domingo, 26 de dezembro de 2021

Humor: Como rastrear um bêbado?

Frase de Natal de Leonardo Boff

CARTA ABERTA À HUMANIDADE

 

Em um manifesto em tom dramático e que está colhendo adesões, Chico Buarque, Leonardo Boff, Zélia Duncan, dom Mauro Morelli, Padre Júlio Lancellotti, Carol Proner, e outros, lançaram neste sábado (6) uma "carta aberta à humanidade" na qual denunciam que o Brasil se tornou uma "câmara de gás a céu aberto". 

No manifesto, há um apelo para que STF, OAB, Congresso Nacional, CNBB e Nações Unidas entrem em ação: "Pedimos urgência ao Tribunal Penal Internacional (TPI) na condenação da política genocida desse governo que ameaça a civilização".

No texto, os autores e autoras afirmam que "o monstruoso governo genocida de Bolsonaro deixou de ser apenas uma ameaça para o Brasil para se tornar uma ameaça global". 

A íntegra do texto:
CARTA ABERTA À HUMANIDADE

"Vivemos tempos sombrios, onde as piores pessoas perderam o medo e as melhores perderam a esperança." Hanna Arendt
O Brasil grita por socorro.
Brasileiras e brasileiros comprometidos com a vida estão reféns do genocida Jair Bolsonaro, que ocupa a presidência do Brasil, junto a uma gangue de fanáticos movidos pela irracionalidade fascista.
Esse homem sem humanidade nega a ciência, a vida, a proteção ao meio-ambiente e a compaixão. O ódio ao outro é sua razão no exercício do poder.

O Brasil hoje sofre com o intencional colapso do sistema de saúde. O descaso com a vacinação e as medidas básicas de prevenção, o estímulo à aglomeração e à quebra do confinamento, aliados à total ausência de uma política sanitária, criam o ambiente ideal para novas mutações do vírus e colocam em risco toda a humanidade. Assistimos horrorizados ao extermínio sistemático de nossa população, sobretudo dos pobres, quilombolas e indígenas.
Nos tornamos uma "câmara de gás" a céu aberto.
O monstruoso governo genocida de Bolsonaro deixou de ser apenas uma ameaça para o Brasil para se tornar uma ameaça global.
Apelamos às instâncias nacionais – STF, OAB, Congresso Nacional, CNBB – e às Nações Unidas. Pedimos urgência ao Tribunal Penal Internacional (TPI) na condenação da política genocida desse governo que ameaça a civilização.
Vida acima de tudo! 

terça-feira, 21 de dezembro de 2021

Coordenador da Terra de Direitos, Darci Frigo assume presidência do Conselho Nacional de Direitos Humanos

O coordenador da Terra de Direitos, Darci Frigo, assumiu a presidência do Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH), em evento de posse realizado no último dia 10 de dezembro, em Brasília (DF). Frigo assume o assento destinado à sociedade civil, enquanto representação da Plataforma de Direitos Humanos Econômicos, Sociais, Culturais e Ambientais - Dhesca Brasil no colegiado. Como vice-presidente e representante do poder público, assumiu Yuri Costa (Defensoria Pública da União). No CNDH, dois eleitos alternam a presidência e a vice-presidência ao longo do biênio, garantindo a paridade de representação.

Vinculado ao Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, o CNDH é um órgão colegiado de composição paritária que tem por finalidade a promoção e a defesa dos direitos humanos no Brasil. Possui, entre outras atribuições, as tarefas de fiscalizar e monitorar as políticas públicas de direitos humanos, recomendar diretrizes para a sua efetivação dos direitos, opinar sobre atos normativos, administrativos e legislativos de interesse da política, entre outras funções.

Composta por 11 representantes da sociedade civil, de diversas temáticas de atuação nos direitos humanos, e 11 do poder público, o colegiado tem um importante papel para garantir o avanço na implementação e efetivação de uma política de direitos humanos e resistência a retrocessos sociais. Com aumento da extrema pobreza, piora dos índices sociais – com impacto mais intenso entre a população negra, periférica, indígena, quilombola e de mulheres – o espaço tem sido apontado pelas organizações e movimentos populares como uma frente estratégica na luita por direitos humanos no país.

"Vamos precisar dos apoio de diferentes instituições. Nós temos que fortalecer nossa instituição, fortalecer as capacidade de articulação para que o conselho nacional, os movimentos e as pessoas que lutam por direitos humanos possam garantir que de fato os direitos humanos se tornem realidade e algo concreto na vida das pessoas", destacou Frigo na posse.

A posse ainda marcou a ocupação de assento da mesa diretora por dois novos integrantes: Leandro Scalabrin, representante do Movimento Antigidos por Barragens/Via Campesina e a representante da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Virgínia Berriel.

Durante ato de posse a nova presidência destacou a importância de garantir o seu reconhecimento como instituição nacional de direitos humanos e ter também na sua agenda de maneira destacada o enfrentamento do racismo.

Fonte: Terra de Direitos


Livre de vírus. www.avast.com.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

É neste sábado! Curso online gratuito COLHEITA - Parceria ISLA e MUSEU DO AMANHÃ 🌱



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Acontece neste sábado o último encontro do Clube da Horta promovido pelo Museu do Amanhã.


No dia 18 de dezembro, às 15h, engenheiro agrônomo Santiago Pereda irá falar sobre o ponto de colheita das principais hortaliças e sugestões de preparos para celebrar o final deste ciclo na horta. A atividade acontece em sala virtual (os inscritos receberão o link). 

Aproveite para tirar suas dúvidas sobre como realizar a melhor colheita na horta, qual o momento certo de podar, como aproveitar os alimentos da melhor forma e como fazer da colheita uma verdadeira celebração. Também haverá um espaço para perguntas e bate-papo entre os participantes do encontro. 

Os participantes recebem certificado.
As inscrições estão abertas, garanta a sua vaga clicando aqui.


Vacinômetro Quilombola: 1 a cada 3 quilombos ainda enfrenta problemas na vacinação, revela 3ª edição



Mesmo que alguns problemas na vacinação de quilombolas tenham sido superados, 1 a cada 3 quilombos do Brasil ainda apresenta dificuldades na execução da política de imunização contra a Covid-19. 

 

 

É isso o que demonstra a terceira edição do Vacinômetro Quilombola, um levantamento organizado pela Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq), em parceria com a Terra de Direitos e Ecam para monitorar a vacinação nos quilombos do país. 

 

Leia a 3ª ediçao do Vacinômetro

Esta edição encerra a série de levantamentos produzidas por esta articulação desde junho deste ano.

 

 

Para a produção dessas análises, foram identificados 450.318 quilombolas em 1214 quilombos do país.  

Confira os dados da série histórica
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Fonte: Terra de Direitos

segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

Como o garimpo ilegal dominou o Rio Madeira e por que é tão difícil acabar com ele

Via Brasil de Fato.
 Você deve ter visto esta semana imagens de dezenas de balsas de garimpeiros em uma corrida pelo ouro no Rio Madeira, no Amazonas. Com a repercussão, uma operação federal apreendeu diversas embarcações e contribuiu para dispersar a aglomeração. Depoimentos de garimpeiros colhidos pelo Brasil de Fato em agosto demonstram por que ações repressivas como essa não são capazes, por si só, de livrar a região dos crimes ambientais.
 
"Se hoje eu plantar, tipo, 500 pés de banana, vou tirar R$ 1 mil e pouco em cinco ou seis meses. Na balsa, se você trabalhar um mês, dependendo do ouro, você faz uns R$ 8 mil. Na roça você só se lasca", contou um ribeirinho de 28 anos que vive em uma comunidade perto do Município de Manicoré (AM).
 
O caso dele é comum: sem incentivos para permanecer na agricultura, ribeirinhos vêm trocando o roçado pelo garimpo, que oferece alta e rápida lucratividade. Só que, enquanto isso, produz graves danos socioambientais e acentua a desigualdade social.
 
A atividade garimpeira é ilegal e afasta os ribeirinhos do extrativismo e da conservação do ambiente, potencializando a poluição ambiental. Ela também abre espaço a outras ilegalidades, como o tráfico de drogas.
 
A área atingida pelo garimpo ilegal mais que dobrou entre 2007 e 2020. A principal responsabilidade sobre esse crescimento recai sobre o agronegócio, que injeta dinheiro no garimpo. Mas ele não age sozinho. Fica muito mais fácil quando o presidente da República encoraja a atividade predatória e o governo federal desmonta a fiscalização ambiental, como vem ocorrendo.
 
 
É mais difícil também de afastar a população do garimpo quando não há políticas públicas de incentivo à agricultura familiar ou acesso a direitos sociais como saúde e educação.
 
E aí não adianta queimar balsas em uma operação, já que os políticos locais também apoiam os garimpeiros. Ela não causa prejuízo significativo aos latifundiários e é como se aumentasse a vontade de ir desempenhar a atividade. Postagens em redes sociais mostram que a prática já começa a se recompor.
 

Fonte: Brasil de Fato   

ARTIGO: Direitos humanos - igualdade para o desenvolvimento sustentável

Foto: © Freepik

Em artigo para o Dia Internacional dos Direitos Humanos, celebrado em 10 de dezembro, a coordenadora residente das Nações Unidas no Brasil, Silvia Rucks, defende que a igualdade é "a chave para destravar o desenvolvimento" e superar a crise trazida pela COVID-19.

"Promover a inclusão social, econômica e política, independentemente de idade, gênero, deficiência, raça, etnia, origem, religião ou condição econômica, é um passo imprescindível para que o mundo emerja desta crise melhor do que antes", escreve Rucks.

A coordenadora residente da ONU no Brasil recorda que o desenvolvimento é um direito humano e reitera o compromisso da ONU com promessa feita pelos países de promover o desenvolvimento sustentável, sem deixar ninguém para trás.

Leia abaixo o artigo na íntegra.

Enquanto o mundo luta para debelar de vez a pandemia de COVID-19 e encontrar formas de reconstruir nossas economias e sociedades, não podemos perder de vista a noção de que o desenvolvimento é um direito humano.

Adotar uma abordagem de desenvolvimento baseada nos direitos humanos nos trará resultados mais efetivos e sustentáveis. Essa ideia está estampada em cada um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que compõem a Agenda 2030. Esse documento, que congrega as aspirações dos 193 Estados-membros das Nações Unidas para um presente e um futuro que sejam mais igualitários e sustentáveis, é permeado pelo respeito e observância dos direitos fundamentais inerentes a todas as pessoas.

E a ênfase deve estar no "todas". A chave para destravar o desenvolvimento é a igualdade. Promover a inclusão social, econômica e política, independentemente de idade, gênero, deficiência, raça, etnia, origem, religião ou condição econômica, é um passo imprescindível para que o mundo emerja desta crise melhor do que antes.

As mudanças climáticas, a poluição e a perda de ambientes naturais afetam desproporcionalmente pessoas, grupos e povos vulnerabilizados. A pobreza, as desigualdades e formas de discriminação estrutural são graves violações de direitos humanos. Todos esses fatores são sólidos entraves ao crescimento econômico e ao desenvolvimento sustentável.

Vencer esses obstáculos requer compromisso político renovado e participação efetiva de todas as pessoas, principalmente aquelas mais afetadas. Os recursos e as oportunidades, assim como o poder de escolher o rumo que tomaremos coletivamente, devem estar distribuídos de maneira justa e igualitária entre os diferentes grupos sociais e comunidades, para que a diversidade de visões, experiências e demandas nos ofereça soluções eficazes para nossos problemas compartilhados.

Como destacou o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, precisamos de um novo contrato social, que tenha como fundação uma economia balizada pelos direitos humanos, capaz de sustentar sociedades mais justas. Uma economia que tenha como meta garantir que todas as pessoas tenham respeitados seus direitos econômicos, sociais e culturais, além da chance de viver em um meio ambiente seguro, limpo e saudável.

Atenção especial deve ser prestada à juventude. Sucessivas crises financeiras e sanitárias tiveram impactos multidimensionais e de longa duração em milhões de jovens em todo o mundo. A descrença no futuro não pode ser nosso legado a essa geração. Seus direitos precisam ser protegidos, por meio de educação, empregos e proteção social, para que não pereçam em meio à desigualdade, à pobreza e à crise climática – que ameaça não apenas os jovens de hoje, mas as gerações que ainda nem nasceram.

Sem direitos humanos e igualdade, não alcançaremos desenvolvimento pleno. O princípio irrefutável da dignidade de todas as pessoas deve potencializar práticas sustentáveis que assegurem a igualdade de oportunidades a todas as pessoas. Esse é o caminho para alcançarmos acesso universal a saúde, educação e saneamento. Para assegurar que as mulheres possam contribuir para nossas sociedades em pé de igualdade com os homens. Para vencer o racismo e outras formas de discriminação racial ou étnica.

A cada 10 de dezembro – Dia Internacional dos Direitos Humanos – as Nações Unidas no Brasil reiteram seu compromisso de continuar trabalhando pela igualdade de oportunidades para todas as pessoas. Nossa missão é contribuir para atender as necessidades de grupos historicamente excluídos ou discriminados e para cumprir a promessa feita pelos países de promover o desenvolvimento sustentável, sem deixar ninguém para trás.

* por Silvia Rucks, coordenadora residente das Nações Unidas no Brasil


quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

FAO avalia reconhecimento internacional de sistema tradicional e agroecológico de produção de erva-mate no Paraná


flor de erva-mateLegenda: A produção tradicional de erva-mate no Paraná envolve aproximadamente 7 mil agricultores familiares e é cultivada em modo agroecológico junto a remanescentes de Floresta com Araucária
Foto: © André E. B. Lacerda/Cederva

Uma visita técnica que percorrerá três municípios nos dias 10 e 11 de dezembro pode garantir reconhecimento internacional ao modo tradicional, agroecológico e familiar de produzir erva-mate no Paraná. Durante este período, propriedades nos municípios de Irati, São João do Triunfo e São Mateus do Sul, no interior do Paraná, receberão representantes da diretoria no Brasil da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento — além de prefeitos da região, lideranças comunitárias, de sindicatos de trabalhadores rurais, pesquisadores e outros agricultores.

O reconhecimento internacional é concedido pela FAO no âmbito do programa Sistemas Importantes do Patrimônio Agrícola Mundial (SIPAM), coordenado por este braço da ONU. São modelos exemplares que aliam a produção agrícola à manutenção de tradições, valorização social, saberes e técnicas populares, bem como auxiliam na preservação do meio ambiente.

Em todo o mundo, a FAO reconhece 62 sistemas agrícolas, em 22 países. Destes, apenas quatro são na América Latina. O "Sistema Tradicional e Agroecológico de Erva-mate na Floresta com Araucária" é candidato a ser a segunda iniciativa brasileira ao programa SIPAM – a primeira foi o reconhecimento às comunidades apanhadoras de flores sempre-vivas, na Serra do Espinhaço em Minas Gerais.

Candidatura – Os agricultores tradicionais e agroecológicos paranaenses estão trabalhando desde março de 2020 para viabilizar a candidatura da qualificação como sítio do patrimônio agrícola mundial. Durante este período, nem mesmo a pandemia interrompeu diálogos virtuais e a busca de informações para compor um dossiê de mais de 80 páginas com detalhes sobre os sistemas.

A mobilização dos agricultores para a candidatura ao SIPAM tem a liderança do Observatório dos Sistemas Tradicionais e Agroecológicos de Erva-mate, lançado em 2019. É uma iniciativa que reúne mais de 20 instituições, como sindicatos de trabalhadores rurais, prefeituras, centros de pesquisa, universidades e organizações do Terceiro Setor.

Erva-mate – A erva-mate é uma espécie nativa de ecossistemas da região, principalmente usada no preparo de bebidas como chimarrão, tererê e infusões ("chá mate"). Além das bebidas, a planta também é usada como ingrediente em outros produtos alimentícios, fármacos e cosméticos.

A produção tradicional de erva-mate do Centro-Sul e Sudeste do Paraná envolve aproximadamente 7 mil agricultores familiares e é cultivada em modo agroecológico junto a remanescentes de Floresta com Araucária. Também se desenvolve em comunidades tradicionais, como faxinais e terras indígenas. Os cultivos agregam conhecimentos e saberes tradicionais e ancestrais, e se consorciam com a vegetação nativa, aproveitando a iluminação e sombreamento sobre as plantas, bem como os nutrientes providos pela própria floresta — dispensando, assim, a necessidade de insumos químicos, como agrotóxicos e adubos.

Serviço e programação

  • Missão da FAO: Candidatura dos Sistemas Tradicionais e Agroecológicos de Erva-mate na Floresta com Araucária, Brasil, para o programa SIPAM 
  • 10/12 -10h30 às 13h30 - Visita à propriedade e almoço na comunidade de Arroio Grande 
  • 10/12 -14h às 17h - Evento de Lançamento do Plano de Conservação Dinâmica* 
  • 11/12 - 8h30 às 12h - Visita e almoço em Faxinal de Emboque (São Mateus do Sul/PR)
  • 11/12 - 12h30 às 15h30 – Visita à Ervateira orgânica Cinco Estrelas (São João do Triunfo/PR) 

*Devido às medidas sanitárias relacionadas à pandemia de COVID-19, a participação neste evento será restrita a convidados – de quem será requerida imunização completa.

Fonte: ONU Brasil

Em meio a necessidades crescentes, parceiros requerem US$1,79 bilhão para refugiados e migrantes da Venezuela



Legenda: A pandemia COVID-19 piorou as condições de vida dos mais vulneráveis na região, incluindo refugiados e migrantes
Foto: © Ilaria Rapido Ragozzino/ACNUR

Organização Internacional para as Migrações (OIM) e o ACNUR, a Agência da ONU para os Refugiados, estão lançando nesta quinta-feira (9) um plano regional de 1,79 bilhão de dólares para apoiar as necessidades crescentes de refugiados e migrantes da Venezuela e suas comunidades de acolhida em 17 países na América Latina e no Caribe.

O número de refugiados e migrantes da Venezuela em todo o mundo já chega a seis milhões, sendo que a maior parte se encontra em países da América Latina e do Caribe. A maioria já está há muitos anos deslocada fora da Venezuela.

Vários países de acolhida estabeleceram mecanismos inovadores de proteção e regularização para ajudá-los a ter acesso a direitos e serviços. No entanto, à medida que esta situação se prolonga, as vulnerabilidades e riscos que as pessoas venezuelanas enfrentam, bem como as necessidades de suas comunidades de acolhida, aumentam dramaticamente.

"O apoio constante da comunidade internacional continua sendo crucial para atender às necessidades mais urgentes dos refugiados e migrantes e para ajudar os países anfitriões a garantir a integração socioeconômica", disse o representante especial conjunto do ACNUR e da OIM para Refugiados e Migrantes da Venezuela, Eduardo Stein. "Aqueles que deixaram a Venezuela estão dispostos a contribuir e retribuir às comunidades que os acolheram."

A pandemia COVID-19 piorou as condições de vida dos mais vulneráveis na região, incluindo refugiados e migrantes. O desemprego e a pobreza crescentes, as dificuldades de acesso à educação e serviços básicos, bem como os sérios riscos de proteção decorrentes da sua falta de regularização migratória, deixaram muitos em desespero e contribuíram para movimentos migratórios a procura de melhores oportunidades.

Com as fronteiras terrestres praticamente fechadas em toda a região em um esforço para conter a propagação da COVID 19, os venezuelanos têm recorrido ao uso de rotas informais - muitas vezes a pé - expondo-se a graves perigos, como condições climáticas extremas, riscos naturais, ameaças de traficantes de pessoas ou exploração e abuso por contrabandistas. Entretanto, saídas da Venezuela persistem.

Plano 2022 - O Plano de Resposta a Refugiados e Migrantes (RMRP) 2022 está sendo lançado para responder a essas necessidades urgentes, apoiando soluções de longo prazo que permitirão aos venezuelanos retomar suas vidas.

O RMRP visa fortalecer ainda mais as respostas nacionais e regionais, apoiando serviços humanitários essenciais, incluindo saúde, abrigamento, distribuição alimentar, água, saneamento e higiene nos países anfitriões. Paralelamente, o RMRP se concentra na integração de longo prazo para aqueles que estão há vários anos nas comunidades de acolhida e na promoção do apoio ao desenvolvimento para esses países, a fim de garantir o acesso a educação, proteção, regularização migratória, mercado de trabalho, bem como a programas nacionais de saúde e bem-estar social.

"Os esforços contínuos de regularização migratória são um gesto de solidariedade e exigirão um investimento financeiro significativo para serem bem-sucedidos", disse Stein. "É necessário um maior compromisso e esforços combinados para garantir que ninguém seja deixado para trás."

O plano deste ano reúne 192 organizações parceiras envolvidas na resposta, incluindo agências das Nações Unidas, organizações não governamentais nacionais e internacionais, sociedade civil e organizações comunitárias lideradas por refugiados, migrantes. O plano foi desenvolvido em consulta com governos locais, sociedade civil e organizações religiosas, comunidades locais, doadores, bem como os próprios refugiados e migrantes, com o objetivo de envolver as populações afetadas em cada fase da resposta.

O RMRP é implementado no âmbito da Plataforma de Coordenação Interagencial R4V em 17 países da América Latina e Caribe, incluindo Argentina, Aruba, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Curaçao, República Dominicana, Equador, Guiana, México, Panamá, Paraguai, Peru, Trinidad  e Tobago e Uruguai.

Fonte: ONU Brasil

quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

Estigma e discriminação relacionados com o HIV persistem no mundo do trabalho


Legenda: A falta de dados básicos sobre a forma como o HIV é transmitido alimenta o estigma e a discriminação
Foto: © OIT

Mais de 40 anos após o início da epidemia da AIDS, elevados níveis de estigma e discriminação relacionados com o HIV persistem, de acordo com uma nova pesquisa global divulgada pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) antes do Dia Mundial da AIDS, observado em 1º de dezembro.

Cerca de quatro em cada 10 respondentes da pesquisa afirmaram que as pessoas que vivem com HIV não deveriam ser autorizadas a trabalhar diretamente com pessoas que não vivem com HIV. Até seis em cada 10 respondentes manifestaram-se favoráveis à testagem obrigatória de HIV antes de as pessoas serem autorizadas a trabalhar.

O estudo concluiu que as atitudes estigmatizantes e discriminatórias são alimentadas por uma falta de conhecimento sobre a transmissão do HIV. Apenas uma em cada duas pessoas sabia que o HIV não podia ser transmitido pelo uso compartilhado de um banheiro e apenas uma em cada quatro pessoas respondeu corretamente às perguntas sobre a forma de transmissão do HIV. Os mitos e conceitos errados persistem, contribuindo para o estigma e a discriminação. 

O relatório, The ILO Global HIV Discrimination in the World of Work Survey, é o resultado de uma colaboração inédita entre a OIT e o instituto de  pesquisas Gallup International. O estudo aponta para as causas da persistência do estigma e da discriminação relacionados com o HIV no mundo do trabalho. Os resultados baseiam-se em informação coletadas com mais de 55.000 pessoas em 50 países em todo o mundo.

Dados por região e escolaridade - As opiniões variam consideravelmente de região para região. Os níveis mais baixos de tolerância para trabalhar diretamente com pessoas que vivem com HIV foi registrado na Ásia e no Pacífico (apenas 40% das pessoas respondentes disseram que as pessoas que vivem com HIV deveriam ser autorizadas a trabalhar com pessoas não vivem com HIV) e no Médio Oriente e no Norte de África (onde apenas 42% disseram que as pessoas que vivem com HIV deveriam ser autorizadas a trabalhar com pessoas não vivem com HIV).

As regiões com as atitudes mais positivas são a África Oriental e Austral, onde quase 90% das pessoas defenderam que o trabalho direto com pessoas que vivem com HIV deveria ser permitido.

Os níveis educacionais mais altos estão também associados a atitudes positivas em relação a trabalhar com pessoas que vivem com HIV.  Em termos globais, 68% das pessoas com educação superior concordam que o trabalho direto com pessoas que vivem com HIV deve ser permitido, em comparação com 39,9% das pessoas que apenas possuem o nível básico.

"É chocante que, 40 anos após o início da epidemia do HIV e da AIDS, os mitos e as ideias falsas continuem tão generalizados. A falta de dados básicos sobre a forma como o HIV é transmitido alimenta o estigma e a discriminação", afirmou o chefe da Unidade Gênero, Diversidade e Inclusão (GEDI) da OIT, Chidi King.

"Esta pesquisa é um alerta para a necessidade de redinamizar os programas de prevenção e educação sobre o HIV. O mundo do trabalho tem um papel fundamental a desempenhar. O estigma e a discriminação no local de trabalho marginalizam as pessoas, empurram as pessoas que vivem com HIV para a pobreza e minam o objetivo do trabalho decente", completou.

Recomendações - O relatório propõe uma série de recomendações, incluindo a implementação de programas sobre o HIV que aumentem os conhecimentos de trabalhadores e trabalhadoras sobre a transmissão do HIV e desfaçam mitos e conceitos errados, melhorando o ambiente jurídico e político em torno do HIV para proteger os direitos no trabalho e para abolir a testagem obrigatória de HIV, em conformidade com a Recomendação (Nº 200) da OIT sobre HIV e AIDS, de 2010.

Ele propõe ainda a melhoria do acesso à proteção social e o combate à violência e ao assédio que podem resultar do estigma e da discriminação, por meio da ratificação e implementação da Convenção (Nº 190) da OIT sobre Violência e Assédio, adotada em 2019.

Fonte: ONU Brasil

Em encontro virtual, ONU Mulheres e PNUD combatem violência política contra mulheres



Legenda: O encontro será transmitido ao vivo no canal da ONU Mulheres, no YouTube
Foto: © Clem Onojeghuo/Unsplash

Nesta quinta, 02 de dezembro, às 9h, a ONU Mulheres e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) promovem o evento virtual "Violência política contra as mulheres: compromissos para o futuro". A ação faz parte da agenda oficial de ações em torno dos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra Mulheres e Meninas, mobilização abrigada pela campanha anual do secretário-geral da ONU, "Una-se pelo Fim da Violência contra as Mulheres

O encontro será transmitido ao vivo no canal da ONU Mulheres, no YouTube.

Durante o evento, as organizações parceiras irão compartilhar a sua atuação e os seus compromissos com o objetivo de criar um plano interinstitucional de enfrentamento à violência política contra as mulheres, além de um grupo de trabalho técnico. A união de forças é um passo importante para o processo de prevenção e mitigação da violência política no Brasil. 

O encontro virtual marca ainda o lançamento de três publicações de referência internacional: "Prevenir a violência contra as mulheres durante as eleições: um guia programático" (PNUD e ONU Mulheres); "Violência contra as mulheres na política: roteiro para prevenir, monitorar, punir e erradicar" (PNUD, ONU Mulheres e IDEA Internacional) e "Cartilha de Prevenção à violência política contra as mulheres em contextos eleitorais" (ONU Mulheres), material ainda inédito. 

Participantes - Com o intuito de fortalecer a discussão sobre a violência política contra as mulheres, a reunião de alto nível contará com a participação de Anastasia Divinskaya, representante da ONU Mulheres no Brasil; Katyna Argueta, representante do PNUD no Brasil; Ana Claudia Pereira, analista de programas da ONU Mulheres; Moema Freire, coordenadora da Unidade de Governança e Justiça para o desenvolvimento do PNUD; Ana Beatriz Martins, ministra e chefe adjunta da Delegação da União Europeia no Brasil, Maria Claudia Bucchianeri Pinheiro, ministra do Tribunal Superior Eleitoral; Cristiane Rodrigues Britto, secretária nacional de Políticas para as Mulheres; Liana Lidiane Pacheco Dani, defensora pública federal da Defensoria Pública da União; Joaquim Cabral da Costa Neto, procurador da República da Procuradoria-Geral Eleitoral; Sandra Krieger, conselheira do Conselho Nacional do Ministério Público; e a deputada federal Tereza Nelma, Procuradora da Mulher na Câmara dos Deputados, além de representante do Observatório Nacional da Mulher na Política da Câmara dos Deputados. Roberta Eugênio, co-diretora do Instituto Alziras, ficará responsável pela moderação. 

Divulgação do evento/ONU Mulheres

Serviço:

  • Evento virtual "Violência política contra as mulheres: compromissos para o futuro"
    Quinta (2/12), às 9h, no canal da ONU Mulheres, no YouTube.

Fonte: ONU Brasil