quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

OIT: Recuperação incerta e desigual é esperada após crise sem precedentes no mercado de trabalho

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Pavimentação de ruas em Cabul, no Afeganistão
Pavimentação de ruas em Cabul, no Afeganistão
Foto | ABBAS Farzami / Rumi Consultancy / Banco Mundial

Sinais de recuperação começam a ser vistos nos mercados de trabalho em todo o mundo, após uma crise sem precedentes causada pela pandemia de COVID-19 em 2020, de acordo com o mais recente relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

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As novas estimativas anuais apresentadas na sétima edição do Monitor OIT: COVID-19 e o mundo do trabalho ("ILO Monitor: COVID-19 and the world of work") confirmam o enorme impacto que os mercados de trabalho sofreram em 2020. Os últimos números mostram que 8,8 % das horas de trabalho globais foram perdidas no ano passado (comparado ao quarto trimestre de 2019), o que equivale a 255 milhões de empregos em tempo integral [1]. Esse número é aproximadamente quatro vezes superior ao número perdido durante a crise financeira global de 2009.

Essas horas de trabalho perdidas são explicadas por jornadas de trabalho reduzidas para aquelas pessoas que estão empregadas ou por níveis "sem precedentes" de perda de emprego, que atingiram 114 milhões de pessoas [2].  Significativamente, 71% dessas perdas de emprego (81 milhões de pessoas) vieram na forma de inatividade, e não de desemprego, o que significa que as pessoas deixaram o mercado de trabalho porque não conseguiam trabalhar, talvez devido a restrições impostas pela  pandemia ou simplesmente porque pararam de procurar por trabalho. Analisar apenas para o desemprego subestima drasticamente o impacto da COVID-19 no mercado de trabalho.

Essas perdas massivas resultaram em uma queda de 8,3 % da renda global do trabalho (antes de se contabilizarem as medidas de apoio), o equivalente a 3,7 trilhões de dólares ou 4,4 % do Produto Interno Bruto (PIB) global.

Impacto - As mulheres têm sido mais afetadas do que os homens pelas perturbações do mercado de trabalho causadas pela pandemia. Globalmente, as perdas de emprego das mulheres situam-se nos 5%, contra 3,9%  dos homens. Em particular, as mulheres tinham muito mais probabilidade do que os homens de abandonar o mercado de trabalho e de se tornarem inativas.

Os trabalhadores mais jovens também foram particularmente atingidos, seja perdendo empregos, abandonando a força de trabalho ou adiando a entrada no mercado de trabalho. A perda de emprego entre os jovens (15 a 24 anos) foi de 8,7%, comparado com 3,7 % para a população adulta, o que destaca o risco muito real de uma geração perdida, segundo o Monitor.

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O relatório mostra o impacto desigual em diferentes setores econômicos, geográficos e do mercado de trabalho. Ele destaca as preocupações com uma "recuperação em forma de K", em que esses setores e trabalhadores mais atingidos podem ser deixados para trás na recuperação, levando a um aumento da desigualdade, a menos que sejam tomadas medidas corretivas.

O setor mais afetado foi o de hospedagem e alimentação, onde o emprego diminuiu em mais de 20%, em média, seguido pelos setores do varejo e da indústria. Em contraste, o emprego nos setores de informação e comunicação, finanças e seguros aumentou nos segundo e terceiro trimestres de 2020. Aumentos marginais também foram observados na mineração, na extração e nos serviços públicos.

Futuro - Embora ainda haja um alto grau de incerteza, as últimas projeções para 2021 mostram que a maioria dos países experimentará uma recuperação relativamente forte no segundo semestre do ano, à medida que os programas de vacinação entrarem vigor.

O Monitor OIT apresenta três cenários de recuperação: referência, pessimista e otimista. O cenário de referência (que se baseia nas previsões do Fundo Monetário Internacional de outubro de 2020) projeta uma perda de 3% das horas de trabalho globalmente, em 2021 (em comparação com o quarto trimestre de 2019), o que equivale a 90 milhões de empregos em tempo integral.

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No cenário pessimista, que pressupõe que o progresso será lento principalmente no que diz respeito à imunização, a jornada de trabalho diminuiria 4,6%. No cenário otimista, a queda seria de 1,3 %. O controle da pandemia, assim como o aumento da confiança do consumidor e do empresariado, levaria ao cenário mais favorável.

Em todos os cenários, Américas, Europa e Ásia Central registrariam cerca do dobro da perda de horas trabalhadas comparado com as demais regiões.

O Monitor OIT inclui uma série de recomendações políticas para a recuperação:

  • Manutenção de políticas macroeconômicas flexíveis em 2021 e em anos subsequentes, na medida do possível, por meio de incentivos fiscais e da adoção de medidas que estimulem a renda e o investimento
  • Formulação de medidas específicas voltadas para mulheres, jovens, trabalhadores (as) com pouca qualificação e baixa remuneração, e outros grupos duramente atingidos.
  • Prestação de assistência internacional a países de baixa e média rendas, que dispõem de menos recursos financeiros para realizar o processo de vacinação e promover a recuperação econômica e do emprego;
  • Adoção de medidas específicas de apoio dirigidas aos setores mais duramente afetados e promoção do emprego nos setores em que os avanços são mais rápidos;
  • Promoção do diálogo social para implementar as estratégias de recuperação necessárias à criação de economias mais inclusivas, justas e sustentáveis.

"Os sinais de recuperação que vemos são encorajadores, mas são frágeis e muito incertos, e devemos lembrar que nenhum país ou grupo pode se recuperar sozinho", afirmou o diretor-geral da OIT, Guy Ryder.

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"Estamos em uma encruzilhada. Um caminho conduz a uma recuperação desigual e insustentável, com desigualdade e instabilidade crescentes, e a perspectiva de mais crises. O outro concentra-se em uma recuperação centrada nas pessoas, para reconstruir melhor, dando prioridade ao emprego, à renda e à proteção social, aos direitos dos trabalhadores e ao diálogo social. Se queremos uma recuperação duradoura, sustentável e inclusiva, esse é o caminho com o qual os decisores políticos se devem comprometer", complementou.

A íntegra do relatório, em inglês, está disponível aqui. 

Fonte: ONU Brasil


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Nações Unidas apoiam a rede pública de saúde do Amazonas durante intensificação dos casos de COVID-19

Agências da ONU entregam Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), medicamentos, camas e outros insumos em Manaus
Agências da ONU entregam Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), medicamentos, camas e outros insumos em Manaus
Foto | Felipe Irnaldo/ACNUR Brasil

As Nações Unidas seguem apoiando a resposta emergencial contra a COVID-19 no estado do Amazonas. Desde sexta-feira (22) e nesta segunda-feira (25), mais de 160 mil itens, entre Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), medicamentos, camas e outros insumos serão entregues por agências da ONU em Manaus à rede pública de saúde local, atendendo à solicitação da Secretaria de Estado da Saúde (SES-AM).

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O Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), em resposta às solicitações das autoridades locais, doou 60 cilindros de oxigênio à Maternidade Moura Tapajós no dia 15 de janeiro. A doação teve por objetivo contribuir com o cuidado aos recém-nascidos e mulheres internadas que estão com extrema necessidade de oxigênio. 

Por sua vez, a Organização Internacional para as Migrações (OIM) doou mais de mil medicamentos para a rede hospitalar estadual na sexta-feira (22) e nesta segunda-feira (25) mais de 18 aparelhos de pressão, 84 oxímetros, 26 termômetros digitais e 23 glicosímetros que fortalecerão os atendimentos nos Sistemas de Pronto Atendimento Alvorada, São Raimundo, Coroado, Joventina Dias, além do Hospital de Campanha Nilton Lins. Outros 755 itens hospitalares serão doados ao Hospital João Lúcio.

A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) entregou na segunda-feira (25) 115 camas e 90 colchões, 180 cobertores, 26 mil luvas e 300 vestes de proteção que ajudarão a fortalecer as estruturas de atendimento nas Maternidades Ana Braga, Alvorada, Alzida Marreiro, Balbina Mestrinho, Chapot Prevost, Nazida Daou e também no Instituto da Mulher Dona Lindu.

Como parte da resposta humanitária à pandemia da COVID-19 no Brasil, o UNICEF realiza em Manaus a doação de 144 mil Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) como luvas, máscaras, tocas, aventais, etc. que beneficiarão pelos menos 200 profissionais de saúde.

Funcionárias de ACNUR, OIM, UNFPA e UNICEF entregam materiais para estado do Amazonas para apoiar no atendimento a COVID-19
Funcionárias de ACNUR, OIM, UNFPA e UNICEF entregam materiais para estado do Amazonas para apoiar no atendimento a COVID-19
Foto | Felipe Irnaldo/ACNUR Brasil

O governador do Amazonas, Wilson Lima, agradeceu o apoio das Nações Unidas neste momento de emergência em saúde pública decorrente do coronavírus. "Somos muito gratos a este apoio. A ajuda humanitária vem se somar aos esforços do governo do Amazonas, governo federal e municípios, bem como às ações de solidariedade da sociedade como um todo. Mais uma vez as Nações Unidas demonstram o compromisso com a garantia de direitos humanos, especialmente do direito à vida", disse o governador.

"Nós estamos muito felizes com a atuação da Nações Unidas. O Amazonas neste momento de pandemia, principalmente com a crise de escassez no fornecimento de oxigênio, tem passado por momentos difíceis e o apoio de todos é muito importante para conseguirmos vencer essa luta.  Então o sentimento é de muita gratidão e tenho certeza que o povo amazonense saberá reconhecer todo o esforço dessas entidades e também agradecer este gesto de carinho com todos nós", afirmou o secretário de Saúde, Marcellus Câmpelo.

No dia 26 de janeiro, o Coordenador Residente das Nações Unidas no Brasil, Niky Fabiancic, se reuniu com o Consórcio Interestadual da Amazônia Legal para fortalecer a parceria entre as Nações Unidas e os estados amazônicos. A reunião foi conduzida pelo governador do Maranhão, Flávio Dino, que atualmente preside o Consórcio, e contou com a participação de diversos governadores e autoridades estaduais da Amazônia Legal.

Durante o encontro, realizado pela internet, foi apresentada a proposta de criação de um Fundo Multidoadores das Nações Unidas para o desenvolvimento sustentável da região. De acordo com Fabiancic, esse instrumento financeiro contribuirá para acelerar o desenvolvimento sustentável e mitigar os efeitos socioeconômicos da pandemia na região amazônica. A proposta busca atender as prioridades imediatas e de médio prazo definidas pelo Consórcio e foi acolhida positivamente por seus membros. Um cronograma foi acordado para que o Fundo seja estabelecido o mais rapidamente possível.

As agências da ONU devem seguir em contato com as autoridades locais no âmbito da emergência de COVID-19. Até a última sexta-feira (22), mais de 241 mil casos de COVID-19 foram registrados no estado do Amazonas, com 6.757 mortes confirmadas devido à doença.

Fonte: ONU Brasil

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terça-feira, 19 de janeiro de 2021

"Todos pelas Vacinas" reúne organizações de divulgação científica em ações pró-vacinação contra a COVID-19


Comunicadores de ciência, artistas e cientistas unem esforços em campanha com a hashtag #todospelasvacinas.
Comunicadores de ciência, artistas e cientistas unem esforços em campanha com a hashtag #todospelasvacinas.
Foto | Triggermouse/Pixabay

Junto às primeiras aprovações de vacinas contra a COVID-19 no Brasil surge uma iniciativa que reúne organizações ligadas à divulgação científica, entidades científicas, artistas e personalidades públicas para criar o "Todos pelas Vacinas" - marcado para 21 de janeiro (quinta-feira). A campanha contará com diversas ações nas redes sociais com a hashtag #TodosPelasVacinas e terá por objetivo esclarecer dúvidas sobre as vacinas e combater a disseminação de notícias falsas.

A campanha "Todos pelas Vacinas" é organizada por ABRASCO, Blogs de Ciência da Unicamp, COSEMS/SP, Equipe Halo/Nações Unidas (ONU), Instituto Questão de Ciência, Núcleo de Pesquisas em Vacinas da USP (NPV-USP), Observatório COVID-19 BR, Projeto Divulgar, Rede Análise COVID-19, Núcleo de Pesquisas em Vacinas da USP, ScienceVlogs Brasil, Sociedade Brasileira de Imunologia e União Pró-Vacina. O objetivo é criar um espaço para diálogo com a população por meio de conteúdo preparado por especialistas, assim como um ambiente virtual para envio de dúvidas sobre a imunização contra a COVID-19. O portal www.todospelasvacinas.info já está no ar, e agrega materiais em vários formatos - textos, áudio, imagens e vídeos - para serem compartilhados em todas as redes sociais.

No portal, estão disponíveis podcasts criados pelas organizações parceiras, além de outros materiais, como o e-book "Guia Prático sobre as Vacinas" e uma coletânea de artes no espaço VacinArte. Foram criados filtros especiais para Facebook e Instagram, que estão disponíveis no site. O internauta consegue baixar, também, logo e artes da campanha para espalhar a mensagem e participar da grande mobilização do dia 21 com a hashtag #TodosPelasVacinas.

Ao longo de toda a semana (de 18 a 24 de janeiro), as organizações envolvidas na campanha farão múltiplas atividades, sempre com o intuito de promover consciência sobre a importância das vacinas.

Semana especial da Equipe Halo no TikTok

A Equipe Halo promove, de 18 a 24 de janeiro, uma semana especial no TikTok. Um desafio bem-humorado com a hashtag #TodosPelasVacinas foi lançado, convocando "tiktokers" a mostrar como irão se arrumar para tomar a vacina, quando o seu dia chegar, ao som de uma contagem regressiva. Além disso, os cientistas guias da Equipe Halo postarão vídeos diários tirando dúvidas sobre as vacinas e vão participar de uma agenda de lives.

O Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio) estará na live de 22 de janeiro, às 19h, que pode ser acessada pelo perfil @onubrasil.

Veja, abaixo, a programação completa e os perfis dos participantes:

18/01, 19h

19/01, 19h

21/01, 19h

22/01, 19h

A Equipe Halo tem o apoio do Verificado, iniciativa global da ONU, e Vaccine Confidence Project, e tem como objetivo mostrar o trabalho que vem sendo realizado na busca pelas vacinas contra a COVID-19. Em vídeos curtos nas redes sociais, especialistas do mundo todo falam sobre ciência de uma forma simples. O time brasileiro conta com os cientistas e pesquisadores André Báfica, Daniela Ferreira, Gustavo Cabral, Jaqueline Goes, Mellanie Dutra, Natalia Pasternak, Rômulo Neris e Wasim Syed. Eles tiram dúvidas de internautas, mostram suas rotinas de trabalho e desmistificam informações incorretas sobre as vacinas.

A lista com todas as atividades da campanha "Todos pelas vacinas" pode ser encontrada no site do evento www.todospelasvacinas.info.

Para mais informações:

Atômica – PR & Influencers

Verificado- Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio)

Fonte: ONU Brasil

domingo, 17 de janeiro de 2021

Nota do PT – Precisamos combater os crimes de ódio que assolam o nosso país



O Partido dos Trabalhadores vem a público denunciar a ameaça de morte contra o vereador do PT em Curitiba, Renato Freitas. Uma opressão que se insere no quadro de violência que os grupos periféricos, dentre esses negros e negras, sofrem todos os dias em nosso país.

O PT vai à luta junto ao Estado, o Ministério Público, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Comissão de Direitos Humanos tanto na Câmara dos Deputados quanto na Assembleia Legislativa do Paraná, para que se investigue as ameaças sofridas pelo vereador Renato Freitas.

O crime de ódio cada vez mais evidente em nossa sociedade não pode ficar impune. É nosso dever combatê-lo diariamente, e assim será feito.

Neste sábado (16), o vereador Renato Freitas divulgou por meio de nota que homens armados rondaram a região onde ele mora, na segunda-feira (11), perguntando aos vizinhos onde seria a sua casa. Os vizinhos, que preferiram não se identificar, relataram que os homens tiraram fotos da casa do vereador. Em seguida, entraram em um furgão e saíram sem se identificar.

Um Boletim de Ocorrência foi registrado junto à Polícia Civil, onde Renato e sua equipe jurídica apresentaram notícia crime e pedido de investigação.

Não é a primeira vez que a vida do vereador é colocada em risco. Renato Freitas, que também é advogado, tornou-se notícia nacional por dois casos de agressão da Guarda Municipal de Curitiba.

Em 2016, enquanto candidato a vereador pelo PSOL, Renato foi preso, espancado e colocado nu em uma cela da carceragem do 3° Distrito Policial de Curitiba. Em 2018, era candidato a deputado estadual pelo PT e foi alvejado duas vezes à queima-roupa por agentes da Guarda Municipal com balas de borracha. A equipe jurídica do vereador também tem um histórico de abordagens policiais desde 2015, que será anexado ao processo.

É imprescindível que as autoridades cabíveis tomem as providências necessárias para investigar e punir os responsáveis e para proteger a vida do vereador Renato Freitas.

A ameaça contra a vida do vereador não é um caso isolado. A também vereadora do PT em Curitiba, Carol Dartora, recentemente sofreu ameaças de morte pelas redes sociais.

O caso da vereadora Marielle Franco, morta a tiros no Rio de Janeiro em 2018, escancara a barbárie que estamos vivendo e que precisamos enfrentar. É inadmissível que situações como essa continuem ocorrendo dentro da nossa Democracia.

Todo apoio e solidariedade ao vereador Renato Freitas!

 

Gleisi Hoffmann

Presidenta Nacional do PT

 

Enio Verri

Deputado federal pelo PT-PR

 

Zeca Dirceu

Deputado federal pelo PT-PR

 

Arilson Chiorato

Deputado estadual e presidente do PT Paraná

 

Luciana Rafagnin

Deputada estadual pelo PT-PR

 

Professor Lemos

Deputado estadual pelo PT-PR

 

Tadeu Veneri

Deputado estadual pelo PT-PR

 

Angelo Vanhoni

Presidente do PT Curitiba

 

Carol Dartora

Vereadora pelo PT em Curitiba

 

Professora Josete

Vereadora pelo PT em Curitiba

 

Setorial de Combate ao Racismo do PT-PR

VACINA COVID-19: Área Técnica da ANVISA recomenda aprovação Coronavac

Área técnica da Anvisa recomenda aprovação da Coronavac. Em seguida segue para votação da diretoria. VACINA JÁ!  

CARTA ABERTA AOS PRESENTES DA CÂMARA E DO SENADO - Impeachment de Bolsonaro



É PRECISO AGIR DIANTE DA TRAGÉDIA QUE ATINGE O BRASIL

O Brasil vive horas dramáticas que exigem respostas urgentes e de extrema responsabilidade, em defesa da vida e do país, por parte dos representantes eleitos desta Nação.

A tragédia humanitária que assistimos em Manaus é consequência direta do desgoverno, do descaso e da conduta criminosa do atual presidente da República e seus ministros. Mas é também um grito de alerta que não pode ser ignorado pelas instituições, especialmente o Congresso Nacional.

Não estamos lidando apenas com o negacionismo, o obscurantismo, a mentira e a manipulação política de uma gravíssima crise sanitária, que marcaram esse triste período desde a chegada da pandemia ao país, há quase um ano.

Estamos lidando agora com suas consequências mais trágicas, diante da certeza cruel de que a situação irá se agravar e se estender a todo o país, caso a irresponsabilidade e a desumanidade não sejam detidas por quem recebeu do povo a delegação para agir, legislar e governar em sua defesa.

A tragédia humanitária de Manaus era previsível e poderia ter sido evitada, assim como eram previsíveis e poderiam ter sido evitadas, em parte muito significativa, as mais de 200 mil mortes que fizeram do Brasil um macabro recordista no cenário mundial da pandemia.

Da mesma forma, é previsível e pode ser evitado um agravamento ainda maior da situação econômica e social do país, devido à recusa do atual governo em manter o auxílio emergencial aprovado pelo Congresso, que tem sido o único meio de sobrevivência de dezenas de milhões de famílias.

Faltou-nos, até este momento, um governo federal minimamente capaz de planejar, organizar e prover o enfrentamento da crise, como era sua obrigação. Faltou-nos, desde sempre, um presidente da República com senso de seus deveres e o mínimo sentido de solidariedade, empatia e respeito pela vida que caracterizam um ser humano.

No momento em que o presidente da República volta a tentar confundir a opinião pública com novas mentiras, é importante recordar que foi a ação legislativa do Congresso que garantiu medidas como o já mencionado auxílio emergencial, o socorro financeiro aos Estados e Municípios para enfrentar a pandemia, o apoio às empresas para reduzir as demissões e continuar funcionando durante a crise.

Nesta hora gravíssima, o Congresso Nacional está diante da responsabilidade histórica de assumir mais uma vez as responsabilidades que o governo federal recusa e adotar as medidas que a crise impõe.

Em nome da vida e do povo brasileiro, dirigimo-nos aos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal para que convoquem imediatamente o Congresso Nacional em sessão extraordinária, suspendendo o recesso, com o objetivo de votar, aprovar e fazer valer uma Pauta de Emergência diante da crise nacional.

O Congresso Nacional não só pode como deve votar projetos de lei, emendas constitucionais e decretos legislativos para:
1) Socorrer imediatamente, com recursos federais financeiros, médico-hospitalares, logísticos e de pessoal, as populações de Manaus e outras regiões mais gravemente afetadas pela pandemia;
2) Determinar o planejamento, organização e execução de um plano e de uma campanha de vacinação contra a Covid-19 em todo o território nacional, com a urgência necessária, de forma a cumprir com a devida seriedade ordem neste sentido do Supremo Tribunal Federal; determinar também a realização dos testes recomendados internacionalmente para conhecer o avanço da pandemia entre a população;
3) Aprovar auxílio-emergencial às famílias afetadas pelas consequências econômicas da crise sanitária, enquanto esta perdurar, sem prejuízo de avaliar a ampliação do Bolsa Família;
4) Avaliar as demais medidas de ordem econômica e social necessárias para proteger os trabalhadores, as pequenas e médias empresas e especialmente a população mais pobre nesta crise, revogando medidas que a agravam como é o caso da limitação do BPC;
5) Convocar o Ministro da Saúde e todas as autoridades públicas federais da área de Saúde para que prestem contas de seus desmandos e apresentem a real situação administrativa, financeira e logística, bem como os recursos humanos, técnicos e médico-hospitalares de que dispõem, as informações e dados oficiais sobre a pandemia, os planos e contratos em andamento ou planejados para enfrentamento da crise.

É hora de agir como determina a Constituição e honrar o compromisso do voto. Nem a tragédia do presente nem o julgamento do futuro podem admitir que a Câmara dos Deputados e o Senado Federal permaneçam em recesso enquanto brasileiros e brasileiras são literalmente sufocados pela omissão do governo e pelo descaso com a vida humana.

Brasília, 16 de janeiro de 2021.

Carlos Lupi – PDT
Carlos Siqueira – PSB
Gleisi Hoffmann – PT
Juliano Medeiros – PSOL
Luciana Santos – PCdoB
Pedro Ivo Batista e Laís Garcia – REDE

Fonte: https://ptnacamara.org.br/portal/2021/01/16/carta-aberta-aos-presidentes-da-camara-e-do-senado/

Vacina Covid-19 - Brasil - 17 de Janeiro de 2020

Hoje a Anvisa decide se aprova ou não o uso emergencial das vacinas Coronavac e Oxford/AstraZeneca no Brasil. Após a aprovação o país poderá iniciar o plano de vacinação.

Fonte: Mídia Ninja (Twitter)

sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola relança concurso de jornalismo



Serão R$ 70 mil em prêmios para trabalhos jornalísticos veiculados em rádio, TV, impresso e internet até 05 de maio de 2021, sobre boas práticas rurais.
Foto | Gabriel Freitas

O Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola – FIDA, agência especializada da ONU, promove o relançamento, por meio do Programa Semear Internacional, de um concurso de Jornalismo inédito no Brasil. O 'Prêmio Semear Internacional de Jornalismo', cujos prazos foram prorrogados em razão da pandemia de COVID-19, vai escolher as melhores matérias e reportagens sobre boas práticas rurais desenvolvidas pelos projetos apoiados pelo FIDA no País. O concurso é direcionado aos profissionais de imprensa que atuam em território nacional e os trabalhos precisam ter sido veiculados até o dia 05 de maio de 2021. Já a data limite para recebimento das inscrições vai até 10 de maio de 2021.

É possível inscrever matérias em quatro categorias: impresso, televisão, rádio e internet, sendo que os primeiros colocados em cada categoria receberão, cada um, o prêmio de R$ 12.500, enquanto os quatro segundos lugares serão contemplados com R$ 5.000 cada, além de troféus e certificados. Para participar, os jornalistas devem preencher o formulário disponível na página do Prêmio - www.premiodejornalismo.portalsemear.org.br - e enviá-lo, junto com a reportagem, pelos Correios, à Coordenação do Programa Semear Internacional, localizada à Rua da Graça, 164, Graça, Salvador, Bahia, CEP 40150-055. No site também estão disponíveis, entre outras informações, o edital completo do certame e os contatos dos assessores de comunicação dos projetos FIDA, que poderão sugerir pautas e agendar entrevistas.

São seis os projetos apoiados pelo FIDA, com o suporte do Programa Semear Internacional, no semiárido brasileiro: Dom Helder Câmara II, Pró-Semiárido, Paulo Freire, PROCASE, Dom Távora e Viva o Semiárido. Tais projetos atuam nos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Sergipe e Rio Grande do Norte, beneficiando mais de 250 mil famílias e contribuindo para a erradicação da pobreza. Mais informações preliminares sobre os projetos FIDA podem ser obtidas no próprio site do Programa Semear Internacional – www.portalsemear.org.br.

Os trabalhos jornalísticos devem abordar temas como: técnicas de beneficiamento e formas de comercialização de produtos da agricultura familiar, mudanças e impactos positivos nas comunidades atendidas pelos projetos apoiados pelo FIDA e pelo Semear Internacional, protagonismo de jovens rurais, ações focadas em gênero e empoderamento feminino na zona rural, gestão do conhecimento e atividades de produção e disseminação de conteúdos e saberes rurais. além de temas relacionados a quilombolas e indígenas.

Foto | FIDA

O objetivo do Prêmio de Jornalismo é contribuir para divulgar as boas práticas rurais nos mais diversos veículos de comunicação, fazendo com que elas sirvam de inspiração e possam ser replicadas em outras regiões. Dessa forma, será possível incentivar a criação de um processo de geração de conhecimento voltado para o desenvolvimento rural. Algumas dessas boas práticas já foram identificadas e implementadas pelos projetos do FIDA no Brasil, e difundidas pelo Programa Semear Internacional, igualmente com o intuito de dar mais visibilidade a estas ações, para que elas possam ser reutilizadas pelo maior número possível de agricultores familiares.

Podem participar do Prêmio Semear Internacional de Jornalismo profissionais da imprensa que tenham veiculado suas produções de caráter noticioso, local ou nacionalmente, em empresas jornalísticas privadas (comerciais) e públicas (não comerciais), com sede ou escritório no Brasil. Cada participante poderá inscrever até três reportagens em cada categoria e o resultado será informado aos vencedores por e-mail e divulgado nos canais de comunicação do Semear Internacional.

Sobre o Programa Semear Internacional

O Semear Internacional é um programa do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), implementado pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), que possui cinco frentes de trabalho: Gestão do Conhecimento, Monitoramento & Avaliação, Comunicação, Diálogo de Políticas e Cooperação Sul-Sul.

O Programa Semear Internacional atua no Brasil com ações ligadas a sistematização e disseminação de boas práticas que possam ser adotadas e replicadas pela população rural para melhorar suas condições de vida, facilitando o acesso a saberes e inovações no semiárido brasileiro.

Por meio da realização de intercâmbios, capacitações, treinamentos e publicações, o Semear Internacional vem construindo uma rede de conhecimentos entre os projetos apoiados pelo FIDA no Brasil, ajudando a promover o desenvolvimento sustentável e equitativo da região onde atua.

Sobre o FIDA

O Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola é uma agência de investimentos da Organização das Nações Unidas (ONU) que, em parceria com governos estaduais e federais, realiza acordos de empréstimos e doações para apoiar o desenvolvimento rural. Sua sede está localizada em Roma, na Itália.

No Brasil, o principal foco de investimentos do FIDA é a região semiárida, onde promove ações direcionadas ao fomento de projetos produtivos de geração de renda agropecuária, cooperativismo, associativismo e acesso a mercados. Desde 1980, essas operações já beneficiaram mais de 250 mil famílias.

Com uma meta que tem a promoção da segurança alimentar nutricional e a diminuição da pobreza no meio rural entre os seus pilares, o FIDA incentiva o fortalecimento de atividades que têm, como públicos prioritários, mulheres, jovens e comunidades tradicionais.

Sobre o IICA

O Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura, com sede em San José, na Costa Rica, é o organismo internacional especializado em agricultura do Sistema Interamericano (OEA – Organização dos Estados Americanos). Sua missão é estimular, promover e apoiar os esforços de seus 34 Estados-membros para alcançar o desenvolvimento agrícola e o bem-estar rural, por meio da cooperação técnica internacional de excelência. Está presente no Brasil desde 1964, atuando em projetos com governos municipais, estaduais e o governo federal.

Mais informações: gabriel.monteiro@iica.int / (71) 99138-1158 / (71) 3042-1804

  Fonte: ONU Brasil  

OIT defende melhor proteção para trabalhadores em domicílio

As pessoas que trabalham em casa, cujo número está aumentando drasticamente devido à propagação da pandemia de COVID-19, precisam ser melhor protegidas, afirmou a Organização Internacional de Trabalho (OIT) em um novo relatório. Uma vez que o trabalho em domicílio acontece na esfera privada, ele muitas vezes é "invisível". Por exemplo, em países de renda baixa e média praticamente todos os trabalhadores em domicílio (90%) trabalham em condição de informalidade.

Eles tendem a estar em uma situação pior do que aqueles que trabalham fora de casa, mesmo em profissões mais qualificadas. Trabalhadores em domicílio ganham em média 13% menos no Reino Unido; 22% menos nos Estados Unidos da América; 25% menos na África do Sul e cerca de 50% na Argentina, na Índia e no México. Além disso, os trabalhadores em domicílio também enfrentam maiores riscos para a saúde e segurança e têm menos acesso à formação do que outros trabalhadores, o que é prejudicial para as suas perspectivas de carreira.

O relatório intitulado em inglês "Working from Home: From invisibility do decent work " ("O trabalho em domicílio: da invisibilidade ao trabalho decente") mostra que as pessoas que trabalham em casa não têm o mesmo nível de proteção social que os outros trabalhadores. Também é menos provável que sejam sindicalizados ou cobertos por um acordo coletivo.

Urgência renovada

De acordo com as estimativas da OIT, antes da crise da COVID-19 havia cerca de 260 milhões de pessoas que trabalhavam em domicílio todo o mundo, ou 7,9% do emprego global; 56% dessas pessoas (147 milhões) eram mulheres.

Entre esses trabalhadores estão pessoas que trabalham a distância de forma contínua, bem como um grande número de pessoas que realizam trabalhos não automatizados no setor da produção, por exemplo, bordados, artesanato ou montagem eletrônica. Cabe destacar uma terceira categoria de trabalhadores, a das pessoas que realizam seu trabalho por meio de plataformas digitais no setor de prestação de serviços, por exemplo, processando sinistros de seguros, editando textos ou cadastrando dados para fins de treinamento de sistemas de inteligência artificial.

Nos primeiros meses da pandemia da COVID-19, em 2020, cerca de um em cada cinco trabalhadores realizava o seu trabalho em casa. Os dados para 2020 como um todo, quando estiverem disponíveis, deverão apresentar um aumento substancial em relação ao ano anterior.

O crescimento do trabalho em domicílio tende a continuar nos próximos anos, destaca o relatório, o que renova a urgência para a necessidade de abordar os problemas enfrentados pelos trabalhadores em domicílio e por seus empregadores.

Regulamentação insuficiente e não conformidade

Em geral, a regulamentação do trabalho em domicílio é deficiente e o cumprimento da legislação em vigor é complexo. Em muitos casos, as pessoas que trabalham em casa são consideradas autônomas e, consequentemente, excluídas do âmbito da legislação trabalhista.

"Muitos países ao redor do mundo têm legislação, às vezes complementada por acordos coletivos, que aborda vários déficits de trabalho decente associados ao trabalho em domicílio. No entanto, apenas 10 Estados-membros da OIT  ratificaram a Convenção Nº 177 , que promove a igualdade de tratamento entre trabalhadores em domicílio e outros assalariados, e poucos têm uma política abrangente sobre trabalho em domicílio ", disse a economista sênior da OIT e uma das autoras do relatório, Janine Berg.

Recomendações

O relatório inclui recomendações concretas para tornar o trabalho em domicílio mais visível e, portanto, mais protegido.

No que diz respeito aos trabalhadores em domicílio no setor industrial, o relatório destaca a importância de facilitar sua transição para a economia formal, ampliando sua proteção legal, promovendo a conformidade, a generalização de contratos escritos e o acesso à seguridade social, e conscientizando esses trabalhadores sobre seus direitos.

Quanto aos trabalhadores em domicílio que realizam o seu trabalho por meio de plataformas digitais, cuja atividade suscita dificuldades específicas em matéria de conformidade por abranger vários países, o relatório defende o uso de dados gerados por seu trabalho para monitorar as condições de trabalho e ferramentas para definir salários justos.

No que diz respeito às pessoas em condição de teletrabalho, o relatório apela aos legisladores para que implementem medidas específicas para mitigar os riscos psicossociais e introduzam o "direito à desconexão" para garantir que os limites entre o trabalho e a vida privada sejam respeitados.

Os governos, em cooperação com as organizações de trabalhadores e de empregadores, devem trabalhar juntos para garantir que todos os trabalhadores em domicílio - estejam eles tecendo vime na Indonésia, fazendo manteiga de karité em Gana, classificando fotos no Egito, costurando máscaras no Uruguai ou em teletrabalho na França – passem de um estado de invisibilidade para uma situação de trabalho decente.  

  Fonte: ONU Brasil  

O mundo enfrentará graves danos humanos e econômicos se não acelerar a adaptação climática, diz relatório da ONU



Quase três quartos das nações têm algum plano de adaptação em vigor, mas o financiamento e a implementação ficam muito aquém do necessário.
Foto | Pixabay

Conforme as temperaturas aumentam e os impactos da mudança climática se intensificam, as nações devem aumentar urgentemente as ações para se adaptarem à nova realidade climática ou enfrentar sérios custos, danos e perdas, conclui um novo relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).

A adaptação é um pilar fundamental do Acordo de Paris e implica na redução da vulnerabilidade dos países e comunidades às mudanças climáticas, aumentando suas capacidades de absorverem impactos e permanecerem resilientes. O Acordo de Paris exige que todos os seus signatários planejem e implementem medidas de adaptação por meio de planos nacionais de adaptação, estudos, monitoramento dos efeitos da mudança climática e investimentos em um futuro verde.

Relatório sobre a Lacuna de Adaptação 2020 do PNUMA conclui que, embora as nações tenham avançado no planejamento, enormes lacunas permanecem no financiamento aos países em desenvolvimento e no que diz respeito a garantir que os projetos de adaptação cheguem ao estágio em que trazem proteção real contra impactos climáticos - como secas, enchentes e elevação do nível do mar.

O financiamento público e privado da adaptação deve ser intensificado urgentemente, assim como a implementação deve ser acelerada. Também devem se tornar prioridade as soluções baseadas na natureza – ações em nível local que endereçam os desafios da sociedade, como a mudança climática, e proporcionam bem-estar humano e benefícios à biodiversidade, protegendo, manejando de forma sustentável e restaurando ecossistemas naturais ou modificados.

"A dura verdade é que a mudança climática está à nossa porta. Seus impactos se intensificarão e atingirão mais duramente os países e comunidades vulneráveis - mesmo se cumprirmos as metas do Acordo de Paris de limitar o aquecimento global em até 2°C ainda neste século e perseguir a meta de 1,5°C", afirmou a diretora-executiva do PNUMA, Inger Andersen.

"Como disse o Secretário-geral da ONU, precisamos de um compromisso global para aplicar metade de todo o financiamento global na adaptação climática no próximo ano. Isto permitirá um grande avanço na adaptação - em tudo, desde sistemas de alerta precoce até recursos hídricos resilientes e soluções baseadas na natureza", acrescentou.

O planejamento da adaptação está crescendo, mas o financiamento e o acompanhamento estão atrasados

A conclusão mais encorajadora do relatório é que 72% dos países adotaram pelo menos um instrumento nacional de planejamento de adaptação. A maioria dos países em desenvolvimento está preparando um Plano Nacional de Adaptação. Entretanto, o financiamento necessário para implementar esses planos não está crescendo rápido o suficiente.

O financiamento público internacional da adaptação está aumentando lentamente de uma base anual de US$ 30 bilhões, ou 5% dos fundos climáticos rastreados. No entanto, custos anuais de adaptação somente nos países em desenvolvimento são estimados atualmente em US$ 70 bilhões. Espera-se que este valor chegue a US$ 140-300 bilhões em 2030 e US$ 280-500 bilhões em 2050.

Há alguns avanços promissores. O Fundo Verde Para o Clima (GCF) destinou 40% de sua carteira total à adaptação e conta cada vez mais com investimentos do setor privado. Outro desenvolvimento importante é a dinâmica crescente para assegurar um sistema financeiro sustentável. Porém, é necessário aumentar o financiamento público e privado da adaptação. Novas ferramentas, tais como critérios de investimento sustentável, princípios de divulgação relacionados ao clima e integração dos riscos climáticos nas decisões de investimento podem estimular investimentos em resiliência climática.

A implementação de ações de adaptação também está crescendo. Desde 2006, cerca de 400 projetos de adaptação financiados por fundos multilaterais a serviço do Acordo de Paris foram realizados em países em desenvolvimento. Enquanto os projetos anteriores raramente ultrapassavam US$ 10 milhões, 21 novos projetos desde 2017 atingiram um valor superior a US$ 25 milhões. Entretanto, das mais de 1.700 iniciativas de adaptação pesquisadas, apenas 3% relataram reduções reais dos riscos climáticos para as comunidades onde os projetos estavam sendo implementados.

Soluções baseadas na natureza podem dar uma enorme contribuição à adaptação

O relatório coloca um foco especial em soluções baseadas na natureza enquanto opções de baixo custo que reduzem os riscos climáticos, restauram e protegem a biodiversidade e geram benefícios para as comunidades e economias.

Uma análise de quatro grandes fundos climáticos e de desenvolvimento - o Fundo Global para o Meio Ambiente, o Fundo Verde para o Clima (GCF), o Fundo de Adaptação e a Iniciativa Climática Internacional - sugeriu que o apoio a iniciativas verdes com algum elemento de soluções baseadas na natureza aumentou nas últimas duas décadas. O investimento acumulado em projetos de mitigação e adaptação às mudanças climáticas nos quatro fundos foi de US$ 94 bilhões. Porém, apenas US$ 12 bilhões foram gastos em soluções baseadas na natureza - uma fração pequena do financiamento total para adaptação e conservação.

Intensificando a ação

De acordo com o relatório, a redução das emissões de gases de efeito estufa diminuirá os impactos e custos associados à mudança climática. O alcance da meta de 2°C do Acordo de Paris poderia limitar as perdas no crescimento anual em até 1,6%, em comparação com os 2,2% da trajetória de 3°C.

Todas as nações devem prosseguir com os esforços delineados no Relatório sobre a Lacuna de Emissões 2020, do PNUMA, que clamou por uma recuperação verde no pós-pandemia e por contribuições nacionais atualizadas que incluam novos compromissos de emissões líquidas zero. No entanto, o mundo também deve planejar, financiar e implementar a adaptação à mudança climática como uma uma responsabilidade moral com as nações menos responsáveis pela mudança do clima - e que são as mais ameaçadas.

Investir na adaptação é também uma decisão econômica sólida, uma vez que a pandemia da COVID-19 deve impactar a capacidade dos países de se adaptarem às mudanças climáticas. A Comissão Global de Adaptação em 2019 estimou que um investimento de US$ 1,8 trilhões em medidas de adaptação traria um retorno de US$ 7,1 trilhões em custos evitados e outros benefícios.  

Sobre o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente

O PNUMA é a principal voz global em temas ambientais. Ele promove liderança e encoraja parcerias para cuidar do meio ambiente, inspirando, informando e capacitando nações e pessoas a melhorarem a sua qualidade de vida sem comprometer a das futuras gerações.

Para maiores informações, favor entrar em contato com:

Roberta Zandonai, Gerente de Comunicação no PNUMA Brasil, roberta.zandonai@un.org

  Fonte: ONU Brasil