domingo, 16 de agosto de 2020

Moeda 400 Réis - 1937 - Oswaldo Cruz

Preço R$ 8,00 a unidade + Frete (R$ 10,00 para até 5 moedas - ver outros anúncios) Carta Registrada.
Pagamento via Boleto, Transferência Bancária ou Pic Pay.
Reservas pelo Whatsapp (46) 99932-4695
*Consultar disponibilidade.



Moeda 5 Pesos Bolivianos 1978

Preço R$ 10,00 a unidade + Frete (R$ 10,00 para até 5 moedas - ver outros anúncios) Carta Registrada.
Pagamento via Boleto, Transferência Bancária ou Pic Pay.
Reservas pelo Whatsapp (46) 99932-4695
*Consultar disponibilidade.



1 Nuevo Peso Uruguai

Preço R$ 10,00 a unidade + Frete (R$ 10,00 para até 5 moedas - ver outros anúncios) Carta Registrada.
Pagamento via Boleto, Transferência Bancária ou Pic Pay.
Reservas pelo Whatsapp (46) 99932-4695
Temos disponível 1 unidade do ano 1976 e 4 unidades do ano 1978.





Moeda de 50 Centavos - Segunda Família do Real

domingo, 9 de agosto de 2020

Filhote de Quero Quero

Conheça o filhote da ave nativa símbolo do Rio Grande do Sul
Nome científico: Vanellus chilensis



+ informações: Wikiaves


PAA Sementes e Projeto de lei Emergencial da Agricultura familiar



















Está no Senado Projeto de Lei aprovado em 20 de julho pela Câmara dos Deputados, que dispõe sobre medidas emergenciais de amparo às famílias agricultoras para mitigar os impactos socioeconômicos da Covid–19. A proposta autoriza abono emergencial de R$ 3 mil a agricultores/as familiares que não receberam o auxílio emergencial, sendo este valor elevado para R$ 6 mil para as agricultoras chefes de famílias monoparentais. A medida inclui ainda propostas de crédito rural, renegociação de dívidas e a criação do Programa de Atendimento Emergencial da Agricultura Familiar (PAE-AF), que será operacionalizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), mediante a compra de alimentos produzidos pela agricultura familiar e doação simultânea a pessoas em situação de insegurança alimentar e nutricional ou a entidades recebedoras.
Apesar da intensa mobilização de partidos e de parlamentares comprometidos com a causa e da campanha pela retomada do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) organizada pela sociedade civil, algumas questões importantes ficaram de fora, entre elas a possibilidade de aquisição de sementes e demais materiais propagativos com os recursos que serão liberados para essas ações emergenciais.
Desde sua criação, em 2003, o PAA opera compra e doação de sementes crioulas. As primeiras experiências desse tipo de aplicação do programa aconteceram na Paraíba, com o objetivo de fortalecer a autonomia das famílias agricultoras. Os recursos foram destinados à recomposição dos estoques de bancos comunitários de sementes em anos de seca, a partir da compra de sementes adaptadas de agricultores/as em regiões próximas.
Em 2013 o PAA foi alvo de uma campanha de criminalização por parte de setores de oposição ao governo Dilma Rousseff. Agricultores e gestores públicos foram presos e tiveram suas imagens expostas ao julgamento precipitado de muitos meios de comunicação sob a alegação de participarem de um amplo esquema de desvio de recursos. Todos/as os/as acusados/as foram absolvidos e nenhum esquema de desvio foi comprovado. Mas o estrago ao Programa foi profundo, assim como o impacto na vida das pessoas acusadas. O juiz que acompanhou à época a operação "Agrofantasma" da Polícia Federal foi o ex-ministro da justiça Sérgio Moro.
Já no contexto da Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (PNAPO), o governo procurou retomar o PAA. Uma das iniciativas nesse sentido foi a criação de uma modalidade específica para sementes. Após o ocorrido em 2013, os órgãos de controle estavam muito mais exigentes e o governo entendeu que deveria se cercar de garantias para evitar novos questionamentos – mesmo não tendo sido comprovado nenhum tipo de fraude no Programa. Resultado: a simplicidade operacional, que permitiu durante 10 anos que o PAA fortalecesse ações locais de promoção das sementes crioulas, deu lugar a uma série de normas e exigências burocráticas desnecessárias, que acabaram por excluir uma parte do universo potencial do Programa, exatamente a parcela social mais empobrecida. Entre as novas exigências, destacam-se a Declaração de Aptidão ao PRONAF (DAP) Jurídica para as organizações proponentes e a obrigatoriedade de cadastro das variedades num sistema criado pelo extinto Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). Além disso, a nova modalidade retirou das organizações dos agricultores/as a iniciativa de proposição de projetos. Segundo as regras hoje em vigor, as propostas devem ser elaboradas pelos órgãos governamentais nos estados.
A criação do PAA sementes, por outro lado, deve ser entendida como uma conquista. O programa reconhece a importância das sementes crioulas para segurança alimentar. Além disso, garante que até 5% do orçamento do PAA sejam destinados à aquisição de sementes. É uma conquista legalmente respaldada, que reafirma os direitos dos agricultores. Portanto, deve ser incorporada ao PL em tramitação no Congresso Nacional.
No entanto, o PL que será examinado pelo Senado não prevê recursos para a modalidade, replicando o disposto na medida provisória que no início da pandemia colocou R$ 500 milhões no Programa. Mas há no âmbito federal recursos da ordem de R$ 100 milhões destinados ao PAA, o que garante cerca de R$ 5 milhões para aquisição de sementes desde que o valor seja liberado pelo governo. Para que novos projetos sejam viabilizados, é necessário que eles sejam submetidos pelas organizações dos agricultores às secretarias de agricultura, delegacia regional de agricultura, Instituto Nacional de Reforma Agrária (Incra), Fundação Nacional do Índio (Funai) ou Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) nos seus estados, indicando os volumes e a diversidade de sementes disponíveis para que esses organismos apresentem a demanda à Conab. O passo a passo para formalização das propostas está no manual de operação de crédito da Conab (MOC 37). Sem forte mobilização, sabemos que não haverá nenhum movimento por parte do governo para que esse programa continue sendo um componente importante das estratégias de promoção da autonomia e da diversidade na agricultura familiar.
Organizações ligadas à Articulação Nacional de Agroecologia (ANA) estão se mobilizando para voltar a acessar o PAA Sementes. Fique de olho nas mídias sociais da ANA. Em breve o GT Biodiversidade divulgará material com orientações para a elaboração de projetos para o PAA sementes, baseando-se na experiência de organizações que já executaram essa modalidade e pensando naquelas que têm interesse em mobilizar seus/as associados/as para produzir sementes de qualidade e em diversidade.
Fonte: AS-PTA

sábado, 8 de agosto de 2020

Texto de Leonardo Sakamoto sobre a morte de D. Pedro Casaldáliga

D. PEDRO CASALDALIGA; PRESENTE!!!!

Pedro Casaldáliga, bispo emérito de São Félix do Araguaia, no Mato Grosso, e um dos maiores defensores dos direitos humanos do país, morreu aos 92 anos, às 9h40 deste sábado (8), em Batatais (SP), onde havia sido removido para tratamento médico devido a problemas respiratórios.
A informação foi comunicada pela Prelazia de São Félix do Araguaia (MT), a Congregação dos Missionários Filhos do Imaculado Coração de Maria (Claretianos) e a Ordem de Santo Agostinho (Agostinianos). Ele havia testado negativo para covid-19.

Filme "O Anel de Tucum" - Assista aqui.

Num ano em que o Brasil já ficou 100 mil vezes menor por conta de uma doença estúpida, a morte de Pedro consegue deixar um vazio profundo. Ele não era apenas um defensor da vida, mas a representação viva da resistência ao autoritarismo.

Nascido na Catalunha como Pere Casaldàliga, chegou ao Brasil em 1968. Desde então, subvertendo o Evangelho de Mateus, capítulo 16, versículo 18, Pedro não foi apenas a pedra em torno do qual edificou-se uma igreja na Amazônia, mas a pedra no caminho dos planos da ditadura e de seus sócios na iniciativa privada de passar por cima dos direitos e da vida de camponeses, ribeirinhos, indígenas, quilombolas.

Foi dele a primeira denúncia por trabalho escravo contemporâneo que ganhou o mundo no início da década de 1970. Essa mão de obra foi largamente utilizada em empreendimentos agropecuários na ocupação da região, com a cumplicidade dos militares.

Por conta de sua atuação contra a ditadura e a violência de grileiros, madeireiros, garimpeiros e grandes produtores rurais passou boa parte da vida marcado para morrer. Foi alvo de processos de expulsão do país. Poeta e escritor, tornou-se uma das principais vítimas da censura baixada pelos verde-oliva durante os anos de chumbo.

"Malditas sejam todas as cercas! Malditas todas as propriedades privadas que nos privam de viver e amar! Malditas sejam todas as leis amanhadas por umas poucas mãos para ampararem cercas e bois, fazerem a terra escrava e escravos os humanos", escreveu.

Para entender o que é a longevidade da luta de Pedro: aos 84 anos e doente, teve que deixar sua casa em São Félix do Araguaia por conta das ameaças surgidas em decorrência do governo brasileiro, finalmente, ter começado a retirar os invasores da terra indígena Marãiwatsédé, Nordeste de Mato Grosso - ação pelo qual sempre lutou.

Governos nunca foram competentes para garantir os direitos dos povos indígenas. Agora, temos um que é abertamente contra a demarcação de novos territórios. E Pedro, mesmo enfrentando um Parkinson avançado, manteve-se na trincheira contra a necropolítica.

"Ele conseguiu, pela denúncia intrépida e pelo testemunho arriscado, pela profecia inconveniente, pela poesia cortante, pela mística e pela espiritualidade que encarnava, contagiar a muitos e muitas. Contagiar a nós da Comissão Pastoral da Terra (CPT), do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), dos movimentos sociais, lutadores por um outro mundo justo, fraterno e possível", diz frei Xavier Plassat, da CPT. Pedro ajudou a criar ambas as instituições, vinculadas à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Foi um dos expoentes da Teologia da Libertação - linha progressista da igreja católica que acredita que a alma só será livre se o corpo também for, que tem sido uma pedra no sapato de quem lucra com a exploração do seu semelhante na periferia do mundo. Na prática, esses religiosos realizam a fé que muitos não querem ver materializada a partir do livro sagrado do cristianismo.

Para traduzir o que ela significa, nada como uma citação atribuída a outro gigante, Hélder Câmara, arcebispo de Olinda e Recife, que também lutou contra a ditadura e esteve sempre ao lado dos mais pobres: "Se falo dos famintos, todos me chamam de cristão, mas se falo das causas da fome, me chamam de comunista".

Pedro não ensinou que solidariedade significa uma forma distorcida de caridade, como uma política de distribuição de sobras - o que consola mais a alma dos ricos do que o corpo dos pobres. Mas que solidariedade passa por reconhecer no outro e na outra seus semelhantes e caminhar junto a eles. Ou seja, não é doar migalhas, mas compartilhar o pão, produzido com diálogo e respeito. "Nada possuir, nada carregar, nada pedir, nada calar e, sobretudo, nada matar", assumiu Pedro como lema de vida. Tão simples, tão poderoso.

Pedro nunca voltou para a Espanha. Até porque ele era brasileiro. Nasceu por engano em outro continente.

Filme "O Anel de Tucum" - Assista aqui.

Pessoas assim não morrem, não podem morrer. Não tenho a mesma fé que Pedro, mas não tenho dúvida que ele atingiu a imortalidade.

Texto maravilhoso de Leonardo Sakamoto - Portal Uol