Enquanto Bolsonaro perde pontos com a elite econômica brasileira, quem está na luta para reconquistá-la (embora nunca tenha atuado contra ela, seja isso bom ou ruim) é o ex-presidente Lula. O petista se reuniu com a Fiesp, a Federação das Indústrias de São Paulo, e garantiu que pautas consideradas essenciais para o setor industrial estarão contempladas no governo, caso ele seja eleito.
Os encontros de Lula com o PIB nacional sempre atraem olhares, principalmente de gente que até hoje ainda acha que o ex-presidente e os maiores empresários do país defendem interesses incompatíveis, apesar de terem vivido os oito anos de governo Lula que dizem o contrário.
Mas também, são anos e anos de construção de discurso. Lá em 1989, muito antes de a gente passar a usar cotidianamente a expressão fake news, era comum os setores mais conservadores afirmarem que o candidato metalúrgico quebraria a economia. O presidente da Fiesp na época, Mário Amato dizia que 800 mil empresários fugiriam do país se Lula ganhasse. Na época até fazia sentido a desconfiança das elites, já que Lula se apresentava como o candidato dos trabalhadores contra os patrões.
Mas, passados mais de 30 anos daquelas eleições, depois de oito anos de governo Lula, outros cinco e meio de governo Dilma, mais uns tantos de Temer e outros de Bolsonaro, fica difícil para a Fiesp sustentar o mesmo discurso, embora tenha estado entre os patrocinadores do golpe de 2016. Depois de ver a economia quebrada no governo que tem o "Posto Ipiranga" como ministro, talvez os empresários estejam é com saudade do metalúrgico.
E Lula foi de fato bem recebido pelos representantes do PIB nacional. Ele falou sobre combate à fome e mostrou indignação diante do empobrecimento da população, mas adotou o tom conciliador que marcou seu governo: "Sabe o que eu vou garantir para vocês? Mercado. O que vocês querem é investir no Brasil para ganhar dinheiro. Isso vai ser garantido".
Afinal, trata-se do Lula. O Lula que em 2002 se elegeu tendo o empresário José Alencar como vice e que agora trouxe o ex-tucano Geraldo Alckmin para compor a chapa ao seu lado. Estranho mesmo foi quando o empresariado se voltou contra o presidente que mais expandiu a economia do país...
Mais do encontro de Lula com a Fiesp você pode ler aqui.
Fonte: Jornal Brasil de Fato
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