quinta-feira, 10 de junho de 2021

Veneri diz que presidente debocha dos mortos por Covid e suas famílias



“O lugar do bolsonarismo é a lata de lixo da História”. A declaração é do líder do PT na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) na sessão plenária desta terça-feira (08), ao comentar nota emitida pelo Tribunal de Contas da União que desmentiu a tentativa do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de fugir da responsabilidade pelas mortes ocorridas no Brasil durante a pandemia. Bolsonaro fez uso de um relatório do tribunal para questionar o número de óbitos no ano passado por Covid. No cercadinho do Palácio, aos seguidores, disse existir relatório “de um tal de TCU” afirmando que “50% dos óbitos por Covid não foram por Covid”.

“É muita cara de pau, e mais cara de pau ainda é quem defende esse tipo de coisa. Pasmem, os bolsonaristas replicaram uma nota falsa negando a declaração do TCU. Esse povo não tem limites. É uma coisa absurda. É doentio.”

No final desta segunda-feira (7), por meio de postagem no Twitter, o TCU esclareceu que o relatório citado por Bolsonaro não existe. “O TCU esclarece que não há informações em relatórios do tribunal que apontem que ‘em torno de 50% dos óbitos por Covid no ano passado não foram por Covid’, conforme afirmação do Presidente Jair Bolsonaro divulgada hoje”, diz o texto do tribunal.

Para o deputado Tadeu Veneri, Bolsonaro debocha da população brasileira quando nega mais de 470 mil mortes por coronavírus. Veneri lembrou ainda que o presidente recusou a compra de imunizantes que poderiam salvar milhares de vidas ceifadas pela Covid-19.

“É um deboche negar que hoje temos 474.414 mortes por Covid-19. É muita crueldade com a população brasileira. Bolsonaro recusou a compra de 70 milhões de doses de vacinas que teriam impedido a morte de centenas de milhares de pessoas. Todos os dias nós vamos lembrar isso aqui no plenário. Ou ele vai dizer que é mentira?”

O parlamentar finalizou dizendo que espera que os crimes cometidos pelo governo federal sejam julgados pelo poder Judiciário. "O que me dói, o que me incomoda, o que me dá nojo é ver pessoas defendendo esse criminoso sabendo que temos milhares de pessoas que morrem por falta de recursos, pessoas que não tem acesso a uma UTI e que morrem em suas próprias casas. Eu ainda espero ver tudo isso julgado pela Justiça. Os crimes de guerra foram julgados pela Justiça e esses também serão".


Matéria da assessoria de imprensa da Liderança do PT na Assembleia Legislativa

Sem debate público e por meio de processo irregular, Brasil pode liberar trigo transgênico nesta quinta-feira



A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia, poderá aprovar, nesta quinta-feira (10), a importação e a comercialização do trigo transgênico. Ainda que a decisão influencie na vida de toda a população, já que se trata de um dos alimentos mais presentes à mesa no país, o tema está sendo analisado sem cumprimento de processos necessários à sua liberação. Diante do risco da aprovação de mais um transgênico no Brasil, diversas organizações que compõem a Campanha Contra os Agrotóxicos e pela Vida e o Grupo de Trabalho (GT) Biodiversidade da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA) enviaram um ofício ao Ministério Público Federal (MPF) e à CTNBio.  As organizações sociais, entre elas a Terra de Direitos, denunciam a falta de transparência no processo de discussão e reivindicam a anulação da primeira e única audiência pública realizada pela Comissão para tratar o assunto.    

Em outubro de 2020, a CTNBio anunciava como objetivo da audiência “obter informações sobre liberação comercial de trigo geneticamente modificado para o consumo humano e animal e sobre o eventual cultivo”. As organizações alertam que não está explícito a possível autorização dada pela CTNBio seria para a importação e uso comercial do produto em grão ou farinha, ou para introdução no meio ambiente e plantio no Brasil. Elas destacam ainda que a ausência de delimitação do tema evidencia a irregularidade do processo, já que a introdução do cultivo no país - diferente da importação do grão ou da farinha - envolveria outros procedimentos, tais como estudos a campo e de efeitos adversos em todos os prováveis biomas de cultivo do trigo e a convocação de outros especialistas para audiência pública. “A delimitação do pedido é fundamental para se estruturar todo o procedimento de análise de riscos”, aponta trecho do documento encaminhado ao órgão.

Falta de transparência e participação popular
A participação na audiência pública foi limitada ao envio de perguntas por escrito, sendo a escolha das questões feita pela própria CNTBio. Leonardo Melgarejo, integrante da Campanha, ressalta que a audiência não se debruçou sobre um aspecto de alta relevância: os efeitos adversos dos resíduos do glufosinato de amônio, agrotóxico que estaria presente no plantio do trigo transgênico. “Não existem estudos que comprovem que o trigo modificado não traz malefícios à saúde humana e ao meio ambiente. Esse trigo é tóxico por excelência porque vai carregar resíduos de veneno, que poderá parar no pão de cada dia, na hóstia sagrada das comunhões, nos bolos de festa, nas macarronadas, enfim, nas refeições de todo nosso povo. Mas os efeitos disso foram totalmente ignorados na audiência”, protesta.

Durante a audiência, o representante da empresa Tropical Melhoramento e Genética (TMG), associada da argentina Bioceres na solicitação de liberação do trigo transgênico no Brasil, disse que o glufosinato de amônio não está permitido para uso no trigo na Argentina. Porém, o HB4, além de ter sido aprovado pela Comisión Nacional de Biotecnología Agropecuaria (Conabia), órgão de biossegurança argentino, foi validado pelo Servicio Nacional de Sanidad y Calidad Agroalimentaria (Senasa) como trigo resistente a tal agrotóxico. No próprio site da Bioceres, inclusive, está estipulada a quantidade mínima recomendada do herbicida a ser utilizada no plantio do trigo geneticamente modificado: dois litros por hectare.

Para Larissa Packer, do Grupo de Trabalho (GT) Biodiversidade da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), essa é a principal falha do ponto de vista do procedimento de análise em biossegurança. A advogada aponta pelo menos outras duas: “A primeira é relativa à aplicação das leis de biossegurança pelas normas da Argentina, e não pelas brasileiras. O Estado argentino não assina o Protocolo de Cartagena. Já o Brasil, sim. E a segunda falha é que, atualmente, não há um especialista do direito do consumidor na CTNBio. Seria essencial essa avaliação, já que se trata de uma importação para consumo humano de um transgênico”.

O Brasil produz cerca de metade do trigo que consome, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Da parte que é importada, a Associação Brasileira da Indústria Trigo (Abitrigo) informa que mais de 88% vêm da Argentina. Então, o debate sobre trigo transgênico por aqui está totalmente ligado ao que está acontecendo no país vizinho. Inclusive, o tema começou a ser abordado na CTNBio apenas um mês depois que o HB4 foi aprovado pela Conabia. “A aprovação na Argentina ocorreu com a condição de que o Brasil aprovasse sua importação e, por consequência, seu consumo. É uma situação inédita, que afeta a soberania dos países. Caíram as fronteiras sob o ponto de vista das transnacionais”, alerta Leonardo.

Ataque à agrobiodiversidade
Segundo dados de 2018 da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), o trigo é responsável pelo fornecimento diário de mais calorias na dieta da população brasileira do que o arroz, o milho ou a mandioca. As organizações mobilizadas contra o trigo transgênico temem que a aprovação da sua importação e uso também abra espaço para o seu plantio no Brasil. A tolerância à seca é anunciada pela empresa dona da tecnologia como argumento para liberação, o que também é questionado. “Essa é uma promessa nunca cumprida. Falaram o mesmo da soja transgênica HB4, que por ter o mesmo transgene seria tolerante a seca, mas que não funcionou assim. É uma falácia”, afirma Leonardo.

O coletivo de organizações que protocolou o ofício ainda destaca que a introdução do trigo transgênico em grão abre portas para seu uso como semente, colocando em risco a agrobiodiversidade e o meio ambiente, o que significa uma violação às normativas internas, como a Lei de Biossegurança nº 11.105/05 e o Protocolo de Cartagena, tendo em vista que não foi realizada análise de risco ambiental no Brasil. Com a liberação há risco, a exemplo do que ocorreu com a soja e o milho, de contaminação genética de outras culturas de trigo convencional pelo trigo transgênico, ocorrendo perda de variedades. Haveria dificuldade de separação entre o trigo transgênico e o convencional em todas as etapas, do plantio e ao escoamento da produção.

Além dos aspectos relacionados à saúde e ao meio ambiente, Larissa chama atenção para os possíveis impactos econômicos da liberação do trigo HB4, algo preocupante ainda mais diante do avanço da fome no Brasil. “Quando se aprova um transgênico, a maior parte dos países autoriza a aplicação de direitos de propriedade intelectual, a cobrança de royalties e patentes sobre a inserção genética naquele organismo, isso impacta na concentração da cadeira alimentar vinculada ao organismo e também na fixação dos preços dos alimentos. Isso aconteceu com a soja e com o milho, e pode acontecer também com o trigo”, ressalta.

Diante da falta de possibilidade de participação popular no tema, iniciativas reúnem adesões contra a chegada de mais um transgênico no Brasil. O manifesto “Trigo transgênico: no nosso pão, não!”, disponível no site da Campanha, destaca que o agrotóxico em questão já foi banido na Europa e é classificado como potencialmente cancerígeno pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O documento reúne assinaturas de organizações, movimentos sociais e órgãos ligados à ciência, comércio e indústria. O texto, que já possui mais de 400 assinaturas de pessoas e 333 assinaturas de organizações, elenca 13 motivos para que a CTNBio não libere o HB4. Já uma petição no site do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) recolhe assinaturas de pessoas físicas que querem se posicionar contra mais esse retrocesso no país.

Fonte: Terra de Direitos

domingo, 6 de junho de 2021

CURSO GRÁTIS sobre plantio direto


Curso: Sistema de Plantio Direto

O Sistema de Plantio Direto tem como objetivo diminuir o impacto da agricultura e das máquinas agrícolas sobre o ambiente, especialmente no próprio solo em que são feitos os plantios. 

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Nota de Falecimento: Larry Marchioro


É com muita tristeza que recebemos a notícia do falecimento do teólogo Larry Marchioro. de Curitiba-PR. Larry foi um ser humano compromissado com a causa dos direitos humanos e pela defesa da população mais necessitada, sendo um exemplo a ser seguido por toda sociedade.

Emenda extingue licença-prêmio para o Ministério Público


O deputado Tadeu Veneri (PT) apresentou emenda coletiva que extingue o inciso XII do artigo 105 e os artigos 132 e 133 do Projeto de Lei nº 874/2019, de autoria do Ministério Público estadual, que dispõe sobre o regime jurídico dos servidores. Dentre as medidas, o projeto prevê o pagamento de gratificações, auxílios e licença-prêmio.

A emenda  impede a concessão de licença especial conforme prevê a Lei Complementar Federal 173/2020 (Lei Mansueto), que veda a instituição de vantagens (licenças, promoções e outras da mesma natureza) a qualquer servidor público dos poderes em todos os níveis da federação. De acordo com a legislação, enquanto subsistir a pandemia e o socorro financeiro repassado pela União aos estados e Municípios, fica vedada a concessão de vantagens aos servidores públicos.
A  emenda foi assinada pelos deputados da bancada do PT e pelos deputados Goura (PDT),  Requião Filho e Anibelli, do PMDB.Veneri lembrou que, em 2020, a Assembleia Legislativa extinguiu a licença-prêmio do Estatuto dos Funcionários Civis do Poder Executivo do Estado. O que torna sem respaldo legal a autorização para o benefício ao Ministério Público Estadual.

“Sob este mesmo argumento legal a Assembleia Legislativa votou, ainda no ano de 2020, pela extinção de vantagens já instituídas a todos os servidores do Estado. Nossa emenda tem o objetivo de resguardar a constitucionalidade do projeto de lei e os princípios que norteiam a administração pública”, justificou Veneri.

Fonte: assessoria do dep. estadual Tadeu Veneri (PT Paraná)

Não podemos privilegiar alguns e prejudicar outros, diz Veneri


Com voto contrário da bancada do PT a Assembleia Legislativa aprovou nesta segunda-feira (31), o projeto de lei 874/2019, de autoria do Ministério Público, que dispõe sobre o regime jurídico dos servidores. A justificativa do órgão é que até o momento os servidores do Ministério Público não possuem legislação própria, aplicando-se a eles, subsidiariamente, o Estatuto dos Funcionários Civis do Poder Executivo do Estado (Lei Estadual nº 6.174/1970).

Dentre as medidas, a proposta prevê o pagamento de gratificações, auxílios e licenças, tal como a licença-prêmio. Um dos pontos levantados pelos parlamentares no plenário é que o projeto é inconstitucional porque fere a lei Federal 173/2020. Os deputados destacaram ainda que o Ministério Público não apresentou estudo de impacto orçamentário e financeiro destas medidas.

Líder da bancada, o deputado Tadeu Veneri encaminhou voto contrário ao projeto de lei. De acordo com o parlamentar, a proposta é inconstitucional porque viola a Lei de Socorro Financeiro da União aos Estados e Municípios em virtude da pandemia (Lei Complementar Federal nº 173/2020), além de violar a Lei de Responsabilidade Fiscal.

“Esse projeto é inconstitucional. Votamos contra na Comissão de Constituição e Justiça porque os artigos 7º e 8º da Lei Federal proíbem qualquer tipo de benefício nesse período de pandemia. Se aprovada, essa proposta será passível de questionamentos. Não tem como aprovarmos um projeto de lei que contraria uma lei federal. Nós temos muito respeito pelos servidores e servidoras do Ministério Público e aos demais servidores estaduais. E por respeitar todos os servidores do Estado é que iremos votar contra”, argumentou.

Veneri afirmou ainda que a bancada do PT não está votando contra os servidores, mas sim, contra a concessão de privilégios no momento que a população segue afetada pela crise causada pela pandemia do novo coronavírus.

“Que fique bem claro: nós não somos contra os servidores públicos, mas somos contra a concessão de privilégios. Neste momento você ter um setor que por uma situação específica concede o retorno de benefícios contidos na proposta, é inaceitável. Sem entrar no mérito mas, se aprovada essa proposta, nós criaremos ilhas de prosperidades num mar de dificuldades que estamos tendo hoje. As pessoas estão sem emprego, estão passando por dificuldades por conta da crise causada pela pandemia. Nossa orientação para a bancada é voto contrário”, finalizou.

Na mesma linha, o deputado Professor Lemos, líder da oposição, destacou a inconstitucionalidade da proposta e afirmou que não se pode dar tratamento diferenciado para parte dos servidores públicos.

“Trata-se de um projeto inconstitucional, mas também tem problemas no mérito. O projeto devolve, para parte dos servidores do Ministério Público, a licença especial. Esta licença era estendida a todos os servidores civis do Executivo, mas uma mudança transformou a licença especial em licença capacitação para todos os servidores, inclusive do Ministério Público. Nós precisamos cuidar para dar tratamento isonômico a todos os servidores, não dar tratamento diferenciado”.

O projeto de lei foi aprovado em primeira discussão por 31 votos a 16 e retorna à pauta de votações na sessão plenária desta terça-feira (1).

Assessoria de Comunicação da Liderança do PT

sábado, 5 de junho de 2021

PNUMA impulsiona Década da Restauração no Brasil, no Dia Mundial do Meio Ambiente



vista aérea rio
A Década da Restauração – que visa prevenir, interromper e reverter a degradação dos ecossistemas em todos os continentes e oceanos - foi lançada oficialmente nesta sexta-feira (4)
Foto | Rodrigo Kugnharski/Unsplash

O Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado em 5 de junho, é o maior evento anual das Nações Unidas para sensibilizar e promover a ação ambiental e a necessidade de proteger o planeta. Neste ano, o Programa da ONU para o Meio Ambiente (PNUMA) promove uma série de atividades no Brasil para mobilizar todos os setores da sociedade e fomentar a agenda da restauração.

"O Dia Mundial do Meio Ambiente 2021 marca o lançamento da Década das Nações Unidas da Restauração de Ecossistemas 2021-2030, liderada pelo PNUMA e pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). O que queremos com essa Década é construir um movimento global forte para acelerar ações de restauração, o que inclui fomentar a vontade política, construir e fortalecer capacidades técnicas, conectar parceiros implementadores e investir em comunicação. Temos 10 anos para reviver o planeta – e precisamos fazer isso juntos", afirma a representante do PNUMA no Brasil, Denise Hamú.

A Década da Restauração – que visa prevenir, interromper e reverter a degradação dos ecossistemas em todos os continentes e oceanos - foi lançada oficialmente por meio de um evento virtual global, nesta sexta-feira (4), às 6h, e que contou com a participação do secretário-geral da ONU, António Guterres. No site do PNUMA é possível conferir esse e outros eventos ao redor do mundo, bem como as atividades organizadas a nível nacional pelo escritório do PNUMA no Brasil e seus parceiros, que começam neste dia 5 e se estenderão ao longo de todo o mês de junho.

Atividades no Brasil - Com as hashtags #GeraçãoRestauração e #DiaMundialdoMeioAmbiente, o escritório do PNUMA no Brasil está promovendo uma campanha online nas redes sociais. No sábado (5), dois vídeos que reúnem diversas vozes da restauração no país serão lançados para estimular todas as pessoas a aderirem ao movimento global da restauração de ecossistemas. Além disso, pessoas e organizações são convidadas a registrarem seus eventos durante todo o mês de junho no site do PNUMA, dando visibilidade aos esforços conjuntos pela natureza a partir de uma mapa interativo. Uma página do Trello também disponibiliza recursos audiovisuais em português.

Já na próxima semana, entre os dias 7 e 11 de junho, PNUMA e organizações parceiras promoverão uma série de cinco webinários abordando a restauração de ecossistemas nos diferentes biomas brasileiros:

  • Dia 7, segunda-feira: Amazônia. Em parceria com a CI-Brasil e Aliança pela Restauração na Amazônia.
  • Dia 8, terça-feira: Oceanos. Em parceria com a Campanha Mares Limpos.
  • Dia 9, quarta-feira: Mata Atlântica. Em parceria com a TNC Brasil e Coalizão Brasil Clima, Floresta e Agricultura.
  • Dia 10, quinta-feira: Cerrado. Em parceria com a WWF e Araticum.
  • Dia 11, sexta-feira: Pampa, Pantanal e Caatinga. Em parceria com a Sociedade Brasileira de Restauração Ecológica (SOBRE).

Ainda na sexta-feira, dia 11, PNUMA e FAO apoiarão o lançamento do primeiro e-book de uma série de sete publicações sobre temas socioambientais, idealizadas e organizadas pelos pesquisadores Fernando Periotto (UFSCar), Maurício Lamano (UNASP) e Alessandro Zabotto (UNESP). As publicações são voltadas para a população brasileira que vive em cidades, pessoas que plantam e cuidam de árvores em seus quintais, contemplam a natureza urbana ou frequentam parques e praças públicas.

Todas as gerações pela restauração - Com o objetivo de trazer a juventude para o centro do debate da restauração e discutir o seu presente e o seu futuro, o PNUMA está articulado com organizações de juventude que irão promover os seus próprios eventos independentes e agenda de atividades - que incluem lives no Instagram, lançamento de playlists musicais e podcasts, ações de plantio de mudas em vários biomas, oficinas de advocacy e muito mais.

Além de jovens, a restauração também é assunto para crianças. O Instituto Alana, por meio do TiNis (Tierra de Niñas, Niños y Jóvenes) e da Plant-for-the-Planet, com apoio do PNUMA, desenvolvem uma campanha ao longo do mês de junho para fortalecer e estimular o contato e vínculo emocional das crianças com a natureza. Direcionada a famílias com crianças e educadoras e educadores, as TiNis estimulam a criação de espaços verdes para brincar, aprender e vivenciar. Saiba mais clicando aqui.

Ainda durante todo o mês de junho, o PNUMA apoiará atividades desenvolvidas pelo Grupo Cataratas em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente, como doação de milhares de mudas de Mata Atlântica, lançamento de uma websérie, lançamento de um mini-documentário sobre a onça pintada, exposição temporária e ações de restauração no Parque Quinta da Boa Vista e dos manguezais da Lagoa Rodrigo de Freitas. Saiba como participar clicando aqui.

  • Para acessar a programação completa dos eventos no Brasil, clique aqui.
  • Para conferir relatórios e outras publicações lançadas pelo PNUMA, clique aqui.
  • Assista a mensagem da Diretora Executiva do PNUMA, Inger Andersen, clicando aqui.

Sobre a Década da ONU para Restauração de Ecossistemas - A Década das Nações Unidas da Restauração de Ecossistemas 2021-2030 é um chamado para a proteção e revitalização dos ecossistemas em todo o mundo, para benefício das pessoas e da natureza. Tem como objetivo deter a degradação de ecossistemas e restaurá-los para alcançar os objetivos globais. A Assembleia Geral das Nações Unidas proclamou a Década das Nações Unidas, liderada pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente e pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação. A Década da ONU está construindo um movimento global forte e amplo para acelerar a restauração e colocar o mundo no caminho para um futuro sustentável. Isso incluirá a construção de esforço político para a restauração, bem como milhares de iniciativas locais.

Sobre o PNUMA - O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) é a principal voz global sobre o meio ambiente. Ele fornece liderança e incentiva a parceria no cuidado com o meio ambiente, inspirando, informando e permitindo que as nações e os povos melhorem sua qualidade de vida sem comprometer a das gerações futuras.

Fonte: ONU Brasil

sexta-feira, 4 de junho de 2021

Nota do Partido dos Trabalhadores do Paraná sobre Prisão do Vereador Renato de Freitas


O Partido dos Trabalhadores do Paraná vem a público manifestar solidariedade ao advogado e vereador do PT em Curitiba, Renato Freitas, que foi vítima de ação truculenta da Polícia Militar na tarde desta sexta-feira (4).

Enquanto jogava basquete e ouvia música com amigos em uma praça pública de Curitiba, Renato Freitas presenciou uma abordagem policial realizada de forma inadequada pela Polícia Militar.

 A prisão foi filmada por colega de Renato que estavam no ato e está disponível no Instagram do vereador no link: Clique aqui

Renato, que é advogado, questionou a PM sobre o método de abordagem, que visivelmente feria os direitos daquele cidadão. Em total desrespeito à posição que Renato ocupa, ele foi detido pela PM e encaminhado ao Batalhão da Polícia Militar. A truculência da PM com o vereador foi filmada e postada nas redes sociais de Renato.

Não é a primeira vez que o Renato Freitas sofre violência e perseguição política em Curitiba. Em 2016, ele foi preso pela Guarda Municipal (GM) enquanto panfletava para sua campanha a vereador. Em 2018, houve nova agressão da GM quando ele fazia campanha na condição de candidato a deputado estadual. No final do mesmo ano, ele foi detido pela PM na Praça do Gaúcho, quando realizava uma reunião com outros quatro jovens.

Quando se trata de jovens negros e periféricos, a abordagem da Polícia Militar e da Guarda Municipal é sempre a mesma, inflamada pela truculência e pela violência. Até quando jovens negros serão impedidos de usufruir de seus direitos? Basta!

O PT Paraná repudia a ação truculenta da PM e pede que as medidas cabíveis sejam tomadas. Renato terá todo o amparo do partido. Força, companheiro! Resistiremos!

PARTIDO DOS TRABALHADORES DO PARANÁ

Oração do perdão - André Luiz (Psicografia de Bianor Giordanni)

Mestre, permita que meu coração perdoe.
Permita que meu pensamento encontre meios para convencer-se á resignação. Pois, entremeado à dor e o sofrimento, mesmo assim eu te perdôo e te peço perdão, assim como Deus nos perdoou.
Peço que aceites o meu perdão, que agora te direcionou, e que será levado a ti pelos anjos da justiça divina, que é a justiça de *Deus*...
Por isso é que te peço perdão e te perdôo.
Eu perdôo e peço perdão a todos os meus irmãos em Cristo que um dia eu possa ter tido atritos sentimentais, sexuais, conjugais, familiares, profissionais, financeiros, religiosos, sociais oque eu tenha ferido fisicamente nessa existência ou em existência passadas que se entrelaçam na minha vida espiritual terrena, e que hoje me adoecem carmicamente.
Neste momento te perdôo, te liberto e deixo partir, para que possamos assim sermos felizes.
Desejo a ti paz, saúde e despertar espiritual.
Que tua caminhada seja em direção a Deus e que consigas, com o nosso perdão atingir a transcendência divina e espiritual.
Obrigado por essa oportunidade de me retratar diante de ti, agora meu amigo e irmão amado.
Muito obrigado!

(Psicografada por Bianor Paulo Giordani.
Ditada por *André Luiz*)

ONU pede restauração da natureza para enfrentar as crises de clima e biodiversidade


A degradação já está afetando o bem-estar de cerca de 3,2 bilhões de pessoas
Foto | Thomas Millot/Unsplash

Enfrentando a tripla ameaça das mudanças climáticas, a perda da natureza e a poluição, o mundo deve cumprir seu compromisso de restaurar pelo menos um bilhão de hectares degradados de terra na próxima década – uma área do tamanho da China. Os países também precisam assumir compromissos semelhantes para os oceanos, de acordo com um novo relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), lançado no início da Década das Nações Unidas da Restauração de Ecossistemas 2021-2030.

O relatório, #GeraçãoRestauração: restauração de ecossistemas para pessoas, natureza e clima, destaca que a humanidade está usando cerca de 1,6 vezes a quantidade de serviços que a natureza pode fornecer de forma sustentável. Isso significa que os esforços de conservação por si só são insuficientes para evitar o colapso do ecossistema em grande escala e a perda da biodiversidade. Os custos globais de restauração terrestre – não incluindo os custos de restauração de ecossistemas marinhos – são estimados em pelo menos 200 bilhões de dólares por ano até 2030. O relatório descreve que cada 1 dólar investido na restauração cria até 30 dólares em benefícios econômicos.

Os ecossistemas que requerem restauração urgente incluem fazendas, florestas, pastagens e savanas, montanhas, turfeiras, áreas urbanas, água doce e oceanos. Comunidades que vivem em quase dois bilhões de hectares degradados incluem algumas das áreas mais pobres e marginalizadas do mundo.

Esforço Global - "Este relatório apresenta o motivo pelo qual todos devemos apoiar um esforço global de restauração. Com base nas mais recentes evidências científicas, ele define o papel crucial desempenhado pelos ecossistemas, de florestas e terras agrícolas a rios e oceanos, e mapeia as perdas que resultam de uma gestão deficiente do planeta", escrevem a Diretora Executiva do PNUMA, Inger Andersen, e o Diretor Geral da FAO, QU Dongyu, no prefácio do relatório.

"A degradação já está afetando o bem-estar de cerca de 3,2 bilhões de pessoas – ou seja, 40% da população mundial. A cada ano, perdemos serviços ecossistêmicos que valem mais de 10% de nossa produção econômica global", acrescentaram, enfatizando que "ganhos massivos nos aguardam", se revertermos essas tendências.

Compromisso - A restauração do ecossistema é o processo de interromper e reverter a degradação, resultando em ar e água mais limpos, mitigação de condições climáticas extremas, melhor saúde humana e biodiversidade recuperada, incluindo melhor polinização de plantas. A restauração abrange um amplo continuum de práticas, desde o reflorestamento até a reumidificação de turfeiras e a reabilitação de corais. Ela contribui para o alcance de vários Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), incluindo saúde, água limpa e paz e segurança, e para os objetivos das três "Convenções do Rio" sobre Clima, Biodiversidade e Desertificação.

Ações que previnam, interrompam e revertam a degradação são necessárias para cumprir a meta do Acordo de Paris de manter o aumento da temperatura global bem abaixo de 2 graus Celsius. A restauração, se combinada com a interrupção de novas conversões de ecossistemas naturais, pode ajudar a evitar 60% das extinções de biodiversidade esperadas. Pode ser altamente eficiente na produção de vários benefícios econômicos, sociais e ecológicos simultaneamente – por exemplo, a agrossilvicultura sozinha tem o potencial de aumentar a segurança alimentar para 1,3 bilhão de pessoas, enquanto os investimentos em agricultura, proteção de manguezais e gestão da água ajudarão na adaptação às mudanças climáticas, com benefícios em torno de quatro vezes o investimento original.

Mensurar - O monitoramento confiável dos esforços de restauração é essencial, tanto para monitorar o progresso quanto para atrair investimentos públicos e privados. Em apoio a esse esforço, a FAO e o PNUMA também lançam hoje o Digital Hub para a Década da ONU, que inclui o Marco para o Monitoramento da Restauração de Ecossistemas. O Marco permite que os países e comunidades meçam o progresso dos projetos de restauração nos principais ecossistemas, ajudando a construir conhecimento e confiança nos esforços de restauração. Também incorpora a Plataforma de Iniciativas de Restauração de Terras Secas, que coleta e analisa dados, compartilha lições e auxilia no desenho de projetos de restauração de terras áridas e uma ferramenta de mapeamento geoespacial interativa para avaliar os melhores locais para restauração florestal.

A restauração deve envolver todas as partes interessadas, incluindo indivíduos, empresas, associações e governos. Crucialmente, deve respeitar as necessidades e direitos dos Povos Indígenas e das comunidades locais e incorporar seus conhecimentos, experiências e capacidades para garantir que os planos de restauração sejam implementados e mantidos.

Década da ONU para Restauração de Ecossistemas - Década das Nações Unidas da Restauração de Ecossistemas 2021-2030 é uma convocação para a proteção e revitalização dos ecossistemas em todo o mundo, para benefício das pessoas e da natureza. Tem como objetivo deter a degradação de ecossistemas e restaurá-los para alcançar os objetivos globais. A Assembleia Geral das Nações Unidas proclamou a Década das Nações Unidas, liderada pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente e pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação. A Década da ONU está construindo um movimento global forte e amplo para acelerar a restauração e colocar o mundo no caminho para um futuro sustentável. Isso incluirá a construção de esforço político para a restauração, bem como milhares de iniciativas locais.

Conheça o PNUMA - O  Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente é a principal voz global sobre o meio ambiente. Ele fornece liderança e incentiva a parceria no cuidado com o meio ambiente, inspirando, informando e permitindo que as nações e os povos melhorem sua qualidade de vida sem comprometer a das gerações futuras.

Conheça a FAO - A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) é uma agência especializada das Nações Unidas que lidera os esforços internacionais para combater a fome e transformar os sistemas agroalimentares, tornando-os mais resilientes, sustentáveis e inclusivos. Seu objetivo é alcançar a segurança alimentar para todos e garantir que as pessoas tenham acesso regular a alimentos de alta qualidade em quantidade suficiente para levar uma vida ativa e saudável. Com mais de 194 membros, a FAO trabalha em mais de 130 países em todo o mundo.

Fonte: ONU Brasil

OIT alerta para recuperação lenta do emprego e aumento da desigualdade


O relatório da OIT mostra que a recuperação da COVID-19 não é apenas uma questão de saúde
Foto | Jonathan Kho/Unsplash

A crise do mercado de trabalho gerada pela pandemia da COVID-19 está longe de terminar e o crescimento do emprego será insuficiente para compensar as perdas sofridas até pelo menos 2023, segundo uma nova avaliação da Organização Internacional do Trabalho (OIT). As projeções da OIT estão reunidas no relatório "Perspectivas Sociais e do Emprego no Mundo: Tendências 2021" (World Employment and Social Outlook: Trends 2021 - WESO Trends), liberado nesta quarta-feira (2).

Os números apontam para um cenário preocupante na recuperação pós pandemia. Segundo o relatório, o déficit de empregos resultante da crise global chegará a 75 milhões em 2021, antes de cair para 23 milhões em 2022. O déficit correspondente às horas de trabalho, que inclui as perdas de postos de trabalho e a redução de horas de trabalho, equivale a 100 milhões de empregos em tempo integral em 2021 e 26 milhões de empregos em tempo integral em 2022. Essa escassez de empregos e horas de trabalho soma-se aos níveis persistentes de desemprego, subutilização da mão de obra e condições precárias de trabalho anteriores à crise.

Como consequência, estima-se que o desemprego global atinja 205 milhões de pessoas em 2022, superando em muito o nível de 187 milhões registrado em 2019. Isso corresponde a uma taxa de desemprego de 5,7%. Excluindo o período de crise da COVID-19, essa taxa foi observada pela última vez em 2013.

Regiões mais prejudicadas - As regiões mais afetadas no primeiro semestre de 2021 foram América Latina e Caribe, e Europa e Ásia Central. Nelas, a perda estimada de horas de trabalho superou 8% no primeiro trimestre e 6% no segundo, em comparação com as perdas globais em horas de trabalho que foram de 4,8% e 4,4%, respectivamente, no primeiro e no segundo trimestres.

Recuperação desigual - Estima-se que a recuperação global do emprego acelere na segunda metade de 2021, desde que não haja um agravamento da situação geral de pandemia. No entanto, isso será desigual, devido ao acesso desigual às vacinas e à capacidade limitada da maioria das economias em desenvolvimento e emergentes de apoiar fortes medidas de estímulo fiscal. Além disso, a qualidade dos empregos recém-criados provavelmente se deteriorará nesses países.

A queda no emprego e nas horas de trabalho resultou em uma redução drástica da renda do trabalho e no consequente aumento da pobreza. Em comparação com 2019, globalmente, 108 milhões a mais de trabalhadores são agora considerados como vivendo na pobreza ou extrema pobreza (o que significa que eles e suas famílias vivem com o equivalente a menos de US$ 3,20 por pessoa por dia). De acordo com o relatório, "os cinco anos de progresso para a erradicação da pobreza laboral foram perdidos", e isso afeta o horizonte da realização do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável de erradicar a pobreza até 2030.

O relatório conclui que a crise da COVID-19 afetou mais duramente os trabalhadores mais vulneráveis, e, portanto, também exacerbou as desigualdades pré-existentes. A falta generalizada de proteção social - por exemplo, entre os dois bilhões de trabalhadores do setor informal em todo mundo - significa que as crises no trabalho relacionadas à pandemia tiveram consequências catastróficas para a renda e meios de subsistência das famílias.

Recorte de gênero - A crise também atingiu as mulheres de forma desproporcional. Em 2020, a contração do emprego feminino foi de 5%, em comparação com 3,9% do emprego masculino. O percentual de mulheres que ficaram de fora do mercado de trabalho e passaram para a inatividade também foi maior. Por outro lado, o aumento das responsabilidades domésticas resultante do confinamento devido à crise aumentou o risco de um "retorno à tradicionalização" no que diz respeito aos papéis de gênero.

Juventude - Globalmente, o emprego jovem caiu 8,7 % em 2020, em comparação com 3,7 % do emprego dos adultos, com a queda mais pronunciada observada em países de renda média. As consequências deste atraso e perturbações na experiência inicial dos jovens no mercado de trabalho podem se prolongar por anos.

Os efeitos da pandemia sobre as perspectivas dos jovens no mercado de trabalho são apresentados com mais detalhes em uma nota informativa da OIT publicada junto com o WESO 2021, intitulada An update on the youth labour market impact of the COVID-19 crisis, que revela que as disparidades de gênero nos mercados de trabalho jovem se tornaram mais pronunciadas.

Além da saúde - "A recuperação da COVID-19 não é apenas uma questão de saúde. Os graves danos às economias e às sociedades também precisam ser superados. Sem um esforço deliberado para acelerar a criação de empregos decentes e apoiar os membros mais vulneráveis da sociedade e a recuperação dos setores econômicos mais duramente atingidos, os efeitos da pandemia poderiam prolongar-se por anos na forma de perda do potencial humano e econômico, e de maior pobreza e desigualdade ", disse Guy Ryder, diretor-geral da OIT. 

"Precisamos de uma estratégia abrangente e coordenada, baseada em políticas centradas nas pessoas e respaldada por ação e financiamento. Não pode haver recuperação real sem a recuperação de empregos decentes."

Além de examinar as perdas de horas de trabalho, as perdas diretas de postos de trabalho e a redução do crescimento do emprego, o relatório descreve uma estratégia de recuperação estruturada em torno de quatro princípios: promover o crescimento econômico de base ampla e criar empregos produtivos; apoiar a renda familiar e a transição do mercado de trabalho; fortalecer as bases institucionais para um crescimento e um desenvolvimento econômicos inclusivos, sustentáveis e resilientes; e utilizar o diálogo social para formular estratégias de recuperação centradas nas pessoas.

Fonte: ONU Brasil

Campanha da OIT alerta para urgência de erradicar o trabalho infantil



Segundo dados do IBGE divulgados em 2020, 4,6% das crianças brasileiras encontram-se em situação de trabalho infantil no Brasil em 2019
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Há, no Brasil, cerca de R$ 1,8 milhão de crianças e adolescentes com idades entre 5 e 17 anos em situação de trabalho infantil, segundo dados do IBGE de 2019 divulgados no ano passado. Desses, 706 mil (45,9%) estavam em ocupações consideradas como piores formas de trabalho infantil. Diante da realidade cruel e persistente, o Ministério Público do Trabalho (MPT), a Justiça do Trabalho, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e o Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (FNPETI) lançam, nesta terça-feira (1⁰), a campanha "Precisamos agir agora para acabar com o trabalho infantil!". O objetivo é promover, por meio de ações de comunicação nas redes sociais, a conscientização da sociedade sobre a importância de se reforçar o combate a este problema no país e no mundo.

A coordenadora nacional de Combate à Exploração do Trabalho da Criança e do Adolescente (Coordinfância) do MPT, Ana Maria Villa Real, destaca a importância de dar visibilidade à temática, redobrando esforços a partir deste ano.

"O Estado precisa assumir e exercer, de uma vez por todas, o seu dever de assegurar, com prioridade absoluta, os direitos fundamentais de que são titulares crianças e adolescentes, garantindo-lhes uma infância justa, digna e livre de trabalho infantil. Entre 2020 e 2021, não foi idealizada nenhuma ação ou programa, com enfoque na infância e adolescência, voltados para fazer frente ao aumento da pobreza trazido pela crise econômica causada pela pandemia e respectivas medidas de enfrentamento. A educação não foi priorizada. Crianças e adolescentes de baixa renda ficaram totalmente desamparados(as) e desassistidos(as), sujeitos(as) a violências de todos os tipos, à fome e ao trabalho infantil. Nem mesmo o III Plano Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho infantil foi impulsionado, encontrando-se paralisado desde 2019", declara a procuradora do Trabalho, Ana Maria Villa Real.

Conquistas ameaçadas - Promovidas ao longo deste mês de junho, as mobilizações pelo "Dia Mundial contra o Trabalho Infantil" (12/06) buscam dar ainda mais relevância ao tema em 2021, eleito pela Organização das Nações Unidas (ONU) como o Ano Internacional para a Eliminação do Trabalho Infantil. Segundo a OIT, a América Latina e o Caribe conquistaram avanços relevantes nos últimos 25 anos: 9,5 milhões de crianças e adolescentes deixaram de trabalhar, especialmente em atividades perigosas.

No entanto, os impactos da crise provocada pela COVID-19 podem colocar em risco as conquistas. Um estudo lançado pela OIT e a CEPAL em junho de 2020 alerta que mais de 300 mil meninos, meninas e adolescentes poderiam ser obrigados(as) a trabalhar, somando-se aos 10,5 milhões atualmente em situação de trabalho infantil na região da América Latina e Caribe.

"Mais do que nunca, crianças e adolescentes devem ser colocados no centro das prioridades de ação, nas agendas políticas de reativação da economia e de atenção à população durante a crise, sempre por meio do diálogo social e com um enfoque de saúde em todas as políticas e ativa participação da sociedade civil. As escolhas dos governos hoje irão determinar o caminho e as consequências da pandemia. E essas escolhas devem incluir medidas para a prevenção e eliminação do trabalho infantil. Experiências de crises passadas mostram que os países que colocaram as crianças entre as suas prioridades conseguiram minimizar os efeitos da crise no longo prazo", destaca Maria Cláudia Falcão, Coordenadora do Programa de Princípios e Direitos Fundamentais no Trabalho, do Escritório da OIT no Brasil.

Objetivo sustentável - Aprovado por unanimidade em uma resolução da Assembleia Geral da ONU em 2019, o propósito do Ano Internacional é instar os governos a fazerem o que for necessário para atingir a Meta 8.7 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU (ODS), que estabelece a necessidade de adoção de medidas imediatas e eficazes para erradicar o trabalho forçado, acabar com a escravidão moderna e o tráfico de pessoas e garantir a proibição e eliminação das piores formas de trabalho infantil, incluindo o recrutamento e uso de crianças como soldados, e, até 2025, pôr o fim ao trabalho infantil em todas as suas formas.

"No contexto atual de agravamento da desigualdade social e aumento da pobreza, há um risco iminente do aumento do trabalho infantil. As mobilizações do 12 de junho ganham importância nesse cenário como um chamamento à sociedade brasileira para fortalecer o controle social e exigir do poder público a implementação de políticas públicas e de ações eficazes para combater o trabalho infantil e alcançar a meta 8.7", afirma a secretária executiva do FNPETI, Isa Oliveira.

A Justiça do Trabalho, por meio do Programa de Combate ao Trabalho Infantil e de Estímulo à Aprendizagem, atua na especialização material dos magistrados para a garantia da proteção do valor constitucional do trabalho.

"A nossa responsabilidade é sensibilizar e instrumentalizar as juízas e juízes do trabalho, as servidoras e os servidores e toda a sociedade para reconhecer a exploração do trabalho infantil como grave forma de violação de direitos humanos. E a responsabilidade no seu combate e erradicação é dever de todos nós", descreve a coordenadora do Programa, ministra Kátia Arruda.

A campanha – Com o slogan "Precisamos agir agora para acabar com o trabalho infantil!", a campanha conta com materiais gráficos para divulgação nas redes sociais, trazendo trechos da canção "Sementes", dos rappers Emicida e Drik Barbosa, composta para a campanha contra o Trabalho Infantil promovida pelo MPT, FNPETI, Justiça do Trabalho e OIT no ano passado.

Ilustrações em cores vivas acompanham versos de impacto da canção, como "Se tem muita pressão / Não desenvolve a semente / É a mesma coisa com a gente". A música 'Sementes' foi regravada pelo rapper Rael e pela cantora Negra Li e será lançada também nesta terça-feira (1⁰ de junho). Já o novo clipe tem previsão de lançamento no início da próxima semana.

Fonte: ONU Brasil