terça-feira, 17 de junho de 2025

Romaria da Terra do Paraná 2025

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Sistema tradicional da erva-mate, no Paraná, é reconhecido como Sistema Importante do Patrimônio Agrícola Mundial pela FAO


China, México e Espanha também receberam novas designações nesta semana. 

Esse é o segundo sistema reconhecido pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) no Brasil, após o Sistema de Agricultura Tradicional da Serra do Espinhaço.

Os Sistemas Importantes do Patrimônio Agrícola Mundial (SIPAMs) são sistemas agrícolas que geram meios de subsistência em áreas rurais, combinando biodiversidade, ecossistemas resilientes, tradição e inovação de maneira única.

O cacique Antonio Lima, líder da comunidade indígena Guarani do Rio d'Areia, com uma planta de erva-mate sombreada. Há séculos, os povos indígenas e as comunidades tradicionais do sul do Brasil cultivam a erva-mate em sistemas agroflorestais sombreados, com base em práticas ancestrais e agroecológicas. Ao integrar culturas alimentares, frutas nativas e produtos florestais, o sistema fortalece a biodiversidade, a soberania alimentar e a identidade cultural, ao mesmo tempo em que ajuda a conservar a Floresta

Legenda: O cacique Antonio Lima, líder da comunidade indígena Guarani do Rio d'Areia, com uma planta de erva-mate sombreada. Há séculos, os povos indígenas e as comunidades tradicionais do sul do Brasil cultivam a erva-mate em sistemas agroflorestais sombreados, com base em práticas ancestrais e agroecológicas. 
Foto: © FAO/Jorge de Souza.

O sistema agroflorestal tradicional de cultivo da erva-mate, no Paraná, é uma das seis novas adições aos Sistemas Importantes do Patrimônio Agrícola Mundial (SIPAM), um reconhecimento global da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). Esse é o segundo sistema reconhecido pela FAO no Brasil, após o Sistema de Agricultura Tradicional da Serra do Espinhaço.

Os SIPAMs são sistemas agrícolas que geram meios de subsistência em áreas rurais, combinando biodiversidade, ecossistemas resilientes, tradição e inovação de maneira única. 

No interior do Paraná, o cultivo da erva-mate sob a sombra da Floresta com Araucárias é um deles: uma prática ancestral, herdada dos povos indígenas Guarani e Kaingang, que fortalece a preservação de um dos ecossistemas mais ameaçados de mundo, ao mesmo tempo em que garante a soberania alimentar e a identidade cultural.

"Diante dos crescentes impactos da variabilidade climática, eventos extremos e perda de biodiversidade sobre a agricultura e os agricultores, esses sistemas são pontos de luz que mostram como as comunidades podem recorrer a conhecimentos e práticas ancestrais para garantir alimentos, proteger empregos e meios de vida e manter paisagens agrícolas únicas e sustentáveis", disse o diretor do Escritório de Mudanças Climáticas, Biodiversidade e Meio Ambiente da FAO, Kaveh Zahedi. 

"Os sistemas do patrimônio agrícola são exemplos vivos de harmonia entre pessoas e natureza, que prosperaram e evoluíram ao longo das gerações e têm muito a nos ensinar enquanto nos adaptamos a um futuro incerto."

Além da erva-mate brasileira, outros seis sítios foram reconhecidos como SIPAM: três na China - especializados em mexilhões de água doce, chá branco e peras; um sistema ancestral que preserva culturas alimentares vitais e a biodiversidade, no México; e um sistema agrícola distinto na paisagem vulcânica da ilha de Lanzarote, na Espanha.

Os sistemas foram formalmente designados durante uma reunião do Grupo Consultivo Científico do SIPAM, realizada de 19 a 21 de maio. Com as novas adições, a rede mundial de sistemas agrícolas patrimoniais da FAO passa a contar com 95 sistemas em 28 países. Os sistemas recém-designados elevam o total para dois no Brasil, 25 na China (o maior número entre todos os países), três no México e seis na Espanha.

Erva-mate sombreada no Paraná, Brasil

A família Wenglarek colhendo pinhões. Faxinal Emboque, São Mateus do Sul.

Legenda: A família Wenglarek colhendo pinhões em Faxinal Emboque, na cidade de São Mateus do Sul, no Paraná.
Foto: © FAO/Jorge de Souza.

Há mais de cinco séculos, povos indígenas e comunidades tradicionais do sul do Brasil cultivam a erva-mate em sistemas agroflorestais sombreados, baseados em práticas ancestrais e agroecológicas. As folhas da espécie nativa são tradicionalmente consumidas como chimarrão, tererê ou mate, também em países como Argentina, Uruguai e Paraguai.

Numa região fortemente impactada pelo desmatamento, onde resta apenas 1% da floresta original, esse sistema oferece um raro exemplo de práticas agrícolas que preservam a cobertura florestal, enquanto sustentam meios de vida e o patrimônio cultural.

Além disso, o cultivo da erva-mate é combinado com culturas alimentares, plantas medicinais, frutas e criação de animais em pequena escala, em áreas sombreadas dentro de parcelas florestadas. Como resultado, esse sistema mantém mais de 100 espécies de plantas, abelhas nativas, aves e animais silvestres, e sustenta milhares de famílias agricultoras que colhem, beneficiam e comercializam a erva-mate.

Apesar de sua importância cultural e ecológica, o desmatamento, a mudança no uso da terra e o avanço das monoculturas ameaçam as paisagens florestais onde o sistema está enraizado. Muitos pequenos produtores enfrentam dificuldades com os baixos preços de mercado e o acesso limitado a apoio público ou cadeias de valor. Sem maior reconhecimento, investimento e envolvimento da juventude, esse sistema único permanece vulnerável, apesar de seu potencial para apoiar a biodiversidade, os meios de vida e a resiliência climática.

Trabalhadores colhendo erva-mate cultivada sob a Floresta de Araucária na comunidade rural de Passo do Meio.

Legenda: Trabalhadores colhendo erva-mate cultivada sob a Floresta de Araucária na comunidade rural de Passo do Meio, em São Mateus do Sul, no Paraná.
Foto: © FAO/Jorge de Souza.

Confira mais fotos no Flickr da FAO!

Novos SIPAM na China, no México e na Espanha

Na China, sistemas agrícolas tradicionais vêm sendo preservados há séculos e representam modelos notáveis de sustentabilidade. Em Deqing, o cultivo conjunto de peixes e mexilhões integra aquicultura, agricultura e artesanato, gerando pérolas, arroz e seda enquanto protege os ecossistemas aquáticos. Já em Fuding, o sistema cultural do chá branco baseado em práticas naturais e em um forte vínculo cultural com a terra, preservando dezenas de variedades agrícolas e espécies nativas. Em Shichuan, um sistema agroflorestal baseado em grandes pomares resiste a secas e enchentes, utilizando práticas que mantêm a fertilidade do solo e a biodiversidade local.

No México, o sistema ancestral Metepantle, mantido há mais de três mil anos por famílias em Tlaxcala, mostra como o conhecimento do povo indígena Nahua pode sustentar a segurança alimentar e a conservação da biodiversidade em ambientes áridos. Cultivado em terraços, o sistema reúne milho, agave, feijão, abóbora e espécies silvestres, promovendo a resiliência ecológica e sociocultural. A conservação coletiva de sementes, associada a práticas agrícolas adaptadas ao clima, fortalece a soberania alimentar e os modos de vida locais diante das mudanças climáticas.

Na Ilha de Lanzarote, Espanha, agricultores desenvolveram um sistema único que transforma paisagens vulcânicas hostis em áreas produtivas. Utilizando cinzas vulcânicas (lapilli) e areia marinha (jable) para reter umidade e proteger os cultivos dos ventos intensos, produzem uvas, batatas-doces e leguminosas sem necessidade de irrigação. Com mais de 12 mil hectares, esse sistema alia inovação, adaptação ao meio e preservação do patrimônio cultural, sendo um exemplo de agricultura sustentável em condições extremas.

Para saber mais, siga @FAOBrasil e visite a página da FAO no Brasil: https://www.fao.org/brasil/pt/ 




ONU abre inscrições para Programa de Bolsas de Estudo sobre direitos humanos para pessoas afrodescendentes


Realizado anualmente na sede do Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), o treinamento intensivo em direitos humanos é voltado a pessoas afrodescendentes que estão engajadas na promoção dos direitos de suas comunidades.

O programa será realizado de 10 a 28 de novembro em Genebra, na Suíça. As inscrições devem ser feitas por e-mail até 30 de junho de 2025. 

O Programa de Bolsas de Estudo foi criado pela Seção de Combate à Discriminação Racial do ACNUDH em 2011. A edição de 2025 será a primeira a ser realizada durante a Segunda Década Internacional para Afrodescendentes (2025-2034), proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em dezembro de 2024.

O Fellowship Programme for People of African Descent é um treinamento intensivo em direitos humanos para pessoas afrodescendentes na diáspora que estão engajadas na promoção dos direitos de suas comunidades.

Legenda: O Fellowship Programme for People of African Descent é um treinamento intensivo em direitos humanos para pessoas afrodescendentes na diáspora que estão engajadas na promoção dos direitos de suas comunidades.
Foto: © UNFPA/Solange Souza.

O objetivo do programa de bolsas é fortalecer as competências dos participantes para que contribuam com a promoção e a proteção dos direitos civis, políticos, econômicos, sociais e culturais dos afrodescendentes em seus respectivos países. 

Bolsistas adquirem as ferramentas necessárias para garantir que o desenvolvimento de leis, políticas e programas esteja em conformidade com os padrões internacionais de direitos humanos, para fortalecer a colaboração entre os governos e a sociedade civil e para realizar atividades locais de conscientização e defesa em nível local.

O programa de bolsas de estudo oferece aos participantes a oportunidade de:

  • Aprender e expandir seu conhecimento e compreensão da legislação internacional de direitos humanos e do sistema de direitos humanos das Nações Unidas, da estrutura internacional para combater o racismo, a discriminação racial, a xenofobia e a intolerância relacionada, bem como de questões relacionadas a esses tópicos, com foco especial em pessoas afrodescendentes.
  • Conhecer em primeira mão os mecanismos de direitos humanos das Nações Unidas e o ACNUDH.
  • Interagir com o ACNUDH e os mecanismos de direitos humanos da ONU, bem como fortalecer as habilidades dos participantes em termos de desenvolvimento de propostas de projetos e apresentações.

O Programa de Bolsas de Estudo foi criado pela Seção de Combate à Discriminação Racial do ACNUDH em 2011 e foi posteriormente endossado pela resolução A/RES/69/16 da Assembleia Geral da ONU sobre a implementação do programa de atividades da Década Internacional para Afrodescendentes. O Alto Comissariado para os Direitos Humanos é o coordenador da Década. 

O Programa de Bolsas de Estudo de 2025 será o primeiro a ser realizado durante a Segunda Década Internacional para Afrodescendentes (2025-2034), proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em dezembro de 2024.

Quando será realizado o treinamento? 

Em 2025, o programa será realizado de 10 a 28 de novembro em Genebra, na Suíça.

Bolsistas deverão dedicar-se a cursos on-line e exercícios preparatórios durante as duas semanas que antecedem o programa de estudos. 

Quem pode se inscrever?

  • Pessoas interessadas devem ser de ascendência africana e ter no mínimo 4 anos de experiência profissional relacionada à defesa dos direitos das pessoas afrodescendentes.
  • O(a) candidato(a) deve estar vinculado(a) a uma organização, coletivo ou movimento que trabalhe com questões relacionadas aos direitos dos afrodescendentes ou das minorias e apresentar carta de endosso da respectiva organização.
  • O(a) candidato deve estar disponível para participar de todas as atividades do programa de estudo. 

Como se inscrever? 

Solicita-se que pessoas interessadas enviem os seguintes documentos em um único e-mail para ohchr-africandescentfellowship@un.org:

  • CV
  • formulário de inscrição devidamente preenchido, assinado e digitalizado em um único documento.
  • Uma declaração pessoal/carta de motivação (máximo de 500 palavras) na qual a pessoa interessada explica sua motivação para se candidatar ao programa de bolsas e como usará o conhecimento adquirido durante o programa para promover os interesses e os direitos das pessoas afrodescendentes em sua comunidade, cidade ou país.
  • Uma carta oficial de uma organização que trabalhe com questões relacionadas a afrodescendentes ou minorias – em papel timbrado da organização – confirmando a função do candidato na organização.
O Programa de Bolsas de Estudo foi criado pela Seção de Combate à Discriminação Racial do ACNUDH em 2011 e foi posteriormente endossado pela resolução A/RES/69/16 da Assembleia Geral da ONU sobre a implementação do programa de atividades da Década Internacional para Afrodescendentes. O Alto Comissariado para os Direitos Humanos é o coordenador da Década. O Programa de Bolsas de Estudo de 2025 será o primeiro a ser realizado durante a Segunda Década Internacional para Afrodescendentes (2025-2034), proclamada

Legenda: O Programa de Bolsas de Estudo foi criado pela Seção de Combate à Discriminação Racial do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) em 2011 e foi posteriormente endossado pela resolução A/RES/69/16 da Assembleia Geral da ONU sobre a implementação do programa de atividades da Década Internacional para Afrodescendentes.
Foto: © UNFPA/Solange Souza.

Como é conduzido o processo de seleção? 

  • A seleção de participantes reflete um equilíbrio entre regiões de origem e gênero. O processo também leva em conta a situação dos direitos humanos das pessoas de ascendência africana nos respectivos países.
  • Devido ao grande número de e-mails recebidos, somente candidatos pré-selecionados serão notificados por e-mail.
  • O resultado final do processo seletivo será publicado no site do ACNUDH assim que o processo de seleção for concluído.

Quais são os benefícios oferecidos? 

Cada bolsista tem direito a uma passagem de ida e volta (classe econômica) entre seu país de residência e Genebra, seguro médico básico e uma ajuda de custo para acomodação modesta e outras despesas de subsistência durante o programa.

Quem já participou do programa? 

Desde 2011, 160 bolsistas de 50 países participaram do programa de bolsas, incluindo participantes da Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Guiana, Haiti, Honduras, Jamaica, México, Uruguai e Venezuela.

Voices of the Decade apresenta 11 histórias de bolsistas, representando o importante e inspirador trabalho que está sendo realizado para promover os direitos humanos de pessoas afrodescendentes em todo o mundo. Leia os depoimentos aqui.

Para saber mais, acesse a chamada completa na página do ACNUDH: https://acnudh.org/pt-br/programa-de-bolsas-de-estudo-para-pessoas-afrodescendentes/ 



Brasil e Itália anunciam novo impulso e financiamento para ações de resfriamento antes da COP30


O Brasil e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) lançaram nesta sexta (13) o Mutirão contra o Calor Extremo, uma iniciativa global para enfrentar o calor extremo por meio do resfriamento sustentável. 

Ainda hoje, a Itália se comprometeu a destinar US$ 2 milhões em novos financiamentos para o Compromisso Global de Resfriamento. 

Os anúncios foram feitos em Bonn, Alemanha, na primeira Reunião de Pontos Focais dos Signatários do Compromisso Global de Resfriamento, lançado na COP28, em 2023. 

Lançado na COP28, o Compromisso Global de Resfriamento conta atualmente com 72 países signatários e 80 apoiadores não estatais, representando o primeiro compromisso coletivo do mundo para reduzir as emissões relacionadas ao resfriamento em 68% até 2050, ao mesmo tempo em que expande o acesso equitativo ao resfriamento.
Legenda: Lançado na COP28, o Compromisso Global de Resfriamento conta atualmente com 72 países signatários e 80 apoiadores não estatais, representando o primeiro compromisso coletivo do mundo para reduzir as emissões relacionadas ao resfriamento em 68% até 2050, ao mesmo tempo em que expande o acesso equitativo ao resfriamento.
Foto: © Katharina/Getty Images.

O Brasil e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) lançaram nesta sexta (13) uma nova iniciativa para enfrentar o calor extremo por meio do resfriamento sustentável – Beat the Heat in Cities/Mutirão contra o Calor Extremo – enquanto a Itália se comprometeu a destinar US$ 2 milhões em novos financiamentos para o Compromisso Global de Resfriamento, apoiando ações relativas a um dos principais causadores da mudança climática antes da COP30, em novembro deste ano.

"O resfriamento sustentável será uma prioridade na COP30 porque as cidades, o clima e bilhões de pessoas dependem dele. Por meio do Mutirão contra o Calor Extremo, nosso objetivo é transformar as cidades em motores de adaptação, impulsionar a implementação do Global Pledge e garantir que ninguém seja deixado para trás à medida que o calor extremo se acelera", disse a CEO da COP30, Ana Toni. 

Os anúncios foram feitos em Bonn, Alemanha, na primeira Reunião de Pontos Focais dos Signatários do Compromisso Global de Resfriamento. Lançado na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática de 2023 (COP28) pela Presidência dos Emirados Árabes Unidos (EAU) e pela Cool Coalition do PNUMA, o Compromisso Global de Resfriamento é o primeiro compromisso coletivo do mundo voltado para reduzir em 68% o impacto climático relacionado ao resfriamento até 2050 e para ampliar o fornecimento a preços acessíveis para todos que precisam.

O mundo acaba de registrar seu terceiro ano consecutivo de calor recorde, revelando que o calor extremo está agora no centro da mudança climática. O Observatório Global de Resfriamento 2023 do PNUMA alertou que, se as tendências atuais continuarem, o aumento da demanda de resfriamento por si só pode acrescentar 6,1 gigatoneladas de dióxido de carbono até 2050, enquanto mais de um bilhão de pessoas ainda não têm acesso ao resfriamento para manter alimentos, remédios e economias viáveis.

"O resfriamento sustentável é uma alavanca central de adaptação e é uma medida de mitigação de correção de curso que ainda nos mantém dentro do limite de 1,5°C", disse o diretor da Divisão de Mudança Climática do PNUMA, Martin Krause. 

"Integrar o resfriamento nos novos planos climáticos nacionais - ou NDCs - será fundamental para garantir uma abordagem holística que alinhe a ação climática com os benefícios sociais e econômicos", acrescentou.

O Observatório Global de Resfriamento 2023 do PNUMA  alertou que, se as tendências atuais continuarem, o aumento da demanda de resfriamento por si só pode acrescentar 6,1 gigatoneladas de dióxido de carbono até 2050, enquanto mais de um bilhão de pessoas ainda não têm acesso ao resfriamento para manter alimentos, remédios e economias viáveis.
Legenda: O Observatório Global de Resfriamento 2023 do PNUMA alertou que, se as tendências atuais continuarem, o aumento da demanda de resfriamento por si só pode acrescentar 6,1 gigatoneladas de dióxido de carbono até 2050, enquanto mais de um bilhão de pessoas ainda não têm acesso ao resfriamento para manter alimentos, remédios e economias viáveis.
Foto: © Matuska/Pixabay.

O Brasil confirmou que o resfriamento sustentável e o calor extremo serão uma das principais prioridades da COP30 em Belém. A Itália também anunciou um novo financiamento para a implementação do Compromisso Global de Resfriamento por meio do novo Enabling Pledge Implementation for Cooling (EPIC) Facility do PNUMA. Esta nova iniciativa, que abriga um Mecanismo de Assistência Técnica e um Acelerador de Fundos, canalizará aconselhamento técnico e financiamento para as cidades.

"A Itália não está apenas avançando em suas metas nacionais, mas também apoiando os esforços internacionais para traduzir o Global Cooling Pledge em ação local por meio da iniciativa EPIC", afirmou o diretor geral do Ministério do Meio Ambiente e Segurança Energética da Itália, Alessandro Guerri.

Notas e recursos para editores

Citações adicionais

"Devemos proteger os mais vulneráveis do calor extremo. O Global Cooling Pledge apresenta uma oportunidade poderosa para salvaguardar vidas, saúde e segurança alimentar. Ao trazer de volta a natureza em nossas cidades, não apenas atendemos às necessidades urgentes de mitigação e adaptação climática, mas também apoiamos a biodiversidade e tornamos nossas cidades mais habitáveis para todos", afirmou Adalberto Maluf, vice-ministro de Mudança Climática do Brasil e co-presidente do Global Cooling Pledge.

"A Alemanha tem orgulho de co-sediar a primeira reunião de pontos focais do Global Cooling Pledge aqui em Bonn", afirmou Silke Karcher, vice-diretora geral de Economia Circular do Ministério Federal do Meio Ambiente, Ação Climática, Proteção da Natureza e Segurança Nuclear (BMUKN) da Alemanha. "Esta reunião envia um sinal claro: a ação sobre resfriamento sustentável deve ser uma parte central de nossa resposta climática coletiva."

"Em apenas 18 meses, o Compromisso envolveu 72 países e mais de 80 parceiros não estatais", observou Ahmed Mohamed Al Kaabi, subsecretário adjunto de Eletricidade, Água e Energia Futura do Ministério de Energia e Infraestrutura dos Emirados Árabes Unidos e copresidente da Reunião de Pontos Focais. "Essa aceitação mostra a rapidez com que o mundo pode se mover quando o resfriamento é reconhecido como uma defesa de linha de frente contra o calor."

Sobre o PNUMA

O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) é a principal autoridade mundial em meio ambiente. O PNUMA trabalha globalmente para enfrentar a tripla crise planetária – mudança climática, perda da natureza e poluição – apoiando as nações na construção de economias de baixo carbono, positivas para a natureza e eficientes em termos de recursos.

Sobre a Cool Coalition

Lançada como uma iniciativa emblemática da Cúpula de Ação Climática do secretário-geral da ONU em 2019, a Cool Coalition é uma plataforma global que reúne mais de 250 governos, empresas, cidades e instituições financeiras para impulsionar ações abrangentes sobre resfriamento sustentável e calor extremo. A Coalizão avança na implementação do Acordo de Paris, da Agenda 2030 e da Emenda de Kigali ao Protocolo de Montreal, trabalhando em três pilares: advocacy, ciência e ação conjunta. Ele defende uma abordagem holística para cadeias de resfriamento e frio em países industrializados e em desenvolvimento, promovendo resfriamento passivo (ou seja, telhados frios, soluções baseadas na natureza, melhores edifícios e design urbano), maior eficiência energética e a rápida redução gradual de refrigerantes que aquecem o clima. A Cool Coalition também atua como secretaria do Global Cooling Pledge.

Sobre o Compromisso Global de Resfriamento

Lançado na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática de 2023 (COP28) pela UNEP Cool Coalition e pela Presidência da COP28, o Compromisso Global de Resfriamento conta atualmente com 72 países signatários e 80 apoiadores não estatais, representando o primeiro compromisso coletivo do mundo para reduzir as emissões relacionadas ao resfriamento em 68% até 2050, ao mesmo tempo em que expande o acesso equitativo ao resfriamento. Ele está ancorado na ciência do Observatório Global de Resfriamento e estabelece 14 metas nacionais, incluindo Planos de Ação Nacionais de Resfriamento, soluções passivas e baseadas na natureza, códigos de energia de construção, padrões de eficiência mais altos e redução gradual de refrigerantes.

Para mais informações, entre em contato com:

  • Unidade de Notícias e Mídia, Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente: unep-newsdesk@un.org 

    Para saber mais sobre mudança climática, acesse a página da ONU Brasil para a #EducaçãoClimática



    Nações Unidas lançam apelo global para que a inteligência artificial seja empregada para avançar o progresso social


    Dezoito entidades das Nações Unidas uniram forças para conclamar governos, sociedade civil, academia e setor privado para que ajam agora para garantir o progresso social em uma era digital em rápida transformação. 

    Reunidas em Turim, na Itália, durante a segunda edição do Dia da ONU sobre Mundos Virtuais, as entidades das Nações Unidas delinearam 12 ações prioritárias para que garantir que o uso da inteligência artificial e dos mundos virtuais seja balizado por direitos, pela inclusão e por padrões e princípios éticos.

    Legenda: Realizada nos dias 12 e 13 de junho em Turim, na Itália, a segunda edição do Dia da ONU sobre Mundos Virtuais reafirmou a necessidade de parcerias práticas e escaláveis para garantir que os benefícios dos mundos virtuais e da inteligência artificial alcancem comunidades rurais, remotas e marginalizadas em todo o mundo, sem deixar ninguém para trás.
    Foto: © UIT/M. Minotti.

    Dezoito entidades da ONU uniram forças durante o 2º Dia da ONU sobre Mundos Virtuais para conclamar governos, sociedade civil, academia e setor privado a aproveitar o potencial transformador dos mundos virtuais com inteligência artificial para promover um desenvolvimento que funcione para todas as pessoas. 

    apelo à ação delineia 12 prioridades — desde a expansão da conectividade até a promoção do uso responsável de tecnologias emergentes — para garantir que ninguém seja deixado para trás na era digital em rápida evolução.

    O fórum global de dois dias reuniu líderes, inovadores e jovens agentes de mudança de todo o mundo em Turim, na Itália, para destacar como tecnologias emergentes — de gêmeos digitais a ambientes virtuais com inteligência artificial — já estão transformando a governança, educação, agricultura, saúde, resiliência climática e as cidades.

    Organizada sob o tema

    Legenda: Organizada sob o tema "Da Inovação ao Impacto: Cumprindo o Pacto para o Futuro", a segunda edição do Dia da ONU sobre Mundos Virtuais foi realizada nos dias 12 e 13 de junho em Turim, na Itália.
    Foto: © UIT/M. Minotti.

    Doze prioridades para um futuro digital para todas as pessoas

    Realizada nos dias 12 e 13 de junho sob o tema Da Inovação ao Impacto: Cumprindo o Pacto para o Futuro, a segunda edição do Dia da ONU sobre Mundos Virtuais destacou a importância da cooperação interagencial e demonstrou o crescente impulso em todo o sistema ONU para promover inovação compartilhada, padrões globais e ecossistemas digitais inclusivos.

    O apelo à ação enfatiza a urgência de ações para

    • Expandir significativamente o acesso à conectividade. 

    • Empoderar as pessoas por meio de infraestrutura pública digital. 

    • Promover o uso responsável e transparente da inteligência artificial. 

    • Proteger a sustentabilidade ambiental e o patrimônio cultural. 

    • Fomentar habilidades digitais e inovação entre as juventudes. 

    • Promover padrões globais e colaboração multissetorial.

    As prioridades do apelo respondem diretamente ao Pacto para o Futuro, adotado na Cúpula do Futuro de 2024, e apoiam a implementação de seu Pacto Digital Global e da Declaração para as Gerações Futuras, assim como o processo de revisão da Cúpula Mundial sobre a Sociedade da Informação.

    As prioridades também oferecem propostas concretas para informar a 2ª Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Social de 2025, que visa acelerar a ação para a erradicação da pobreza, promoção do emprego pleno e trabalho decente, e inclusão social.

    Os membros do Conselho de Segurança exibem um projeto de realidade virtual antes da reunião do Conselho de Segurança sobre a situação no Sudão e no Sudão do Sul.
    Legenda: Membros do Conselho de Segurança da ONU participam de uma simulação de realidade virtual antes de reunião sobre a situação no Sudão e no Sudão do Sul, em 5 de fevereiro de 2025.
    Foto: © ONU/Manuel Elías.

    Da Visão à Ação: Parceria para concretizar o Futuro Digital

    segunda edição do Dia da ONU sobre Mundos Virtuais foi coorganizada por uma ampla coalizão de entidades das Nações Unidas, incluindo: UIT, OIT, FAO, UNECA, UNECE, CEPAL, UNESCWA, UNFCCC, ONU-Habitat, UNICC, UNICEF, UNRISD, ONU Turismo, UNU, Laboratório de Futuros da ONU, Banco Mundial e OMPI.

    A colaboração ilustra a capacidade do sistema ONU de cocriar soluções globais e trabalhar entre setores e regiões para catalisar a inovação em benefício do bem público, promovendo uma transformação digital aberta e baseada em direitos.

    O evento reafirmou a necessidade de parcerias práticas e escaláveis para garantir que os benefícios dos mundos virtuais e da IA alcancem comunidades rurais, remotas e marginalizadas em todo o mundo, sem deixar ninguém para trás.

    Dia da ONU sobre Mundos Virtuais também apresentou o Catálogo de Aplicações do Citiverso, o primeiro produto emblemático da Iniciativa Global sobre IA e Mundos Virtuais — uma plataforma liderada pela ONU para promover mundos virtuais com inteligência artificial que sejam abertos, interoperáveis e confiáveis, voltados para pessoas, empresas e serviços públicos.

    O catálogo interativo apresenta aplicações reais de ambientes virtuais com IA que estão transformando a educação, ação climática, governança urbana, serviços públicos e resiliência econômica.

    Recursos e mais informações: 

    • Baixe aqui a tradução do Apelo à Ação em português. 

    • Acesse aqui o Catálogo de Aplicações do Citiverso (em inglês). 

    Contatos para a imprensa:

    NOTAS PARA EDITORES

    Citações adicionais de parceiros da ONU:

    União Internacional de Telecomunicações (UIT) 

    "À medida que a IA e os mundos virtuais transformam a forma como nos conectamos, aprendemos e inovamos, precisamos garantir que ninguém seja deixado para trás. Esta edição do Dia da ONU sobre Mundos Virtuais mostra o que é possível quando nos unimos para garantir que os espaços digitais funcionem para todas as pessoas no mundo." – Doreen Bogdan-Martin, secretária-geral da UIT

    Centro Internacional de Computação das Nações Unidas (UNICC)

    "Mundos virtuais, impulsionados pela IA, abrem novas fronteiras para colaboração, inovação e bem comum global. Nosso trabalho garante que governos e cidades tenham as ferramentas para aproveitar tecnologias imersivas para uma transformação inclusiva e ética." – Sameer Chauhan, diretor do UNICC

    Instituto de Pesquisa das Nações Unidas para o Desenvolvimento Social (UNRISD) 

    "Esta iniciativa coloca as pessoas no centro da transformação digital. Ela conecta inovação com equidade, garantindo que a tecnologia avance o desenvolvimento sustentável e a justiça social." – Magdalena Sepúlveda, diretora executiva do UNRISD

    Organização Internacional do Trabalho (OIT) 

    "IA, realidade virtual e tecnologias imersivas estão abrindo novas fronteiras ousadas em desenvolvimento de habilidades, emprego e aprendizado ao longo da vida. Ao investir em ecossistemas de aprendizado digital inclusivos e adaptativos, permitimos que as pessoas prosperem em um mundo em rápida mudança." – Christophe Perrin, diretor, Centro Internacional de Treinamento da OIT 

    Organização Mundial do Turismo (ONU Turismo) 

    "As tecnologias imersivas podem transformar o turismo tornando-o mais sustentável, acessível e inclusivo. Mundos virtuais com IA permitem que as pessoas vivenciem a cultura e o patrimônio de maneiras inovadoras que beneficiam comunidades em todo o mundo." – Natalia Bayona, diretora executiva da ONU Turismo

    Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO)

    "Mundos virtuais impulsionados por IA oferecem novas possibilidades para o compartilhamento de conhecimento, agricultura inteligente para o clima e inovação em sistemas alimentares. Esta iniciativa ajuda a conectar comunidades rurais a soluções e aprendizados em tempo real." – Vincent Martin, Escritório de Inovação da FAO

    Comissão Econômica das Nações Unidas para a Europa (UNECE) 

    "Aproveitar mundos virtuais por meio de marcos e padrões comuns pode impulsionar a cooperação regional e o desenvolvimento sustentável e inteligente. Esta iniciativa está no centro do trabalho da UNECE para digitalizar seus instrumentos normativos e de capacitação, permitindo que as comunidades enfrentem os desafios econômicos, ambientais e sociais mais urgentes de forma orientada por dados e com visão de futuro." – Tatiana Molcean, secretária executiva da UNECE

    Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) 

    "As crianças em todos os lugares estão crescendo em um mundo moldado por tecnologias digitais que estamos apenas começando a entender. No UNICEF, vemos a IA e os mundos virtuais não apenas como ferramentas, mas como verdadeiras oportunidades para incluir crianças que foram deixadas de fora, inspirar novas formas de aprendizagem e garantir que cada criança tenha voz na construção do nosso futuro digital. Mas esse futuro não se construirá sozinho. Precisamos projetá-lo com cuidado, com justiça, inclusão e os direitos das crianças no centro." – Kaan Cetinturk, diretor de Informação, UNICEF

    Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) 

    "Aproveitar o potencial de tecnologias emergentes como IA e ambientes virtuais é essencial para superar armadilhas estruturais de desenvolvimento — como baixa produtividade, desigualdade e fragilidades institucionais — que persistem em várias regiões. A agenda digital da América Latina e do Caribe, eLAC, oferece lições valiosas sobre como a cooperação regional, padrões compartilhados e governança inclusiva podem promover uma transformação digital centrada nas pessoas. Apenas por meio da colaboração global podemos garantir que essas tecnologias sirvam ao bem público e não deixem ninguém para trás." – José Manuel Salazar-Xirinachs, secretário executivo da CEPAL