Centenas de jovens e crianças de todo o mundo estão participando da segunda edição do concurso de arte "Juventude #ComOsRefugiados", promovido pela Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), cujo tema é "O esporte nos une". Até o dia 25 de junho, quem tem entre 10 e 30 anos de idade poderá enviar desenhos para o site do concurso. Cerca de 500 desenhos de 70 países já foram submetidos.
O objetivo da iniciativa é dar visibilidade à força que o esporte tem para unir as pessoas e gerar esperança. Neste ano, o concurso é especial: os melhores desenhos serão convertidos no design da #BolaDosSonhos (#DreamBall), que será fabricada e vendida para financiar projetos esportivos de apoio às pessoas refugiadas em todo o mundo. As bolas serão produzidas pela Alive and Kicking, única fabricante de bolas sem fins lucrativos em todo o mundo.
Os melhores desenhos também serão compartilhados nas redes sociais do ACNUR em todo o mundo e apresentados em uma exposição digital. Os finalistas receberão prêmios especiais e lembranças do ACNUR. Não há premiação em dinheiro.
Programação - O concurso contou com a participação de crianças e jovens refugiados no Brasil. Em Belém, cerca de 30 jovens e crianças indígenas venezuelanas da etnia Warao refugiadas no Brasil participaram nesta semana da atividade no abrigo municipal Tapanã. "Na Venezuela, na minha cultura, eu andava muito de canoa – essa era minha principal atividade esportiva. Aqui no Brasil, jogamos vôlei todos os dias no abrigo. Seria legal ter uma bola com a nossa cara", falou uma das participantes.
Em Manaus, indígenas Warao que vivem nos abrigos Tarumã-Açu 1 e 2 também participam do concurso. Os abrigos são gerenciados pelo município, e as atividades contarão com o apoio do Instituto Mana. Além disso, o concurso está sendo levado para outras comunidades da capital amazonense por meio dos Promotores Comunitários e da Pastoral do Migrante, que acessam crianças e jovens refugiados fora dos abrigos. Oficinas de desenho acontecerão ao longo desta semana no Alojamento de Trânsito de Manaus (ATM), em parceria com a Fraternidade Internacional, e no Centro de Apoio a Refugiados e Migrantes (CARE), em parceria com a ADRA (Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais).
Em Boa Vista, o concurso envolverá jovens refugiados e migrantes da Venezuela abrigados na capital de Roraima pela Operação Acolhida – resposta do governo federal ao fluxo de venezuelanos para o Brasil. As atividades serão desenvolvidas nos abrigos Rondon 1 e São Vicente, geridos pela organização parceira AVSI (Associação Voluntários para o Serviço Internacional) Brasil.
Em São Paulo, o concurso conta com o engajamento de organizações parceiras do ACNUR na divulgação e, dentre estas, a ONG IKMR (I Know My Rights) promoverá uma ação virtual para que as crianças atendidas pela organização possam participar do concurso, com desenhos que representem suas realidades, por meio da linguagem figurativa. O Santos Futebol Clube também promoverá o concurso nas suas escolinhas de futebol e junto às suas equipes.
"Iniciativas como essa fortalecem a convivência pacífica entre pessoas refugiadas e as comunidades que as acolhem. As práticas esportivas ajudam os refugiados a serem integrados na sociedade, fazerem amigos e a desenvolverem um sentimento de pertencimento no novo local. Além disso, essas pessoas trazem consigo experiências, culturas e capacidades diversas de contribuições ao país", afirma Luiz Fernando Godinho, Oficial de Comunicação do ACNUR no Brasil.
"A Alive and Kicking está encantada com esta parceria com o ACNUR por meio do concurso de arte 'Jovens #ComOsRefugiados' e com a fabricação da #BolaDosSonhos. Esta iniciativa vai mostrar fantásticos desenhos de pessoas refugiadas de todo mundo, e também apoiar milhares de jovens a acessar o esporte", afirma Bem Sadler, diretor da empresa.
Por meio de iniciativas como essas, o ACNUR tem buscado inspirar as gerações mais jovens a serem mais inclusivas em relação às pessoas que foram forçadas a deixar suas casas por causa de guerras, conflitos e perseguições. "Os desenhos passarão uma mensagem de resiliência", acredita Foni Joyce Vuni, uma refugiada que integra o Conselho Global de Aconselhamento Jovem do ACNUR e que integrou o júri do concurso no ano passado.
Fonte: ONU Brasil
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