quarta-feira, 6 de dezembro de 2023

Países do G20 representam 73% do potencial de redução de emissões do setor de resfriamento

Relatório global sobre setor de resfriamento lançado nesta terça-feira (5) na COP28, em Dubai, mostra que medidas-chave podem reduzir as emissões do setor em pelo menos 60% até 2050. Usuários finais poderiam economizar US$ 1 trilhão por ano em contas de energia com medidas para melhorar a eficiência energética do setor. 

Países do G20 representam 73% do potencial de redução de emissões de gases de efeito estufa por equipamentos de resfriamento, como aparelhos de ar-condicionado e geladeiras. 

Cerca de 1,2 bilhão de pessoas não têm acesso a serviços de resfriamento, colocando vidas em risco devido ao calor extremo, reduzindo a renda dos agricultores e dificultando o acesso universal às vacinas.

Os equipamentos de resfriamento representam 20% do consumo total de eletricidade atualmente, e espera-se que mais do que dobrem até 2050.
Legenda: Os equipamentos de resfriamento representam 20% do consumo total de eletricidade atual.
Foto: © Npix/Getty Images.

 

Tomar medidas fundamentais para reduzir o consumo de energia dos equipamentos de resfriamento reduziria pelo menos 60% das emissões setoriais previstas para 2050, daria acesso universal ao resfriamento que salva vidas, tiraria a pressão das redes de energia e economizaria trilhões de dólares até 2050, de acordo com um novo relatório publicado durante as negociações climáticas da COP28 em Dubai.

O relatório Mantendo a cabeça fria: Como atender à demanda de resfriamento e, ao mesmo tempo, reduzir as emissões, da Coalizão Global para o Resfriamento liderada pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), estabelece medidas sustentáveis em três áreas:

  1. Resfriamento passivo.
  2. Padrões mais altos de eficiência energética.
  3. Redução mais rápida das substâncias refrigerantes que aquecem o clima. 

Implementar as medidas descritas nessas áreas resultaria em redução de 60% das emissões do setor. A rápida descarbonização da rede elétrica reduziria as emissões setoriais em 96%.

O relatório foi divulgado em apoio ao Compromisso Global de Resfriamento (Global Cooling Pledge), uma iniciativa conjunta entre a Coalizão para o Resfriamento e os Emirados Árabes Unidos como anfitriões da COP28. Hoje, mais de 60 países assinaram o compromisso com a promessa de reduzir o impacto climático do setor de refrigeração.

"Os países e o setor de refrigeração devem agir agora para garantir o crescimento da refrigeração com baixo teor de carbono. Felizmente, as soluções estão disponíveis hoje. A adoção de um sistema de refrigeração sustentável e eficiente em termos de energia oferece uma oportunidade de reduzir o aquecimento global, melhorar a vida de centenas de milhões de pessoas e obter enormes economias financeira". 

- Inger Andersen, diretora executiva do PNUMA, 5 de dezembro de 2023. 

"O setor de refrigeração deve crescer para proteger todas as pessoas do aumento das temperaturas, manter a qualidade e a segurança dos alimentos, manter as vacinas estáveis e as economias produtivas. Mas esse crescimento não deve ocorrer às custas da transição energética e de impactos climáticos mais intensos", explicou a chefe do PNUMA durante o evento de lançamento do relatório em Dubai. 

"Com o aumento das temperaturas, é fundamental que trabalhemos juntos para melhorar a eficiência energética e reduzir as emissões do setor de refrigeração e, ao mesmo tempo, aumentar o acesso à refrigeração sustentável. Esse acesso é especialmente importante para as comunidades mais vulneráveis, que geralmente são as que menos contribuem para a mudança climática, mas são as mais expostas a seus impactos".

- Sultan Al Jaber, presidente da COP28, 5 de dezembro de 2023. 

O mundo se comprometeu a reduzir gradualmente os HFCs por meio da Emenda de Kigali ao Protocolo de Montreal, um acordo global projetado para proteger a camada de ozônio e desacelerar as mudanças climáticas.
Legenda: O mundo se comprometeu a reduzir gradualmente os gases refrigerantes hidrofluorcarbonetos (HFCs) por meio da Emenda de Kigali ao Protocolo de Montreal, um acordo global projetado para proteger a camada de ozônio e desacelerar a mudança climática.
Foto: © Studio023/Getty Images.

Crescimento rápido e insustentável no resfriamento

A mudança climática, o crescimento populacional e de renda e a urbanização estão aumentando a demanda de resfriamento, o que é necessário para cumprir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Cerca de 1,2 bilhão de pessoas na África e na Ásia não têm acesso a serviços de resfriamento, colocando vidas em risco devido ao calor extremo, reduzindo a renda dos agricultores, impulsionando a perda e o desperdício de alimentos e dificultando o acesso universal às vacinas.

"Com o aumento das temperaturas, é fundamental que trabalhemos juntos para melhorar a eficiência energética e reduzir as emissões do setor de refrigeração e, ao mesmo tempo, aumentar o acesso à refrigeração sustentável. Esse acesso é especialmente importante para as comunidades mais vulneráveis, que geralmente são as que menos contribuem para a mudança climática, mas que estão mais expostas a seus impactos", acrescentou Inger Andersen. 

De acordo com as tendências atuais de crescimento, os equipamentos de resfriamento representam 20% do consumo total de eletricidade atualmente, e espera-se que esta taxa mais do que dobre até 2050.

As emissões de gases de efeito estufa do consumo de energia aumentarão, juntamente com o vazamento de gases refrigerantes, a maioria dos quais tem um potencial de aquecimento global muito maior do que o dióxido de carbono.

Em um cenário de manutenção do status quo, prevê-se que as emissões provenientes da refrigeração serão responsáveis por mais de 10% das emissões globais em 2050.

O aumento da demanda por equipamentos baratos, porém ineficientes, incluindo aparelhos de ar-condicionado e geladeiras, exigirá grandes investimentos em infraestrutura de geração e distribuição de eletricidade. Equipamentos ineficientes também resultarão em altas contas de energia para os usuários finais, particularmente na África e no Sul da Ásia, onde o crescimento mais rápido é previsto.

"O setor privado tem um grande papel a desempenhar no financiamento e na promoção da inovação para promover o resfriamento sustentável, o que pode ajudar a atender às necessidades vitais de desenvolvimento local e apoiar as metas globais de redução de carbono. Temos o prazer de contribuir com o relatório e de apoiar o Compromisso de Global de Resfriamento".

- Makhtar Diop, diretor da Corporação Financeira Internacional (IFC), 5 de dezembro de 2023. 

Benefícios para o clima, para a saúde humana e para a prosperidade

Seguir as recomendações do relatório poderia reduzir as emissões de resfriamento normal projetadas para 2050 em mais de 60% – cerca de 3,8 bilhões de toneladas de CO2e.

As medidas poderiam:

  • Permitir que mais de 3,5 bilhões de pessoas se beneficiem de geladeiras, aparelhos de ar-condicionado ou refrigeração passiva até 2050.
  • Reduzir as contas de energia dos usuários finais em US$ 1 trilhão em 2050 e em US$ 17 trilhões cumulativamente entre 2022 e 2050.
  • Reduzir a necessidade da potência de pico entre 1,5 e 2 terawatts (TW), quase o dobro da capacidade total de geração da União Europeia atualmente.
  • Evitar investimentos em geração de energia da ordem de US$ 4 a US$ 5 trilhões.

A rápida descarbonização da rede elétrica reduziria as emissões setoriais em 96%. Os países do G20 representam 73% do potencial de redução de emissões para 2050.

O relatório descreve as principais ações a serem tomadas em estratégias de resfriamento passivo, padrões mais elevados de eficiência energética e uma redução mais rápida dos gases refrigerantes hidrofluorcarbonetos (HFC) por meio da Emenda de Kigali ao Protocolo de Montreal.

Em 2022, mais de 80% dos países tinham pelo menos um instrumento regulatório em vigor nessas áreas, mas a implementação continua inadequada. Apenas 30% dos países possuem regulamentação que permite a ação nas três frentes.

Padrões de eficiência mais elevados e melhor rotulagem de todos os equipamentos de refrigeração triplicariam a eficiência média global dos equipamentos de refrigeração
Legenda: Padrões de eficiência mais elevados e melhor rotulagem de todos os equipamentos de refrigeração triplicariam a eficiência média global dos equipamentos de refrigeração.
Foto: © 27707/Pixabay.

Medidas de resfriamento passivo

Medidas de resfriamento passivo, como isolamento, sombreamento natural, ventilação e superfícies refletivas, podem reduzir drasticamente as cargas de resfriamento. Essas podem ser fornecidas, em parte, pelo desenvolvimento e aplicação de códigos de energia de construção que incorporam refrigeração passiva e design urbano. 

Tais estratégias podem conter o crescimento da demanda por capacidade de resfriamento em 2050 em 24%, resultar em uma economia de custos de capital em novos equipamentos de resfriamento evitados de até US$ 3 trilhões e reduzir as emissões em 1,3 bilhão de toneladas de CO2e.

Padrões mais elevados de eficiência

Padrões de eficiência mais elevados e melhor rotulagem de todos os equipamentos de refrigeração triplicariam a eficiência média global dos equipamentos de refrigeração em 2050 em relação aos níveis atuais, proporcionando 30% de economia de energia modelada, reduzindo as contas de energia e melhorando a resiliência e a viabilidade financeira da cadeia de frio.

As políticas de execução críticas incluem os Padrões Mínimos de Desempenho Energético (MEPS, na sigla em inglês) regularmente atualizados, instrumentos financeiros para incentivar a procura de produtos de maior eficiência e regulamentos para evitar o despejo de equipamentos de refrigeração de baixa eficiência nos países em desenvolvimento.

Emenda de Kigali

O mundo se comprometeu a reduzir gradualmente os HFCs por meio da Emenda de Kigali ao Protocolo de Montreal, um acordo global projetado para proteger a camada de ozônio e desacelerar a mudança climática.

As emissões de HFC em 2050 podem ser reduzidas para metade ao longo do calendário de redução gradual de Kigali por meio da rápida adoção de melhores tecnologias em novos equipamentos e de uma melhor gestão dos refrigerantes, juntamente com o reforço da fiscalização nacional.

Ferramentas financeiras 

A economia total de custos do ciclo de vida de US$ 22 trilhões (US$ 17 trilhões em economia de custos de energia e US$ 5 em investimentos em geração de energia) tornará a transição de resfriamento sustentável acessível.

Os modelos de negócios existentes precisam ser dimensionados para usar essas economias para reduzir os custos iniciais e tornar a transição acessível para todas as pessoas. As ferramentas financeiras disponíveis incluem:

  • Financiamento na fatura, através do qual uma concessionária paga por uma atualização e recupera o custo por meio de contas de energia mensais. 
  • Mecanismos de compartilhamento de riscos.
  • Investimentos públicos e privados.
  • Hipotecas verdes.
  • Incorporação de resfriamento sustentável em salvaguardas ESG para bancos multilaterais.
  • Proteção de pequenos agricultores em economias em desenvolvimento com financiamento de sementes.

Para muitos países em desenvolvimento, serão necessários financiamentos concessionais específicos.

NOTAS AOS EDITORES

Sobre o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA)

O PNUMA é a principal voz global sobre o meio ambiente. Proporciona liderança e incentiva a parceria no cuidado com o meio ambiente, inspirando, informando e permitindo que nações e povos melhorem sua qualidade de vida sem comprometer a qualidade de vida das gerações futuras.

Sobre a Coalizão para o Resfriamento 

A Coalizão para o Resfriamento, liderada pelo PNUMA, é uma rede global de várias partes interessadas que conecta uma ampla gama de atores importantes de governos, cidades, organizações internacionais, empresas, finanças, universidades e grupos da sociedade civil para facilitar a troca de conhecimentos, a defesa e a ação conjunta para uma rápida transição global para o resfriamento sustentável. Atualmente, a Coalizão está trabalhando com mais de 130 parceiros, incluindo 23 países.

A Coalizão é um dos resultados oficiais e "Iniciativas de Transformação" apresentadas pelo Escritório Executivo do Secretário-Geral para a Cúpula de Ação Climática da ONU de 2019 e o parceiro de entrega técnica para a COP28 da Presidência dos Emirados Árabes Unidos no Compromisso Global de Resfriamento.

Sobre o Compromisso Global de Resfriamento 

O Compromisso Global oferece uma oportunidade de se comprometer com o resfriamento sustentável por meio de ações concretas. Uma iniciativa dos Emirados Árabes Unidos como anfitrião da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática de 2023 (COP28), o Compromisso Global é uma das nove declarações, promessas e cartas não negociadas que constituem os principais resultados da Agenda de Ação Presidencial da COP28.

Seu objetivo é aumentar a ambição e a cooperação internacional por meio de metas globais coletivas para reduzir as emissões relacionadas à refrigeração em 68% até 2050, aumentar significativamente o acesso à refrigeração sustentável até 2030 e aumentar a eficiência média global dos novos aparelhos de ar condicionado em 50%.

Para mais informações, por favor entre em contato:

  • Unidade de Notícias e Mídia, Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA): unep-newsdesk@un.org
Fonte:

Sistema das Nações Unidas no Brasil
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Governo Lula: PIB Brasileiro surpreende mercado no terceiro trimestre

O PIB do Brasil cresceu 0,1% no terceiro trimestre deste ano, na comparação com os três meses imediatamente anteriores. Os dados são do Sistema de Contas Nacionais Trimestrais, divulgado nesta terça-feira, 5, pelo IBGE. O índice é a soma dos bens e serviços finais produzidos no Brasil e totalizou R$ 2,741 trilhões em valores correntes no trimestre. O resultado ficou acima da expectativa do mercado financeiro, que esperava uma queda entre 0,2% e 0,4%.
Fonte: Revista Exame


segunda-feira, 4 de dezembro de 2023

Webinar Gratuito: Restauração florestal para carbono - o papel da produção de sementes e mudas com Prof. Pedro Brancalion





Sistema global de rastreamento de metano da ONU está pronto para transformar a revolução de dados em ação climática

Utilizando alta tecnologia, o Sistema de Alerta e Resposta ao Metano revela os primeiros dados públicos e prova um enorme potencial para reduzir as emissões e impulsionar a ação climática.

1.500 plumas de metano foram identificadas no primeiro ano, 127 foram notificadas às autoridades em quatro continentes e há exemplos de ações concretas em campo.

Número de empresas de petróleo e gás que se comprometem a medir e reduzir com credibilidade as emissões de metano dobra para 120, representando quase 40% da produção global.

O trabalho para preencher as lacunas de informação global inclui o Índice de Fornecimento de Metano para permitir que as autoridades identifiquem a pegada de fornecimento e as primeiras campanhas de medição de metano na África Subsaariana e no Oriente Médio.


As emissões de animais — provenientes de esterco e liberações gastroentéricas — são responsáveis por cerca de 32% das emissões de metano causadas pelo ser humano.

Legenda: As emissões de animais — provenientes de esterco e liberações gastroentéricas — são responsáveis por cerca de 32% das emissões de metano causadas por atividades antropogênicas.
Foto: © Toa55/Akaratwimages.

Dados de alta tecnologia, acessíveis e confiáveis, que informam países, empresas e o público sobre as emissões, podem revolucionar os sistemas de monitoramento, acelerar a ação climática e responsabilizar os poluidores, de acordo com um novo relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).

Lançado na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP28) em Dubai, De olho no metano: o caminho para a transparência radical destaca como a combinação de tecnologia pioneira e o poder de convocação da ONU pode preencher grandes lacunas de conhecimento sobre emissões de metano e desencadear ações na escala e velocidade necessárias para cumprir promessas climáticas essenciais.

"Como o metano é tão poderoso, mas tem uma vida na atmosfera muito mais curta do que o dióxido de carbono, reduzir as emissões agora é crítico para limitar as temperaturas globais na próxima década, e antes de cruzarmos pontos de inflexão globais irreversíveis, para evitar uma catástrofe climática. Sem dupla ação sobre metano e dióxido de carbono, não há caminho viável para a estabilidade climática".

- Inger Andersen, diretora executiva do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente.

Lançado por meio do Observatório Internacional de Emissões de Metano do PNUMA (IMEO, na sigla em inglês) no ano passado, o Sistema de Alerta e Resposta ao Metano (MARS, na sigla em inglês) coloca dados de metano de satélite nas mãos das autoridades para limitar as emissões antropogênicas de um poderoso gás de efeito estufa responsável por um terço do aquecimento global atual.

As emissões globais de metano devem ser reduzidas em 40% a 45% até 2030 para alcançar caminhos econômicos que limitem o aquecimento global a 1,5°C, de acordo com a Avaliação Global do Metano do CCAC/PNUMA


O metano tem sido responsável por cerca de 30% do aquecimento global desde a época pré-industrial. Ele é o principal contribuinte para a formação do ozônio ao nível do solo, um poluente perigoso do ar e gás de efeito estufa, cuja exposição causa 1 milhão de mortes prematuras a cada ano.

Legenda: O metano tem sido responsável por cerca de 30% do aquecimento global desde a época pré-industrial. Ele é o principal contribuinte para a formação do ozônio ao nível do solo, um poluente perigoso do ar e gás de efeito estufa, cuja exposição causa 1 milhão de mortes prematuras a cada ano.
Foto: © Chris LeBoutillier/Pexels.

Historicamente, os dados disponíveis sobre as emissões de metano têm sido amplamente baseados em fatores de emissões genéricos que a ciência revisada por pares provou repetidamente subestimar dramaticamente os níveis medidos.

"A União Europeia é uma apoiadora orgulhosa da próxima revolução dos dados de metano. Irá certamente acelerar a redução das emissões, graças a uma nova geração de satélites combinada com uma maior transparência das empresas no monitoramento, comunicação de informações e redução das suas emissões", declarou Kadri Simson, comissária de Energia da União Europeia. 

O metano atmosférico está em seu nível mais alto registrado na história e representa sérias ameaças à qualidade do ar e à saúde humana. É o segundo maior impulsionador do aquecimento global causado pela atividade humana, depois do dióxido de carbono (CO2), e no curto prazo mais de 80 vezes mais poderoso que o CO2.

"Desde o lançamento do Global Methane Pledge na COP26, vimos avanços incríveis em ferramentas e tecnologias que podem fornecer dados aplicáveis de metano. Como mostra seu trabalho com o Sistema de Alerta e Resposta ao Metano, o IMEO está desempenhando um papel crítico ao reunir esses dados e colocá-los nas mãos daqueles em posição de agir sobre eles", disse Rick Duke, enviado especial adjunto dos EUA para o clima.

O relatório revela os primeiros dados públicos do MARS como parte da plataforma IMEO Methane Data para que as detecções de emissões de metano, alertas enviados a países ou empresas sobre eventos e subsequentes ações climáticas sejam acessíveis a todos.

Em seu primeiro ano-piloto focado principalmente no setor de energia, o IMEO identificou muitas oportunidades para a mitigação de emissões de metano e cerca de 1.500 plumas de metano, e enviou notificações MARS em quatro continentes para mais de 120 plumas.

Exemplos de transformação de dados de satélite em ações climáticas significativas no terreno incluem um alerta ao governo da Argentina sobre um vazamento em uma instalação de petróleo e gás. O alerta foi repassado à empresa responsável, que corrigiu o vazamento e criou um plano de prevenção de longo prazo. O PNUMA forneceu monitoramento contínuo por satélite que confirmou que as emissões de metano no local haviam parado.

O IMEO do PNUMA também está apoiando as primeiras campanhas de medição de metano em várias escalas já realizadas na África Subsaariana e no Oriente Médio. Também está desenvolvendo a metodologia para um Índice de Oferta de Metano para permitir que as autoridades identifiquem a pegada de metano proveniente de fornecedores.

O IMEO está expandindo seu trabalho com os países para produzir estudos de linha de base multissetoriais projetados para fornecer visões gerais abrangentes das emissões de metano e metodologias que diminuirão as lacunas de conhecimento científico e regional. Além desse lançamento inicial dos dados MARS no portal IMEO Methane Data, o IMEO disponibilizará regularmente novos dados ao público para continuar aumentando a responsabilização e demonstrar a oportunidade de ação em relação ao metano.

"A Nigéria tem orgulho de fazer parceria com o IMEO do PNUMA e a Comissão Europeia em um novo projeto para realizar um estudo de medição de linha de base das emissões de metano. Os dados dessa campanha serão fundamentais para impulsionar a ação da Nigéria em relação ao metano e cumprir seus compromissos como Campeã do Compromisso Global com o Metano", afirma Balarabe Abbas Lawal, ministro do Meio Ambiente da Nigéria.

As atividades humanas nos setores de agricultura, resíduos e combustíveis fósseis são responsáveis por mais da metade das emissões globais de metano. A taxa atual de atividade humana pode fazer com que os níveis de metano aumentem até 13% entre 2020 e 2030, quando precisariam cair de 30% a 60% nesse período para limitar o aquecimento global a 1,5 °C.

As emissões de metano causadas pelo ser humano poderiam ser reduzidas em até 45% dentro da década. Isto evitaria quase 0,3°C de aquecimento global até 2045, ajudando a limitar o aumento da temperatura global a 1,5˚C e colocando o planeta no caminho certo para atingir as metas do Acordo de Paris. A cada ano, a subsequente redução do ozônio ao nível do solo também evitaria 260 mil mortes prematuras, 775 mil visitas hospitalares relacionadas à asma.
Legenda: As emissões de metano causadas pelo ser humano poderiam ser reduzidas em até 45% dentro da década. Isto evitaria quase 0,3°C de aquecimento global até 2045, ajudando a limitar o aumento da temperatura global a 1,5˚C e colocando o planeta no caminho certo para atingir as metas do Acordo de Paris. A cada ano, a subsequente redução do ozônio ao nível do solo também evitaria 260 mil mortes prematuras, 775 mil visitas hospitalares relacionadas à asma, 73 bilhões de horas de trabalho perdido devido ao calor extremo e 25 milhões de toneladas de perdas de safras.
Foto: © Maksim Safaniuk/Getty Images.

As operações de combustíveis fósseis provavelmente precisariam fornecer cerca de metade dessa redução nas emissões de metano e a tecnologia existente, muitas vezes de baixo custo, poderia ser usada para reduzir mais de três quartos das emissões de metano das operações de petróleo e gás e metade das emissões de carvão.

NOTAS AOS EDITORES

Sobre o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente
O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente é a principal voz global sobre o meio ambiente. Fornece liderança e incentiva a parceria no cuidado com o meio ambiente, inspirando, informando e permitindo que nações e povos melhorem sua qualidade de vida sem comprometer a das gerações futuras.

O PNUMA está na vanguarda da redução das emissões de metano, em linha com a meta do Acordo de Paris de manter o aumento da temperatura global bem abaixo de 2ºC. O trabalho do PNUMA gira em torno de dois pilares: dados e políticas. O PNUMA apoia empresas e governos em todo o mundo a usar seu banco de dados global exclusivo de emissões de metano verificadas empiricamente para direcionar ações estratégicas de mitigação e apoiar opções políticas baseadas na ciência por meio do Observatório Internacional de Emissões de Metano (IMEO, na sigla em inglês).

O PNUMA também promove compromissos de alto nível por meio de trabalho de advocacy e apoia os países a implementar medidas que reduzam as emissões de metano por meio da Coalizão Clima e Ar Limpo (CCAC, na sigla em inglês). Ambas as iniciativas são implementadoras centrais do Global Methane Pledge

Sobre o IMEO

O IMEO baseia-se no importante trabalho da Iniciativa Metano do CCAC, da Global Methane Initiative (GMI), da Agência Internacional de Energia (IEA), do Fundo de Defesa Ambiental (EDF) e de muitos outros. O IMEO foi financiado para preencher a necessidade de coleta de dados abrangente, já que as lacunas no cenário de dados limitam a capacidade de entender completamente o escopo do problema das emissões de metano e direcionar ações estratégicas de mitigação.

Para mais informações, entre em contato:

  • Unidade de Notícias e Mídia, Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente: unep-newsdesk@un.org

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sexta-feira, 1 de dezembro de 2023

COP28: Abertura da Cúpula Mundial de Ação Climática (01/12/2023)

Discurso do secretário-geral da ONU, António Guterres, durante a abertura da Cúpula Mundial de Ação Climática, em 1º de dezembro de 2023, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.

Sua Alteza, Sheikh Mohammed bin Zayed Al Nahyan,

Gostaria de expressar minha profunda gratidão pela maravilhosa hospitalidade que estamos recebendo em Dubai do governo e do povo dos Emirados Árabes Unidos.  

Presidente da COP28, Dr. Sultan Ahmed Al Jaber,

Gostaria de parabenizá-lo pelo início positivo da COP, com uma aprovação rápida da agenda e a operacionalização histórica do Fundo de Perdas e Danos. Parabéns.

Excelências, amigas e amigos, todo o protocolo foi observado. 


Esses dois pontos estão distantes, mas unidos pela crise.  

O gelo polar e as geleiras estão desaparecendo diante de nossos olhos, causando estragos em todo o mundo: desde deslizamentos de terra e inundações até o aumento dos mares. 

Mas isso é apenas um sintoma da doença que está levando nosso clima ao colapso.

Uma doença que somente vocês, líderes globais, podem curar.

Excelências,

Os sinais vitais da Terra estão falhando: emissões recordes, incêndios ferozes, secas mortais e o ano mais quente de todos os tempos. Podemos garantir isso mesmo quando ainda estamos em novembro.

Estamos a quilômetros das metas do Acordo de Paris - e a centímetros de distância para ultrapassar o limite de 1,5 grau.

Mas ainda não é tarde demais.

Nós podemos - vocês podem - evitar o colapso e a queima do planeta.

Temos as tecnologias para evitar o pior do caos climático - se agirmos agora.

O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) traçou um caminho claro para um mundo de 1,5 grau.

Mas precisamos de liderança, cooperação e vontade política para agir.

E precisamos disso agora.


O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, fala durante a sessão de abertura da Cúpula Mundial de #AçãoClimática durante a COP28, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, na Expo City Dubai em 1º de dezembro de 2023, em Dubai, Emirados Árabes Unidos.

Legenda: O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, discursa durante a sessão de abertura da Cúpula Mundial de #AçãoClimática durante a COP28, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, na Expo City Dubai em 1º de dezembro de 2023, em Dubai, Emirados Árabes Unidos.
Foto: © COP28/Christophe Viseux.

É verdade. Nosso mundo é desigual e dividido.

Como vemos nesta região, os conflitos estão causando sofrimento imenso e emoções intensas. Acabamos de receber a notícia de que os bombardeios estão recomeçando em Gaza.

E o caos climático está alimentando as chamas da injustiça.

O aquecimento global está estourando orçamentos, inflando os preços dos alimentos, tumultuando os mercados de energia e alimentando uma crise no custo de vida.

Mas a ação climática pode virar o jogo.

E a energia renovável é o presente que continua oferecendo benefícios: 

  • É benéfica para o nosso planeta, nossa saúde e nossas economias.
  • Limpa o nosso ar.
  • Atende à crescente demanda global por energia.
  • Conecta milhões de pessoas à eletricidade acessível.
  • Proporciona estabilidade e segurança aos mercados.
  • E economiza dinheiro, pois a energia renovável nunca foi tão barata.

Excelências, amigas, amigos,

O diagnóstico é claro.

O sucesso desta COP depende de um Balanço Global que determine ações concretas em três áreas:

Primeiramente, cortando drasticamente as emissões.

As políticas atuais levariam a um aumento de temperatura de três graus, que seria devastador para a Terra.

Portanto, o Balanço Global deve estabelecer expectativas claras para Contribuições Determinadas Nacionalmente (NDCs), abrangendo toda a economia, apresentadas por todos os países, e que cubram todos os gases de efeito estufa e estejam alinhadas com o limite de 1,5 grau.

O G20, que representa 80% das emissões globais, deve liderar esse esforço.

Recomendo que os países acelerem suas metas de neutralidade de carbono, chegando o mais próximo possível de 2040 nos países desenvolvidos e 2050 nas economias emergentes.

Em segundo lugar, não podemos salvar um planeta em chamas com uma mangueira de combustíveis fósseis.

Precisamos acelerar uma transição justa e equitativa para energias renováveis.

A ciência é clara:

O limite de 1,5 grau só é possível se, em última instância, pararmos completamente de queimar todos os combustíveis fósseis.

Não reduzir.

Não mitigar.

Eliminar gradualmente - com um cronograma claro alinhado com 1,5 grau.

O Balanço Global não só deve se comprometer com isso - ela também deve se comprometer a triplicar as energias renováveis; dobrar a eficiência energética; e levar energia limpa a todos até 2030.

A economia é clara: a transição global para energias renováveis é inevitável. A única questão é quanto aquecimento nosso planeta suportará antes que isso aconteça.

O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas recomendou o fim de nossa dependência do carvão até 2030 nos países da OCDE e até 2040 para o resto do mundo.

Ao mesmo tempo, de acordo com a Agência Internacional de Energia, a indústria do petróleo e gás representa apenas um por cento dos investimentos em energia limpa.

Então, permitam-me dirigir uma mensagem às lideranças das empresas de combustíveis fósseis:

O caminho antigo está envelhecendo rapidamente.

Não insistam em um modelo de negócios obsoleto.

Liderem a transição para energias renováveis usando os recursos disponíveis.

Não cometam o equívoco de ignorar o caminho para a sustentabilidade climática - o único caminho viável para a sustentabilidade econômica de suas empresas no futuro.

Insto os governos a ajudarem a indústria a fazer a escolha certa - regulamentando, legislando, estabelecendo um preço justo para o carbono, eliminando subsídios aos combustíveis fósseis e adotando um imposto extraordinário sobre os lucros.

Excelências,

Em terceiro lugar, a justiça climática está muito atrasada.

Os países em desenvolvimento estão sendo devastados por desastres que não causaram.

Os custos exorbitantes de empréstimos estão bloqueando seus planos de ação climática.

E o apoio é muito pouco e chega tarde demais.

O Balanço Global deve se comprometer com um aumento no financiamento, incluindo para adaptação e prejuízos causados pelo clima.

E ela deve apoiar a reforma dos bancos multilaterais de desenvolvimento para alavancar muito mais financiamento privado a custos razoáveis para os países em desenvolvimento em ações climáticas.

Os países desenvolvidos devem demonstrar como vão dobrar o financiamento para adaptação para US$ 40 bilhões por ano até 2025 - como prometido - e esclarecer como cumprirão a promessa de US$ 100 bilhões.

Excelências,

O desafio climático não é apenas mais um problema em sua caixa de entrada.

Proteger nosso clima é o maior teste de liderança do mundo.

Portanto, insto vocês a liderarem.

O destino da humanidade está em jogo.

Façam esta COP valer a pena.

Façam desta COP um ponto de virada.

Façam desta COP a nova esperança no futuro da humanidade.

Obrigado.

Para mais informações sobre a 28ª Conferência da ONU sobre Mudança Climática, visite a página da ONU Brasil sobre #COP28: A ação Climática não pode esperar

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Brasil assume presidência do G20 hoje

Hoje, dia 01 de dezembro, o Brasil assume a presidência do G20 com o lema 'Construindo um mundo justo e um planeta sustentável'. A presidência brasileira terá como prioridades o combate à fome, à pobreza e à desigualdade, as mudanças climáticas e transição energética, e a reforma da governança global. A implementação dessa agenda pelo governo brasileiro contará com o apoio de dois outros países BRICS: a Índia, última ocupante da presidência, e a África do Sul que assumirá a presidência em 2025. O BRICS Policy Center terá participação ativa nas atividades do G20 através da sua atuação no T20 (grupo de engajamento de think tanks e outros centros de pesquisa dos países do G20) e do diálogo constante organizações da sociedade civil, em particular C20, bem como outros grupos de engajamento.

 

Com isso, o BPC pretende contribuir para um processo participativo e formativo durante a presidência brasileira do G20, em permanente diálogo com a sociedade, com vistas a buscar soluções para problemas globais comuns.




Desmatamento na Mata Atlântica cai 59% entre janeiro e agosto de 2023





Entre os estados com redução se destacam Paraná e Santa Catarina, que historicamente estão entre os que mais desmatam.
 
Assim como observado no início do ano, o novo boletim do Sistema de Alertas de Desmatamento (SAD) Mata Atlântica mostra uma diminuição significativa no deflorestamento do bioma no primeiro semestre de 2023. Entre janeiro e agosto deste ano, 9.216 hectares foram desmatados, uma queda de 59% na comparação com o mesmo período de 2022. O SAD Mata Atlântica é resultado de uma parceria entre a Fundação SOS Mata Atlântica, a Arcplan e o MapBiomas, com apoio do Bradesco e da Fundação Hempel.
ACESSE O RELATÓRIO COMPLETO
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"A Lei 11.428/2006, conhecida como Lei da Mata Atlântica, é a única legislação brasileira a tratar exclusivamente de um bioma, regulamentando sua preservação e uso sustentável. Após a sua aprovação o desmatamento na Mata Atlântica caiu consideravelmente. Ainda assim o bioma e essa importante legislação continuam a sofrer ataques. Às vésperas da COP28, as atenções do país e do mundo estão focadas no combate ao desmatamento. Mesmo assim,  a situação na fronteira do bioma com a Caatinga e o Cerrado é  preocupante. E isso interfere nos encraves, mesmo que também sejam protegidos pela Lei da Mata Atlântica. Precisamos mudar esse cenário com urgência", afirma Luis Fernando Guedes Pinto, diretor-executivo da Fundação SOS Mata Atlântica. 
SAIBA MAIS
O que é o SAD Mata Atlântica?
Lançado em fevereiro de 2022, o Sistema de Alertas de Desmatamento (SAD) Mata Atlântica é uma ferramenta capaz de identificar perdas de vegetação nativa a partir de 0,3 hectare. Ele usa imagens de satélite de alta resolução, e as informações são cruzadas com dados públicos e reunidas numa plataforma aberta e transparente. O principal objetivo é intensificar o monitoramento da cobertura florestal e contribuir para o fim do desmatamento na Mata Atlântica. Saiba mais
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