quarta-feira, 3 de novembro de 2021

ARTIGO: O teste climático de Glasgow


O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, divulga um artigo de opinião às vésperas da Conferência da ONU sobre Mudança Climática, a COP26. Ele descreve a crise climática como um "alerta vermelho" para a humanidade. Com o mundo na rota para que a temperatura global aumente mais de dois graus Celsius, Guterres fez um apelo pela solidariedade para a descarbonização.

"O tempo já passou para delicadezas diplomáticas", disse o chefe da ONU, e descreveu os desafios dolorosos que o mundo enfrentará caso os Estados-membros não se comprometam com a ação climática, como a perda da biodiversidade, acidificação dos oceanos, e o surgimento de doenças mais fatais do que a COVID-19. 

A COP26 está sendo sediada em Glasgow, na Escócia, entre 31 de outubro e 12 de novembro de 2021. A cúpula reúne os Estados-membros para acelerar a ação em direção aos objetivos do Acordo de Paris e da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima. Entre os principais compromissos assumidos figuram o corte de emissões de gases de efeito estufa, com vias a limitar o aquecimento global a 1,5 ºC. Caso os países falhem em mudar os padrões atuais, o planeta caminhará para um aumento de temperatura médio de 2,7 ºC ainda este século.

Leia abaixo o artigo completo do secretário-geral.

Legenda: António Guterres 
Foto: © Nações Unidas

A crise climática é um alerta vermelho para a humanidade. Líderes mundiais serão colocados a prova em breve na Conferência da ONU para o Clima – conhecida como COP26 – em Glasgow. Suas ações – ou a falta delas – mostrarão a seriedade com a qual estão tratando esta emergência planetária.

Os sinais de alerta não passam desapercebidos: em todos os lugares as temperaturas estão aumentando; a biodiversidade está alcançando novas baixas; os oceanos estão se acidificando e sufocando com lixo plástico. O aumento das temperaturas transformará vastas áreas do nosso planeta em zonas mortas para a humanidade até o fim do século.

E a respeitada publicação médica The Lancet acaba de descrever a mudança climática como a "narrativa definidora da saúde humana" nos próximos anos – uma crise definida pela fome generalizada, doenças respiratórias, desastres mortais e surtos de doenças infecciosas que podem ser piores do que a COVID-19.

Apesar destes alarmes assustadores, vemos novas evidências nos últimos relatórios da ONU de que as ações de governos simplesmente não ajudam no que é desesperadamente necessário.

Anúncios recentes para ação climática são bem-vindos e cruciais – mas, mesmo assim, nosso mundo está na rota para que a temperatura global calamitosamente aumente acima de dois graus Celsius.

Esta é uma súplica distante do objetivo de 1,5 grau Celsius com o qual o mundo se comprometeu no Acordo de Paris – uma meta que a ciência nos avisa ser o único caminho sustentável para nosso mundo.

Este objetivo é completamente alcançável. Se pudermos reduzir as emissões de carbono em 45%, se comparado aos níveis de 2010 nesta década. Se pudermos alcançar a neutralidade de carbono até 2050. E se os líderes mundiais chegarem em Glasgow com objetivos corajosos, ambiciosos e comprováveis em 2030 e políticas novas e concretas para reverter este desastre.

Os líderes do G20, em particular, precisam oferecer. O tempo já passou para delicadezas diplomáticas.
 

Se governos – especialmente governos do G20 – não se levantarem e liderarem este esforço, rumaremos para um terrível sofrimento humano.

Mas todos os países precisam perceber que o antigo modelo de desenvolvimento de queima de carbono é uma sentença de morte para suas economias e para o nosso planeta.

Precisamos descarbonizar agora, em cada setor de economia e em cada país. Precisamos trocar os subsídios dos combustíveis fósseis por energia renovável e taxar a poluição e não as pessoas. Precisamos colocar um preço no carbono e direcioná-lo de volta para empregos e infraestruturas resilientes.

E precisamos eliminar carbono – até 2030, nos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, e até 2040 para todos os demais. Um maior número de governos tem se comprometido a parar de financiar o carbono – e financiadores privados devem fazer o mesmo, urgentemente.

Com razão, as pessoas esperam dos governos que as lideram. Mas todos temos a responsabilidade de garantir nosso futuro coletivo.

Empresas devem reduzir seu impacto climático e alinhar, de maneira completa e crível, suas operações e fluxos financeiros a um futuro de carbono zero. Sem maiores desculpas, sem mais greenwashing. (**)

Investidores – públicos e privados – precisam fazer o mesmo. Eles devem se unir, como pioneiros de uma aliança proprietária de recursos de carbono zero, e o próprio Fundo de Pensão da ONU, que em 2021 atingirá os objetivos de investimento de redução de carbono, antes do tempo previsto e acima da meta, com redução de 32% neste ano.

Indivíduos em todas as sociedades precisam fazer escolhas melhores e mais responsáveis sobre o que comem, como viajam e o que compram.

E os jovens – e ativistas climáticos – precisam continuar a fazer o que estão fazendo: demandando ação de seus líderes e os responsabilizando por isso.

Acima de tudo, precisamos de solidariedade global para ajudar os países a fazer esta transição. Os países em desenvolvimento estão lutando com crises de dívida e liquidez. Eles precisam de apoio.

Bancos públicos e multilaterais de desenvolvimento precisam aumentar significativamente seus portifólios de clima e intensificar seus esforços para ajudar os países na transição para economias resilientes e de emissão zero. O mundo desenvolvido precisa urgentemente chegar ao comprometimento de pelo menos 100 bilhões de dólares de financiamento climático anual para os países em desenvolvimento.

Doadores e bancos de desenvolvimento multilaterais devem alocar pelo menos metade do financiamento climático para adaptação e resiliência.

As Nações Unidas foram fundadas há 76 anos para construir consenso para ação contra as grandes ameaças que a humanidade enfrentava. Mas raramente enfrentamos uma crise como esta – uma verdadeira crise existencial – que, se não for enfrentada, ameaça não apenas a nós, mas as gerações futuras.

Só há um caminho a frente. Um futuro com 1,5 grau Celsius é o único futuro viável para a humanidade.

Os líderes precisam seguir com o trabalho em Glasgow, antes que seja tarde demais. 

(*) António Guterres é secretário-geral das Nações Unidas 

(**) prática de maquiagem sustentável para melhorar imagem empresarial

Fonte: ONU Brasil

Recomendações da TNC Brasil na COP 26



COP 26: Importante demais para falhar


Mesmo antes de o Painel Intergovernamental das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (IPCC) publicar o assustador Sexto Relatório de Avaliação (AR6), a 26ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26) já estava prevista para ser o encontro global mais significativo de formuladores de políticas sobre emergência climática desde a assinatura do Acordo de Paris, em 2015.

Não podemos arriscar que a COP26 falhe em sua missão de concluir as regras que darão início à implementação do Acordo de Paris.

Se, por um lado, são cada vez mais claros os custos da falta de ação climática, por outro, as oportunidades de uma retomada verde em todo o mundo nos enchem de esperança. Acabar com o desmatamento, trazer valor para a floresta em pé, acelerar a transição para uma energia limpa, recalibrar os fluxos financeiros e reconhecer plenamente o potencial das soluções baseadas na natureza (SbN) é o único caminho possível para o nosso futuro.

Temos as evidências científicas e a mobilização pública necessária para agir em todas essas áreas, agora precisamos do consenso global necessário para implementar políticas que irão conduzir essas mudanças.

A The Nature Conservancy (TNC) Brasil está presente na COP 26 para cobrar ação e apresentar soluções inovadoras para a crise climática.
Saiba mais
Conheça as recomendações da TNC Brasil para a COP 26

quarta-feira, 20 de outubro de 2021

Planos de produção de combustíveis fósseis de governos contrariam Acordo de Paris


Legenda: Mais de 40 pesquisadores contribuíram para a análise e revisão do relatório
Foto: © Joshua Rawson-Harris/Unsplash

Relatório sobre a Lacuna de Produção 2021, elaborado por renomados institutos de pesquisa e pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), conclui que, apesar do aumento das ambições climáticas e dos compromissos líquidos zero, os governos ainda planejam produzir em 2030 mais do dobro da quantidade de combustíveis fósseis do que seria necessário para limitar o aquecimento global a 1,5°C. 

O relatório, lançado pela primeira vez em 2019, mede e compara os níveis da produção planejada de carvão, petróleo e gás pelos governos e os níveis de produção global que seriam necessários para alcançar os limites de temperatura do Acordo de Paris. Agora, dois anos depois, o relatório de 2021 encontra esta lacuna de produção praticamente inalterada.

Nas próximas duas décadas, os governos estão projetando coletivamente um aumento na produção global de petróleo e gás, e apenas uma modesta diminuição na produção de carvão. Em geral, seus planos e projeções preveem um aumento na produção de combustíveis fósseis até pelo menos 2040, criando uma lacuna de produção cada vez maior.

"Os impactos devastadores da mudança climática estão aqui para todos verem. Ainda há tempo para limitar o aquecimento a longo prazo a 1,5°C, mas esta janela de oportunidade está se fechando rapidamente", diz Inger Andersen, Diretora Executiva do PNUMA.

"Na COP26 e adiante, os governos do mundo devem dar um passo à frente, adotando medidas rápidas e imediatas para fechar a lacuna da produção de combustíveis fósseis e garantir uma transição justa e equitativa. É assim que se parece a ambição climática", acrescentou Andersen.

Relatório sobre a Lacuna de Produção 2021 apresenta o perfil de 15 grandes países produtores: Austrália, Brasil, Canadá, China, Alemanha, Índia, Indonésia, México, Noruega, Rússia, Arábia Saudita, África do Sul, Emirados Árabes Unidos, Reino Unido e Estados Unidos. A Análise mostra que a maioria desses governos continua a fornecer apoio político significativo para a produção de combustíveis fósseis. 

"A pesquisa é clara: a produção global de carvão, petróleo e gás deve começar a declinar imediatamente e de forma acentuada para ser consistente com a limitação do aquecimento a longo prazo a 1,5°C", afirma Ploy Achakulwisut, um dos principais autores do relatório e cientista do Instituto Ambiental de Estocolmo (SEI, da sigla original em inglês). "Entretanto, os governos continuam a planejar e apoiar níveis de produção de combustível fóssil que são muito superiores ao que podemos queimar com segurança".

As principais conclusões do relatório incluem:

  • Os governos do mundo planejam produzir cerca de 110% mais combustíveis fósseis em 2030 do que seria consistente com a limitação do aquecimento a 1,5°C, e 45% mais do que consistente com 2°C. O tamanho da lacuna de produção permaneceu em grande parte inalterado em comparação com nossas avaliações anteriores.
  • Os planos e projeções de produção dos governos levariam a cerca de 240% mais carvão, 57% mais petróleo e 71% mais gás em 2030 do que seria consistente com a limitação do aquecimento global a 1,5°C.
  • A produção global de gás é projetada para aumentar mais entre 2020 e 2040 com base nos planos dos governos. Esta expansão global contínua e de longo prazo na produção de gás é inconsistente com os limites de temperatura do Acordo de Paris. 
  • Desde o início da pandemia da COVID-19, os países direcionaram mais de 300 bilhões de dólares em novos fundos para as atividades de combustíveis fósseis - mais do que eles têm direcionado para energia limpa.
  • Em contraste, as finanças públicas internacionais para a produção de combustíveis fósseis dos países do G20 e dos principais bancos multilaterais de desenvolvimento (MDBs, na sigla em inglês) diminuíram significativamente nos últimos anos; um terço dos MDBs e das instituições financeiras de desenvolvimento (DFIs, na sigla em inglês) do G20, por tamanho de ativos, adotaram políticas que excluem as atividades de produção de combustíveis fósseis do financiamento futuro.
  • Informações verificáveis e comparáveis sobre a produção de combustíveis fósseis e apoio - tanto de governos como de empresas - são essenciais para lidar com a lacuna de produção.

"Os primeiros esforços das instituições financeiras de desenvolvimento para cortar o apoio internacional à produção de combustíveis fósseis são encorajadores, mas estas mudanças precisam ser seguidas por políticas concretas e ambiciosas de eliminação progressiva dos combustíveis fósseis para limitar o aquecimento global a 1,5°C", diz Lucile Dufour, Assessora Sênior de Políticas do Instituto Internacional para o Desenvolvimento Sustentável (IISD, na sigla em inglês).

"As nações produtoras de combustíveis fósseis devem reconhecer seu papel e responsabilidade em fechar a lacuna de produção e nos orientar para um futuro climático seguro", diz Måns Nilsson, diretor executivo do SEI. "À medida que os países se comprometem cada vez mais com as emissões líquidas zero até meados do século, eles também precisam reconhecer a rápida redução na produção de combustíveis fósseis que suas metas climáticas exigirão".

O relatório é produzido pelo Instituto Ambiental de Estocolmo (SEI), Instituto Internacional para o Desenvolvimento Sustentável (IISD), Instituto de Desenvolvimento Internacional (ODI, em inglês), E3G, e o PNUMA. Mais de 40 pesquisadores contribuíram para a análise e revisão, abrangendo numerosas universidades, grupos de reflexão e outras organizações de pesquisa.

Reações ao Relatório sobre a Lacuna de Produção 2020

"Os recentes anúncios das maiores economias do mundo para acabar com o financiamento internacional de carvão são um passo necessário para a eliminação gradual dos combustíveis fósseis.  Mas, como este relatório mostra claramente, ainda há um longo caminho a ser percorrido para um futuro de energias limpas. É urgente que todos os demais financiadores públicos e privados, incluindo bancos e gestores de ativos, transfiram o financiamento de carvão para o de energias renováveis a fim de promover a descarbonização total do setor energético e o acesso à energia renovável para todos". - António Guterres, Secretário Geral da ONU

"Este relatório mostra, mais uma vez, uma verdade simples, mas poderosa: precisamos parar de extrair petróleo e gás do solo se quisermos atingir os objetivos do Acordo de Paris. Devemos endereçar simultaneamente a demanda e a oferta de combustíveis fósseis. É por isso que, juntamente com a Dinamarca, estamos liderando a criação da Beyond Oil and Gas Alliance para pôr um fim à expansão da extração de combustíveis fósseis, planejar uma transição justa para os trabalhadores e começar a encerrar a produção existente de forma gerenciada". - Andrea Meza, Ministra do Meio Ambiente e Energia da Costa Rica

"O Relatório sobre a Lacuna de Produção 2021 demonstra mais uma vez, em termos inequívocos, que precisamos de reduções significativas na produção de combustíveis fósseis se quisermos atingir as metas do Acordo de Paris. Em resposta, a Dinamarca tomou a decisão de cancelar todas as futuras rodadas de licenciamento para petróleo e gás, e eliminar completamente nossa produção até 2050. Com a Costa Rica, encorajamos todos os governos a tomar medidas semelhantes e a aderir à Beyond Oil and Gas Alliance para promover uma eliminação gerenciada e justa da produção de combustíveis fósseis". - Dan Jørgensen, Ministro do Clima, Energia e Utilidades, Dinamarca

Sobre o Relatório - Modelado após a série de relatórios do PNUMA sobre as lacunas de emissões - e concebido como uma análise complementar -, este relatório transmite a grande discrepância entre a produção planejada de combustíveis fósseis dos países e os níveis de produção global necessários para limitar o aquecimento a 1,5°C e 2°C.

Sobre o SEI - O Instituto Ambiental de Estocolmo (SEI) é um instituto de pesquisa independente e internacional que vem se dedicando a questões ambientais e de desenvolvimento em nível local, nacional, regional e global por mais de um quarto de século. O SEI apoia a tomada de decisões para o desenvolvimento sustentável, fazendo a ponte entre a ciência e a política.

Sobre o PNUMA - PNUMA é a principal voz global sobre o meio ambiente. Ele fornece liderança e incentiva a parceria no cuidado com o meio ambiente, inspirando, informando e permitindo que as nações e os povos melhorem sua qualidade de vida sem comprometer a das gerações futuras.

 Sobre o IISD - O Instituto Internacional para o Desenvolvimento Sustentável (IISD) é um premiado e independente grupo de reflexão que defende soluções orientadas por pesquisa para os maiores desafios ambientais do mundo. Sua visão é para um mundo equilibrado onde as pessoas e o planeta prosperem; nossa missão é acelerar a transição global para água limpa, economias justas e um clima estável. Com escritórios em Winnipeg, Genebra, Ottawa e Toronto, nosso trabalho tem impacto em quase 100 países. 

Sobre o ODI - Instituto de Desenvolvimento Internacional (da sigla ODI, em inglês) é um grupo de reflexão independente e global, que trabalha para inspirar as pessoas a agir sobre a injustiça e a desigualdade. Através da pesquisa, convocação e influência, o ODI gera idéias que são importantes para as pessoas e para o planeta. 

Sobre o E3G - E3G é um think tank europeu independente de mudanças climáticas que acelera a transição para um mundo seguro para o clima. O E3G é composto por estrategistas líderes mundiais na economia política da mudança climática, dedicados a alcançar um clima seguro para todos. O E3G constrói coalizões intersetoriais para alcançar resultados cuidadosamente definidos, escolhidos por sua capacidade de alavancar a mudança. E3G trabalha em colaboração com parceiros que possuem os mesmos interesses em governo, política, negócios, sociedade civil, ciência, mídia, fundações de interesse público e outros. A E3G procura tornar possível o necessário.

Fonte: ONU Brasil


segunda-feira, 18 de outubro de 2021

Infraestrutura é responsável por 79% das emissões de gases de efeito estufa


Legenda: O documento dá destaque a projetos de infraestrutura que contribuíram para o cumprimento das metas nacionais de clima e desenvolvimento
Foto: © C Dustin/Unsplash

Um novo relatório, publicado às vésperas da 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP26), apela por mudanças radicais na forma como os governos planejam, projetam e gerenciam a infraestrutura. O estudo também enfatiza o papel, muitas vezes esquecido, que a infraestrutura desempenha nos esforços de mitigação e adaptação às mudanças climáticas. Intitulado "Infraestrutura para a Ação Climática", o documento foi produzido em conjunto pelo UNOPS, agência das Nações Unidas especializada em projetos de infraestrutura; o PNUMA, a agência da ONU para o meio ambiente; e a Universidade de Oxford. 

O relatório examina cuidadosamente a influência da infraestrutura na ação climática nos setores de energia, transporte, água, resíduos sólidos, comunicações digitais e prédios. As conclusões indicam que a infraestrutura é responsável por 79% das emissões totais de gases de efeito estufa, além de 88% dos custos totais de adaptação. Portanto, o setor é fundamental para o cumprimento do Acordo de Paris e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). 

Os autores do estudo conclamam os governos a priorizar a infraestrutura para a ação climática. Da mesma forma, convocam para a colaboração no planejamento para lidar com as emissões que recaem sobre os setores de infraestrutura. Uma das conclusões é que, para enfrentar as mudanças climáticas, os governos precisam repensar radicalmente como a infraestrutura é planejada, projetada e gerenciada, para torná-la adequada a um futuro de baixa emissão e mais resiliente. 

O relatório apresenta, ainda, algumas das principais ações que os profissionais podem realizar para garantir que medidas de adaptação e mitigação sejam incorporadas aos projetos de infraestrutura, ao mesmo tempo em que se busca alcançar a sustentabilidade de longo prazo. Com atenção especial a exemplos de nível nacional, o documento traz projetos de infraestrutura que contribuíram para o cumprimento das metas nacionais de clima e desenvolvimento. 

Por ocasião da publicação do novo relatório, a secretária-geral adjunta das Nações Unidas e Diretora Executiva do UNOPS, Grete Faremo, afirmou: 

"Nosso mundo enfrenta uma crise climática com mudanças sem precedentes, cada vez mais intensas e, em alguns casos, irreversíveis. Ainda há tempo para agir, mas devemos fazê-lo com urgência." 

"Este relatório enfatiza a necessidade de mudanças radicais na forma como pensamos sobre infraestrutura para conter os efeitos mais graves das mudanças climáticas. Em última análise, é fundamental que façamos a coisa certa, pois as decisões de infraestrutura que tomamos hoje determinarão a qualidade de nosso futuro comum." 

A secretária-geral adjunta das Nações Unidas e Diretora Executiva do PNUMA, Inger Andersen, declarou: 

"Na tentativa de reduzir a lacuna de infraestrutura e melhorar a qualidade de vida das pessoas em todo o mundo, é essencial investir em infraestrutura sustentável que se adapte às futuras condições climáticas incertas, contribua para a descarbonização da economia, proteja a biodiversidade e minimize a poluição. A infraestrutura sustentável é a única forma de garantir que as pessoas, a natureza e o meio ambiente prosperem em harmonia."

Arrematando o debate, o professor de Riscos Climáticos e Ambientais da Universidade de Oxford Jim Hall afirmou: 

"A questão principal não é se precisamos de infraestrutura, mas como ela pode ser desenvolvida de forma sustentável, resiliente e compatível com um futuro com emissões líquidas zero. Não há uma resposta simples para a questão de como criar uma infraestrutura compatível com o clima. Inúmeras decisões precisam ser tomadas, desde o momento em que um projeto é concebido até a sua conclusão, quando ele é desmontado ou reformado." 

Sobre UNOPS - A missão do UNOPS é ajudar as pessoas a melhorar suas condições de vida e os países a alcançarem a paz e o desenvolvimento sustentável. Auxiliamos as Nações Unidas, governos e outros parceiros na gestão de projetos, na execução de infraestrutura sustentável e em processos de aquisição de forma eficiente. Com décadas de experiência prática na implementação de infraestrutura, o UNOPS está empenhado em apoiar a ação climática e lidar com a emergência climática. 

Sobre PNUMA - O PNUMA é a principal autoridade ambiental do mundo. Oferece liderança e incentiva o trabalho conjunto no cuidado com o meio ambiente, inspirando, informando e capacitando nações e povos para melhorar sua qualidade de vida sem comprometer a das gerações futuras. 

Oxford University - Pelo quinto ano consecutivo, a Universidade de Oxford é líder no ranking acadêmico de universidades. No cerne desse sucesso, estão a pesquisa e a inovação de ponta. A Universidade de Oxford é conhecida por sua excelência e por formar algumas das pessoas mais talentosas do mundo. O trabalho da instituição ajuda a melhorar milhões de vidas e resolve problemas do mundo real por meio de uma grande rede de alianças e colaborações. A amplitude e a natureza interdisciplinar da pesquisa realizada pela Universidade de Oxford encorajam reflexões e soluções imaginativas e inventivas.


Abertas as inscrições para o vestibular UEMS 2022 Mundo Novo

ATENÇÃO… Estão abertas as inscrições para o vestibular UEMS 2022! 🏛⚠️
As inscrições vão de 18/10 a 20/12/2021. Sendo que o período de solicitação de isenção da taxa de inscrição vai até 29/10.
As inscrições podem ser feitas pelo site: concurso.fapec.org
As provas acontecerão no dia 08/01/2022, e serão realizadas presencialmente.
Na UEMS de Mundo Novo serão ofertavas vagas via vestibular para os cursos de:
Agronomia: 26 vagas ✅
Ciências Biológicas: 20 vagas ✅
Tecnologia em Gestão Ambiental: 20 vagas ✅
Lembrando que a UEMS é uma Universidade Pública! Ou seja, o(a) aluno(a) não paga matrícula e nem mensalidade!
Venha para a UEMS de Mundo Novo!
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