Indígenas venezuelanos em Manaus Foto | Alex Pazuello/Semcom/Fotos Públicas A Organização Internacional para as Migrações (OIM) lança, nesta quarta-feira (31), a publicação de "E.M.P.L.E.O Manaus: Análise e Estratégias para a Inserção de Refugiados e Migrantes Venezuelanos no Mercado de Trabalho Manauara". É um estudo aprofundado sobre o perfil socioeconômico da comunidade refugiada e migrante em território amazonense. Com a intensificação do fluxo migratório venezuelano nos últimos anos, aproximadamente 20 mil refugiados e migrantes do país vizinho residem em Manaus, segundo o Sistema de Registro Nacional Migratório do Ministério da Justiça e Segurança Pública. São homens, mulheres e crianças que deixaram a Venezuela em busca de novas oportunidades. Os que se encontram em idade ativa buscam a inserção no mercado de trabalho brasileiro. "A pesquisa tem um grande potencial ao propor modelos inovadores de cooperação entre o setor público, privado e sociedade civil para a produção de soluções duradouras fundamentais à integração de refugiados e migrantes no Brasil, partindo da sua experiência humanitária e conhecimento do contexto para criar essas oportunidades em benefício de todos", relata o gerente de Projeto da OIM Joaquim Torrinha. Para realizar a análise, a consultoria Mandalah realizou entrevistas com a população refugiada e migrante venezuelana residente em Manaus. Após análise dos dados coletados, observou-se que pelo menos metade daqueles que estão trabalhando informalmente ou que estão desocupados apresenta um conjunto de habilidades altamente valorizadas pelos principais empregadores da cidade, demonstrando um alto potencial de empregabilidade. "O estudo propõe uma atuação coordenada no sentido de catalisar a inserção laboral de refugiados e migrantes. Isso será fundamental para que eles tenham acesso a meios de vida mais dignos e pode funcionar como um importante motor de crescimento para a economia da cidade em um cenário pós-pandemia", informa o consultor sênior da Mandalah, Fred Heimbeck. Frente a isso, o estudo mostrou a necessidade de uma inserção laboral adequada para o processo de integração da população venezuelana no Brasil. Com o emprego e acesso à renda, esses indivíduos poderão sustentar as famílias e, com o tempo, se inserirem de maneira perene e independente na sociedade brasileira. A análise, em um primeiro momento, buscou entender o contexto do mercado de trabalho manauara e o perfil do venezuelano residente da capital. Com as informações, identificou-se as melhores práticas já existentes para criar um Quadro de Ação com seis linhas de atuação para vários atores, como agências da Organização das Nações Unidas (ONU), organizações da sociedade civil, setor privado e autoridades locais para a inserção laboral efetiva e significativa. As recomendações para a inserção se baseiam em: - Estruturar um banco de dados integrado sobre o público de interesse;
- Mitigar as condições limitantes para empregabilidade;
- Prospectar ativamente vagas de trabalho junto a empresas;
- Legitimar as habilidades e instrução dos mais escolarizados;
- Elevar a qualificação dos menos escolarizados com cursos profissionalizantes, através, por exemplo, da revalidação de diplomas;
- Oficializar Manaus como cidade de origem no Programa Vaga de Emprego Sinalizada (PVES) da Operação Acolhida, no âmbito da resposta humanitária do governo federal.
A primeira letra de cada uma destas linhas de ação forma então a palavra "E.M.P.L.E.O." – "emprego" em castelhano – que dá título à publicação. Serviço: A publicação será lançada em evento on-line no canal da OIM no YouTube, às 14h no horário do Amazonas (15h Brasília). A cerimônia terá abertura realizada pelo coordenador operacional da Operação Acolhida, general Antônio Manoel Barros. Programação: • 14h - Apresentação do evento e boas-vindas: Stéphane Rostiaux, Chefe de Missão |OIM Brasil • 14h05 – Abertura: General Antônio Manoel Barros, Coordenador Operacional | Operação Acolhida • 14h15 - Introdução à origem do estudo, panorama geral da pesquisa • 14h20 - O Mercado de Trabalho Manauara e a Comunidade Venezuelana: Principais Achados • 14h30 - E.M.P.L.E.O: um modelo programático para a integração socioeconômica de refugiados e migrantes venezuelanos • 14h35 - Linhas de Ação E.M.P.L.E.O • 15h - Painel aberto I: quais estratégias para a sensibilização do setor privado para a contratação de refugiados e migrantes? Participação de Túlio Silva, Coordenador | Associação Hermanitos. • 15h15 - Painel aberto II: qual o papel de atores públicos, Operação Acolhida e governo federal no sentido desta integração? Participação de Dra. Alzira Costa, Procuradora | Ministério Público do Trabalho – Amazonas. • 15h30 - Encerramento |