O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, lançou nesta quarta-feira (25) um plano de resposta humanitária global de 2 bilhões de dólares para lutar contra a COVID-19 nos países mais vulneráveis, numa proposta para proteger milhões de pessoas e evitar que o vírus pare de circular no mundo. O plano contempla 51 países na América do Sul, África, Oriente Médio e Ásia.O COVID-19 já matou mais de 16 mil pessoas em todo o mundo e há aproximadamente 400 mil casos registrados.O plano de resposta será implementado pelas agências da ONU, com Organizações Não Governamentais (ONGs) internacionais e consórcios de ONGs tendo um papel direto na resposta.O plano prevê o envio de equipamentos para testes e suprimentos médicos, instalação de estações para lavagem das mãos em acampamentos e assentamentos, campanhas de informação pública e pontes aéreas para levar trabalhadores e insumos na América Latina, África e Ásia.O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, lançou nesta quarta-feira (25) um plano de resposta humanitária global de 2 bilhões de dólares para lutar contra a COVID-19 nos países mais vulneráveis, numa proposta para proteger milhões de pessoas e evitar que o vírus pare de circular no mundo. O Plano contempla 51 países na América do Sul, África, Oriente Médio e Ásia.O COVID-19 já matou mais de 16 mil pessoas em todo o mundo e há aproximadamente 400 mil casos registrados. Ele está presente em todo o planeta e agora está alcançando países que já enfrentam crises humanitárias provocadas por conflito, desastres naturais e mudanças climáticas.O Plano de Resposta será implementado pelas agências da ONU, com Organizações Não Governamentais (ONGs) internacionais e consórcios de ONGs tendo um papel direto na resposta. O Plano irá:• Entregar equipamento laboratorial essencial para testes do vírus e suprimentos médicos para tratamento das pessoas;• Instalar estações para lavagem das mãos em acampamentos e assentamentos;• Lançar campanhas de informação pública sobre como se proteger e proteger aos outros do vírus;• Estabelecer pontes aéreas e "hubs" na África, Ásia e América Latina para levar trabalhadores humanitários e suprimentos onde for mais necessário.O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que a COVID-19 é uma ameaça para toda a humanidade e por isso "toda a humanidade deve reagir". "As respostas individuais de cada país não serão suficientes. Devemos ajudar os mais vulneráveis, milhões e milhões de pessoas que são menos capazes de se proteger. Esta é uma questão básica de solidariedade humana. Também é crucial para combater o vírus", alertou Guterres.O subsecretário-geral de Assuntos Humanitários, Mark Lowcock, lembrou que o novo coronavírus já destruiu vidas em alguns dos países mais ricos e agora está atingindo lugares onde as pessoas vivem em áreas de guerra, onde não há fácil acesso a água limpa e sabão e onde não há expectativa de leito hospitalar se ficarem criticamente doentes. "Deixar os países mais pobres e vulneráveis á própria sorte seria cruel e insensato. Se deixarmos o coronavírus se espalhar livremente nestes países, colocaremos milhões em risco, com regiões inteiras mergulhadas no caos e o vírus terá a oportunidade de circular novamente ao redor do planeta", afirmou.Lowcock reconheceu que os países lutando contra a pandemia em casa estão corretos em priorizar as pessoas vivendo dentro de suas comunidades mas que falharão em proteger seu povo se não agirem agora para ajudar os países mais pobres a se proteger."Nossa prioridade é ajudar estes países a se preparar e continuar a ajudar milhões que dependem da assistência humanitária da ONU para sobreviver. Adequadamente financiada, nossa resposta global irá equipar organizações humanitárias com ferramentas para lutar contra o vírus, salvar vidas e ajudar a conter o avanço da COVID-19 em todo o mundo", afirmou.O diretor-geral da Organização Mundial de Sáude (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que o virus agora está chegando a países com sistemas de saúde frágeis, incluindo alguns que já estão enfrentando crises humanitárias. "Estes países precisam do nosso apoio – não só por solidariedade mas também para nos proteger e ajudar a acabar com esta pandemia. Ao mesmo tempo, não podemos lutar contra a pandemia às custas de outras emergências de saúde humanitária", pediu o dirigente.A diretora executive do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Henrietta Fore, lembrou que há crianças entre as vítimas da pandemia do novo coronavírus e que o fechamento de escolas está afetando a educação, a saúde mental e o acesso a serviços de saúde básicos. Por conta disso, ela alertou que os riscos de exploração e abuso são maiores do que nunca, tanto para meninos quanto para meninas. "Para crianças em trânsito ou vivendo em conflito, as consequências serão diferentes de tudo o que já tivermos visto. Não podemos deixa-las de lado", avisou.Os quatro dirigentes participaram do lançamento virtual do Plano de Resposta Humanitária Global do COVID-19, através de conexão em vídeo. Juntos eles pediram que os estados-membros se comprometam a deter o impacto do COVID-19 nos países vulneráveis e contenham o vírus globalmente ao dar o apoio mais forte possível ao Plano, enquanto mantenham o apoio principal aos apelos humanitários existentes para ajudar mais de 100 milhões de pessoas que já dependem da assistência humanitária da ONU apenas para sobreviver.Os estados-membros foram alertados de que qualquer desvio de financiamento de operações humanitárias existentes poderia criar um ambiente onde cólera, sarampo e meningite poderiam proliferar e no qual mais crianças ficariam desnutridas e onde extremistas poderiam assumir o controle – um solo fértil para o avanço do coronavírus.Para iniciar o Plano de Resposta, Lowcock liberou 60 milhões de dólares adicionais do Fundo de Resposta Emergencial Central da ONU, elevando o apoio em resposta da pandemia para 75 milhões de dólares. Além disso, fundos conjuntos já alocaram mais de três milhões de dólares.O novo direcionamento de recursos do Fundo – um dos maiores já feitos – irá contribuir para que o Programa Mundial de Alimentos garanta a continuidade das cadeias de abastecimento e transporte para trabalhadores e produtos de assistência, que a Organização Mundial de Saúde contenha o avanço da pandemia; e que outras agências garantam assistência e proteção humanitária para aqueles afetados diretamente pela pandemia, incluindo mulheres e meninas, refugiados e pessoas em deslocamento. O apoio inclui esforços em segurança alimentar, saúde física e mental, água e saneamento, nutrição e proteção.O Plano de Resposta Humanitária Global do COVID-19 será coordenado pelo Escritório das Nações Unidas de Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) e está disponível aqui. Ele reúne necessidades da Organização Mundial de Saúde (OMS), Organizacão das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), Organização Internacional para Migração (OIM), Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Fundo das Nações Unidas para População (UNFPA), ONU Habitat, Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e Programa Mundial de Alimentos (WFP).Para mais informações:Porta-voz da OMS: Tarik Jasarevic, +41 793 676 214, jasarevict@who.intOCHA em Nova Iorque: Zoe Paxton, + 1 917 297 1542, paxton@un.orgOCHA em Genebra: Jens Laerke, +41 79 472 9750, laerke@un.orgÍntegra da fala do secretário-geral da ONU, António Guterres:O mundo enfrenta uma ameaça sem precedentes.saúA pandemia do COVID-19 alastrou-se rapidamente por todo o globo. Espalhou sofrimento, perturbou milhões de vidas e colocou em risco a economia global. O COVID-19 é uma ameaça para toda a humanidade e, por isso, toda a humanidade deve reagir. As respostas individuais de cada país não serão suficientes. Os países ricos, com sistemas de saúde fortes, não estão aguentando a pressão. Neste momento, o vírus está chegando a países que vivem crises humanitárias causadas por conflitos, desastres naturais e alterações climáticas. São lugares onde as pessoas que foram forçadas a fugir das suas casas, devido bombas, violência ou inundações, vivem sob coberturas de plástico no campo, amontoadas em campos de refugiados ou em assentamentos informais. Estas pessoas não têm uma casa onde se possam isolar ou manter a distância social. Não têm água limpa e sabão para realizar o ato mais básico de autoproteção contra o vírus: lavar as mãos. E, caso fiquem gravemente doentes, não terão acesso a um sistema de saúde que possa fornecer uma cama de hospital e um ventilador. Devemos ajudar os mais vulneráveis, milhões e milhões de pessoas que são menos capazes de se proteger. Esta é uma questão básica de solidariedade humana. Também é crucial para combater o vírus. O mundo é tão forte quanto o nosso sistema de saúde mais fraco. Se não tomarmos medidas decisivas agora, temo que o vírus se instale nos países mais frágeis, deixando todo o mundo vulnerável enquanto continua a circular pelo planeta, ignorando fronteiras. Este é o momento para apoiar os vulneráveis. Os mais idosos, as pessoas com doenças crónicas e as pessoas com deficiência correm riscos particulares e desproporcionais, e exigem um esforço total para que as suas vidas sejam salvas e o seu futuro protegido. Também estamos cientes do forte impacto que a crise tem nas mulheres de todo o mundo, em muitas frentes, em particular, na perda dos seus meios de subsistência, no aumento da carga de trabalho não-remunerado e na crescente exposição à violência doméstica. Hoje lançamos um Plano Global de Resposta Humanitária de 2 bilhões de dólares para financiar a luta contra o COVID-19 nos países mais pobres do mundo. Coordenado pelo Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários, este Plano interagencial contempla apelos já feitos pela Organização Mundial da Saúde e por outros parceiros da ONU, além de identificar novas necessidades. Com o financiamento adequado, este Plano salvará muitas vidas e fornecerá recursos às agências humanitárias e às ONGs para a aquisição de testes de laboratório e equipamentos médicos, destinados ao tratamento dos doentes e à proteção dos profissionais de saúde. O Plano também inclui medidas adicionais para apoiar as comunidades anfitriãs que continuam a abrir generosamente as suas casas e cidades aos refugiados e aos deslocados. Precisamos agir agora para conter o impacto do COVID-19 em contextos humanitários já vulneráveis. E precisamos continuar a apoiar os planos de resposta humanitária existentes dos quais 100 milhões de pessoas dependem. Se esse financiamento for desviado, as consequências podem ser catastróficas: a disseminação da cólera, sarampo e meningite; maiores níveis de desnutrição infantil e um golpe na capacidade destes países em combater o vírus. Vamos fazer o possível para evitar que o COVID-19 crie o caos em regiões com uma limitada capacidade em prestar assistência médica. Ao mesmo tempo, estamos fazendo todo o possível para planejar e antecipar a resposta para uma rápida retomada nos países que mais precisam, para que possamos ter uma nova economia sustentável e inclusiva, que não deixe ninguém para trás. Pedi aos coordenadores residentes das Nações Unidas e às equipes da ONU espalhadas por todo o mundo que apoiem os países a lidar com as implicações socioeconómicas desta pandemia, o que exigirá um mecanismo de financiamento adequado. Apoiar este plano de resposta humanitária é uma necessidade para a segurança da saúde mundial.É um imperativo moral e um interesse de todos.E é um passo crucial para vencer esta luta.Apelo aos governos para que prestem todo o seu apoio.Obrigado.Via ONU BRASIL
quarta-feira, 25 de março de 2020
ONU lança plano de resposta humanitária: abordagem global é a única maneira de lutar contra o COVID-19
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