terça-feira, 20 de agosto de 2024

O Brasil deve desmantelar o racismo sistêmico persistente, diz Relatora Especial da ONU


O Brasil precisa desmantelar o racismo sistêmico persistente, disse nesta sexta-feira (16) a Relatora Especial sobre formas contemporâneas de racismo, Ashwini K.P., solicitando ações ousadas e transformadoras para enfrentar a questão.

"Pessoas afrodescendentes, povos Indígenas, comunidades Quilombolas, pessoas Romani e outros grupos étnicos e raciais marginalizados no Brasil continuam vivenciando manifestações multifacetadas, profundamente interconectadas e difundidas de racismo sistêmico, como legados do colonialismo e escravização", disse a Relatora Especial, durante coletiva de imprensa, após uma visita de 12 dias ao país.

Legenda: Após sua primeira missão oficial ao Brasil, a Relatora Especial das Nações Unidas obre formas contemporâneas de racismo, discriminação racial, xenofobia e intolerância correlata, Ashwini K.P., concedeu coletiva para veículos e profissionais de imprensa nacionais e estrangeiros nesta sexta-feira (16).
Foto: © UNIC Rio

O Brasil precisa desmantelar o racismo sistêmico persistente, disse hoje a Relatora Especial sobre formas contemporâneas de racismo, Ashwini K.P., solicitando ações ousadas e transformadoras para enfrentar a questão.

"Pessoas afrodescendentes, povos Indígenas, comunidades Quilombolas, pessoas Romani e outros grupos étnicos e raciais marginalizados no Brasil continuam vivenciando manifestações multifacetadas, profundamente interconectadas e difundidas de racismo sistêmico, como legados do colonialismo e escravização", disse a Relatora Especial em sua declaração após uma visita de 12 dias ao país.

Ela disse que o racismo sistêmico tem perdurado desde a formação do Estado brasileiro, apesar dos esforços contínuos e corajosos de incidência de grupos étnicos e raciais marginalizados. A especialista da ONU cumprimentou o Brasil por reconhecer a discriminação racial como um fenômeno sistêmico e por adotar políticas e leis robustas para prevenção.

"Apesar de tais esforços, as vidas das pessoas afrodescendentes, Indígenas, Quilombolas e Romanis são frequentemente marcadas, em muitos casos de forma irreparável, pela violência racializada endêmica e pela exclusão", disse a especialista. "Isso toma várias formas, inclusive incessantes violações de direitos dos Povos Indígenas e Quilombolas à terra e ao território, profunda exclusão social, econômica, cultural e política, racismo ambiental, encarceramento em massa em condições desumanas e a brutalidade policial racializada", disse a Sra. Ashwini K.P.

"A gravidade da situação demanda urgência máxima. Ações ousadas e transformadoras para desmantelar o racismo sistêmico não podem esperar". 

A especialista observou que o ritmo das mudanças não corresponde à urgência da situação dos grupos raciais e étnicos marginalizados no Brasil. Ela apontou lacunas significativas na implementação e alcance das leis e políticas, e disse que o progresso em questões chave de justiça racial tem sido lento.

"Pessoas de grupos raciais e étnicos marginalizados já esperaram tempo demais por justiça e igualdade. Vidas dependem de ações mais ousadas e imediatas".

A Relatora Especial insistiu que o Governo do Brasil reconheça, enfrente e repare causas-raízes, fatores históricos e desequilíbrios geográficos no combate ao racismo e às estruturas de poder subjacentes das formas contemporâneas de racismo sistêmico, usando uma abordagem de justiça reparatória. Ela também insistiu que o Brasil dedicasse significativamente mais recursos para esforços de combate à discriminação racial, para acelerar o ritmo de mudança.

A Relatora Especial apresentará um relatório sobre sua visita, incluindo observações e recomendações, para o Conselho de Direitos Humanos da ONU em junho de 2025.

Relatora Especial sobre formas contemporâneas de racismo, discriminação racial, xenofobia e intolerância correlata, Ashwini K.P.,
Legenda: A Relatora Especial das Nações Unidas sobre formas contemporâneas de racismo, discriminação racial, xenofobia e intolerância correlata, Ashwini K.P., cumpriu sua primeira missão oficial ao Brasil entre os dias 5 e 16 de agosto de 2024.
Foto: © Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio).

Para saber mais, leia o comunicado completo da ONU Direitos Humanos em português e inglês: https://www.ohchr.org/sites/default/files/documents/issues/racism/sr/statements/20240816-eom-stm-brazil-sr-racism.pdf 

Sobre a Relatoria Especial:

Sra. Ashwini K.P. (Índia) foi nomeada pelo Conselho como a 6ª Relatora Especial sobre formas contemporâneas de racismo, discriminação racial, xenofobia e intolerância correlata em outubro de 2022. Ela assumiu suas funções em 1º de novembro de 2022.

As Relatorias Especiais fazem parte do que é conhecido como Procedimentos Especiais do Conselho de Direitos Humanos. Procedimentos Especiais, o maior corpo de especialistas independentes do sistema de Direitos Humanos da ONU, é o nome geral dos mecanismos independentes de apuração de fatos e monitoramento do Conselho que abordam situações específicas de países ou questões temáticas em todas as partes do mundo. Os especialistas em Procedimentos Especiais trabalham de forma voluntária; não são funcionários da ONU e não recebem salário por seu trabalho. Eles são independentes de qualquer governo ou organização e atuam em sua capacidade individual.

Para consultas gerais hrc-sr-racism@un.org, e solicitações de mídia, entre em contato com contato@onu.org.br

Para consultas à mídia relacionadas a outros especialistas independentes da ONU, entre em contato com Dharisha Indraguptha (dharisha.indraguptha@un.org)

Acompanhe as notícias relacionadas aos especialistas independentes em direitos humanos da ONU no Twitter: @UN_SPExperts.

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sexta-feira, 16 de agosto de 2024

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Para Lula, "Itaipu é o modelo de empresa que deu certo"

A Itaipu Binacional e a gestão de Enio Verri como diretor-geral brasileiro da usina foram tópicos da entrevista que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva concedeu ao jornalista João Barbiero, na manhã desta quinta-feira (15). A entrevista de 53 minutos foi transmitida pela Rádio T, rede que congrega 34 emissoras do Paraná.
 
Foto: Captura de tela/Gov.br
 
Para o presidente, uma empresa pública como a Itaipu Binacional precisa usar parte do seu dinheiro para melhorar a qualidade de vida da população. "Quando temos uma empresa pública, mesmo sendo binacional, que tem volume de rentabilidade, é preciso que você utilize uma parte desse dinheiro dando ao povo melhor qualidade de vida", afirmou.
 
Segundo o presidente, como Itaipu é "uma empresa que está paga" e que "praticamente só [gera] lucro e manutenção", a empresa tem condições de "fazer muita coisa a nível nacional", além da geração de energia. "Porque se passou a ideia de que a Itaipu não podia fazer essas coisas. Itaipu pode fazer muita coisa pelo Brasil", garantiu.
 
"Eu acho que a Itaipu e a Petrobras são modelos de empresas que deram certo", resumiu o presidente.
 
Na fala, Lula destacou ainda a importância de se ajudar cooperativas e pequenos e médios produtores, trabalho que a Itaipu desenvolve por meio do programa Itaipu Mais que Energia. Também citou a retomada das obras da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), anunciada em 2023 com recursos da usina.
 
Enio Verri, cuja gestão completou um ano em março, foi elogiado pelo presidente. "Enio tem sido uma surpresa extraordinária, tem muita competência, lealdade, discernimento e muita vontade de fazer política social", comentou Lula. Em sua avaliação, o que o diretor-geral brasileiro está fazendo com a empresa "é uma coisa extraordinária". 
 
Enio Verri e Lula. Foto: Divulgação.
 
Lula está no Paraná para evento que marca a retomada das operações da fábrica de fertilizantes Araucária Nitrogenados (Ansa) e anúncio de investimentos na Refinaria do Paraná, ambos na cidade de Araucária. A empresa pertence à Petrobras e estava inativa desde 2020. O diretor de Coordenação da Itaipu, Carlos Carboni, participou do evento.

quinta-feira, 15 de agosto de 2024

UNOPS: Programa "Nosso Chão, Nossa História" lança editais para projetos em Maceió

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O UNOPS, organismo das Nações Unidas especializado em gestão de projetos, está executando o Programa Nosso Chão, Nossa História, desenvolvido para reparar os danos morais coletivos decorrentes do desastre do afundamento do solo em Maceió. 

Gerido pelo Comitê Gestor dos Danos Extrapatrimoniais (CGDE) e operacionalizado pelo UNOPS, o Programa lança seus primeiros editais esta semana, que destinam cerca de R$ 15 milhões para projetos de reparação em Maceió.

Organizações da sociedade civil podem enviar propostas gratuitamente até 16 de setembro, abordando áreas como fortalecimento de OSCs, saúde mental comunitária, geração de renda, educação ambiental e bem-estar animal e diagnóstico dos impactos do desastre.

Programa operacionalizado pelo UNOPS trabalha com reparação em danos morais coletivos devido ao afundamento do solo em bairros de Maceió, Alagoas.
Legenda: Programa operacionalizado pelo UNOPS trabalha com reparação em danos morais coletivos devido ao afundamento do solo em bairros de Maceió, Alagoas.
Foto: © ZaZo

Serão destinados cerca de R$ 15 milhões para iniciativas voltadas à reparação de danos morais coletivos. Apresentação de propostas é gratuita e pode ser feita até 16 de setembro 

O programa Nosso Chão, Nossa História lança, nesta segunda-feira (5), os primeiros editais para a implementação de projetos voltados à reparação dos danos morais coletivos causados pelo afundamento do solo em bairros de Maceió.

Organizações da sociedade civil (OSCs) têm até dia 16 de setembro para apresentarem propostas de projetos em cinco áreas temáticas: fomento e fortalecimento de OSCs; diagnóstico e pesquisa sobre os impactos do desastre para as comunidades; saúde mental comunitária; geração de renda e empreendedorismo; e educação ambiental e bem-estar animal. Os requisitos necessários para apresentação das propostas estão detalhados nos editais, disponíveis no site www.nossochaomaceio.org. Os projetos podem ser propostos de maneira consorciada, envolvendo mais de uma organização social, especialmente aquelas que já desenvolvem projetos nas áreas afetadas pelo desastre.

Os danos morais coletivos são aqueles que vão além das questões financeiras, afetando emocionalmente, psicologicamente e moralmente tanto as pessoas quanto as comunidades. Eles se referem ao prejuízo que afeta a comunidade em seu convívio social, como a perda das relações entre vizinhos, a interrupção dos encontros nas praças durante os festejos, o comprometimento das atividades esportivas, além da diminuição das interações com o meio ambiente e o fechamento de comércios, como o mercadinho que há anos existia no bairro.

O Programa, por meio desses primeiros editais, busca apoiar os coletivos que surgiram a partir do desastre para formalização de novas OSCs, preparar as organizações existentes para atuarem na reparação de danos morais coletivos, compreender melhor os impactos do desastre e financiar projetos nas áreas que mais impactaram as comunidades.

A presidenta do CGDE, Dilma Marinho de Carvalho, comemora o lançamento dos editais. "Os danos extrapatrimoniais são, muitas vezes, difíceis de serem medidos, mas nem por isso deixam de causar frustração e tristeza nas pessoas que foram afetadas pelo desastre. Daí a importância dessa reparação, que vai ser feita com o envolvimento da própria comunidade", afirma. 

Dilma também destaca que esta é a primeira geração de editais e que novas temáticas serão abordadas nas próximas fases. "Ainda este ano, haverá um momento importante para ouvir a população atingida e identificar as demandas relacionadas aos danos morais coletivos. Será uma ação crucial e queremos garantir a participação de todas as pessoas impactadas pelo desastre", antecipa. 

Organizações interessadas devem juntar todos os documentos exigidos nos editais e enviar suas propostas de forma gratuita ao e-mail editais.nossochao@unops.org. Dúvidas e orientações podem ser obtidas por meio do WhatsApp do Programa, pelo e-mail dos editais ou pelo perfil oficial do Programa no Instagram (@nossochao.maceio). O UNOPS, escritório da ONU responsável pela gestão e operacionalização do Nosso Chão, Nossa História, irá apoiar a elaboração de projetos e a formalização de novas organizações.

Cada projeto tem um valor máximo determinado nos editais lançados. No total, serão investidos cerca de R$15 milhões. "Os editais são uma ferramenta para estimular a participação aberta e equânime das organizações interessadas. Foram elaborados de maneira clara e didática, para facilitar a compreensão de todas as pessoas", frisa Bernardo Bahia, gerente do Programa pelo UNOPS. "Todo o processo de avaliação será cuidadoso e transparente, conforme os critérios estabelecidos nos editais", acrescenta.

Com essa primeira ação, o Programa Nosso Chão, Nossa História busca alcançar diferentes públicos, como ex-moradores e moradores das áreas atingidas, lideranças, coletivos, pessoas com deficiência, mulheres, pessoas idosas, crianças, adolescentes, jovens, empreendedores, trabalhadores informais e pessoas que trabalham com pesquisa. A iniciativa tem como objetivo fortalecer a coesão comunitária. 

Programa Nosso Chão, Nossa História

A iniciativa é resultado da ação civil pública nº 0806577-74.2019.4.05.8000 representada pelo Ministério Público Federal de Alagoas (MPF/AL), que responsabilizou a Braskem pela reparação dos danos ocorridos a partir do afundamento de cinco bairros de Maceió. As atividades e os projetos do Programa Nosso Chão, Nossa História são definidos pelo Comitê Gestor dos Danos Extrapatrimoniais (CGDE) e operacionalizados pelo Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (UNOPS). É prevista a aplicação de R$ 150 milhões, pagos pela Braskem, que serão implementados em quatro anos, por meio de projetos executados por organizações da sociedade civil para a reparação de danos morais coletivos.

Sobre o UNOPS

O UNOPS é o organismo das Nações Unidas que presta serviços de infraestrutura, compras e gestão de projetos para um mundo sustentável. Em todo o mundo, o Escritório oferece ao sistema ONU, seus parceiros e governos soluções nas áreas de assistência humanitária, desenvolvimento, paz e segurança.

No Brasil, o UNOPS trabalha desde 2012, em parceria com governos das esferas federal, estadual e municipal, instituições públicas, outras agências da ONU e organismos financeiros internacionais. Atualmente, atua em 20 estados e no Distrito Federal.

Serviço 
Inscrições nos primeiros editais - Nosso Chão, Nossa História

Quando: 5 de agosto a 16 de setembro de 2024

Público-alvo: Organizações da sociedade civil (OSCs)

Confira os editaiswww.nossochaomaceio.org

E-mail para envio das documentaçõeseditais.nossochao@unops.org 

Em caso de orientações e dúvidas, as pessoas poderão entrar em contato pelo WhatsApp (82) 99334-2949, pelo e-mail para editais.nossochao@unops.org ou pelo perfil oficial do Programa no Instagram (@nossochao.maceio).  


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Concurso para logomarca do ODS 18 recebe propostas até 22/8. Prêmio é de R$10 mil


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O concurso para escolha da logomarca do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS 18), de igualdade étnico-racial, recebe propostas até 22 de agosto, com prêmio de 10 mil reais. 

A inscrição e o envio das propostas devem ser feitos por meio do link: https://forms.office.com/e/XY4iVvU3Z2.

O concurso é realizado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), em parceria com a Secretaria-Geral da Presidência da República, o Ministério da Igualdade Racial e o Ministério dos Povos Indígenas. 

O ODS 18 é uma iniciativa voluntária do Brasil para colocar o combate ao racismo no centro dos esforços para o desenvolvimento sustentável e para o alcance da Agenda 2030.

Legenda: O ODS 18 é uma iniciativa voluntária do Brasil para colocar o combate ao racismo no centro dos esforços para o desenvolvimento sustentável e para o alcance da Agenda 2030.

O ODS 18 é uma iniciativa voluntária do Brasil para colocar o combate ao racismo no centro dos esforços para o desenvolvimento sustentável e para o alcance da Agenda 2030.

A iniciativa tem sido liderada por câmara temática da Comissão Nacional para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (CNODS) e pelo Ministério da Igualdade Racial. 

O objetivo do concurso é escolher a logomarca do ODS 18 a partir de uma concepção inédita que possibilite a identificação do novo objetivo proposto pelo Brasil de forma alinhada à identidade visual dos demais 17 ODS.

Podem participar pessoas físicas brasileiras maiores de 18 anos, residentes no Brasil ou no exterior, e pessoas físicas estrangeiras residentes no Brasil, exceto membros da Comissão Julgadora e seus familiares e contratados pelo PNUD.

Devem ser enviados por meio do formulário eletrônico o arquivo da marca elaborada para o concurso (em alta resolução e formato .jpeg); a proposta do manual de identidade visual (em arquivo com formato .pdf com possibilidades de aplicação); e, para proponentes pretos(as), pardos(as) e indígenas, o formulário de autodeclaração assinado. Os arquivos devem ser gravados em uma pasta virtual compartilhada, cujo endereço deve ser informado em um dos campos do formulário.

A seleção ocorrerá em duas etapas, sendo a primeira feita pela Comissão Julgadora, e a segunda, por meio de consulta pública na plataforma Participa + Brasil.

A proposta vencedora receberá R$10 mil e será aquela que melhor conseguir expressar graficamente o tema da igualdade étnico-racial, seus impactos na sociedade brasileira e a importância dessa luta histórica.

A marca e a identidade visual serão utilizadas nas ações do governo brasileiro, dos organismos das Nações Unidas no Brasil e nas ações de internacionalização do ODS 18.

Clique aqui para acessar o edital.

Compromisso brasileiro

Um grupo de trabalho coordenado pelo Ministério da Igualdade Racial tem se dedicado desde 2023 à discussão e à elaboração de metas e indicadores para o acompanhamento e a implementação do ODS 18 até 2030. O anúncio foi feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na abertura da Assembleia Geral da ONU em setembro do ano passado. 

Desde então, foram estabelecidas metas que serão incluídas no ODS 18, entre elas: eliminar a discriminação étnico-racial no trabalho; eliminar as formas de violência contra povos indígenas e afrodescendentes; garantir acesso ao Sistema de Justiça por pessoas negras e indígenas; promover memória, verdade e justiça para a população negra e indígena.

Outras metas do ODS 18 incluem: assegurar habitação adequada e sustentável para a população negra e indígena; assegurar acesso à atenção de saúde de qualidade para a população negra e indígena; assegurar educação de qualidade para a população negra e indígena; garantir diálogo e participação social para a população negra e indígena; eliminar a xenofobia e tratar imigrantes negros e indígenas com dignidade. 

Comissão Nacional para os ODS

Recriada no ano passado pelo governo federal com apoio do PNUD, a Comissão Nacional para os ODS contribui para a internalização da Agenda 2030 no país, estimula sua implementação em todas as esferas de governo e junto à sociedade civil, além de acompanhar, difundir e dar transparência às ações para o alcance das suas metas e ao progresso no alcance dos ODS.

A Comissão é composta por 42 representantes ministeriais, 42 representantes da sociedade civil e quatro representantes de governos locais e estaduais, incluindo frentes e associações nacionais que reúnem municípios. 

A CNODS também conta com comissões temáticas que abordam a implementação da Agenda 2030 no país. Algumas delas já foram criadas, incluindo a referente ao ODS 18, à proteção de povos e comunidades tradicionais e à territorialização dos ODS.

O PNUD tem apoiado a criação e a implementação da Comissão Nacional para os ODS por meio de projeto de parceria com a Secretaria Geral da Presidência da República para fornecer assessoria técnica e orientações para garantir mais participação de sociedade civil, setor privado e academia no acompanhamento do alcance dos Objetivos Globais no Brasil.



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"Nem-nem": Número de jovens fora do mercado de trabalho, programas de educação ou treinamento continua uma preocupação, aponta relatório da OIT

Novo relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) revela uma elevada proporção de jovens fora do mercado de trabalho e de programas de educação e treinamento, comumente chamados de "nem-nem". Em 2023, um em cada cinco jovens no mundo, ou seja, 20,4%, era considerado "nem-nem". 

Preocupações apontadas pelo relatório global incluem as disparidades regionais e de gênero e uma crescente ansiedade da juventude em relação ao trabalho, apesar de tendências globais encorajadoras acerca do desemprego juvenil.

Em 2023, a taxa global de desemprego juvenil foi de 13%, o equivalente a 64,9 milhões de pessoas, e representa o nível mais baixo em 15 anos. 

Relatório da Organização Internacional do Trabalho lançado neste Dia Internacional de Juventude (12 de agosto) alerta que os jovens enfrentam
Legenda: Relatório da Organização Internacional do Trabalho lançado neste Dia Internacional de Juventude (12 de agosto) alerta que os jovens enfrentam "ventos contrários" para alcançar o sucesso no mundo do trabalho. Foto: Escola rural em Arusha, na Tanzânia.
Foto: © Kasto.

As perspectivas do mercado de trabalho global para os jovens melhoraram nos últimos quatro anos e espera-se que a tendência ascendente continue por mais dois anos, aponta novo relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) lançado nesta segunda-feira (12) - Dia Internacional da Juventude. 

No entanto, o relatório intitulado Tendências Globais de Emprego Juvenil 2024 (Global Employment Trends for Youth 2024 - GET for Youth) alerta que o número de jovens entre 15 e 24 anos que estão fora do mercado de trabalho, de programas de educação ou treinamento (comumente chamados de nem-nem ou NEET, na sigla em inglês) é preocupante e que a recuperação do emprego após a pandemia da COVID-19 não foi universal. Jovens de determinadas regiões e muitas mulheres jovens não estão vendo os benefícios da recuperação econômica.

Para 2023, a taxa de desemprego juvenil de 13%, o equivale a 64,9 milhões de pessoas, representa o nível mais baixo em 15 anos e mostra uma queda em relação à taxa anterior à pandemia, de 13,8% em 2019. Espera-se que ela continue a cair até os 12,8% neste ano e no próximo. O panorama, no entanto, não é o mesmo em todas as regiões. Nos Estados Árabes, na Ásia Oriental e no Sudeste da Ásia e no Pacífico, as taxas de desemprego juvenil foram mais altas em 2023 do que em 2019.

O relatório alerta também que os jovens enfrentam outros "ventos contrários" para alcançar o sucesso no mundo do trabalho. Salienta que muitos jovens em todo o mundo são nem-nem e que as oportunidades de acesso a empregos decentes continuam limitadas nas economias emergentes e em desenvolvimento. Em 2023, um em cada cinco jovens no mundo, ou seja, 20,4%, era considerado "nem-nem". Dois em cada três destes "nem-nem" eram mulheres.

Com relação aos jovens que trabalham, o relatório aponta a falta de progresso na obtenção de empregos decentes. Em todo o mundo, mais de metade dos jovens que trabalham têm empregos informais. Apenas nas economias de renda alta e de renda média, a maioria dos jovens trabalhadores tem hoje um emprego permanente e seguro. E três em cada quatro jovens que trabalham em países de renda baixa apenas encontrarão emprego por conta própria ou trabalho remunerado temporário.

O relatório alerta que a persistência de elevadas taxas de jovens que estão fora do mercado de trabalho, de programas de educação ou treinamento e o crescimento insuficiente de empregos decentes provoca uma ansiedade crescente entre os jovens de hoje, que são também os jovens mais instruídos da história.

"Nenhum de nós pode esperar um futuro estável quando milhões de jovens ao redor do mundo não têm trabalho decente e, como resultado, estão se sentindo inseguros e incapazes de construir uma vida melhor para si e suas famílias. Sociedades pacíficas dependem de três ingredientes principais: estabilidade, inclusão e justiça social; e o trabalho decente para os jovens está no cerne de todos os três", explicou Gilbert F. Houngbo, diretor-geral da OIT.

Além disso, o relatório conclui que os homens jovens se beneficiaram mais da recuperação do mercado de trabalho do que as mulheres jovens. As taxas de desemprego juvenil de mulheres e homens jovens em 2023 foram praticamente iguais (12,9% para mulheres jovens e 13% para homens jovens), ao contrário do que aconteceu nos anos anteriores à pandemia, quando a taxa de homens jovens era maior. Além disso, a taxa mundial de "nem-nem" entre as mulheres jovens duplicou em comparação com a dos homens jovens (28,1% e 13,1%, respectivamente) em 2023.

"O relatório nos lembra que as oportunidades para os jovens são altamente desiguais; com muitas mulheres jovens, jovens com meios financeiros limitados ou de qualquer origem minoritária ainda lutando. Sem oportunidades iguais para educação e empregos decentes, milhões de jovens estão perdendo suas chances de um futuro melhor", acrescentou Houngbo.

O relatório da OIT defende uma maior atenção ao reforço das bases do trabalho decente como forma de enfrentar a ansiedade dos jovens em relação ao mundo do trabalho e reforçar a sua esperança num futuro melhor.

Em uma mensagem aos jovens leitores, os autores do relatório pedem que eles adicionem suas vozes aos apelos por mudanças. "Vocês têm a possibilidade de influenciar políticas e defender trabalho decente para todas as pessoas. Conheçam seus direitos e continuem investindo em suas habilidades", diz a mensagem. "Sejam parte da mudança que todos nós precisamos para garantir um mundo socialmente justo e inclusivo."

Esta 12ª edição do GET for Youth marca o 20º aniversário do relatório. Analisa o que foi alcançado neste século para melhorar as perspectivas de emprego dos jovens e considera o futuro do emprego dos jovens "numa época caracterizada por crises e incertezas". Analisando tendências de longo prazo, o relatório conclui que:

  • O crescimento dos serviços "modernos" e dos empregos no setor manufatureiro para os jovens tem sido limitado, embora a modernização possa atingir os setores tradicionais através da digitalização e da Inteligência Artificial. 
  • Não há empregos altamente qualificados suficientes para suprir a demanda de jovens instruídos, especialmente em países de renda média.
  • Manter o desenvolvimento de qualificações em sintonia com as crescentes demandas por habilidades verdes e digitais será fundamental para reduzir as incompatibilidades educacionais.
  • O número crescente de conflitos ameaça os futuros meios de subsistência dos jovens e pode empurrá-los para a migração ou o extremismo.
  • As tendências demográficas, em particular o chamado  "terremoto da juventude" africana, implicam que criar empregos decentes suficientes será fundamental para a justiça social e para a economia mundial.

O relatório defende um investimento maior e mais eficaz, inclusive para impulsionar a criação de empregos que tenham uma meta específica em empregos para mulheres jovens, o fortalecimento das instituições que apoiam os jovens em suas transições para o mercado de trabalho, incluindo jovens que estão fora do mercado de trabalho, de programas de educação ou treinamento, a integração do emprego e da proteção social para jovens e o enfrentamento das desigualdades globais por meio de melhor cooperação internacional, parcerias público-privadas e financiamento para o desenvolvimento.

Acesse o relatório completo (em inglês) na página da OIT: https://www.ilo.org/publications/major-publications/global-employment-trends-youth-2024 



Festival das Cataratas prestigia Cruzeiro do Oeste, a “terra dos dinossauros”

O idealizador e coordenador do Festival das Cataratas, Paulo Angeli, participou do 2º Workshop de Geoturismo e ressaltou as potencialidades do setor.


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Da esquerda para a direita: Francielle Carvalho, secretária do Desenvolvimento Econômico e Turismo de Cruzeiro do Oeste; Mira Momo Angeli, arquiteta da Feira de Turismo e Negócios; Paulo Angeli, idealizador e coordenador do Festival das Cataratas; e Helena Bertoco, prefeita de Cruzeiro do Oeste.

Você sabia que Cruzeiro do Oeste, município localizado no Noroeste do Paraná, é conhecido como o "berçário" dos pterossauros? Esses animais, popularmente chamados de "dinossauros voadores", teriam habitado a região há cerca de 90 milhões de anos. Essa é apenas uma das espécies descobertas na região, que está na expectativa da criação do Geoparque Caiuá, um ambicioso projeto destinado a preservar e valorizar o patrimônio geológico de relevância internacional presente no Arenito Caiuá.

Além de Cruzeiro do Oeste, o projeto envolve os municípios de Mariluz, Alto Piquiri e Tuneiras do Oeste, que abrigam patrimônios naturais significativos, como o Salto Paiquerê, os Apertados do Piquiri e o Refúgio Biológico das Perobas.

O lançamento do Geoparque Caiuá aconteceu durante o 2º Workshop de Geoturismo, realizado entre os dias 5 e 6 de agosto. O evento reuniu especialistas e palestrantes de diversas partes do Brasil, incluindo representantes de outros geoparques reconhecidos, como o Seridó (RN), Caçapava (RS) e Uberaba (MG). A programação incluiu palestras, oficinas e visitas técnicas, abordando temas como os desafios e oportunidades dos geoparques e a importância do turismo aliado à educação.

Entre as autoridades presentes no evento, estava Paulo Angeli, idealizador e coordenador do Festival das Cataratas. "Cada fóssil descoberto conta uma história sobre o passado do nosso planeta, oferecendo uma janela única para eras há muito extintas. Valorizar esses tesouros é fundamental para entendermos nossa história e promovermos o turismo sustentável", destacou.

Paulo Angeli participou da segunda edição do Workshop de Geoturismo.

De acordo com Francielle Carvalho, secretária do Desenvolvimento Econômico e Turismo de Cruzeiro do Oeste, o principal objetivo do Geoparque Caiuá "é promover o desenvolvimento sustentável na região, por meio do turismo, integrando a população local nesse processo. Desde o lançamento, foram realizados vários eventos regionais para engajar as comunidades e divulgar os benefícios econômicos e sociais que o geoparque trará", explica.

O Museu de Paleontologia é um ponto de importância do turismo científico no Brasil e na América do Sul. O museu tem tudo para ser o epicentro de todo um planejamento para transformar Cruzeiro do Oeste na "terra dos dinossauros". O local conta com os achados no município, que desde a década de 1970 têm encontrado fósseis de espécies que viveram há milhões de ano.

(Recebido por e-mail - newsletter Festival das Cataratas)


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