamando a atenção para as experiências de algumas das comunidades mais marginalizadas e vulneráveis.
As violações incluíram casos de policiais usando balas de borracha, gás lacrimogêneo e chicotes para impor o distanciamento físico, pessoas sendo presas, detidas e multadas por não usarem máscaras – as que não podiam pagar multas permaneceram na prisão por mais tempo do que aquelas que podiam pagar.
Médicos foram presos e detidos por se deslocarem de suas casas para unidades de saúde. Também foram recebidos relatos de mulheres grávidas que morreram depois que estritas restrições de movimento as impediram de chegar aos serviços de saúde – algumas morreram enquanto se encaminhavam para o hospital. Um relatório detalhou o caso de um motorista de moto-táxi que foi espancado até a morte pela polícia após levar uma mulher em trabalho de parto ao hospital durante o horário de toque de recolher.
O relatório Direitos na pandemia descreve dez áreas imediatas de ação para os governos no sentido de construir respostas à COVID-19 que sejam eficazes e baseadas em direitos. Isso inclui a tomada de medidas proativas para garantir que as pessoas, especialmente as de grupos vulneráveis, possam ter acesso ao tratamento e aos serviços de prevenção do HIV, designando e apoiando trabalhadores essenciais, incluindo organizações de liderança comunitária, e implementando medidas para prevenir e enfrentar a violência de gênero.
"Este relatório chega em um momento crítico", disse Felicita Hikuam, diretora da AIDS and Rights Alliance para a África do Sul. "Infelizmente, parece que não aprendemos a lição que o HIV tentou nos ensinar: as epidemias expõem e agravam as injustiças existentes e o impacto mais negativo sobre aquelas pessoas que já são marginalizadas."
Uma grande preocupação tem sido a segurança durante os bloqueios, especialmente para as pessoas mais afetadas pelo HIV, incluindo mulheres e meninas, crianças e populações-chave, entre elas profissionais do sexo, lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros e intersexuais. Em muitos países, os incidentes relatados de violência de gênero aumentaram de 40% a 70%, com picos ainda maiores em certas cidades e regiões.
Pessoas trans foram perseguidas e presas por deixarem suas casas no "dia errado" sob as políticas de bloqueio de gênero. As trabalhadoras do sexo perderam renda e, em grande parte, não eram elegíveis para apoio financeiro. Como o UNAIDS afirmou repetidamente: a violência contra as populações-chave e mulheres e meninas aumenta a vulnerabilidade ao HIV.
"O relatório dá visibilidade no contexto desta pandemia para aqueles de nós que são empurrados para a margem", disse Elena Reynaga, secretária-executiva da Rede de Mulheres Profissionais do Sexo da América Latina e do Caribe. "Do ponto de vista dos direitos humanos, precisamos que os governos ouçam e implementem essas recomendações, que representam um passo importante para acabar com a AIDS até 2030, sem deixar ninguém para trás."
Em maio, o UNAIDS alertou sobre o risco de o acesso aos serviços de HIV ser interrompido durante a pandemia de COVID-19. Uma modelagem inicial mostrou que uma interrupção severa no tratamento do HIV poderia resultar em 500 mil mortes adicionais relacionadas à AIDS na África Subsaariana.
Este novo relatório mostra que os serviços de prevenção e tratamento do HIV foram interrompidos em dez dos 16 países analisados. Alguns países relataram reduções nas retiradas de medicamentos de até 20% em algumas áreas. Houve vários relatos de pessoas que vivem com HIV e que não tinham medicamentos antirretrovirais suficientes para um período de lockdown de mais de 60 dias, bem como relatos de pessoas que abandonaram o tratamento para o HIV por falta de comida.
Além de aprender lições com a resposta ao HIV, a pandemia do HIV não deve ser esquecida durante esta crise. "Comunidades de pessoas que vivem e são afetadas pelo HIV, mais uma vez se encontraram na encruzilhada da injustiça e da discriminação direcionada na esteira da pandemia de COVID-19", disse Rico Gustav, diretor executivo do GNP +.
"Como uma rede global de pessoas vivendo com HIV, pedimos que a aplicação da lei seja baseada em direitos e que respeite e reconheça a necessidade das comunidades marginalizadas de se moverem livremente para ter acesso ao medicamentos para o HIV e outras enfermidades, bem como a implementação de dispensação de medicamentos antirretrovirais para vários meses."
No entanto, existem muitos exemplos positivos. Em 15 dos 16 países analisados, os governos libertaram pessoas de prisões para reduzir a superlotação e conter a transmissão de COVID-19.
Onde os governos estabeleceram parcerias com a sociedade civil e o setor privado, as respostas à COVID-19 foram mais positivas e inclusivas. Em alguns países, foi fornecido transporte gratuito para atendimento médico de emergência durante o toque de recolher e, em outros, a polícia distribuiu máscaras em vez de multas.
Alguns países forneceram abrigos temporários para desabrigados e suprimentos de alimentos para pessoas que viviam em campos para pessoas deslocadas. Outros declararam que o abastecimento de água não poderia ser suspenso por falta de pagamento das contas e colocaram uma moratória nas ações de despejo ou investiram pesadamente em alimentos.
"As instituições nacionais de direitos humanos, como a que eu lidero, têm um papel crítico a desempenhar no rastreamento e na proteção dos direitos humanos de todas as pessoas, tanto as vulneráveis quanto as prósperas, especialmente em tempos de crise e de pandemias como as de COVID- 19 e de HIV ", disse Anthony Ojukwu, secretário executivo da Comissão Nacional de Direitos Humanos da Nigéria.
"Este relatório nos abre a oportunidade de trabalhar com instituições em todo o mundo para fazer cumprir os freios e contrapesos em vigor em nossos próprios países a fim de corrigir excessos, como os do pessoal de segurança durante os primeiros dias do bloqueio."
O UNAIDS também recebeu relatos de países que expandiram a distribuição de medicamentos para o HIV por vários meses para suprimentos de três ou seis meses e de outros implementando partos domiciliares ou entrega comunitária de medicamentos.
"O UNAIDS reconhece os passos positivos que foram dados. É provável que a COVID-19 fique conosco por muito tempo ", disse Byanyima. "Temos o compromisso de defender os mais vulneráveis, mesmo no ambiente difícil em que a COVID-19 nos colocou. Usaremos este relatório para convocar governos, comunidades e parceiros a fim de abrir um diálogo e encontrar um caminho para a reforma de leis, políticas e práticas e para proteger os direitos humanos."
O relatório baseia-se no guia Direitos em tempos de COVID-19, lançado pelo UNAIDS em março de 2020, que exortou os países a adotar uma abordagem de direitos humanos ao responder à COVID-19, em linha com as melhores práticas destes 40 anos de resposta ao HIV.
Clique aqui para acesso ao relatório em inglês