segunda-feira, 22 de novembro de 2021

Violência contra mulheres: campanha da ONU Brasil pede vida e dignidade


Legenda: A campanha apoia os 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra Mulheres e Meninas, iniciativa que completa três décadas de mobilização internacional neste ano
Foto: © ONU Brasil

A ONU Brasil promove, entre 20 de novembro e 10 de dezembro de 2021, a edição anual da campanha do secretário-geral da ONU "Una-se pelo Fim da Violência contra as Mulheres". Desenvolvida desde 2008, ela apoia os 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra Mulheres e Meninas. Neste ano, a iniciativa completa três décadas de mobilização internacional. Em todo o mundo, a ONU está abordando o tema: "Pinte o mundo de laranja: fim da violência contra as mulheres, agora!".

A campanha da ONU Brasil pede união de esforços e de ações para garantir a vida e a dignidade a todas as mulheres e meninas, inclusive na recuperação da COVID-19. A pandemia exacerbou fatores de risco para a violência contra mulheres e meninas, incluindo desemprego e pobreza, e reforçou muitas das causas profundas, como estereótipos de gênero e normas sociais preconceituosas.

Estima-se que 11 milhões de meninas podem não retornar à escola por causa da COVID-19, o que aumenta o risco de casamento infantil. Estima-se também que os efeitos econômicos prejudiquem mais de 47 milhões de mulheres e meninas vivendo em situação de pobreza extrema em 2021, revertendo décadas de progresso e perpetuando desigualdades estruturais que reforçam a violência contra as mulheres e meninas.

"A campanha aborda as diferentes causas da violência contra mulheres e meninas e demonstra por meio de ações e propostas concretas os diferentes caminhos para superar esse problema", explica a coordenadora residente do Sistema ONU no Brasil, Silvia Rucks.

"A violência contra mulheres e meninas afeta a todas e todos nós e depende do engajamento das pessoas, das empresas e das instituições públicas e privadas para ser superada", completa.

Desde os primeiros meses da pandemia de COVID-19, o secretário-geral da ONU, António Guterres, vem fazendo apelos pelo fim da violência contra mulheres e meninas e pedindo paz no lar e o fim da violência em toda parte. Mais de 140 países expressaram apoio, e 149 países adotaram cerca de 832 medidas, conforme destacado na Resposta Global de Gênero à Covid-19, coordenada pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) com colaborações técnicas substantivas da ONU Mulheres.

Por meio da Estratégia de Engajamento Político do Secretário-Geral da ONU sobre Violência baseada em Gênero, o Sistema das Nações Unidas mobilizou várias partes interessadas para atender às necessidades imediatas e vulnerabilidades de longo prazo de meninas e mulheres em risco de violência e reconheceu o papel-chave que as organizações de direitos das mulheres desempenharam durante a crise global. Para tanto, a ONU ativou suas plataformas e redes a fim de mobilizar compromissos e ações para acabar com a violência baseada em gênero no contexto da COVID-19.

A campanha UNA-SE articula compromissos com as Coalizões de Ação Geração Igualdade, especialmente a de Violência Baseada em Gênero, para acelerar investimentos, sensibilizar autoridades públicas para políticas de prevenção e enfrentamento à violência contra as mulheres e meninas e mobilizar diversos setores em torno da causa.

A campanha se baseia nas determinações da Declaração e Plataforma de Ação de Pequim e se orienta rumo ao alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) até 2030, especialmente o ODS 5, que pretende alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas. A iniciativa busca a adesão de governos, parlamentos, sistema de Justiça, empresas, academia e sociedade para a prevenção e a eliminação da violência contra mulheres e meninas.

Campanha no Brasil - Com o mote "UNA-SE pelo fim da violência contra as mulheres e meninas - Vida e dignidade para todas", a campanha deste ano tem como foco visibilizar a complexidade da violência contra as mulheres e meninas, em que suas identidades e condições de vida acentuam e ampliam vulnerabilidades para mulheres e meninas negras, indígenas, quilombolas, LBTQIAP+ (lésbicas, bissexuais, trans, queer, intersexuais, assexuais, pansexuais, entre outras), com deficiência, idosas, migrantes e refugiadas. Para tanto, entende ser fundamental a abordagem interseccional de análise sobre as situações de violência sofridas pelas mulheres e meninas, entendendo que elas são diferentes a partir dos locais concretos e simbólicos ocupados por elas.

é ora de acabar com o racismoLegenda: No Brasil, a mobilização se inicia em 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, para buscar ações de combate ao racismo e ao sexismo e pelo enfrentamento à violência contra mulheres e meninas negras

A campanha pretende evidenciar que a violência contra mulheres e meninas não ocorre apenas no ambiente privado: dentro de casa ou no corpo (como nos caso da violência doméstica e da violência sexual). Ela também está presente em espaços públicos, no ambiente de trabalho, na política institucional, nos esportes, nos ambientes online, nos meios de comunicação, e também no contexto da promoção e defesa de direitos.

A campanha destaca também as formas de prevenção e eliminação das diversas formas de violência. Para tanto, além do trabalho das Nações Unidas, a campanha apresenta também iniciativas e histórias de mulheres que defendem direitos e promovem a igualdade de gênero.

Baseada no entendimento de que a violência contra mulheres e meninas é uma violação de direitos humanos, esta edição tem como objetivo também estimular uma mudança de paradigma, eliminando a ideia de mulheres 'vítimas de violência' (passivas, em uma condição insuperável) e fomentando a noção de que essas mulheres são pessoas 'em situação de violência' ou 'que sofreram violência'.

Tal mudança estimula o entendimento de que a violência é um desafio superável e que pode ser prevenida, além da visão de mulheres como protagonistas da defesa e promoção de direitos humanos, desenvolvimento sustentável, justiça climática e democracia, cujas contribuições beneficiam toda a sociedade. Também reconhece, a partir disso, que a violência afeta todas as dimensões das vidas das mulheres que a vivenciaram e que toda a sociedade é responsável pela sua erradicação. Em outra linha de ação, a campanha quer engajar homens e meninos como aliados dos direitos das mulheres e para atingir a igualdade de gênero, da qual eles também se beneficiam.

A campanha "UNA-SE pelo Fim da Violência contra as Mulheres" terá como um dos focos o empoderamento de meninas e jovens por meio do esporte, como ferramenta fundamental para prevenção e eliminação da violência contra mulheres e meninas. Com  histórias e experiências compartilhadas, a campanha mostrará como o esporte desenvolve habilidades para a vida das meninas, como autoconfiança, autonomia e liderança, fazendo com que rompam com estereótipos de gênero e com o ciclo de violência, não só individualmente, mas em seu entorno.

Ações no Brasil - A programação da campanha deste ano conta com a realização de eventos on-line e presenciais, iluminações de prédios na cor laranja em adesão global à mensagem da prevenção da violência, assim como diversos conteúdos publicados nas redes sociais e sites da ONU Brasil e instituições parceiras. Serão ações direcionadas a ampliar a conscientização e responsabilização de toda a sociedade e suas instâncias para a realidade da violência contra as mulheres e meninas e chamar para a ação conjunta, em um concreto engajamento.

Neste ano, a campanha será inaugurada com a iluminação na cor laranja do Congresso Nacional, em Brasília, em 20 de novembro, Dia da Consciência Negra - início da campanha dos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres; e do Abrigo Rondon V, em Roraima, de 20 a 26 de novembro, em adesão à mensagem global de prevenção contra a violência. Ainda está programada a iluminação laranja da Casa da Mulher Brasileira, na cidade de Boa Vista (RR), de 27 de novembro a 4 de dezembro, estado em que a ONU Brasil desenvolve projetos de ajuda humanitária.

A campanha é composta pelo evento on-line "Juntas e juntos para pôr fim à Violência contra Defensoras de Direitos Humanos e do Meio Ambiente", em 29 de novembro, assim como diversos conteúdos publicados nas redes sociais e site da ONU Brasil e de instituições parceiras. As  ações pretendem ampliar a conscientização e responsabilização de toda a sociedade para a realidade da violência contra mulheres e meninas e chamar para a ação conjunta, em um concreto engajamento.

16 Dias de Ativismo - A campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres, que completa 30 anos em 2021, foi criada por ativistas do Instituto de Liderança Global das Mulheres em 1991.

Desde então, mais de 6.000 organizações em 187 países participaram da campanha, alcançando 300 milhões de pessoas. Ela continua a ser coordenada, a cada ano, pelo Centro para Liderança Global de Mulheres (CWGL, na sigla em inglês) e é usada como estratégia de organização por pessoas, instituições e organizações em todo o mundo para prevenir  e eliminar a violência contra mulheres e meninas.

Em todo o mundo, os 16 Dias de Ativismo abrangem o período de 25 de novembro (Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres) e 10 de dezembro (Dia Internacional dos Direitos Humanos). No Brasil, a mobilização se inicia em 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, para buscar ações de combate ao racismo e ao sexismo e pelo enfrentamento à violência contra mulheres e meninas negras.

Fonte: ONU Brasil 

terça-feira, 16 de novembro de 2021

​Milton Nascimento dubla vídeo da campanha "Não Escolha a Extinção"

Foto: © PNUD

O vídeo da campanha "Não Escolha a Extinção", do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), agora tem versão dublada em português e por ninguém menos que o cantor e compositor Milton Nascimento. A versão legendada do vídeo já conquistou milhares de internautas no Brasil, repetindo o êxito mundial das edições em inglês, espanhol, francês e dinamarquês. A ideia é que a versão dublada brasileira alcance ainda mais pessoas, não só no Brasil como em outras nações de língua portuguesa na Europa, na África e na Ásia. 

Milton Nascimento, ao dublar o dinossauro Frankie, une-se ao time de artistas de renome internacional que também emprestaram sua voz à campanha do PNUD. O filme, primeiro realizado na Assembleia Geral da ONU com animação CGI (imagens geradas por computador), apresenta celebridades mundiais dando voz ao dinossauro em várias línguas, incluindo os atores Eiza González (espanhol), Nikolaj Coster-Waldau (dinamarquês) e Aïssa Maïga (francês). 

Para Milton Nascimento, que gravou a dublagem em seu próprio estúdio no Rio de Janeiro, "essa foi uma oportunidade de participar de uma ação global pela proteção da humanidade e do planeta". A experiência de dublar um dinossauro foi inédita e inesperada para o artista. "A mensagem dessa campanha é urgente. Se não fizermos algo para impedir que a mudança global do clima continue a devastar a natureza, poderemos ser extintos", observou Milton.

A direção de dublagem é de Guilherme Lopes, e a mixagem e a finalização são da Canja Audio Culture. O vídeo está disponível no Canal do YouTube do PNUD.

Frankie, o dinossauro - Após invadir o icônico salão da Assembleia Geral da ONU, famoso por discursos históricos de líderes mundiais, o imponente dinossauro Frankie se dirige a uma plateia perplexa de diplomatas, dizendo que "é hora de os humanos pararem de dar desculpas e começarem a fazer mudanças" para lidar com a crise do clima. "Pelo menos a gente tinha um asteróide", avisa o dinossauro, referindo-se à popular teoria que explica a extinção desses enormes répteis há 70 milhões de anos. "Qual é a desculpa de vocês?", ele indaga, desafiador.

A campanha "Não Escolha a Extinção" do PNUD e seu curta-metragem buscam tornar mais evidente como os subsídios aos combustíveis fósseis estão retardando o progresso contra a mudança do clima enquanto beneficiam principalmente os ricos. Um estudo do PNUD divulgado como parte da campanha revela que o mundo gasta assombrosos 423 bilhões de dólares por ano para subsidiar os combustíveis fósseis aos consumidores (petróleo, eletricidade gerada pela queima de outros combustíveis fósseis, gás e carvão).

A campanha e o curta metragem buscam ainda tornar mais acessíveis as questões técnicas, às vezes complexas, relacionadas aos subsídios aos combustíveis fósseis e à emergência climática. Por meio de diversas ações para envolver as pessoas, o objetivo é educar e dar voz às pessoas no mundo inteiro.

* O uso do vídeo por emissoras e canais de TV abertas ou fechadas está liberado, basta dar o crédito ao PNUD.


segunda-feira, 15 de novembro de 2021

Estudo revela as falsas soluções da Cargill para conter o avanço das mudanças climáticas




Estudo revela as falsas soluções da Cargill para conter o avanço das mudanças climáticas


Um estudo lançado nesta quarta-feira (10) pela Terra de Direitos aponta que a empresa transnacional Cargill apresenta ao mercado falsas soluções para combater a crise climática. Em meio às discussões da COP 26 sobre aquecimento global, o estudo revela diversas ações de greenwashing praticadas pela empresa no Tapajós (PA). A empresa transnacional, voltada ao agronegócio e presente na Região Norte do Brasil, opera um terminal portuário em Santarém há quase 20 anos, impactando fortemente o meio ambiente e as comunidades tradicionais da região.


O estudo evidencia que a Cargill, empresa com maior capital privado do mundo, além de não respeitar as comunidades e povos tradicionais brasileiros, adota uma postura de "maquiagem verde", ao propagar discursos e estratégias para a construção de uma empresa com imagem sustentável.  


Neste estudo, você pode conferir:
 

  • Como a Cargill utiliza o discurso de sustentabilidade
  • As falsas soluções acionadas para a crise climática
  • As violações de direitos socioambientais relacionadas

 

Para conhecer a primeira parte do estudo, acesse https://semlicencaparacargill.org.br/   

 

 

Fonte: Terra de Direitos
 

Leia mais
Acesse o estudo
 


OPINIÃO: Enegrecer a esquerda – o caminho estratégico da luta popular no Brasil

Benedita da Silva

O mês da Consciência Negra é uma oportunidade não apenas para celebrarmos nossas lutas, mas também para aprofundarmos nossas reflexões sobre os grandes compromissos da esquerda com o povo negro, que constitui a maioria da população do país.

Não obstante todas as vitórias já alcançadas na luta contra o racismo e apesar dos avanços organizativos do PT – o maior partido da esquerda – em garantir política de cotas para negros e negras em todas as suas instâncias, a relação política da esquerda com o povo negro ainda sofre significativas limitações.

Entre essas limitações destacamos duas. A primeira e mais importante é a insuficiente compreensão de que o povo negro não é apenas vítima do racismo, mas também o sujeito ou protagonista de qualquer mudança social mais profunda do país.

A segunda limitação decorre dessa primeira e diz respeito à necessidade imperiosa da esquerda de fazer o permanente trabalho de organização da base popular – base essa majoritariamente negra.

Mas falar em trabalho de base é falar do desenvolvimento das lutas de nosso povo, compreendidas aí as lutas que se dão nos interligados campos da raça, gênero e classe, segundo a feminista e socialista negra norte-americana, Angela Davis, nossa maior referência nesse tema.

A luta contra o racismo é inseparável da luta pelos direitos da mulher e ambas são partes da luta mais geral das classes trabalhadoras contra a exploração e a desigualdade social.

Aqui, o exemplo da mulher negra empregada doméstica, a maior categoria profissional do país, é emblemático. Triplamente discriminada, por ser negra, mulher e trabalhadora de baixa remuneração, ela está na base da pirâmide social. Constitui ao mesmo tempo a maioria das mulheres chefes de família da população pobre e negra que vive nas favelas e periferias de nosso país.

Os movimentos identitários atuam como motores das lutas feministas e contra o racismo e nessa medida ocupam um importante papel na mobilização da vanguarda de negros e mulheres, principalmente dos jovens, na luta popular mais geral contra o fascismo dominante e por uma sociedade sem nenhum tipo de discriminação.

Não obstante as mulheres e os negros formarem contingentes majoritários da população brasileira, os movimentos negros e feministas têm o grande desafio de ampliar sua influência política sobre eles pois tanto a consciência negra quanto a feminista ainda são visivelmente minoritárias na sociedade.

Aí reside o grande desafio de nossa luta, pois a conquista da hegemonia política na população negra e feminina, mais do que ações pontuais dos movimentos contra o racismo e pelos direitos das mulheres, vai exigir da esquerda brasileira profundas mudanças gerais em seus enfoques ideológicas e práticas políticas e partidárias.

Historicamente eurocêntrica e predominantemente branca e de classe média, a esquerda brasileira sempre considerou as questões do racismo e do feminismo como algo secundário, questões que seriam resolvidas depois da vitória do socialismo.

No entanto, a teórica socialista do feminismo negro internacional, Angela Davis, mostrou de maneira conclusiva que as lutas da classe trabalhadora pelo socialismo e as lutas contra o racismo e pelos direitos da mulher só têm chances de vitória se andarem "juntas e misturadas".

A nossa esquerda precisa priorizar também o estudo e a formação política com base nos teóricos do movimento negro brasileiro e internacional.

Nesse sentido é importante conhecer o livro, O Pensamento Africano no Século XX, organizado por José Rivair Macedo. É necessário refletirmos profundamente sobre o trabalho de Abdias Nascimento e de Florestan Fernandes, e ler a obra de Jessé Souza, em particular seu último livro Como o Racismo Criou o Brasil. Devemos incorporar mais amplamente o estudo do filósofo Silvio Almeida sobre o racismo estrutural e o pensamento das feministas negras Lélia Gonzalez, Sueli Carneiro, Jurema Werneck, Djamila Ribeiro, entre outras, apenas para ficarmos entre as teóricas brasileiras.

Para cumprir com o seu papel de liderar o povo brasileiro majoritariamente negro, a esquerda tem de mudar muitos de seus parâmetros de atuação política seguidos até o presente. Precisa incorporar em sua teoria transformadora do Brasil os teóricos negros e negras da luta contra o racismo e das lutas de libertação social e nacional.

Precisamos formar nossa juventude no conhecimento da história das lutas do povo brasileiro, como corretamente recomendou Lula. Rever criticamente as experiências das lutas do passado contribui muito para os ensinamentos das lutas do presente. Destacamos do passado a resistência secular do heroico Quilombo de Palmares de Zumbi e Dandara, e as revoltas iniciadas em 1835 na Bahia, dos negros libertos e escravizados Malês, que sabiam ler e escrever; e em Belém do Pará, com a revolta chamada de Cabanagem, na qual os negros escravizados, índios e mestiços conseguiram tomar o poder, mas foram traídos por seus aliados da classe média branca.

É com esse novo enfoque e unindo a teoria à prática, que a esquerda tem de partir, sem vacilações, rumo ao Brasil real, ao país que foi criado pelo trabalho do negro escravizado; rumo ao povo que, depois de liberto dos grilhões, se tornou maioria da população, mas foi submetido a um regime de exclusão social, de discriminação racial e de gênero e que é diuturnamente vigiado, reprimido e morto por violência policial impune.

Falando agora do Partido do Trabalhadores, que nasceu e cresceu não apenas sob o impulso sindicalista, mas também dos movimentos negro, feminista e comunitário, temos de dar um salto de qualidade na nossa visão das questões do combate ao racismo e de gênero, no sentido de entendê-las como algo mais amplo, como partes integrantes essenciais da libertação social e nacional de nosso povo.

O objetivo maior é o de "enegrecer" a esquerda e seus movimentos sociais. No caso do PT, devemos cobrar de nossas de direções, secretarias e setoriais o enraizamento de nossa política e organização por meio do trabalho de base permanente nas favelas e periferias, onde está a maioria das mulheres e negros oprimidos e discriminados.

Sabemos que é por meio de políticas públicas que a esquerda pode efetivamente se ligar às grandes massas do povo pobre e negro. Quando fomos governo não fizemos isso o suficiente, não transformamos cada conquista social em consciência política e trincheira de luta do movimento popular. Essa lição virou cicatriz em nosso corpo para nunca mais esquecermos.

Lutamos agora não apenas para derrotar o racismo fascista de Bolsonaro, mas para libertar o Brasil e usar todo o ensinamento do passado para reconstruirmos nosso país sobre o chão firme da justiça social e da superação do racismo e da opressão da mulher.

Benedita da Silva é deputada federal (PT-RJ).



Livre de vírus. www.avast.com.

sábado, 13 de novembro de 2021

Dia 21-11-2021 tem Caminhos do Marrecas em Francisco Beltrao/PR

No dia 21-11-2021  haverá  Caminhos do Marrecas em Francisco Beltrao/PR.

Você poderá se inscrever online através do link abaixo:

CLIQUE AQUI PARA FAZER A INSCRIÇÃO ONLINE

 

CLASSIFICAÇÃO DO EVENTO
Condição do terreno : Percurso com piso irregular
Esforço físico : Esforço significativo
Orientação do percurso : Caminho ou sinalização que indica a continuidade
Severidade do meio : Moderadamente severo
Distância : 6 Kms (exatos 6.002mts)
Se desejar ver todos os detalhes deste evento, Clique aqui

Se preferir, pode entrar diretamente no site onde se encontram todas as Caminhadas/Pedaladas , http://caminhadas.info

Você também pode acompanhar e ver seus certificados no site https://meuseventos.info , CLIQUE AQUI PARA VER SEU HISTÓRICO


Se você já é um(a) caminhante veterano, não se esqueça de levar a sua carteirinha para ganhar um carimbo do evento.

 

ESPERAMOS VOCÊ.

 

Contato da Organização

Responsável: Sueli Baldo de Araújo

E-mail: suelibaldo@idr.pr.gov.br; juniornesi2@hotmail.com

TELEFONE: 46 3905-1700

 

 

 

 

  

 

 

sexta-feira, 12 de novembro de 2021

ONU e ABDE unem esforços para acelerar financiamento do desenvolvimento sustentável


Legenda: Grupo de interlocutores será composto por Banco Mundial, FMI, CEPAL, PNUD e FIDA
Foto: © ABDE/Filipe Cardoso

Organização das Nações Unidas e a Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE) assinaram, no último dia 10 de novembro, um memorando de entendimento para acelerar o financiamento para o desenvolvimento sustentável no Brasil.

A ABDE reúne instituições financeiras de desenvolvimento espalhadas por todo o país, inclusive bancos públicos federais, bancos de desenvolvimento estaduais, bancos cooperativos, além de outros bancos com carteira de desenvolvimento e agências de fomento. Essas instituições compõem o Sistema Nacional de Fomento e desempenham um papel crucial na promoção do desenvolvimento.

Durante a cerimônia de assinatura do memorando, realizada na sede da ABDE, em Brasília, a coordenadora residente da ONU no Brasil, Silvia Rucks, destacou a Agenda 2030, a Agenda de Ação de Adis Abeba e o Acordo de Paris como um tripé de sustentabilidade, que deve guiar a tomada de decisão e ajudar as instituições financeiras a canalizar os investimentos para que contribuam ao desenvolvimento sustentável.

"As instituições financeiras de desenvolvimento têm um papel fundamental a desempenhar de modo a ampliar e dirigir o financiamento de investimentos e ativos. Com isso, devem ajudar a dar forma às políticas e normas necessárias para a transição a vias de desenvolvimento sustentável, resilientes à mudança do clima e com baixas emissões de carbono, em nível mundial", afirmou Rucks.

O presidente da Associação, Sergio Gusmão Sochodolski, destacou que a força e a capilaridade da ABDE estão a serviço do "desejo de unir esforços com as nações Unidas, promovendo as agendas globais negociadas, que são compromissos dos quais o Brasil faz parte. As três agendas nasceram em 20215 e o componente da ação local é essencial para sua implementação em escala global". Ele também reafirmou "a satisfação de poder trocar experiências e conhecimentos e mobilizar recursos técnicos e financeiros para a promoção dessas agendas".

Silvia Rucks ressaltou ainda os impactos da pandemia no desenvolvimento: "A COVID-19 reduziu drasticamente o progresso nos ODS nos últimos anos e afetou todos os aspectos do financiamento para o desenvolvimento. A economia global experimenta a pior recessão em 90 anos, e os segmentos vulneráveis da sociedade foram afetados de forma desproporcional".

Segundo ela, a resposta a essa crise tem se dado de forma desigual entre e dentro dos países. "Para muitos, o impacto da pandemia ainda é devastador". E prosseguiu: "O alinhamento do sistema financeiro com os objetivos da Agenda 2030 e do Acordo de Paris é, portanto, crucial".

Memorando - O memorando de entendimento foi uma iniciativa da ABDE, que buscou o apoio das Nações Unidas para a elaboração e implementação de seu Plano Nacional de Financiamento para o Desenvolvimento Sustentável. De acordo com Sochodolski, o plano será lançado em março de 2022 "para impulsionar a contribuição do Sistema Nacional de Fomento aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável".

Foi estabelecido um grupo de interlocutores composto por representantes do Banco Mundial, FMI, CEPAL, PNUD e FIDA, com facilitação substantiva do Escritório da Coordenadora Residente.

Participaram da cerimônia de oficialização da parceria a representante residente do PNUD, Katyna Argueta, e o diretor do FIDA no Brasil, Claus Reiner.

Fonte: ONU Brasil

quarta-feira, 10 de novembro de 2021

Rádio Canção Nova fará abordagem sobre agroecologia nesse dia 10 de Novembro

Plenária dos mandatos do Prof. Lemos e Gleisi ocorrerá nesse dia 12 de Novembro em Cascavel

Bazar de Usados da Associação Pestalozzi ocorrerá nos dias 10 e 11 de Novembro em Guaíra-PR

Paraná: Luciana e Tadeu cobram mais recursos para a alimentação escolar

Agricultura Familiar


Em audiência com o secretário-chefe da Casa Civil do governo do estado, Guto Silva, a deputada estadual Luciana Rafagnin e o deputado Tadeu Veneri, ambos do PT, reforçaram as reivindicações das cooperativas da agricultura familiar que fornecem alimentos à merenda escolar. 


Curitiba, PR (09/11/2021) - Um dos segmentos produtivos que mais amarga prejuízos nos últimos anos e que sofre o impacto direto da desatenção dos governos às políticas de enfrentamento da fome e do empobrecimento da população é a agricultura familiar. O aumento exagerado dos custos de produção, das tarifas públicas, como da energia elétrica, água, combustíveis e gás de cozinha, acompanhado da inflação galopante dos últimos períodos, da defasagem dos preços pagos na compra da alimentação escolar e da redução no volume dos produtos, bem como da quantidade de itens da merenda no Paraná são alguns dos fatores que têm mobilizado as cooperativas da agricultura familiar a pressionar o governo do estado na busca de soluções para viabilizar e incentivar a produção de alimentos.

Nesta terça-feira (9), os deputados estaduais Luciana Rafagnin e Tadeu Veneri, do Partido dos Trabalhadores (PT), acompanhados do diretor-presidente da Cooperativa Central de Reforma Agrária do Paraná (CCA-PR), Olcimar da Rosa, se reuniram em  audiência com o secretário-chefe da Casa Civil do governo do estado, Guto Silva, para reforçar a pauta das cerca de 50 cooperativas de agricultores familiares que fornecem alimentos à merenda das mais de 2.100 escolas da rede pública paranaense. A realidade dessas famílias produtoras tem sido motivo de discussão com representantes do governo do estado há alguns meses, por meio de audiências também com o secretário da Agricultura, Norberto Ortigara, e com a direção do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Educacional – Fundepar.

Entre as reclamações das cooperativas está ainda a defasagem no preço pago pelos produtos da merenda escolar, que tive pouca alteração de três anos para cá. Obrigatoriamente por lei, pelo menos 30% dos recursos federais para a merenda escolar – oriundos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e através do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) - devem ser destinados à compra de produtos da agricultura familiar.  O estado possui em torno de um milhão de estudantes matriculados nas escolas da rede pública estadual. Nos últimos três anos, o governo federal tem pago pouco mais de R$ 0,30 (trinta centavos) por refeição no Paraná, na comparação dos valores aportados no programa com o número de estudantes atendidos, o que varia de R$ 0,33 a R$ 0,36, dependendo do grupo de alimentos adquiridos. Por conta disso, as cooperativas defendem a correção dos valores pela reposição da inflação e os parlamentares argumentam que o estado deve colocar recursos próprios para complementar esta política pública de segurança alimentar e nutricional.

A deputada Luciana lembrou ao secretário a necessidade de respeitar a valorização da produção orgânica e agroecológica de alimentos, cujos produtos, em média, têm preços 30% a mais que os da agricultura convencional, mas o estado não diferencia. "Fazer essa diferenciação estimula e nos ajuda a alcançar a meta, prevista em lei estadual, de que 100% da merenda escolar paranaense seja orgânica até o ano de 2030", disse. Ela destacou também que o governo precisa olhar com muito cuidado para a agricultura familiar, responsável por cerca de 80% da produção dos alimentos que chegam à mesa do povo brasileiro e por 77% dos empregos gerados no campo. "A fome no campo é um drama invisível, mas muito real e muito cruel", acrescentou. Luciana é líder do Bloco Parlamentar da Agricultura Familiar na Assembleia Legislativa do Paraná.

Já o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Alep, deputado estadual Tadeu Veneri, argumentou que, diante do aumento dos custos de produção, das tarifas e da redução de itens e quantidades comprados da agricultura familiar pelo governo, as cooperativas estão gastando muito em logística para entregar pequenas quantidades. "Os veículos continuam percorrendo a mesma distância para abastecer as escolas, os produtores recebem menos e gastam mais com o combustível do que o valor recebido pela venda. Isso desestimula!", disse.

O secretário Guto Silva concordou que o reflexo da conjuntura adversa é sempre desleal com os pequenos produtores, mostrou-se sensível à pauta das cooperativas e assumiu o compromisso de tratar do assunto com a máxima atenção dentro do conjunto do governo. Uma das possibilidades que ele sinalizou para aportar mais recursos na agricultura familiar foi a de fazer isso por meio do Compra Direta, em complementação ao PNAE. Também ficou de apresentar uma resposta oficial do governo até a semana que vem. O diretor presidente da CCA-PR, Olcimar da Rosa, vê com otimismo a resposta do secretário de governo. "A audiência foi positiva e o caminho que ele apresenta, caso se concretize, é uma boa alternativa, que já havia aparecido em conversas anteriores como saída possível para a situação atual", finalizou.

segunda-feira, 8 de novembro de 2021

Mundo precisa intensificar esforços de adaptação climática, avalia PNUMA


80 / 5000 Resultados de tradução Um canguru e seu filhote que sobreviveram aos incêndios florestais em Mallacoota, na AustráliaLegenda: Mesmo que as emissões fossem zeradas a partir de agora, os impactos da mudança climática - como secas, tempestades e incêndios florestais - permaneceriam por muitas décadas ainda
Foto: © Jo-Anne McArthur/Unsplash

Um novo relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), lançado nesta quinta-feira (4), apela para esforços urgentes para aumentar o financiamento e as ações de adaptação aos impactos crescentes da mudança climática.

Relatório sobre a Lacuna de Adaptação 2021: Tempestade que se Aproxima (The Adaptation Gap Report 2021: The Gathering Storm), divulgado durante a nova rodada de negociações climáticas em Glasgow, destaca que enquanto a política e o planejamento para a adaptação às mudanças climáticas estão crescendo, o financiamento e a implementação ainda estão atrasados.

Além disso, o relatório revela que está sendo perdida a oportunidade de usar a recuperação fiscal da pandemia da COVID-19 para priorizar o crescimento econômico verde que também ajuda as nações a se adaptarem aos impactos climáticos, tais como secas, tempestades e incêndios florestais

"Como o mundo procura intensificar os esforços para reduzir as emissões de gases de efeito estufa - esforços que ainda não são suficientemente fortes em nenhum lugar - ele também deve melhorar profundamente o desempenho na adaptação às mudanças climáticas", disse a diretora executiva do PNUMA, Inger Andersen.

"Mesmo que a torneira de emissões fosse fechada hoje, os impactos da mudança climática permaneceriam por muitas décadas ainda. Precisamos de uma mudança radical na ambição de adaptação, para que o financiamento e a implementação reduzam significativamente os danos e perdas causados pelas mudanças climáticas. E precisamos disso agora", acrescentou a chefe da agência de meio ambiente da ONU.

Financiamento insuficiente -  Os compromissos atuais sob o Acordo de Paris apontam para um aquecimento global de 2,7°C até o final do século. Mesmo que o mundo limite o aquecimento a 1,5°C ou 2°C, conforme delineado no acordo, muitos riscos climáticos permanecem. Embora a melhor maneira de reduzir os impactos e os custos a longo prazo seja uma forte mitigação, o aumento da ambição na adaptação, em particular no financiamento e na implementação, é fundamental para evitar que as lacunas existentes se ampliem.

O relatório conclui que os custos de adaptação estão estimados em cerca de 140-300 bilhões de dólares por ano até 2030 e 280-500 bilhões de dólares por ano até 2050 apenas para os países em desenvolvimento. O fluxo de financiamento climático para os países em desenvolvimento para o planejamento e implementação da mitigação e adaptação atingiu 79,6 bilhões de dólares em 2019. Em geral, os custos estimados de adaptação nos países em desenvolvimento são cinco a dez vezes maiores do que os atuais fluxos públicos de financiamento da adaptação, e a lacuna está aumentando.

Uma oportunidade perdida - 16,7 trilhões de dólares de estímulos fiscais foram aplicados em todo o mundo, mas apenas uma pequena parte deste financiamento foi focada na adaptação às mudanças climáticas. Menos de um terço dos 66 países pesquisados havia financiado explicitamente as medidas COVID-19 para enfrentar os riscos climáticos a partir de junho de 2021. Ao mesmo tempo, o aumento do custo do serviço da dívida, combinado com a diminuição das receitas governamentais, pode dificultar os gastos futuros do governo com a adaptação, particularmente nos países em desenvolvimento.

Progressos - Embora as evidências preliminares sugiram que os processos de desenvolvimento de planos nacionais de adaptação tenham sido interrompidos pela COVID-19, estão sendo feitos progressos nas agendas nacionais de planejamento da adaptação.

Cerca de 79% dos países adotaram pelo menos um instrumento de planejamento de adaptação em nível nacional, tal como um plano, estratégia, política ou lei. Isto representa um aumento de 7% desde 2020. Entre os países que não possuem tal instrumento, 9% estão em processo de desenvolvimento de um. Pelo menos 65% dos países têm um ou mais planos setoriais em vigor, e pelo menos 26% têm um ou mais instrumentos de planejamento subnacional.

Enquanto isso, a implementação de ações de adaptação continua a crescer lentamente. Dados da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) revelam que os dez maiores doadores financiaram mais de 2.600 projetos com foco principal na adaptação entre 2010 e 2019. Os projetos também estão ficando maiores, com um número crescente de iniciativas atraindo financiamentos superiores a 10 milhões de dólares.

Mais ações necessárias - Apesar deste progresso, o relatório conclui que é necessária mais ambição no financiamento e na implementação.

O mundo precisa ampliar o financiamento público da adaptação através de investimentos diretos e da superação das barreiras ao envolvimento do setor privado. São necessárias mais e mais fortes ações de implementação e de adaptação para evitar ficar para trás na gestão dos riscos climáticos, particularmente nos países em desenvolvimento. O mundo também precisa considerar os cenários climáticos mais avançados projetados pelo Sexto Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).

O relatório também concluiu que os governos deveriam usar a recuperação fiscal da pandemia para priorizar intervenções que alcancem tanto o crescimento econômico quanto a resiliência à mudança climática. Eles deveriam estabelecer abordagens integradas de gerenciamento de risco e estabelecer estruturas flexíveis de financiamento de desastres. As economias avançadas também deveriam ajudar os países em desenvolvimento a liberar espaço fiscal para os esforços de recuperação verde e resiliente da COVID-19 através de condições de financiamento favoráveis e alívio substancial da dívida.

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quarta-feira, 3 de novembro de 2021

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