quarta-feira, 3 de julho de 2024

ONU alerta: o mundo não está cumprindo os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável



Com menos de um quinto das metas caminhando na direção correta, o mundo não está conseguindo cumprir a promessa dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, alerta novo relatório da ONU.

Sem investimentos maciços e ações em escala, o cumprimento dos ODS permanecerá indefinido, adverte o Relatório sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 2024, lançado na sexta-feira (28 de junho).

Alcançar os ODS - o melhor caminho para enfrentar os desafios globais - continua sendo uma tarefa difícil.

O secretário-geral António Guterres (centro) fala durante a coletiva de imprensa sobre o Relatório dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 2024. À esquerda a vice-secretaria-geral, Amina Mohammed, e à direita Li Junhua, subsecretário-geral para os Assuntos Econômicos e Sociais do Nações Unidas.
Legenda: O secretário-geral António Guterres (centro) fala durante a coletiva de imprensa sobre o Relatório dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 2024. À esquerda a vice-secretária-geral, Amina Mohammed, e à direita Li Junhua, subsecretário-geral para os Assuntos Econômicos e Sociais do Nações Unidas.
Foto: © UN Photo/Eskinder Debebe

Faltando apenas seis anos para o fim do prazo, o progresso atual está muito aquém do que é necessário para atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Sem investimentos maciços e ações em escala, o cumprimento dos ODS - o projeto para um mundo mais resiliente e próspero e o caminho para sair das atuais crises globais - permanecerá indefinida, adverte o Relatório sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 2024, lançado na sexta-feira (28 de junho).

Um mundo em grande agitação

O relatório revela que apenas 17% das metas dos ODS estão atualmente na direção correta para serem cumpridas, sendo que quase metade apresenta progresso mínimo ou moderado e mais de um terço está estagnado ou regredindo. Os impactos persistentes da pandemia da COVID-19, a escalada de conflitos, as tensões geopolíticas e o crescente caos climático prejudicaram gravemente o progresso.

De acordo com o relatório, mais 23 milhões de pessoas foram empurradas para a pobreza extrema e mais de 100 milhões de pessoas estavam sofrendo de fome em 2022 em comparação com 2019. 

O número de mortes de civis em conflitos armados disparou em 2023. Esse ano também foi o mais quente já registrado, com as temperaturas globais se aproximando do limite crítico de 1,5°C.

Um momento de escolha e consequência

"Este relatório destaca a necessidade urgente de uma cooperação internacional mais forte e mais eficaz para maximizar o progresso a partir de agora", disse o secretário-geral da ONU, António Guterres. "Faltando mais de seis anos, não podemos deixar de cumprir a nossa promessa para 2030 de acabar com a pobreza, proteger o planeta e não deixar ninguém para trás."

Prioridades urgentes:

  • Financiamento do desenvolvimento: A lacuna de investimento dos ODS nos países em desenvolvimento agora é de US$ 4 trilhões por ano. Os países em desenvolvimento precisam de mais recursos financeiros e espaço fiscal. A reforma da arquitetura financeira global é fundamental para liberar o volume de financiamento necessário para estimular o desenvolvimento sustentável.
  • Paz e segurança: O número de pessoas deslocadas à força atingiu um nível sem precedentes, quase 120 milhões até maio de 2024. As mortes de civis aumentaram em 72% entre 2022 e 2023 em meio à escalada da violência, destacando a necessidade urgente de paz. É essencial resolver os conflitos em andamento por meio do diálogo e da diplomacia.
  • Aceleração da implementação: São necessários investimentos maciços e parcerias eficazes para promover transições críticas em alimentos, energia, proteção social, conectividade digital e muito mais.

Histórias de sucesso e oportunidades de ação

O relatório destaca exemplos de sucesso e resiliência que podem ser aproveitados por meio de ações decisivas.

Os notáveis avanços recentes na implantação de energia renovável, por exemplo, destacam um caminho claro para uma transição energética justa. Na maioria das regiões, meninas alcançaram a paridade e até mesmo passaram à frente dos meninos na conclusão da escolaridade em todos os níveis. O aumento do acesso à Internet em cerca de 70% em apenas oito anos também ilustra como é possível uma rápida mudança transformadora. Da mesma forma, décadas de progresso contra o HIV/AIDS fornecem um modelo para a superação de outras pandemias por meio da solidariedade global e do financiamento de avanços científicos.

"Repetidas vezes, a humanidade demonstrou que, quando trabalhamos juntos e aplicamos nossa mente coletiva, podemos criar soluções para problemas aparentemente intratáveis", disse Li Junhua, subsecretário-geral da ONU para Assuntos Econômicos e Sociais.

Momentos-chave para os ODS

Cúpula do Futuro, que acontecerá nos dias 22 e 23 de setembro na sede da ONU em Nova Iorque, será fundamental para colocar o mundo de volta no caminho certo para alcançar os ODS. As deliberações na Cúpula incluirão a crise da dívida que está impedindo o avanço de tantos países em desenvolvimento e a necessidade urgente de reforma da arquitetura financeira internacional.

De acordo com o relatório, tanto a Conferência sobre Financiamento para o Desenvolvimento quanto a Cúpula Mundial para o Desenvolvimento Social em 2025 serão momentos importantes para impulsionar os ODS. Mas, como o Sr. Li enfatizou: "O tempo das palavras já passou - as declarações políticas devem se traduzir urgentemente em ações. Precisamos agir agora e com ousadia".

Principais conclusões:

  • Pela primeira vez neste século, o crescimento do PIB per capita em metade das nações mais vulneráveis do mundo é mais lento do que o das economias avançadas.
  • Quase 60% dos países enfrentaram preços de alimentos moderadamente a anormalmente altos em 2022.
  • Com base nos dados coletados em 2022 em 120 países, 55% dos países não tinham leis de não discriminação que proibissem a discriminação direta e indireta contra as mulheres.
  • O aumento do acesso ao tratamento evitou 20,8 milhões de mortes relacionadas à AIDS nas últimas três décadas.
  • O progresso na educação continua sendo motivo de grande preocupação, com apenas 58% dos estudantes em todo o mundo atingindo a proficiência mínima em leitura ao final do ensino fundamental.
  • O desemprego global atingiu o mínimo histórico de 5% em 2023, mas ainda há obstáculos persistentes para a obtenção de trabalho decente.
  • A capacidade global de gerar eletricidade a partir de energia renovável começou a se expandir em uma taxa sem precedentes, crescendo 8,1% ao ano nos últimos cinco anos.
  • A banda larga móvel (3G ou superior) é acessível a 95% da população mundial, em comparação com 78% em 2015.
  • As altas temperaturas recordes dos oceanos provocaram um quarto evento global de branqueamento de corais.
  • Os níveis da dívida externa permaneceram altos, sem precedentes, nos países em desenvolvimento. Cerca de 60% dos países de baixa renda estão sob alto risco de endividamento ou já estão passando por isso.

Para obter mais informações, acesse: https://unstats.un.org/sdgs/report/2024


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PNUMA e Ministério de Meio Ambiente assinam acordo para reforçar ações ambientais no Brasil



Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e o Ministério de Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) reforçarão a colaboração no combate à mudança do clima, perda de biodiversidade, resíduos e poluição no Brasil. 

Participaram da cerimônia a ministra Marina Silva, secretários nacionais do MMA e a subsecretária-geral da ONU e diretora-executiva do PNUMA, Inger Andersen. 

Ministra de Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, e a subsecretária-geral da ONU e diretora-executiva do PNUMA, Inger Andersen, assinam acordo de colaboração.
Legenda: Ministra de Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, e a subsecretária-geral da ONU e diretora-executiva do PNUMA, Inger Andersen, assinam acordo de colaboração.
Foto: © Tiago Machado/PNUMA

O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e o Ministério de Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) assinaram nesta segunda-feira (1º/7) memorando de entendimento para reforçar a colaboração no combate à mudança do clima, perda de biodiversidade, resíduos e poluição. 

O acordo marca o 20º aniversário do escritório do Pnuma no Brasil e fortalece a colaboração com o governo brasileiro nas agendas ambientais e de desenvolvimento sustentável. O documento estabelece avanços em políticas e ações ambientais no país, com benefícios para a sociedade e o meio ambiente, e reforça o comprometimento com a redução das desigualdades sociais no país e a garantia de um ambiente seguro e saudável.

"Estamos felizes de renovar nossa parceria, mas também queremos aproveitar esta oportunidade para ampliar o escopo de nossa atuação conjunta. Estamos em um doloroso processo de reconstrução no Rio Grande do Sul, que já demandou R$ 91 bilhões. O Pantanal enfrenta uma estiagem severa, evidenciando a necessidade urgente de planos para a gestão de riscos, em vez da mera gestão de desastres", afirmou a ministra Marina. 

Para Andersen, do PNUMA, "a assinatura deste acordo com o Brasil ressalta nosso compromisso contínuo com o meio ambiente e o desenvolvimento sustentável em uma das regiões de maior biodiversidade do mundo". 

"Temos o prazer de dar continuidade à nossa parceria com o Brasil e transformar nossos planos estratégicos em ações impactantes para acelerar os avanços em desafios ambientais ligados às mudanças climáticas, à perda da natureza e da biodiversidade e à poluição e ao desperdício", afirmou a diretora-executiva do PNUMA.

Participantes da reunião
Legenda: O acordo marca o 20º aniversário do escritório do Pnuma no Brasil e fortalece a colaboração com o governo brasileiro nas agendas ambientais e de desenvolvimento sustentável.
Foto: © Tiago Machado/PNUMA

O memorando descreve o apoio do PNUMA em quatro áreas principais: ação climática, ação para a natureza, ação contra produtos químicos e poluição e fortalecimento da governança ambiental.

  • Ação climática: A colaboração apoiará o desenvolvimento do Plano Nacional sobre Mudança do Clima (Plano Clima), que inclui estratégias nacionais e plano setoriais de adaptação e mitigação. Também destaca a integração de soluções baseadas na natureza em planos de ação climática subnacionais, estratégias e instrumentos de governança para zonas costeiras, marinhas e oceânicas e esforços para combater a poluição plástica.
  • Ação para a natureza: Iniciativas incluem a implementação da nova Estrutura Global de Biodiversidade, o desenvolvimento da Estratégia Nacional de Bioeconomia e o aprimoramento dos mecanismos de financiamento para a conservação da natureza. O acordo também apoia a regulamentação do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) e promove medidas eficazes de conservação baseadas em áreas em todo o Brasil.
  • Ação contra produtos químicos e poluição: A parceira facilita a cooperação no desenvolvimento de estudos e projetos alinhados com os compromissos da Convenção de Minamata, na elaboração da Estratégia Nacional de Economia Circular e em programas destinados a melhorar a qualidade do ar e gerenciar poluentes climáticos de vida curta, como metano e carbono negro.
  • Fortalecimento da governança ambiental: O acordo inclui esforços de colaboração para reforçar a governança ambiental, como o apoio à presidência brasileira do G20 com consultoria especializada em sustentabilidade ambiental e questões climáticas. Um elemento fundamental dessa cooperação é o desenvolvimento do GEO Brasil, que avaliará as condições ambientais do país, avaliará a eficácia das políticas atuais e preverá tendências ambientais futuras.

Esse memorando é um testemunho do compromisso compartilhado do PNUMA e do governo brasileiro de construir um futuro sustentável por meio de uma sólida gestão ambiental.

NOTAS AOS EDITORES

Sobre o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA)

O PNUMA é a principal voz global sobre o meio ambiente. Proporciona liderança e incentiva a parceria no cuidado com o meio ambiente, inspirando, informando e permitindo que nações e povos melhorem sua qualidade de vida sem comprometer a qualidade de vida das gerações futuras.


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Crise do clima será pauta fundamental nas eleições municipais

Por Marcia Hirota, presidente do conselho da Fundação SOS Mata Atlântica

'Acima da média' é o termo mais ouvido nos últimos anos e, daqui para a frente, fará parte do cotidiano. Mais dias quentes e ondas de calor intensas. Mais períodos frios, chuvas excessivas, secura e baixa umidade. Os cientistas e ambientalistas alertam há tempos, mas o grau de frequência aumentou, e nossas cidades não estão preparadas para enfrentar tragédias climáticas.

[...]

É triste ver o terrível momento por que passa o Rio Grande do Sul diante da calamidade e do impacto direto na vida, história e memória das pessoas. Toda a nossa solidariedade a elas. Enquanto o cenário ainda é crítico, temos de olhar para passado e futuro. Precisamos nos munir de planos de prevenção, alerta, contingência, adaptação e mitigação ante as mudanças climáticas.

Segundo levantamento do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), vinculado à Secretaria de Estado de Economia e Planejamento do Espírito Santo, das 27 capitais brasileiras incluindo o Distrito Federal, 15 não contam com o Plano de Mudanças Climáticas. No universo das 16 capitais dos 17 estados abrangidos pelo bioma Mata Atlântica, seis não elaboraram um plano climático: Aracaju (SE), Campo Grande (MS), Maceió (AL), Natal (RN), Porto Alegre (RS) e Vitória (ES).

No contexto dos 3.429 municípios da Mata Atlântica, a maioria não possui planos de ação climática, e a urgência é maior para aqueles localizados em regiões mais frágeis e áreas costeiras. É no bioma que vive cerca de 70% da população brasileira.
LEIA O ARTIGO COMPLETO


‘Entreatos’: documentário com bastidores da primeira vitória de Lula chega ao streaming

São 117 minutos de documentário, em que 33 pessoas aparecem em torno do personagem principal. São registros únicos, exclusivos, de conversas nos bastidores

Redação Focus Brasil

'Entreatos': documentário com bastidores da primeira vitória de Lula chega ao streamingReprodução Netflix'Entreatos': documentário com bastidores da primeira vitória de Lula chega ao streamingMarisa Letícia e Lula em cena do documentário Entreatos Foto: DivulgaçãoDivulgação

Chegou à Netflix um filme celebrado, que estava já há algum tempo "fora de cartaz" dos streamings, o documentário "Entreatos", de João Moreira Salles. O filme estreou em 2004 e foi gravado durante a reta final das eleições de 2002, a primeira que Lula venceu, com cenas de bastidores quentes e emocionantes, como o momento em que Lula vê pela TV a notícia de que havia sido eleito. 

Logo depois, o presidente e sua então esposa, Marisa Letícia (1950-2017), vai ao encontro dos filhos. No caminho, cumprimenta dois faxineiros do hotel em que estava, em São Paulo, e diz: "Nós agora somos presidente". O longa é recheado de tesouros como este, e de momentos decisivos para a campanha, como reuniões estratégicas e a corrida do segundo turno. 

Em uma das cenas, José Dirceu, no núcleo duro da campanha, reclama da presença de Salles e interpela o ex-sindicalista Gilberto Carvalho, que diz que as gravações eram gravadas em cofre todos os dias: "Vai nessa! Se você soubesse o que eu sei das outras campanhas você não diria isso", desconfia o "comandante". 

O documentário aborda as eleições de 2002, destacando a quarta tentativa consecutiva do ex-líder sindical e fundador do Partido dos Trabalhadores, Luiz Inácio Lula da Silva, de se tornar presidente do Brasil. Com 117 minutos de duração, o filme apresenta 33 pessoas que circundam o personagem principal, proporcionando registros únicos e exclusivos de conversas nos bastidores.

Durante o documentário, Lula faz declarações reveladoras sobre seu estilo de fazer política, que ainda são relevantes nos dias de hoje. Ele comenta, por exemplo, sobre seus discursos improvisados: "Eu devia me mancar e parar de falar. Mas não paro de falar". Lula também expressa sua preocupação em "ficar preso a uma agenda totalmente institucionalizada".

Mais de vinte anos depois, o filme é um registro histórico contundente, que ajuda a entender o caminho de thriller político que viveu o país depois que, pela primeira vez, um operário chegou ao poder no Executivo federal. É emblemático o abraço de Eduardo Suplicy, que chega para abraçar Lula logo após a vitória e diz: "Nós vamos construir um Brasil muito bonito".

Fonte: Fundação Perseu Abramo


segunda-feira, 1 de julho de 2024

Endereço Itaipu Binacional - Escritório de Guaíra

O endereço do escritório da Itaipu Binacional na cidade de Guaíra-PR é:


Itaipu Binacional
Avenida Barão do Rio Branco, 787 - Centro - Guaíra-PR
CEP: 85.980-000

Ponto de referência: proximidades do quartel do Exército Brasileiro


Dólar, maconha e golpe de Estado

por Jornal Brasil de Fato

 


.Jogando solto. Com os parlamentares liberados para pular as fogueiras de São João e boa parte das autoridades da República pulando o oceano para participar do convescote de Gilmar Mendes em Lisboa, finalmente, o Planalto desfrutou de uma semana de relativa tranquilidade. Sem ter que se preocupar com os poderes vizinhos, Lula recuperou a bola para pautar a agenda política e reforçar a artilharia contra o mercado financeiro. Durante toda a semana, bateu contra a tese da Faria Lima de que os ajustes fiscais via arrecadação já chegaram no limite - mesmo porque a renúncia fiscal do governo já alcança R$51 bilhões. Lula ainda insistiu que o governo pode sim aumentar impostos ou rever benefícios fiscais antes de falar em cortes de gastos, além de descartar a desvinculação das aposentadorias do salário mínimoA negociação em curso no Senado para compensar a desoneração já vem nesta toada. A disposição de Lula para a briga é importante, porque ela vai ser longa e tem dois adversários duros pela frente, a Faria Lima e o Congresso. Na prática, as reformas do governo aumentaram significativamente a arrecadação, que alcançou R$ 202,98 bilhões em maio. Tanto o mercado financeiro, quanto os parlamentares querem o orçamento da União para si. Uma parte destes recursos já está sob controle do Congresso. Graças às emendas e ao Chantagista-Geral da República Arthur Lira, as bancadas parlamentares já decidem os destinos de mais recursos do que 14 ministérios. Já o mercado, subtrai o orçamento através dos juros estratosféricos - aqueles embasados na taxa Selic - pagos nos títulos públicos emitidos pelo governo e que somaram R$6,9 trilhões apenas em maio. Por isso, como alerta André Roncaglia, mais do que o fim da queda da Selic, a Faria Lima quer retomar o aumento da taxa e vai continuar chantageando o governo, aproveitando a conjuntura internacional e inflacionando o dólar com remessas para o exterior.

 

.Não vou acender agora. Depois que a bancada evangélica descobriu que a maiora da sociedade é contra o PL do estupro, inclusive os próprios evangélicos, a extrema-direta no Congresso teve que ir atrás de um plano B. E a descriminalização do porte de maconha aprovada pelo STF, depois de nove anos em julgamento, foi a oportunidade perfeita das hostes conservadoras de se manterem ativas e tentarem ofuscar o brilho do Supremo. É verdade que a postura passiva do governo em relação ao tema também contribuiu para que Arthur Lira e Rodrigo Pacheco se sentissem à vontade para afrontar o STF e acusá-lo de legislar no lugar do Congresso. Em resposta, Lira resolveu acelerar a tramitação da PEC das Drogas na Câmara, fazendo disso uma queda de braços para afirmar seu próprio poder. Apesar da disputa, a decisão do STF foi muito mais um marco simbólico contra o racismo, com o conhecido "tratamento diferenciado" das polícias em relação à classe e à cor dos usuários, do que uma mudança profunda da política antidrogas. A esperança é que a medida pelo menos alivie a superlotação nos presídios. Por isso, o assunto também tem relação com outras disputas que ocorrem na área de segurança pública, como a prioridade do governo em combater as milícias em contraste com a prioridade do Congresso em liberalizar a posse e o porte de armas. Trocando em miúdos, fazer segurança pública para os ricos ou para os pobres. E a próxima rusga entre o STF e o Congresso já tem data marcada. Enquanto Dias Toffoli pretende retomar a regulação das redes sociais em agosto, Arthur Lira usa qualquer desculpa para seguir queimando o PL das Fake News até a última ponta.

 

.Torre de babel. O eco da tentativa frustrada de golpe de Estado na Bolívia também traz preocupações ao governo brasileiro. Em primeiro lugar, porque colocou os golpistas daqui de prontidão, não para tentar algo parecido, mas sim para amenizar o que ocorreu em 8 de janeiro de 2023: "O STF e grande parte da imprensa brasileira entenderam a diferença de um golpe de Estado e uma baderna", afirmou nas redes o senador bolsonarista Rogério Marinho (PL-RN). Claro, uma das diferenças é que lá o líder golpista foi preso, enquanto o daqui segue solto… Mais importante é que o episódio reforça a onda de instabilidade que ronda a América Latina. Tudo isso dificulta o diálogo entre os países vizinhos, assim como a pretensão de atuar como bloco no cenário internacional. Além da mobilização popular, certamente a pronta resposta dos governos progressistas do continente e dos órgãos regionais, como a CELAC e a OEA, foi decisiva para o isolamento dos golpistas na Bolívia. O nível de improviso do aventureiro general Zíñiga também contribuiu para que nenhuma celebridade da direita latino-americana desse apoio aberto, sobrando para as subcelebridades bolsonaristas cantarem vitória antes da hora. O que não significa que o golpe não contou com apoio indireto, a começar pela encarregada de negócios dos Estados Unidos, Debra Havia, que já vinha conspirando contra o governo boliviano. Sem esquecer, é claro, os laços da família Bolsonaro com Jeanine Áñez, a opositora que continua presa por participação no golpe contra o ex-presidente Evo Morales em 2019. E por trás de tudo isso encontramos Elon Musk, que nunca escondeu sua ambição pelo lítio boliviano que está sendo explorado em parceria com a Rússia e a China. A tentativa de ruptura institucional no país andino deve ganhar destaque na Cúpula do Mercosul marcada para o início de julho e a única boa notícia é que ela talvez ajude a esvaziar o protagonismo de outro aventureiro de primeira viagem da extrema-direita latino-americana, o presidente argentino Javier Milei.

Fonte Jornal Brasil de Fato

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Análise: Datafolha confirma avaliação do governo estabilizada

Matheus Tancredo Toledo

A mais recente pesquisa do Datafolha confirma levantamentos anteriores de outros institutos: após uma piora na avaliação do governo Lula desde o final do ano passado, o momento é de estabilidade, impulsionada por um freio no ritmo de deterioração da percepção sobre a economia.

De acordo com o instituto, desde o levantamento anterior (feito em março) a avaliação positiva oscilou de 35% para 36%, enquanto a avaliação regular variou de 30% para 31% e a avaliação negativa de 33% para 31%. O quadro de estabilidade já havia sido sugerido em artigo anterior, em maio

Conforme compartilhado em artigo publicado na semana passada, e em textos anteriores para a Focus Brasil, o NOPPE (Núcleo de Opinião Pública, Pesquisas e Estudos da Fundação Perseu Abramo) interpreta que as oscilações vistas nos índices de popularidade do terceiro governo Lula, desde seu início, tem andado conjuntamente com a percepção dos brasileiros e brasileiras sobre o desempenho econômico do país e seu impacto na vida cotidiana e a evolução de índices que impactam no cotidiano da população, como a inflação de itens de compra constante (legumes, frutas, verduras, carnes) medidos no IPCA, e o próprio peso da cesta básica sobre o salário mínimo. 

Neste sentido, a pesquisa Datafolha mais recente permite explorar tal percepção, oriunda de um acompanhamento sistemático das pesquisas de opinião de diversos institutos. De dezembro de 2023 até agora (período que abrange os três últimos levantamentos do Datafolha), houve um percurso concomitante de aumento da reprovação ao governo e dos índices que medem a avaliação dos brasileiros sobre a economia do Brasil e a situação econômica pessoal em dois momentos: de dezembro a março, e de março até agora. 

Os brasileiros que consideravam que a economia do país piorou em dezembro de 2023 eram 35% do total, número que subiu para 41% em março e agora oscilou para 42% — dentro da margem de erro de 2 pontos percentuais (p.p.). Já do ponto de vista pessoal, eram 26% os que diziam que a própria situação econômica havia piorado em dezembro, número que chegou a 28% em março e que recuou para 24% agora. Quando questionados sobre o futuro, havia subido de 22% para 27%, no primeiro período, os que consideravam que a economia iria piorar nos próximos meses — agora são 28%. Sobre as expectativas sobre a própria situação, a oscilação foi de 10% para 13%, e depois para 12%.

Da mesma forma, os dados sobre a percepção e expectativa positivas: Em dezembro 33% diziam que a economia brasileira havia melhorado, número que foi para 28% (em março) e 27% (agora). Ainda, 35% relataram melhora da situação econômica pessoal no final do ano, número que caiu posteriormente para 28% e agora oscilou para 29%.Em relação às expectativas, a de melhora da situação econômica do Brasil caiu de 47% para 39% entre dezembro e março, e agora oscilou para 40%, enquanto a trajetória da expectativa sobre a situação econômica pessoal no mesmo período foi de 62% para 53% e, agora, para 55%.

É possível considerar, portanto, que os índices estão se alinhando entre si: uma piora acentuada das avaliações e expectativas econômicas entre o final do ano e o final do primeiro trimestre de 2024 afetou imediatamente a avaliação sobre o governo – da mesma forma, a estabilização dos mesmos índices freou tal deterioração. No entanto, a seguinte questão fica latente: ainda não foi possível reverter o quadro de percepção de piora da economia para a maior parte dos brasileiros. Consequentemente, não se aumentou a popularidade – somente se estancou o ritmo de piora visto na passagem do final de 2023 para o começo de 2024.

Os dados revelam, portanto, um desafio político: segundo o Datafolha, 26% dos brasileiros consideram que sua vida melhorou desde a posse de Lula – enquanto a maioria (52%) considera que a vida permanece igual e a menor parte (21%) indica piora.

Fonte: Fundação Perseu Abramo


DESINFORMAÇÃO SOBRE GASTO EM CARTÃO CORPORATIVO - LULA



É mentira que o governo Lula gastou R$ 300 milhões por mês no cartão corporativo a partir de janeiro deste ano, como diz vídeo  nas redes.

Governo gastou mais de R$ 300 milhões em 5 meses, não em um mês.

Conforme o Portal da Transparência a despesa com cartão de  janeiro a maio foi de R$ 306.166.619,02, ou cerca de R$ 61,2 milhões por mês.

Deste total, R$ 8.678.297,96 são gastos da presidência da República, uma média de R$ 1,7 milhão por mês.

👉 Saiba mais:
http://bit.ly/3W5yB35 

terça-feira, 25 de junho de 2024

Incêndio no Pantanal


O QUE ACONTECEU: O governo federal estuda ampliar os recursos previstos para combater os incêndios no Pantanal, afirmou a ministra do Planejamento, Simone Tebet, na segunda-feira, 24. No domingo, viralizaram imagens das celebrações do Arraial do Banho de São João em Corumbá, no interior do estado, no momento em que ocorria um incêndio de grandes proporções na região. Após o episódio, o governo de Mato Grosso do Sul decretou, hoje, situação de emergência nos municípios afetados pelo fogo.

POR QUE IMPORTA: Tebet se reuniu com a ministra Marina Silva (Meio Ambiente) e o ministro Waldez Góes (Desenvolvimento Regional) ontem em Brasília para discutir ações de controle e enfrentamento de incêndios no bioma, que passa pelo pior semestre de queimadas da história.

O QUE ACONTECE AGORA: segundo a ministra, a Junta de Execução Orçamentária se reunirá na próxima quarta-feira e deverá discutir a necessidade de crédito extraordinário e qual será o valor dos recursos destinados ao enfrentamento dos incêndios. O montante, ainda não definido, servirá para o apoio na contratação de brigadistas e gastos com aeronaves e abastecimentos.

Fonte: Revista Exame


G20: UNAIDS pede apoio dos governos à Aliança Global para Produção de Medicamentos

Na reunião preparatória do G20 no Brasil, encerrada hoje em Salvador (BA), a Diretora Executiva do UNAIDS e subsecretária-geral das Nações Unidas, Winnie Byanyima, apelou diretamente aos governos presentes a apoiarem uma nova Aliança do G20, proposta pelo governo brasileiro, para permitir a produção de medicamentos que salvam vidas em todas as partes do mundo. 

A iniciativa visa criar uma aliança global de fabricantes locais e regionais de medicamentos, vacinas e outras tecnologias de saúde. Busca, também, unir uma rede diversificada de produtores locais e regionais para garantir o fornecimento adequado de medicamentos e tecnologias para todas as pessoas, em todos os lugares.

Subsecretária-geral das Nações Unidas e Diretora Executiva do UNAIDS, Winnie Byanyima, apelou aos governos reunidos em reunião do G20 a apoiarem uma nova Aliança em prol da produção de medicamentos.
Legenda: Subsecretária-geral das Nações Unidas e Diretora Executiva do UNAIDS, Winnie Byanyima, apelou aos governos reunidos em reunião do G20 a apoiarem uma nova Aliança em prol da produção de medicamentos. Foto: © Ministério da Saúde_PH

Sir Michael Marmot, copresidente do Conselho Global sobre Desigualdades, AIDS e Pandemias, lançado em 2023 com apoio do UNAIDS, por sua vez, pediu aos delegados do G20 que abordassem os determinantes sociais, como educação e direitos humanos, como parte concreta dos esforços de preparação para pandemias do G20.

A subsecretária-geral, Winnie Byanyima, demandou do G20 que a aliança, uma vez criada, adote uma abordagem ousada para fortalecer os esforços para combater a dengue e outras doenças negligenciadas, melhorar as defesas globais contra futuras pandemias e acelerar o acesso às mais modernas tecnologias contra o HIV.

"Focar conjuntamente nas doenças negligenciadas e naquelas que mais matam pessoas e populações em situação de vulnerabilidade não é apenas estratégico. Pode, também, ajudar durante pandemias futuras", ressaltou a diretora executiva do UNAIDS. 

"Devemos reconhecer que, apesar de toda a devastação que causou, a COVID-19 respondeu a uma vacina, ao contrário do HIV. Não há razão para acreditar que a próxima pandemia será como a de COVID-19. Precisamos construir capacidade para ter vacinas e tratamento."

Winnie Byanyima chamou a atenção ainda para o fato de que as respostas a muitas doenças que afetam, hoje, populações em vulnerabilidade – do Ebola à Mpox e ao HIV – poderiam se beneficiar muito da aliança.

"Esta iniciativa pode turbinar a resposta ao HIV, amplificando a capacidade de produção de inovações"

"A aliança também poderia construir capacidade onde ela não existe. A maioria das pessoas que vive com HIV, que se levanta todos os dias e toma os medicamentos que salvam suas vidas, está na África. Mas poucos desses medicamentos são realmente fabricados em países africanos."

Winnie Byanyima destaca que a liderança e experiência do Brasil nesta área inspiraram este esforço global em favor da aliança e agora é preciso o apoio de todo o G20 para torná-lo um sucesso.

Conselho Global sobre Desigualdades, HIV e Pandemias

A agenda do Grupo de Trabalho de Saúde do G20 está ajudando a impulsionar a política global para combater as desigualdades sistêmicas que promovem a má saúde. O UNAIDS está coordenando um Conselho Global sobre Desigualdade, AIDS e Pandemias, que está reunindo evidências sobre como as disparidades aprofundam e prolongam as pandemias, incluindo HIV e COVID-19. Essas informações estão sendo compartilhadas com formuladores de políticas no G20 e em outros fóruns internacionais.

No início da semana, durante sua apresentação no G20, Sir Michael Marmot já havia instado os representantes governamentais a focarem nos determinantes sociais para fortalecer a preparação para pandemias, prever a gravidade de futuras crises de saúde e melhorar a eficácia das respostas.

"Melhorar a saúde leva a uma economia melhor. E a maneira de melhorar a saúde não é apenas investir em cuidados médicos, mas também nos determinantes sociais da saúde", afirmou o professor Marmot. 

"Por exemplo, em Botsuana, há evidências claras de que quanto mais tempo os jovens permanecem na educação, menores são as taxas de HIV."

Abordar os determinantes sociais, construir capacidade de fabricação e garantir que pessoas em todo o mundo tenham acesso a todas as opções de prevenção e tratamento do HIV, incluindo as mais recentes tecnologias de ação prolongada, é vital para assegurar o fim da AIDS como uma ameaça à saúde pública. As iniciativas do G20 desempenhariam um papel fundamental na realização desse objetivo de forma sustentável, além de contribuir para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e apoiar os esforços para responder rapidamente à próxima pandemia.

Nota Adicional

A principal proposta do Brasil para o Grupo de Trabalho de Saúde do G20 é a criação de uma Aliança para Produção e Inovação Regional. Esta iniciativa pretende estabelecer uma rede que reúna atores-chave, incluindo países, academia, setor privado e organizações internacionais, para pesquisa, desenvolvimento e produção de vacinas, medicamentos, diagnósticos e suprimentos estratégicos. O objetivo é combater doenças com fortes determinantes sociais, que afetam principalmente populações vulneráveis, como dengue, Aids, malária, tuberculose, doença de Chagas e hanseníase. Para mais informações sobre o Grupo de Trabalho de Saúde do G20, consulte o site do G20

Sistema das Nações Unidas no Brasil

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