sexta-feira, 25 de março de 2022
Novo diretor-geral da Organização Internacional do Trabalho é eleito
Foto: © OIT
O próximo diretor-geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT) será Gilbert F. Houngbo, do Togo.
Houngbo é atualmente presidente do Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (FIDA).
Ele foi eleito pelo Conselho de Administração da OIT, composto por representantes de governos, trabalhadores e empregadores, durante sua reunião em Genebra. Ele será o 11º diretor-geral da OIT e o primeiro africano a ocupar o cargo.
Falando após sua eleição, Houngbo disse: "Embora minhas origens sejam africanas, minha perspectiva é global. Em uma época, infelizmente, de divisão, o meu compromisso de ser um diretor-geral unificador mantém-se firme. Serei o diretor-geral de ninguém e o diretor-geral de todos. Tanto os governos, como os empregadores e os trabalhadores, de todas as regiões do mundo, podem e devem contar com minha total prontidão para representar e defender as opiniões de todos os constituintes tripartites da Organização."
"Comprometo-me a representar as vozes daqueles que confiam em nós, na OIT. Estou pensando nos quatro bilhões de pessoas ao redor do mundo que não têm acesso à proteção social. Estou pensando nos mais de 200 milhões de mulheres e homens que enfrentam o desemprego. Os 160 milhões de crianças em trabalho infantil. Os 1,6 bilhão de pessoas no setor informal. As empresas, particularmente as pequenas e médias empresas, que estão enfrentando interrupção ou fechamento da cadeia de suprimentos devido a crises, incluindo pandemia, mudança climática e conflito armado. Estou pensando nas mulheres e homens que enfrentam discriminação, violência e assédio no local de trabalho e em outros lugares. Todas essas são expressões da injustiça social inaceitável que somos moralmente, se não legalmente, obrigados a resolver", afirmou diretor recém-eleito.
O mandato de cinco anos do novo diretor-geral começará em 1º de outubro de 2022. O atual diretor-geral, Guy Ryder, do Reino Unido, ocupa o cargo desde 2012.
O Conselho de Administração da OIT é composto por 56 membros titulares (28 Governos, 14 Empregadores e 14 Trabalhadores) e 66 membros suplentes (28 Governos, 19 Empregadores e 19 Trabalhadores). Os membros Empregadores e Trabalhadores são eleitos individualmente. A OIT é a agência especializada mais antiga da ONU. Foi fundada em 1919 e tem o mandato de promover o trabalho decente para todas as pessoas. Tem 187 Estados membros.
Cinco pessoas eram candidatas ao cargo de diretor-geral da OIT. Os demais candidatos eram:
- Kang Kyung-wha (República da Coreia); ex-ministra das Relações Exteriores da República da Coreia, vice-diretora-geral de organizações internacionais coreanas e vice-alta-comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos.
- Mthunzi Mdwaba (África do Sul); ex-vice-presidente dos Empregadores do Conselho de Administração da OIT e vice-presidente para a OIT, Organização Internacional de Empregadores.
- Muriel Pénicaud (França), atualmente embaixadora e representante Permanente da França junto à Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), e ex-ministra do Trabalho da França.
- Greg Vines (Austrália), atualmente vice-diretor-geral da OIT responsável pela Gestão e Reforma, e anteriormente ministro (Trabalho) da Missão Permanente da Austrália junto às Nações Unidas em Genebra e presidente do Conselho de Administração da OIT.
quinta-feira, 24 de março de 2022
ONU-Habitat e Rio de Janeiro selam acordo para promover desenvolvimento urbano no estado
Foto: © Governo do Rio de Janeiro
Um desenvolvimento urbano sustentável, integrado e inclusivo no estado do Rio de Janeiro é o norte que guia o novo acordo entre o Programa das Nações Unidas para Assentamentos Humanos (ONU-Habitat) e o governo estadual. A parceria foi assinada na noite desta terça-feira (22) pelo representante regional do ONU-Habitat para América Latina e Caribe, Elkin Velasquez, e o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro. O evento foi realizado no Cristo Redentor.
O objetivo do memorando de entendimento é selar um marco de cooperação entre ONU-Habitat e Governo para buscar soluções para o alcance do desenvolvimento urbano sustentável no Rio de Janeiro. A parceria, que terá duração de dois anos, deverá fomentar a implementação da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável – com destaque para o Objetivo do Desenvolvimento Sustentável (ODS) 11, tornar as cidades e comunidades mais inclusivas, seguras, resilientes e sustentáveis – e da Nova Agenda Urbana.
"É um privilégio poder acompanhar o estado do Rio de Janeiro nesse processo. Esse é um momento muito importante não só para as cidades fluminenses, mas para a América Latina como um todo. O estado vai virar um exemplo para a região. Esse trabalho de olhar para as famílias em situação de risco para construir resiliência baseada nos princípios dos ODS precisa ser promovido", ressaltou Elkin Velasquez.
"É uma honra perceber que o Rio de Janeiro percorre o caminho da sustentabilidade", afirmou o governador Cláudio Castro. "Ao vermos tragédias como a de Petrópolis não há como não voltar o nosso olhar ao respeito com a casa comum. Ao longo das últimas décadas, nós não fizemos isso. Temos construções irregulares, falta respeito a espaços que deveriam ser de proteção ambiental. A Agenda 2030 é fundamental para promover uma sociedade mais igualitária e respeitosa", pontuou.
Foto: © Fabiano Veneza
Objetivos da parceria - A ideia do novo acordo é buscar melhores condições de moradia, realizar coleta e análise de dados e promover um planejamento urbano voltado aos princípios da Nova Agenda Urbana, aumentando a resiliência das cidades fluminenses.
Na prática, o acordo vai viabilizar um trabalho conjunto dividido em três frentes. A primeira vai compartilhar técnicas e metodologias para melhorar condições de vida dos habitantes do Rio de Janeiro através de um ambiente de debate qualificado. A segunda pretende fomentar a elaboração de projetos, programas e ações sobre questões do desenvolvimento urbano sustentável e redução da pobreza. A terceira, por fim, vai estimular capacitação de funcionários públicos e atores estaduais e municipais no âmbito da Nova Agenda Urbana e do ODS 11.
"A assinatura da parceria entre ONU-Habitat e Rio de Janeiro acontece em um momento em que o planejamento urbano voltado para o desenvolvimento sustentável se mostra, mais do que nunca, essencial para o bem-estar das cidades. Estamos prontos para desenvolver projetos que vão auxiliar os municípios fluminenses a fazer um diagnóstico de suas características urbanas e transformá-las em políticas públicas melhores, que vão impactar diretamente no bem-estar dos cidadãos e cidadãs", comentou a oficial nacional do ONU-Habitat para o Brasil, Rayne Ferretti Moraes.
A parceria foi anunciada no início do mês, após visita do governador ao diretor do ONU-Habitat em Nova Iorque, Chris Williams. Com a assinatura do memorando, será estabelecido um plano de trabalho que guiará os próximos passos.
Rio2030 - O evento de assinatura da parceria e lançamento da Rio2030 contou com uma projeção temática do Dia Mundial da Água e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável sobre o monumento ao Cristo Redentor, além de uma apresentação da Orquestra Maré do Amanhã.
A solenidade marcou o lançamento da Rio2030, uma nova iniciativa de implementação da Agenda 2030 no Rio de Janeiro alusiva aos 30 anos da Eco-92. Ela consiste em uma plataforma de projetos e ações para a sustentabilidade. Seu objetivo é integrar diferentes atores da sociedade no compartilhamento de conhecimento, tecnologias e projetos para a implantação da Agenda 2030 no estado do Rio de Janeiro durante a Década da Ação.
Fonte: ONU Brasil
ONU lança proposta para sistemas de alerta precoce contra clima extremo
Foto: © Fernando Frazão/Agência Brasil
Nos próximos cinco anos, todos na terra deveriam estar protegidos por sistemas de alerta precoce contra o clima cada vez mais extremo e mudanças climáticas. Esta é a mais nova meta ambiciosa das Nações Unidas, anunciada nesta quarta-feira (23).
O secretário-geral da ONU, António Guterres, incumbiu a Organização Meteorológica Mundial (OMM) de liderar os esforços e apresentar um plano de ação para este objetivo na próxima Conferência do Clima, que acontece no Egito em novembro.
O anúncio foi feito no Dia Mundial da Meteorologia, 23 de março, que este ano tem o tema "Alerta precoce e ação precoce".
"A interferência do ser humano no clima está agora prejudicando todas as regiões. O mais recente relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) detalha que já há sofrimento. Cada aumento no aquecimento global irá aumentar a frequência e intensidade dos eventos climáticos extremos", afirmou Guterres.
"Precisamos investir igualmente em adaptação e resiliência. Isto inclui informação que nos permita antecipar tempestades, ondas de calor, enchentes e secas", afirmou o chefe da ONU.
No entanto, um terço da população mundial, principalmente em países menos desenvolvidos e pequenos estados insulares em desenvolvimento, ainda não está coberta por sistemas de alerta precoce. Na África é ainda pior: 60% da população não têm esta cobertura.
"Isto é inaceitável, particularmente com os impactos do clima que com certeza estão piores", afirmou Guterres.
"Alertas precoces e ação salvam vidas. Por isso, hoje eu anuncio que as Nações Unidas irão liderar uma nova ação para garantir que cada pessoa na terra seja protegida por sistemas de alerta precoce dentro de cinco anos. Pedi que à Organização Meteorológica Mundial lidere este esforço e apresente um plano de ação na próxima conferência do clima da ONU, no fim do ano no Egito", afirmou o secretário em uma mensagem de vídeo para a cerimônia do Dia Mundial da Meteorologia.
"Devemos aumentar o poder de previsão para todos e construir capacidade para agir. Neste Dia Mundial da Meteorologia, reconheçamos o valor dos alertas precoces e da ação precoce como ferramentas críticas para reduzir o risco de desastres e apoiar a adaptação climática", acrescentou Guterres.
Legenda: De acordo com a OMM, o número de desastres aumentou cinco vezes num período de 50 anos
Foto: © NOAA
Clima extremo - As mudanças climáticas já estão visíveis através de clima extremo em todas as partes do mundo. Vemos ondas de calor mais intensas, além de secas e incêndios florestais. Há mais vapor na atmosfera, o que leva a chuva extrema e enchentes mortais. O aquecimento do oceano leva a tempestades tropicais mais poderosas e o aumento dos níveis do mar aumenta os impactos.
Nos últimos 50 anos (1970-2019), desastres relacionados a condições meteorológicas, ao clima ou à água têm ocorrido diariamente, tirando a cada dia a vida de 115 pessoas e causando perdas diárias de 202 milhões de dólares, de acordo com um relatório da OMM de 2021. O documento aponta que neste período de 50 anos, foram mais de 11 mil desastres atribuídos a estes perigos, com mais de dois milhões de mortes e 3,64 trilhões de dólares em perdas.
O número de desastres aumentou cinco vezes num período de 50 anos, causados pela indução humana nas mudanças climáticas, eventos climáticos mais extremos e mais informação.
Graças aos alertas precoces aperfeiçoados e ao gerenciamento de desastres, o número de vidas perdidas diminuiu três vezes no mesmo período em função de melhores previsões do clima e gerenciamento de desastre proativo e coordenado.
"O crescente número de desastres em função das mudanças climáticas está ameaçando a implementação de uma grande parte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Além de cada mitigação muito crítica, é cada vez mais importante investir em adaptação climática", afirmou o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas.
"Um dos maiores retornos de investimentos é alcançado com a melhoria dos serviços de alerta precoce de clima, água e previsão do tempo e infraestruturas de observação relacionadas. Há necessidade de investir 1,5 bilhão de dólares nos próximos cinco anos para melhorar a qualidade dos serviços e a infraestrutura relacionada, especialmente nos países menos desenvolvimentos e nos pequenos estados insulares em desenvolvimento", detalhou Taalas
Sistema de Alerta Precoce – Um Sistema de Alerta Precoce para enchentes, secas, ondas de calor ou tempestades é um sistema integrado que permite às pessoas saber quando condições meteorológicas perigosas estão a caminho e informa como governos, comunidades e indivíduos podem agir para minimizar seus impactos.
Estes sistemas permitem o monitoramento em tempo real das condições atmosféricas na terra e no mar e efetivamente prever condições meteorológicas e eventos climáticos futuros usando avançados modelos numéricos computacionais. O objetivo é compreender que riscos de tempestades previsíveis poderiam trazer a uma área que será afetada – e que pode ser diferente se é uma cidade ou zona rural, regiões polares, costeiras ou montanhosas.
Sistemas de alerta precoce devem incluir planos de resposta acordados por governos, comunidades e pessoas, para minimizar impactos antecipados. Um sistema de alerta precoce abrangente também deve incluir lições aprendidas em eventos passados, para continuamente melhorar as respostas futuras a problemas climáticos, meteorológicos ou outros relacionados ao meio ambiente.
Fonte: ONU Brasil
segunda-feira, 21 de março de 2022
quinta-feira, 17 de março de 2022
Rio das Feiras: sementes crioulas, memórias e lutas no Centro-sul do Paraná e Planalto norte catarinense
As Feiras de Sementes Crioulas e da Agrobiodiversidade são espaços privilegiados da livre circulação da biodiversidade e de convergência dos atores que conservam essas sementes e aí compartilham experiências e recriam seus conhecimentos. A região de atuação do Coletivo Triunfo, no Centro-sul do Paraná e no Planalto norte catarinense, tem uma longa trajetória na organização dessas feiras. Como bem nos lembra um agricultor guardião de sementes, essa história, assim como nossas vidas, não pode ser contada na forma de uma linha reta. Segue muito mais como o curso de um rio, com curvas, nascentes, afluentes, baixas e cheias. Venha seguir por essas águas, clique e navegue pela matéria especial. Fonte: AS-PTA |
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