sexta-feira, 28 de maio de 2021

ONU lança campanha #CadaUmdeNós focada em medidas de prevenção contra COVID-19 na estreia do Brasileirão


A ação reúne um time de craques e busca mostrar que a união de todos por uma só causa, somada à atitude individual de cada um, é o caminho para acabar com a pandemia.

O projeto Verificado, iniciativa global da Organização das Nações Unidas (ONU) para combater a desinformação na pandemia da COVID-19, lança a campanha #CadaUmdeNós. Com o objetivo de incentivar jovens a manterem as medidas de prevenção, a ação busca mostrar que a união de todos por uma só causa, somada à atitude individual de cada um, é o caminho para acabar com a pandemia.

O lançamento da campanha #CadaUmdeNós contou com a atriz Taís Araújo ilustrando o mote "Sou esperança. Uso máscara" em diversos mobiliários urbanos, chamando a responsabilidade de cada um.

A próxima ação será a Seleção #CadaUmDeNós, formada por craques, jogadores e jogadoras de futebol. A campanha #CadaUmdeNós focada no esporte acontecerá na abertura do Campeonato Brasileiro de 2021, no dia 29 de maio. Os jogadores da Seleção #CadaUmDeNós incentivarão os jovens a manter as medidas de proteção por meio de vídeos em suas redes sociais. 

O público poderá participar postando vídeos nas redes e marcando a hashtag #CadaUmDeNós. No Instagram, será possível usar um filtro criado especialmente para a ação, "vestindo" a camisa da iniciativa. Uma lista de craques formada por jogadores e jogadoras de futebol e profissionais do meio vai incentivar os jovens a manter as medidas de proteção por meio de vídeos em suas redes sociais.

Os atletas confirmados na Seleção #CadaUmDeNós até o momento são: Aline Reis (UDG Tenerife), Alline Calandrini (ex-jogadora), Camilinha (Palmeiras), Formiga (Paris St German), Daniel Alves (São Paulo), David Luiz (Arsenal), Ludmila (Atlético de Madrid), Raphael Veiga (Palmeiras), Willian Borges (Arsenal) e Victoria Albuquerque e Tamires (ambas do Corinthians).

Confira o primeiro vídeo da campanha, clicando aqui.

Sobre o Verificado - O projeto Verificado é uma iniciativa global da ONU que tem o objetivo de combater a infodemia de desinformação em meio à pandemia, compartilhando informações confiáveis, precisas e que salvam vidas. O site Verificado traz uma galeria de informações verificadas e transmitidas pelas Nações Unidas. Acesse: compartilheverificado.com.br

Coordenado no país pelo Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio), em nome das Nações Unidas, o projeto Verificado conta com a colaboração da Purpose, uma das maiores organizações de mobilização social do mundo.

Fonte: ONU Brasil


quarta-feira, 26 de maio de 2021

Declaração conjunta: Ninguém está seguro até que todos estejam seguros




Basil, refugiado sírio de 35 anos, recebe a vacina contra a COVID-19 em um centro de vacinação no campo de Zaatari, na Jordânia
Basil, refugiado sírio de 35 anos, recebe a vacina contra a COVID-19 em um centro de vacinação no campo de Zaatari, na Jordânia
Foto | Shawkat Alharfosh/ACNUR

A distribuição equitativa da vacina é um imperativo humanitário.

Existe uma escolha. O mundo dos próximos 10 anos pode ser de maior justiça, abundância e dignidade. Ou pode ser um mundo de conflitos, insegurança e pobreza.

Estamos em um ponto de inflexão. A COVID-19 tem sido uma crise verdadeiramente global na qual todos nós carregamos um fardo. Em muitos casos, isso nos faz refletir sobre as injustiças mais antigas que se perpetuaram em partes do mundo onde a pandemia é mais uma camada de miséria, instabilidade e turbulência. Essas desigualdades foram expostas e exacerbadas pelo impacto da pandemia, tanto entre os países quanto dentro deles. Os efeitos serão sentidos em escala global nos próximos anos.

Os impactos de uma catástrofe como a pandemia da COVID-19 são medidos pelas tragédias de perdas e mortes individuais, bem como pela ruptura nacional e global em quase todos os âmbitos da vida. Nenhum país do mundo foi poupado.

Variantes do vírus, potencialmente mais infecciosas e resistentes às vacinas, continuarão a nos ameaçar se não forem controladas agora.

Nós, que assinamos esta declaração, representamos organizações com laços comunitários em todo o mundo. Trabalhamos de perto com pessoas afetadas por conflitos, desastres e fome e conhecemos os imensos desafios que elas enfrentam, assim como sua resiliência, mesmo nas piores situações.

Em 2021, a economia mundial está enfrentando sua pior desaceleração desde 1945. Para alguns países, isso aumentará drasticamente a pobreza e o sofrimento. Para outros, significará fome e morte. As consequências econômicas derivadas da pandemia ainda nos acompanharão por muito tempo. Haverá um impacto econômico contínuo, com todo o sofrimento humano que isso acarreta. Uma geração de crianças, especialmente meninas, deixou a escola e não retornará.

O mundo está enfrentando o desafio de como reverter essa dinâmica devastadora, com a saúde sendo uma parte fundamental dessa resposta. Defendemos aqui a "Saúde para Todas e Todos", em que a vida de cada pessoa é valorizada e o direito de cada pessoa aos cuidados de saúde é defendido. As pessoas não precisam apenas de vacinas. Elas precisam ter acesso a profissionais de saúde qualificados e equipados que possam fornecer suporte médico adequado.

Precisamos construir um mundo onde cada comunidade, independentemente de onde viva ou de quem seja, tenha acesso imediato à vacinação: não apenas para a COVID-19, mas também para as muitas outras doenças que continuam a prejudicar e causar mortes. Como a pandemia nos mostrou, em nosso mundo interdependente ninguém está seguro até que todos estejam seguros.

Temos uma escolha: nacionalismo de vacinas ou solidariedade humana.

Graças a uma ação internacional eficaz, várias vacinas foram produzidas. A Organização Mundial da Saúde (OMS), a Aliança Mundial para Vacinas e Imunização (GAVI) e a Coalizão para Promoção de Inovações em prol da Preparação para Epidemias (CEPI) estão liderando a iniciativa COVAX, que atualmente é o melhor esforço que temos para garantir que as vacinas cheguem às pessoas em todo o mundo. No entanto, a COVAX se destina a cobrir apenas 20% da população global – as pessoas mais vulneráveis, nos países de baixa renda – até o final de 2021, e ainda não está claro se atingirá essa meta. Enquanto isso, estudos mostram que se nos concentrarmos apenas na vacinação de nossas próprias populações, o mundo corre o risco de perder até US$ 9,2 trilhões do PIB global (com metade desse custo sendo incorrido por países desenvolvidos) somente neste ano.

Mas não é só uma questão de dinheiro. A fim de alcançar uma vacinação global mais ampla, questões complexas de logística, infraestrutura e escala devem ser abordadas. O Acelerador de Acesso às Ferramentas COVID-19 (ACT, da sigla em inglês) está focado em fornecer um meio para acelerar o desenvolvimento, fabricação e distribuição de produtos de diagnóstico e tratamento da COVID-19. O ACT reconhece e visa atender ao requisito de compartilhamento de informações – seja sobre tecnologia, propriedade intelectual ou manufatura.

No entanto, é preciso fazer mais. O compartilhamento de informações, a transferência de tecnologia e o fortalecimento dos processos de manufatura, para citar alguns, requerem o envolvimento ativo dos Estados e do setor privado.

Portanto, convocamos os líderes mundiais a:

  1. Garantir o acesso equitativo às vacinas entre os países, fornecendo vacinas, compartilhando conhecimento e experiências e financiando totalmente o ACT, que está trabalhando para fornecer acesso equitativo e implementação de diagnósticos, tratamentos e vacinas.
  2. Garantir o acesso equitativo às vacinas dentro dos países, assegurando que todos os setores da população sejam incluídos na distribuição nacional e nos programas de vacinação, independentemente de quem sejam ou de onde vivam, incluindo comunidades estigmatizadas e marginalizadas para as quais o acesso aos cuidados de saúde pode não ser tão direto.
  3. Apoiar os países financeiramente, politicamente e tecnicamente para garantir que o enfrentamento à COVID-19 não seja um objetivo isolado, sendo, em vez disso, um elemento importante de uma estratégia de saúde mais ampla, implementada junto com as comunidades para trazer melhorias de longo prazo para a saúde das pessoas e para o acesso à assistência médica. Estamos comprometidos, em nossas diferentes instituições, a oferecer todo o auxílio que pudermos para apoiar ações de comunidades e autoridades.

Este é o momento de uma liderança decisiva. Países e organizações em todo o mundo têm uma oportunidade única toda uma geração de abordar a desigualdade global e reverter algumas das consequências do ano passado. Ao fazer isso, eles trarão esperança não apenas para as pessoas mais pobres, mas para todas e todos nós.

Assinam esta declaração

  • Reverendíssimo Justin Welby, arcebispo de Canterbury
  • Peter Maurer, presidente do Comitê Internacional da Cruz Vermelha
  • Bispo Ivan M Abrahams, secretário-geral do Conselho Metodista Mundial
  • Sua Excelência Elder Metropolitan Emmanuel de Chalcedon, Patriarcado Ecumênico
  • Reverendo Dr. Chris Ferguson, secretário-geral da Comunhão Mundial das Igrejas Reformadas
  • Dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS
  • Filippo Grandi, alto-comissário das Nações Unidas para Refugiados
  • Henrietta H. Fore, diretora executiva do Fundo nas Nações Unidas para Infância (UNICEF)
  • Reverendo Dr. Martin Junge, secretário-geral da Federação Luterana Mundial
  • Dra. Azza Karam, secretário-geral, Religions for Peace
  • Francesco Rocca, presidente da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho
  • Rabino David Rosen, co-presidente da Religions for Peace
  • Sheikh Ahmed al-Tayeb, o grande imam de al-Azhar
  • Sua Excelência Cardeal Peter Turkson, prefeito do Dicastério para a Promoção do Desenvolvimento Humano Integral, Roma
     
  • Via ONU Brasil

sexta-feira, 21 de maio de 2021

ONU aponta conectividade como resposta para o desenvolvimento em áreas rurais


O Relatório Social Mundial é uma publicação do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas
Foto | Freepik

Novas abordagens possibilitadas por meio de melhor acesso e conectividade à Internet podem elevar o padrão de vida de aproximadamente 3,4 bilhões de pessoas que vivem em áreas rurais, sem que tenham que migrar para as cidades. É isso que conclui o recém-lançado Relatório Social Mundial 2021 "Reconsiderando o Desenvolvimento Rural", uma publicação do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas.

A pandemia da COVID-19, junto com os já persistentes altos níveis de pobreza e desigualdades, estão ameaçando paralisar o progresso das populações rurais do mundo. Mas a pandemia também provou que as novas tecnologias podem permitir o florescimento das populações rurais, acabando com a divisão urbana rural.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que as novas tecnologias abrem novas oportunidades para o desenvolvimento rural. "Existem oportunidades para construir um futuro mais verde, inclusivo e resiliente. A experiência da pandemia mostrou, por exemplo, que onde a conectividade de alta qualidade à internet é associada a acordos de trabalho flexíveis, muitos trabalhos que eram tradicionalmente considerados urbanos também podem ser realizados em áreas rurais".

O surgimento de novas tecnologias digitais oferece uma oportunidade para transpor a divisão rural-urbana, fornecendo às populações rurais acesso a financiamento digital, ferramentas de precisão para melhores rendimentos de colheita, bem como trabalhos que podem ser feitos remotamente.

Fragilidade econômica - Cerca de 67% das populações dos países de baixa renda e 60% dos países de renda média baixa são rurais. Cerca de 80% das pessoas que vivem abaixo da linha de pobreza internacional residem em áreas rurais, e cerca de um quinto da população rural vive em extrema pobreza — uma taxa que é quatro vezes maior do que a da população urbana — e têm menos acesso à educação, saúde e outros serviços essenciais.

Mulheres rurais, idosos e indígenas continuam sofrendo discriminação quando se trata de direitos à terra e emprego. As áreas rurais contêm a maior parte do capital natural do planeta, que atualmente está sendo esvaziado e degradado. O desmatamento e as práticas agrícolas insustentáveis contribuíram muito para as mudanças climáticas e a disseminação de doenças zoonóticas.

O relatório oferece novas estratégias para garantir que a população rural - quase metade da população mundial - não seja deixada para trás enquanto o mundo intensifica os esforços para impulsionar a economia, reduzir as desigualdades e enfrentar a crise climática. Assim, apela para melhorar a vida das pessoas onde elas estão, para melhorar os padrões de vida rurais.

Benefícios urbanos, áreas rurais - Chamada de "urbanização in situ", a abordagem visa garantir que a população rural possa desfrutar do mesmo padrão de vida que a população urbana, sem os efeitos colaterais negativos da urbanização insustentável. No Sri Lanka, Japão e China, o relatório encontrou exemplos onde melhorou o acesso à educação e saúde, aumentou o investimento em infraestrutura rural e a  redução da disparidade de renda entre as áreas rurais e urbanas levou a melhores condições de vida das populações rurais. 

O relatório observa que na China, Índia e Indonésia, enquanto a pobreza rural caiu entre 2000 e 2015, a desigualdade rural aumentou. Para impulsionar o progresso social nas áreas rurais, a abordagem das desigualdades deve ser acompanhada de esforços para reduzir os níveis de pobreza. Isso inclui novas políticas de reforma agrária, proteção social ampliada, assim como a revogação de leis discriminatórias que efetivamente enfrentam as desigualdades que mulheres rurais, povos indígenas e outras populações vulneráveis experienciam.

Biodiversidade ameaçada - De acordo com o relatório, a mudança de habitats naturais para terras agrícolas levou de 60 a 70% da perda total de biodiversidade e a perda de florestas e áreas selvagens é creditada com o aumento de doenças zoonóticas como a COVID-19. O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas afirma que aproximadamente 31% das emissões globais de gases de efeito estufa estão diretamente relacionadas à agricultura e às mudanças no uso da terra. Políticas teriam de ser implementadas para construir resiliência e reduzir a vulnerabilidade dos meios de subsistência rurais às alterações climáticas. O relatório recomenda a adoção de medidas para desenvolver variedades de cultivo que sejam menos intensas para a terra, praticando a agricultura mista e mudando para a economia circular.

Além disso, um déficit hídrico de cerca de 30% é esperado até 2030 e quase 95% das áreas terrestres do planeta podem se tornar degradadas até 2050 se os padrões atuais de desenvolvimento rural continuarem. Medidas que promovam o uso sustentável de recursos, assim como a segurança alimentar devem ser consideradas.

Impulsionando o setor agrícola - Os países com pelo menos 501 milhões de trabalhadores agrícolas correm o risco de não atingir a meta dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) de dobrar a produtividade agrícola e a renda dos pequenos agricultores até 2030. O relatório reconhece que mais ações são necessárias para impulsionar a produtividade agrícola, melhorando a infraestrutura, usando tecnologia apropriada, fornecendo incentivos e aumentando os investimentos. Também é importante focar nos modelos agrícolas específicos de cada país e voltados para o apoio aos pequenos produtores. 

A publicação identifica na diversificação uma das chaves para uma transformação rural. A expansão das atividades não agrícolas — uma fonte potencial de renda para os jovens — deve fazer parte das novas estratégias. 

Para mais informações, acesse http://www.bit.ly/wsr2021  

ONU Brasil

quinta-feira, 20 de maio de 2021

Mundo cumpriu meta de áreas protegidas em terra, mas a qualidade das áreas precisa melhorar


Para serem eficazes, as áreas protegidas e conservadas precisam incluir lugares importantes para a biodiversidade
Foto | Vlad Hilitanu/Unsplash

A comunidade internacional fez grandes progressos em direção à meta global de cobertura de áreas protegidas e conservadas, mas ficou muito aquém de seus compromissos com a qualidade dessas áreas. As informações são do novo relatório do Centro de Monitoramento da Conservação Mundial do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP-WCMC) e da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), produzido com o apoio da National Geographic Society e liberado nesta quarta-feira (19).

O Relatório Planeta Protegido aponta um bom desempenho desde 2010, com mais de 22 milhões de km2 de terra e 28 milhões de km2 de oceano protegidos ou conservados e 42% da cobertura atual agregada na última década. No entanto, um terço das principais áreas de biodiversidade não possui qualquer cobertura, e menos de 8% da terra está protegida e conectada, indicando fragilidade nos instrumentos de defesa da biodiversidade.

As informações contidas no relatório derivam da avaliação final da Meta 11 de Aichi, que trata das áreas protegidas e conservadas até 2020. Nela está incluso o compromisso de proteger  pelo menos 17% da terra e das águas interiores e 10% do meio ambiente marinho. 

Preservação em números - Hoje, 22,5 milhões de km2 (16,64%) de ecossistemas terrestres e aquáticos e 28,1 milhões de km2 (7,74%) de águas costeiras e do oceano estão dentro de áreas protegidas e conservadas documentadas. Isso representa um aumento de mais de 21 milhões de km2 (42% da cobertura atual) desde 2010, de acordo com o novo relatório. O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente calcula que a cobertura terrestre excederá consideravelmente a meta de 17% quando os dados de todas as áreas forem disponibilizados, uma vez que muitas áreas protegidas e conservadas permanecem não relatadas.

O marco global pós-2020 para a biodiversidade deverá ser acordado na Conferência sobre a Diversidade Biológica da ONU (CBD COP15) em Kunming, China, em outubro, e espera-se que inclua a ambição de aumentar a cobertura e a eficácia das áreas protegidas e conservadas. O relatório Planeta Protegido conclui que o desafio será melhorar a qualidade tanto das áreas existentes quanto das novas para alcançar mudanças positivas para as pessoas e para a natureza, já que a biodiversidade continua a diminuir, mesmo dentro de muitas áreas protegidas. O padrão da Lista Verde da IUCN é a única medida global de uma mudança geral na qualidade.

Neville Ash, Diretor do UNEP-WCMC, afirma: "Áreas protegidas e conservadas desempenham um papel crucial no combate à perda da biodiversidade, e grandes progressos foram feitos nos últimos anos no fortalecimento da rede global de áreas protegidas e conservadas. Entretanto, designar e contabilizar mais áreas protegidas e conservadas é insuficiente; elas precisam ser efetivamente gerenciadas e governadas de forma equitativa se quiserem perceber seus muitos benefícios em escala local e global e garantir um futuro melhor para as pessoas e para o planeta".

 Eficácia e equidade - Para serem eficazes, as áreas protegidas e conservadas precisam incluir lugares importantes para a biodiversidade. No entanto, um terço das áreas-chave da biodiversidade, seja em terra, águas interiores ou no oceano, ainda não estão protegidas de forma alguma, de acordo com o relatório.

As áreas protegidas e conservadas também precisam estar melhor conectadas entre si, para permitir a movimentação de espécies e o funcionamento de processos ecológicos. Embora tenha havido melhorias recentes, menos de 8% da terra está protegida e conectada — muito abaixo dos quase 17% da área terrestre que agora está sob proteção — e ainda há a necessidade de assegurar que as áreas circundantes sejam manejadas adequadamente para manter os valores de biodiversidade.

Além de designar novas áreas, o relatório solicita que as áreas protegidas e conservadas existentes sejam identificadas e reconhecidas, prestando contas dos esforços dos povos indígenas, comunidades locais e entidades privadas, ao mesmo tempo em que reconhece seus direitos e responsabilidades. Os esforços de conservação desses guardiões continuam subvalorizados e subnotificados, embora suas contribuições sejam extensas para garantir um futuro para a natureza.

O relatório também conclui que é preciso fazer mais para administrar as áreas protegidas e conservadas de forma equitativa, de modo que os custos da conservação não sejam arcados pelas populações locais enquanto seus benefícios são usufruídos por outros. Isto é fundamental para construir redes de conservação que tenham o apoio e a participação de pessoas em todos os lugares.

"A IUCN celebra o enorme progresso feito, especialmente na última década, com áreas protegidas cobrindo uma proporção crescente do globo. Como a biodiversidade continua a diminuir, agora pedimos que as Partes da Conferência das Nações Unidas sobre a Diversidade Biológica em Kunming estabeleçam uma meta ambiciosa que garantirá a cobertura de 30% de áreas protegidas em terra, água doce e oceano até 2030 - e essas áreas devem ser colocadas da melhor forma para proteger a diversidade da vida na Terra e ser gerida de forma eficaz e governada de forma equitativa", afirma o Diretor Geral da IUCN, Bruno Oberle.

Proteção e restauração - Ao proteger áreas intactas e restaurar ecossistemas degradados, os países podem criar uma rede para a natureza que ajuda a deter e reverter a perda de biodiversidade, mantém os serviços essenciais dos ecossistemas, ajuda a sociedade a enfrentar e se adaptar às mudanças climáticas e reduz o risco de futuras pandemias. Áreas gerenciadas com eficácia, protegidas e conservadas podem ajudar a prevenir uma maior degradação dos ecossistemas e consolidar o progresso na Década das Nações Unidas da Restauração de Ecossistemas

A Década será lançada oficialmente no dia 5 de junho de 2021, Dia Mundial do Meio Ambiente. Em muitos casos, as áreas em processo de restauração serão provavelmente adicionadas à rede de áreas protegidas e conservadas, para garantir que os benefícios da restauração sejam mantidos.

ONU BRASIL

Projeto de lei que suspende despejos e remoções durante a pandemia é aprovado na Câmara dos Deputados

Projeto segue para discussão pelo Senado. De acordo a Campanha Despejo Zero, mais de 72 mil famílias estão ameaçadas de remoção no país

 

Mesmo com caráter de urgência, levou um ano para projeto de lei ser apreciado e votado. Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

Mesmo com caráter de urgência, levou um ano para projeto de lei ser apreciado e votado. Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

 

O Projeto de Lei 827/2020, de autoria do deputado federal André Janones (AVANTE), que tem coautoria das deputadas federais Natália Bonavides (PT) e Professora Rosa Neide (PT),  foi aprovado pelo plenário da Câmara nesta terça-feira (18). O projeto proíbe despejos e remoções durante o período da pandemia, garantindo o direito à moradia e à prevenção contra o coronavírus de milhares de famílias que vivem em ocupações, além de proibir que pessoas que não estão com condições de pagar aluguel sejam despejadas de suas moradias. A proposta recebeu 263 votos favoráveis à matéria e 181 deputados rejeitaram o PL.

"Este projeto de lei tem sido defendido pela Campanha Despejo Zero desde seu início, pois é uma medida absolutamente essencial para proteção da saúde e da vida das famílias, sobretudo as mais vulneráveis. Não podemos permitir que pessoas sejam despejadas de suas casas, ficando desabrigadas num cenário de pandemia", destaca a assessora jurídica popular da Terra de Direitos e integrante da Campanha Despejo Zero, Daisy Ribeiro. "A luta segue pela aprovação do Projeto de Lei pelo Senado, na urgência necessária para que vidas sejam protegidas", complementa. 

A votação nesta terça-feira  aconteceu após um longo período de incidência por parte da sociedade civil organizada em defesa da vida das famílias que vivem em ocupações e assentamentos enfrentando risco de despejo em plena pandemia. No atual momento estima-se que mais de 72 mil famílias no Brasil estão ameaçadas de remoção de suas casas, segundo levantamento da Campanha Despejo Zero.

Mesmo com caráter emergencial, a proposta legislativa protocolada em maio de 2020 levou quase um ano para ser apreciada pela Câmara. Neste período mais de doze mil famílias sofreram despejo, realidade que poderia ter sido evitada caso a matéria legislativa tivesse sido votada com urgência. Com novas variantes, agravamento das condições socioeconômicas e desassistência do Estado às populações mais vulneráveis , a aprovação do PL é vista como fundamental. 

"No atual cenário de incertezas quanto aos prazos para a disponibilização das vacinas e da nova onda de contaminação, com recordes nos índices de mortalidade, as limitações impostas pela determinação de quarentena e isolamento continuam sendo as principais políticas públicas adotadas com a finalidade de reduzir a transmissão comunitária do novo coronavírus e garantir a manutenção da capacidade dos serviços de saúde", apontou o deputado federal e relator do PL, Camilo Capiberibe (PSB). 

Na discussão, os deputados e deputadas apresentaram falas em apoio ao Projeto de Lei e às famílias que estão ameaçadas de despejo, trazendo em foco o grave contexto sanitário e econômico que as milhares de famílias enfrentam no Brasil. "Quem é contrário a esse projeto não conhece a realidade de milhões de pessoas que, de uma hora para outra, se veem na rua, sem ter onde morar. Estamos falando de proteção do direito social à vida digna de pessoas que não têm outra alternativa senão ocupar", ressalta a deputada Natália Bonavides. 

O Projeto de Lei prevê ainda a proibição do despejo de famílias inquilinas que estão impossibilitadas de pagar aluguel devido à grave crise econômica que assola o país. Com o corte do auxílio emergencial, a situação das famílias de baixa renda fica ainda mais precária, levando milhares de pessoas à situação de fome e negação dos direitos mais básicos. 

Apoio Internacional

Em julho de 2020 o Relator Especial sobre Moradia Adequada vinculado ao Alto Comissariado das Nações Unidas (ONU), Balakrishnan Rajagopal, pediu que o Brasil não realize despejos neste contexto de pandemia. "O Brasil tem o dever de proteger urgentemente todos, especialmente as comunidades em risco, da ameaça do COVID-19, que afetou mais de um milhão e meio de pessoas no país e matou mais de 65.000", destaca o relator especial da ONU no direito à moradia. "Despejar com força as pessoas de suas casas nessa situação, independentemente do status legal de sua locação, é uma violação de seus direitos humanos", complementa.


Assessoria de comunicação - Terra de Direitos

Live Comunidades livre de transgênicos ocorrerá dia 21/05/2021


A Rede de Sementes do Polo da Borborema se encontrará em uma live para trocar suas histórias e fortalecer sua luta em defesa das sementes, para relançar a Campanha Não planto transgênicos para não apagar minha história e para construir estratégias para organizar comunidades livres de transgênicos.

E tem mais! Na ocasião também será celebrada a chegada do Flocão da Paixão nas quitandas e feiras agroecológica do Território da Borborema.

Quando? Nesta sexta dia 21 de maio às 15h

Como participar? Pelo Facebook @polodaborborema ou pelo Youtube @ASPTAAgriculturaFamiliareAgroecologia

Livro Cultura e Política no Brasil atual será lançado nessa sexta 21/05/2021



quarta-feira, 19 de maio de 2021

TikTok se une a ONU e parceiros para combate a desinformação da COVID-19


Iniciativa Verificado é apoiada por 181 estados-membros da ONU
Iniciativa Verificado é apoiada por 181 estados-membros da ONU
Foto | ONU Brasil

O TikTok anunciou parceria com a ONU, organizações do Todos pelas Vacinas, Instituto Butantan e Fiocruz para atuar no combate à desinformação sobre a COVID-19. A plataforma atuará junto com as iniciativas Verificado e Equipe Halo das Nações Unidas, Instituto Butantan, Fiocruz, Fundo das Nações Unidas pela Infância (UNICEF), Observatório COVID-19, Infovid, Rede Análise COVID-19, Blogs de Ciência da UNICAMP, Projeto Divulgar, Pretty Much Science e UPVacina para compartilhar informações confiáveis de forma criativa e acessível para a população.

O objetivo é dar acesso a informações de saúde corretas e reforçar a importância dos cuidados para prevenir a propagação da COVID-19.  Desde março do ano passado, o TikTok tem trazido informações científicas sobre a COVID-19 e combatido a desinformação sobre a pandemia, além de ter ajudado a criar um forte espírito de comunidade e conexão através de vídeos criativos e inspiradores para entreter as pessoas durante períodos de distanciamento social. Em todo o mundo, o TikTok tem trabalhado com organizações de saúde renomadas e especialistas para apresentar informações confiáveis. 

No Brasil, o TikTok está convidando criadores de conteúdos para usar a hashtag #InfoCovid para produzir vídeos com conteúdos pré-selecionados por representantes das organizações parceiras. Um comitê de entidades de saúde se reunirá para definir as prioridades, a fim de ajudar os criadores com os roteiros, buscando garantir que as informações postadas tenham respaldo científico. As pessoas podem usar a hashtag #InfoCovid para descobrir conteúdos da comunidade do TikTok na aba "Descobrir". Além disso, os vídeos estarão disponíveis em uma página exclusiva, que trará informações atualizadas da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a prevenção contra a COVID-19 e sobre vacinas. 

Lives Semanais – Durante o período da campanha, o TikTok irá promover lives todas as terças-feiras com especialistas no tema para tirar dúvidas sobre o atual momento da pandemia. A primeira live será com o diretor do Instituto Butantan, Dimas Tadeu Covas, e a coordenadora executiva do Todos pelas Vacinas, Flavia Ferrari, no dia 18 de maio às 17h.

#CadaUmDeNós – O TikTok está se unindo a campanha #CadaUmDeNós. Com a ação, a ONU busca reforçar a importância das medidas de prevenção contra a doença e difundir a urgência do acesso justo e equitativo das vacinas contra a COVID-19. A plataforma está  incentivando toda a comunidade do TikTok a se juntar à campanha postando vídeos com a hashtag #CadaUmDeNós, mostrando que a pandemia só será controlada se cada pessoa fizer a sua parte, o que inclui usar máscara, manter distanciamento social, higienizar as mãos e tomar a vacina quando ela estiver disponível.

Doações –  Em 2020, o TikTok doou cerca de R$15 milhões para ajudar no combate à pandemia. Foram investidos em compras de equipamentos hospitalares, como respiradores, e de cestas básicas para a população necessitada. O apoio cobriu todas as regiões do Brasil, inclusive comunidades indígenas e periféricas. Para 2021, o TikTok continuará ajudando a mitigar os impactos da pandemia através de doações, levando em consideração os principais desafios do contexto atual. 

Combate à Desinformação –  Ao trazer conteúdo educacional feito por parceiros preparados, o TikTok continua fortalecendo os recursos oferecidos sobre a pandemia  no aplicativo. A página exclusiva de informações sobre a COVID-19 já foi vista mais de 2,6 bilhões de vezes e é atualizada constantemente com novas informações e orientações da Organização Mundial de Saúde sobre vacinas e sobre a COVID-19.  

O TikTok trabalha para identificar e remover desinformação sobre a COVID-19.  A maior parte dos vídeos enganosos sobre o coronavírus têm sido removidos em menos de 24 horas após terem sido postados, conforme detalhado no Relatório de Transparência do aplicativo. O TikTok está investindo em novos mecanismos de detecção para diminuir essa lacuna e melhorar a eficácia.

Fonte: ONU Brasil

#ConflitosNoCampoBrasil2020 | Convite Lançamento publicação anual da CPT (CPT Assessoria de Comunicação)


#ConflitosNoCampoBrasil2020 | No dia 31 de maio, segunda-feira, a partir das 10h00 (horário Brasília), a Comissão Pastoral da Terra (CPT) lançará sua publicação anual, Conflitos no Campo Brasil 2020. É a 35ª edição do relatório que reúne dados sobre os conflitos e violências sofridas pelos trabalhadores e trabalhadoras do campo, das águas e das florestas no Brasil.

Os dados compilados pelo Centro de Documentação da CPT - Dom Tomás Balduino nos permite ver um retrato da vida desses povos e dos conflitos e desafios que trabalhadores e trabalhadoras rurais, indígenas, quilombolas, geraizeiros, quebradeiras de coco, ribeirinhos, pescadores e tantos povos e comunidades tradicionais, verdadeiros guardiões e guardiãs da biodiversidade e riqueza natural que compõem o nosso país, precisam enfrentar.

Devido à pandemia da Covid-19, o lançamento da publicação da #CPT, será realizado de forma virtual e poderá ser acompanhado em suas redes sociais.

Acompanhe:

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