sexta-feira, 21 de janeiro de 2022

É 2022 e continuamos discutindo “racismo reverso"

Racismo de pessoas negras contra brancas existe? O que é racismo?
 
Mais uma vez, passamos a semana diante de um debate sobre o tal do "racismo reverso". A forma como o tema se apresenta é capciosa, porque geralmente vem com exemplos de ataques de pessoas pretas contra brancas. O truque aí é que essas exceções são inseridas de forma manipulada no debate para encaixar em um discurso que não se sustenta.
 
Racismo não é uma questão de moral individual, mas um sistema de opressão, um elemento estrutural da sociedade contemporânea. Formalmente, a escravidão acabou, mas as suas consequências são sentidas até hoje. Alguns dados nos ajudam a entender isso:
 
  • Entre os 10% brasileiros mais pobres, 75% são negros.
  • 47% dos pretos e pardos exercem trabalho informal, contra 34% dos brancos.
  • Já entre os encarcerados, o percentual de negros saltou de 58% em 2005 para 66% em 2019.
  • No Brasil, homens brancos do 1% mais rico têm mais renda que todas as mulheres negras do país.
  • No Congresso, só 17,8% dos parlamentares são negros.
 
O debate também nos coloca diante de um questionamento sobre liberdade de expressão e seus limites. Será que é possível defender a democracia endossando discursos sobre "racismo reverso"?
 
À imprensa e aos intelectuais – que de um modo geral reproduzem o padrão de maioria branca em espaços de poder e prestígio na sociedade – caberia ao menos o papel de aliados na luta contra o racismo. Para isso, como diz a filósofa Angela Davis, "em uma sociedade racista, não basta não ser racista, é preciso ser antirracista". Isso significa a adoção de ações conscientes e um posicionamento explícito pela garantia de igualdade de oportunidades para todas as pessoas. Já passou da hora de começar, né?
 
 
Finalmente, começamos a ter jacarezinhos e jacarezinhas
 
Depois de um ano de espera e de boicotes do presidente do país, começou a vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra a covid-19 no Brasil. E nada melhor do que ouvir delas próprias como está sendo esse momento. É o que faz o Radinho BdF desta semana, que você pode ouvir aqui.
 
Ah, e se não conhece o Radinho, vale a pena ouvir, especialmente se você é mãe, pai ou cuidador de alguma criança. É informação de qualidade, com um olhar crítico e sem viés lucrativo para os pequenos.
 
E a gente sabe que surgem muitas dúvidas sobre a vacinação infantil, ainda mais com tanta desinformação circulando. Por isso a gente preparou um tira dúvidas com as respostas às principais questões. Leia aqui.

Fonte: Brasil de Fato 

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