quarta-feira, 9 de julho de 2025

Veículos elétricos podem dobrar empregos no Brasil até 2050, aponta estudo


Estudo inédito do Conselho Internacional de Transporte Limpo (ICCT Brasil), feito com apoio do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), revela que a produção nacional de veículos elétricos tem potencial para dobrar a geração de empregos no Brasil até 2050.

Resultados positivos dependem do avanço no conteúdo nacional da produção de veículos elétricos, em particular, do desenvolvimento de uma cadeia produtiva de baterias. 

Ao apostar na fabricação local de baterias e no desenvolvimento de competências para a eletromobilidade, o país pode garantir uma transição energética justa e acelerar o desenvolvimento de uma nova cadeia industrial.

Legenda: Ao apostar na fabricação local de baterias e no desenvolvimento de competências para a eletromobilidade, o país pode garantir uma transição energética justa e acelerar o desenvolvimento de uma nova cadeia industrial.
Foto: © Marcos Martinez Sanchez/Getty Images Signature.

A produção nacional de veículos elétricos tem potencial para dobrar o número de novos empregos no Brasil até 2050. É o que revela um estudo inédito do Conselho Internacional de Transporte Limpo (ICCT Brasil), feito com apoio do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). 

Desenvolvido por pesquisadores do ICCT, UNICAMP e USP, o estudo "A transição da indústria brasileira para veículos elétricos e seus efeitos em emprego e renda" mostra que, ao apostar na fabricação local de baterias e no desenvolvimento de competências para a eletromobilidade, o país pode garantir uma transição energética justa e acelerar o desenvolvimento de uma nova cadeia industrial. 

A maior parte dos empregos projetados se concentra em setores de serviço, como serviços técnicos, engenharia, logística e comércio, seguido de setores manufatureiros diretamente ligados à  produção dos veículos, máquinas e equipamentos elétricos. 

O crescimento no número de empregos se deve ao aumento da demanda agregada e ao fortalecimento de setores industriais como a produção de baterias e componentes elétricos. Ao mesmo tempo, espera-se retração nos setores de combustíveis fósseis, agropecuária e autopeças. 

Além disso, a renda gerada (valor adicionado) no cenário de eletrificação é 85% maior que no cenário atual, com distribuição mais favorável para salários (53%, contra 45%).

"As vendas de elétricos já começaram a crescer no Brasil. Mas precisamos olhar também para os impactos sociais e econômicos dessa transição", afirma o diretor-executivo do ICCT Brasil, Marcel Martin. 

Outro ponto importante está no comércio exterior: segundo o estudo, sem políticas para fomentar exportações de veículos elétricos, o Brasil pode perder até 14% do potencial de empregos. Mesmo assim, o cenário de eletrificação ainda gera 88% mais empregos líquidos que o modelo atual. Entre as soluções propostas estão incentivos fiscais, crédito à exportação e acordos comerciais estratégicos, sobretudo com países da América Latina.

Além do aumento no número de empregos, estudo do ICCT Brasil em parceria com o PNUMA mostra que a renda gerada no cenário de transição para veículos elétricos é 85% maior. Resultados positivos dependem do avanço no conteúdo nacional da produção de veículos elétricos, em particular, do desenvolvimento de uma cadeia produtiva de baterias.

Legenda: Além do aumento no número de empregos, estudo do ICCT Brasil em parceria com o PNUMA mostra que a renda gerada no cenário de transição para veículos elétricos é 85% maior. Resultados positivos dependem do avanço no conteúdo nacional da produção de veículos elétricos, em particular, do desenvolvimento de uma cadeia produtiva de baterias.
Foto: © Gustavo Denuncio/Pexels.

Saiba mais: 

  • Acesse a íntegra do estudo "A transição da indústria brasileira para veículos elétricos e seus efeitos em emprego e renda"https://bit.ly/Estudo_TransiçãoJusta
  • Assista ao evento "Transição justa na descarbonização da indústria automotiva", promovido em 10 de junho de 2025 pelo PNUMA e o ICCT Brasil para trazer um debate estratégico sobre os caminhos para a transição justa na descarbonização da indústria automotiva: https://bit.ly/DescarbonizaçãodaIndústriaAutomotiva

NOTAS PARA EDITORES

Sobre o ICCT:

Conselho Internacional de Transporte Limpo - ICCT (de International Council on Clean Transportation) é uma organização independente, sem fins lucrativos, fundada para fornecer pesquisas e análises técnicas e científicas imparciais de alta qualidade. Fundado em 2005 e presente no Brasil desde 2020,  o ICCT colabora com tomadores de decisão para fornecer suporte técnico na mitigação de emissões veiculares, por meio da melhoria da qualidade dos combustíveis, eficiência energética de motores e redução de poluentes locais, fomentando políticas que viabilizem tecnologias de baixa ou zero emissão nos setores rodoviário, marítimo e aéreo.

Sobre o PNUMA:

Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) é a principal autoridade mundial em meio ambiente. O PNUMA trabalha globalmente para enfrentar a tripla crise planetária – mudança climática, perda da natureza e poluição – apoiando as nações na construção de economias de baixo carbono, positivas para a natureza e eficientes em termos de recursos.



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