domingo, 11 de abril de 2021

Sistema ONU no Brasil insta governos e população a intensificar medidas de prevenção à COVID-19

  • O Sistema ONU no Brasil divulgou nesta sexta-feira (9) uma nota em que ressalta a necessidade de adoção de medidas preventivas para diminuir a transmissão do coronavírus no país, onde a pandemia teve um recrudescimento.
  • Para a coordenadora residente interina da ONU no Brasil, Marlova Jovchelovitch Noleto, a falta de uma estratégia nacional centralizada de vacinação e de medidas restritivas efetivas estão levando o país a uma catástrofe.
  • A nota lembra que o início da vacinação traz esperança, mas num contexto de escassez de vacinas, é imprescindível seguir as recomendações de cientistas e profissionais de saúde para conter a transmissão da COVID-19.
  • Usar corretamente a máscara, higienizar frequentemente as mãos, manter a distância mínima de 2 metros de outras pessoas e privilegiar espaços abertos quando for preciso sair de casa são ações que podem salvar vidas.
  • Leia a íntegra da nota a seguir.
Máscaras faciais são parte dos Equipamentos de Proteção Individual doados pelo UNOPS com recursos do MPT de Santa Catarina
Máscaras ajudam a prevenir a transmissão da COVID-19
Foto | Mika Baumeister/Unsplash

O Sistema ONU acompanha com preocupação o recrudescimento da pandemia de COVID-19 no Brasil e ressalta a necessidade de adoção de medidas preventivas para diminuir a curva de transmissão do coronavírus e garantir o direito humano à saúde. O aumento persistente no número de casos e de óbitos deve servir de alerta para todos – governos, população, sociedade civil, academia, setor privado, instituições religiosas, entre outros – quanto à urgência de interromper a escalada da doença no país, sobretudo para evitar o surgimento de novas variantes do vírus.

"A intensificação da curva de óbitos, a falta de medidas restritivas efetivas e a falta de uma estratégia nacional centralizada de vacinação estão levando o país a uma catástrofe", afirma Marlova Jovchelovitch Noleto, Coordenadora Residente interina da ONU no Brasil.

"Estamos falando de milhares de vidas que estão sendo perdidas por falta de ações assertivas para conter a pandemia no Brasil. Precisamos lembrar que as vacinas são essenciais, mas elas não resolverão o problema imediato do país, que apresenta atualmente o maior número de óbitos diários por COVID-19 do mundo. Até que todas e todos estejam vacinados e protegidos contra a doença, todas as medidas de redução do contágio devem ser respeitadas. Reduzir a disseminação do vírus, garantir apoio econômico à população e agilizar a vacinação devem ser as prioridades do país", completa a Coordenadora Residente interina.

O país precisa urgentemente de um plano nacional de resposta à crise. Os sistemas público e privado de saúde estão sobrecarregados e há registros de filas por leitos hospitalares. Precisamos proteger as trabalhadoras e os trabalhadores de saúde, que estão na linha de frente diariamente, arriscando as próprias vidas para salvar as nossas. O início da vacinação traz esperança, no entanto, num contexto de escassez de vacinas em nível global e nacional, é imprescindível seguir as recomendações de cientistas e profissionais de saúde para conter a transmissão da COVID-19.

Usar corretamente a máscara, higienizar frequentemente as mãos, manter a distância mínima de 2 metros de outras pessoas e privilegiar espaços abertos quando for preciso sair de casa são ações que podem salvar vidas. Ninguém está imune à doença, nem mesmo crianças e jovens, portanto é responsabilidade de todas e todos proteger a si e aos outros. Quem puder deve ficar em casa, já que é o lugar mais seguro para evitar o contágio da doença. Não é hora de festas nem de aglomerações.

As Nações Unidas instam os governos a adotar estratégias de restrição da circulação de pessoas e a prover o apoio necessário à população para que essas medidas possam de fato ser cumpridas. Além disso, governos e empresas devem oferecer as condições necessárias para que profissionais de áreas classificadas como essenciais possam seguir desempenhando suas funções em segurança. Paralelamente, todas as medidas de saúde pública devem ser mantidas, como testes de diagnóstico, rastreamento de contatos, isolamento de casos confirmados, quarentena assistida e atendimento de saúde de qualidade.

Assim que a vacina estiver disponível para cada grupo prioritário, as pessoas devem se vacinar, seguindo as recomendações das autoridades locais de saúde.

ONU BRASIL


Lei 20507/21 institui Semana do Contestado no Paraná

 


A Semana do Contestado agora é oficial no Paraná. Nosso projeto de lei instituindo a data foi aprovado e se transformou na lei 20 507, publicada no Diário Oficial de 8 de março de 2021. A partir do dia 20 de outubro, por sete dias, a cada ano, haverá uma programação de atividades pedagógicas nos estabelecimentos de ensino para debater e refletir sobre o que foi a Guerra do Contestado no Paraná., travada na divisa entre o nosso estado e Santa Catarina, entre 1912 e 1916.

Cerca de 20 mil posseiros e pequenos proprietários enfrentaram forças militares federais e estaduais e ainda grupos armados privados na luta pela terra e permanência na região. O conflito ocorreu num território rico em madeiras e erva-mate que atraíram empresas estrangeiras.
Além disso, a construção de uma estrada de ferro interligando os estados de São Paulo e Rio Grande do Sul agravou o problema social. As famílias foram vítimas de inúmeras violações de direitos humanos que até hoje repercutem na região e nos conflitos fundiários em nosso Estado.

Foi um confronto que movimentou 80% do efetivo do Exército brasileiro a época, acrescida das forças armadas estaduais e de grupos de vaqueanos contratados por grandes fazendeiros, e que terminou com o massacre de camponeses. “O direito à memória histórica é fundamental para a manutenção da identidade de um povo”, ressaltou o deputado Tadeu Veneri, ao justificar a importância da lei.


Lei 20507 - 08 de Março de 2021


Publicado no Diário Oficial nº. 10888 de 8 de Março de 2021

Súmula: Institui a Semana do Contestado a ser realizada anualmente na semana do dia 20 de outubro.

Assembleia Legislativa do Estado do Paraná decretou e eu sanciono a seguinte lei:

Art. 1º Institui a Semana do Contestado no Estado do Paraná a ser realizada anualmente na semana do dia 20 de outubro, visando promover atividades pedagógicas e reflexão sobre a Guerra do Contestado, o território e a identidade cultural do povo caboclo.

Art. 2º Na Semana do Contestado serão realizadas atividades culturais e artísticas, seminários, debates, congressos, encontros e outras iniciativas com o objetivo de envolver diversos grupos sociais e manter viva a história regional e a memória da cultura cabocla.

Art. 3º As escolas da rede estadual, municipal e particular de ensino e entidades associativas culturais poderão participar e desenvolver eventos na semana de que trata esta Lei.

Art. 4º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Palácio do Governo, em 8 de março de 2021.

Carlos Massa Ratinho Junior
Governador do Estado

Guto Silva
Chefe da Casa Civil

Tadeu Veneri
Deputado Estadual

Ação no STF representa primeiro passo para impedir militarização das escolas no PR



Partido dos Trabalhadores(PT), em conjunto com o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) e o Partido Comunista do Brasil (PCdoB), ajuizaram Ação Direta de Inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal contra a Lei 20.338/2020, que criou o modelo de militarização do ensino nas escolas públicas do Paraná. “Este é um primeiro passo para reverter a anomalia educacional que o governador Ratinho Junior criou no Paraná para agradar Bolsonaro”, disse o deputado estadual Tadeu Veneri, que liderou o voto contrário à lei na Assembleia Legislativa.

Os partidos pedem a suspensão imediata do funcionamento do programa de militarização das escolas até que o Supremo Tribunal Federal decida sobre a Adin. O programa prevê a conversão de 245 escolas em vários municípios do Estado.

A forma como o governo implantou o sistema foi antidemocrático feito às pressas simulando consultas à comunidade que nem tinha conhecimento do programa para se manifestar, assinalou Veneri, que denunciou todas as irregularidades do processo desde o início da apresentação do projeto à Assembleia Legislativa. “O modelo adotado pelo governador do Paraná representa o aval ao projeto de estado autoritário do governo Bolsonaro”, frisou o deputado.

Além do desrespeito à gestão democrática do ensino, a Adin aponta que esse modelo somente poderia ser implantado pelo governo federal, já que não está previsto na Lei de Diretrizes Básicas da Educação.

A escolha de militares inativos para atuar dentro das escolas também viola a ConstituiçãoFederal, pois revela uma desvalorização dos profissionais do ensino, além de representar um desvio de função dos integrantes das forças de segurança paranaenses.

Fonte: www.tadeuveneri.com.br

PR: Famílias assentadas investem no cultivo de abacate para geração de renda

 por Brasil de Fato

Iniciativa ocorre no assentamento Eli Vive, em Londrina. Estimativa é colher 240 toneladas da fruta por ano

A camponesa Franciana Pontes e seu esposo João Carlos Mendes ainda estavam acampados no norte do Paraná quando conseguiram cinco mudas de abacate. Assim que o tão sonhado pedaço de terra foi conquistado de forma definitiva, as plantas ganharam lugar para fixar raízes. Isso foi em 2013, com a formalização do assentamento Eli Vive, em Londrina, onde cerca de 500 famílias de agricultores também se enraizaram. A comunidade é considerada o maior assentamento em regiões metropolitanas do Brasil.

No ano passado, um dos abacateiros de Franciana começou a produzir frutos. Ela colheu cerca de 300 quilos e conseguiu vender parte em feiras e mercados da cidade. Já os abacates maduros que caíram no chão e não puderam ser comercializados ganham outro destino. Depois de consumir o fruto, o casal utilizou o caroço para produzir novas mudas e expandir o plantio. Por meio da técnica do enxerto, que une partes de duas plantas para dar melhores condições à muda, conseguiram produzir 60 novos pés das variedades avocado e manteiga.

“A expectativa é de ter uma geração de renda boa. A gente quer entregar no PNAE [Programa Nacional de Alimentação Escolar], nos mercados, nas escolas. Vai ser uma renda extra que vai complementar. A perspectiva é trabalhar com o abacate”, explica Franciana, que já produz hortaliças, limão e poncan de forma agroecológica.


Franciana ao lado do esposo João e do filho Antonio / Arquivo pessoal

Franciana e João fazem parte do grupo de 10 famílias da comunidade que tem ampliado a produção de abacate. Ao todo, cerca de 1.200 pés foram plantados ao longo do último ano. A variedade é grande - margarida, breda (manteiga), fortuna, quintal, geada e avocado -, e garante a melhor polinização e colheita ao longo de todo o ano. A estimativa é de que os pomares já em desenvolvimento cheguem a produzir 240 toneladas da fruta por ano, a maioria de forma agroecológica. Mais produtores demonstram interesse em migrar para esse cultivo.

Ampliar a fruticultura é um objetivo traçado pelas famílias assentadas desde o início da comunidade, e tem ganhando mais importância a cada ano, conforme explica Edelvan Carvalho, integrante da direção do assentamento. “Hoje existe uma demanda de cinco mil quilos de frutas por semana para a merenda escolar. Não conseguimos atender porque ainda não temos essa produção”, relata.

A ação também se soma à campanha nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) "Plantar Árvores, Produzir Alimentos Saudáveis", iniciada em 2019. A meta é plantar 100 milhões de árvores em todos os estados brasileiros em um período de 10 anos, como resposta à política de destruição ambiental praticada pelo governo Bolsonaro. O programa de Reforma Agrária Popular proposto pelo MST compreende o plantio de árvores como aliado da alimentação saudável e de cuidado com os bens comuns da natureza.

Padrão tecnológico avançado e sustentável

A expansão do novo cultivo é acompanhada por técnicos do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR), que vão orientar todo o processo produtivo, desde plantio, podas, colheita e comercialização. Segundo André Miguel, engenheiro agrônomo do IDR, a implantação dos novos pomares já seguirá um padrão tecnológico mais avançado e sustentável, adaptados à produção orgânica.

O tempo de produtividade do abacateiro pode chegar a 30, 40 anos, tempo suficiente para que a árvore fique grande a ponto de tornar a colheita uma “tormenta”, exigindo uso de escada, como resume o agrônomo. A orientação técnica leva em conta também este aspecto. “A gente tem percebido que é possível implantar pomares com uma condução diferenciada, com espaçamento diferente, com manejo de poda, que não reduz a produtividade, mas facilita muito o manejo, as colheitas e os tratos culturais”, explica André Miguel.


Expansão do cultivo é acompanhada por técnicos do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná / Paulo Mrtvi

De acordo com o técnico do IDR, o abacate também é uma planta que se desenvolve muito bem nos sistemas agroflorestais e se encaixa em projetos mais sustentáveis nas áreas. Aliado a isso, as experiências acompanhadas pelo Instituto mostram que a cultura é capaz de gerar renda e qualidade de vida para as famílias do assentamento e para agricultura familiar como um todo. Segundo o agrônomo, a rentabilidade da fruta dá condições de fazer frente ao avanço da soja, que vem causando esvaziamento do campo.

“A gente enxerga no abacate uma cultura que nos ajuda a promover o desenvolvimento rural nos assentamentos e avançar na qualidade de vida das famílias no local, possibilitando inclusive a permanência dos jovens que desejarem”, completa.

Doce ou salgado, faz bem à saúde

Seja na guacamole, o prato mexicano em que abacate é consumido salgado e com temperos, ou na salada de fruta, como creme ou na versão vitamina. O que se sabe é que o abacate é rico em gorduras responsáveis pela redução dos níveis de colesterol e triglicerídeos no organismo, somando para a prevenção de doenças cardíacas e até o câncer.

“Em alguns países pelo mundo, tem sido considerado um dos frutos mais equilibrados em termos de composição nutricional, e isso tem puxado uma expansão no mercado do abacate no mundo todo, e no país também com possibilidade de exportação”, frisa o agrônomo André Miguel.

Avanços na Reforma Agrária Popular

Além do abacate, a Cooperativa Agroindustrial de Produção e Comercialização Conquista (Copacon), criada pela comunidade há três anos, também planeja ações de incentivo à produção de outras frutas, como poncan, laranja e banana.


Ação se soma à campanha nacional do MST "Plantar Árvores, Produzir Alimentos Saudáveis" / Paulo Mrtvi

Criada em 2017, Copacon garante a comercialização da produção das famílias assentadas para mercados institucionais, como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), e mercados comuns. Em 2019, foram comercializados 880 mil litros de leite, 200 toneladas de hortifrúti para o Pnae, 75 toneladas de fubá para merenda escolar do município de São Paulo.

As famílias também comercializam diretamente em feiras livres, supermercados e Ceasa de Londrina e no Feirão da Resistência e Reforma Agrária, que acontece na modalidade virtual a cada 15 dias. O grupo Camponesas do Eli Vive II também entrega semanalmente cestas agroecológicas em universidades e órgãos públicos. Atualmente, uma família está certificada e outras 25 estão em processo de certificação orgânica pela Rede Ecovida.

Edição Lia Bianchini - Fonte Jornal Brasil de Fato

Audiência Pública debate estratégias contra o desmonte do Banco do Brasil


Eliminação de cinco mil empregos e fechamento de agências em todo o país é parte do projeto de desmonte do Banco do Brasil pelo governo Bolsonaro. A ameaça à instituição que cumpre um papel social fundamental no nosso país é o tema da audiência pública que o mandato do deputado estadual Tadeu Veneri e a Federação dos Trabalhadores das Empresas de Crédito no Paraná (Fetec) com vários sindicatos de bancários do Estado estarão realizando na próxima terça-feira, 13. A audiência será online e será transmitida a partir das 9 horas pela TV Assembleia e redes sociais do mandato de Veneri.

Nos últimos cinco anos, entre o início de 2016 e setembro de 2020, o BB já eliminou mais de 17 mil postos de trabalho. No mesmo período, fechou 1.058 agências. Enquanto isso, teve acréscimo de 9,5 milhões de clientes. De janeiro a setembro, obteve lucro líquido de R$ 10,2 bilhões. “ O nosso banco bicentenário tem sido atacado sistematicamente em vários governos, apesar de prestar um serviço insubstituível à população brasileira por estar presente em todos os municípios brasileiros. Mas da mesma forma como resistimos durante os governos Collor e Fernando Henrique, agora, não será diferente. É importante a participação de toda a nova geração dos servidores do BB nesta luta”, afirmou Veneri, que trabalhou mais de vinte anos como bancário.

A deputada federal Erika Kokay é uma das convidadas para este debate. Bancária da Caixa Econômica Federal, Kokay é da Executiva Nacional dos Bancários.Estarão participando da audiência representantes dos sindicatos de bancários de Curitiba e Região, Londrina, Campo Mourão, Guarapuava, Paranavaí, Toledo, Umuarama, Maringá e Região. Também enviarão representantes a Federação dos Bancários do Paraná (FEEB), Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, Associação Nacional dos Participantes de Fundos de Pensão do Paraná (Anapar), Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil (ANABB) e Associação dos Funcionários Aposentados e Pensionistas do Banco do Brasil no Estado do Paraná.

www.youtube.com/c/TadeuVeneri13


TV Assembleia – Canal aberto 10.2

9 horas

13 de abril

sexta-feira, 9 de abril de 2021

Morre o Deputado Recalcatti

Na noite dessa sexta feira (09/04) faleceu o Deputado Estadual Rubens Recalcatti após sofrer um infarto fulminante. Recalcatti integrava a base do governo na ALEP e atuou por muito tempo como servidor da Polícia Civil do Paraná.

sábado, 3 de abril de 2021

OIM publica estudo com estratégias para inserção de venezuelanos no mercado de trabalho em Manaus




Indígenas venezuelanos em Manaus
Indígenas venezuelanos em Manaus
Foto | Alex Pazuello/Semcom/Fotos Públicas

A Organização Internacional para as Migrações (OIM) lança, nesta quarta-feira (31), a publicação de "E.M.P.L.E.O Manaus: Análise e Estratégias para a Inserção de Refugiados e Migrantes Venezuelanos no Mercado de Trabalho Manauara". É um estudo aprofundado sobre o perfil socioeconômico da comunidade refugiada e migrante em território amazonense. 

Com a intensificação do fluxo migratório venezuelano nos últimos anos, aproximadamente 20 mil refugiados e migrantes do país vizinho residem em Manaus, segundo o Sistema de Registro Nacional Migratório do Ministério da Justiça e Segurança Pública. São homens, mulheres e crianças que deixaram a Venezuela em busca de novas oportunidades. Os que se encontram em idade ativa  buscam a inserção no mercado de trabalho brasileiro.

"A pesquisa tem um grande potencial ao propor modelos inovadores de cooperação entre o setor público, privado e sociedade civil para a produção de soluções duradouras fundamentais à integração de refugiados e migrantes no Brasil, partindo da sua experiência humanitária e conhecimento do contexto para criar essas oportunidades em benefício de todos", relata o gerente de Projeto da OIM Joaquim Torrinha.

Para realizar a análise, a consultoria Mandalah realizou entrevistas com a população refugiada e migrante venezuelana residente em Manaus. Após análise dos dados coletados, observou-se que pelo menos metade daqueles que estão trabalhando informalmente ou que estão desocupados apresenta um conjunto de habilidades altamente valorizadas pelos principais empregadores da cidade, demonstrando um alto potencial de empregabilidade.

"O estudo propõe uma atuação coordenada no sentido de catalisar a inserção laboral de refugiados e migrantes. Isso será fundamental para que eles tenham acesso a meios de vida mais dignos e pode funcionar como um importante motor de crescimento para a economia da cidade em um cenário pós-pandemia", informa o consultor sênior da Mandalah, Fred Heimbeck.

Frente a isso, o estudo mostrou a necessidade de uma inserção laboral adequada para o processo de integração da população venezuelana no Brasil. Com o emprego e acesso à renda, esses indivíduos poderão sustentar as famílias e, com o tempo, se inserirem de maneira perene e independente na sociedade brasileira.

A análise, em um primeiro momento, buscou entender o contexto do mercado de trabalho manauara e o perfil do venezuelano residente da capital. Com as informações, identificou-se as melhores práticas já existentes para criar um Quadro de Ação com seis linhas de atuação para vários atores, como agências da Organização das Nações Unidas (ONU), organizações da sociedade civil, setor privado e autoridades locais para a inserção laboral efetiva e significativa.

As recomendações para a inserção se baseiam em:

  • Estruturar um banco de dados integrado sobre o público de interesse;
  • Mitigar as condições limitantes para empregabilidade;
  • Prospectar ativamente vagas de trabalho junto a empresas;
  • Legitimar as habilidades e instrução dos mais escolarizados;
  • Elevar a qualificação dos menos escolarizados com cursos profissionalizantes, através, por exemplo, da revalidação de diplomas;
  • Oficializar Manaus como cidade de origem no Programa Vaga de Emprego Sinalizada (PVES) da Operação Acolhida, no âmbito da resposta humanitária do governo federal.

A primeira letra de cada uma destas linhas de ação forma então a palavra "E.M.P.L.E.O." – "emprego" em castelhano – que dá título à publicação.

Serviço: A publicação será lançada em evento on-line no canal da OIM no YouTube, às 14h no horário do Amazonas (15h Brasília). A cerimônia terá abertura realizada pelo coordenador operacional da Operação Acolhida, general Antônio Manoel Barros.

Programação:

• 14h - Apresentação do evento e boas-vindas: Stéphane Rostiaux, Chefe de Missão |OIM Brasil

• 14h05 – Abertura: General Antônio Manoel Barros, Coordenador Operacional | Operação Acolhida

• 14h15 - Introdução à origem do estudo, panorama geral da pesquisa

• 14h20 - O Mercado de Trabalho Manauara e a Comunidade Venezuelana: Principais Achados

• 14h30 - E.M.P.L.E.O: um modelo programático para a integração socioeconômica de refugiados e migrantes venezuelanos

• 14h35 - Linhas de Ação E.M.P.L.E.O

• 15h - Painel aberto I: quais estratégias para a sensibilização do setor privado para a contratação de refugiados e migrantes? Participação de Túlio Silva, Coordenador | Associação Hermanitos.

• 15h15 - Painel aberto II: qual o papel de atores públicos, Operação Acolhida e governo federal no sentido desta integração? Participação de Dra. Alzira Costa, Procuradora | Ministério Público do Trabalho – Amazonas.

• 15h30 - Encerramento

Fonte: ONU Brasil

Relatório aponta urgência para enfrentar as mudanças climáticas e as desigualdades de gênero


Eventos extremos como a pandemia e as mudanças climáticas aprofundam as desigualdades raciais e de gênero
Eventos extremos como a pandemia e as mudanças climáticas aprofundam as desigualdades de gênero
Foto | Bill Oxford/Unsplash

A agenda ambiental não é mais um problema a longo prazo mas uma realidade que se impõe agora e por isso é chamada de emergência climática. É o que destaca do relatório  "A dimensão de gênero no Big Push para a Sustentabilidade no Brasil: as mulheres no contexto da transformação social e ecológica da economia brasileira" lançado nesta terça-feira (30) pela ONU Mulheres Brasil, o escritório no Brasil da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) e a representação no Brasil da Fundação Friedrich Ebert (FES).

A elaboração do relatório se fundamentou na revisão da literatura, no levantamento de dados e informações e na análise do quadro de políticas nacional, regional e internacional nas áreas de gênero, sustentabilidade e mudanças climáticas. O documento também é fruto de discussão em oficina virtual realizada em 23 de setembro de 2020, com a participação de especialistas e lideranças da sociedade civil, da academia, do setor privado e do poder público com experiência em temas ligados a gênero, meio ambiente, clima e desenvolvimento.

Ao mesmo tempo, o relatório se baseia em evidências, oferecendo subsídios para a formulação de políticas que promovam oportunidades de emprego e renda para as mulheres, consideradas na sua diversidade, e de melhoria da disponibilidade e da qualidade de serviços de cuidado, liberando o tempo das mulheres e contribuindo para sua autonomia econômica. O documento se insere na dimensão de gênero no contexto dos investimentos transformadores para a igualdade e a sustentabilidade no âmbito da abordagem do Big Push (Grande Impulso) para a Sustentabilidade.

As autoras do relatório são as pesquisadoras Margarita Olivera (Universidade Federal do Rio de Janeiro/UFRJ), Maria Gabriela Podcameni (Instituto Federal do Rio de Janeiro), Maria Cecília Lustosa (UFRJ e Rede de Pesquisa em Sistemas Produtivos e Inovativos Locais do Instituto de Economia (Redesist/UFRJ), e Letícia Graça (Núcleo de Estudos e Pesquisas de Economia e Feminismos do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (NuEFem/IE/UFRJ). O documento contou com a coordenação de Camila Gramkow, oficial de Assuntos Econômicos do Escritório no Brasil da CEPAL.

"O relatório foi fruto de um esforço coletivo, das organizações e pesquisadoras, e das contribuições de diversas pessoas. O tema não se esgota nesse documento, é preciso construir uma agenda de debates e estudos a partir de uma perspectiva da interseccionalidade dos direitos humanos das mulheres, nos seus mais diversos contextos e realidades, no âmbito do enfrentamento às mudanças climáticas", explicou a representante da ONU Mulheres no Brasil, Anastasia Divinskaya.

De acordo com a diretora de programas da Fundação Friedrich Ebert Brasil, Waldeli Melleiro, os eventos extremos como a pandemia e as mudanças climáticas aprofundam as já existentes desigualdades raciais e de gênero. "Para alterar essa inserção desigual e promover uma transformação social, é necessário a adoção de políticas e investimentos com foco explícito nas mulheres nos diversos setores: em infraestrutura, no trabalho, nos empregos verdes, na saúde e na organização social do trabalho de cuidados. Adotar a transversalidade de gênero é urgente e essencial e, para a Fundação Friedrich Ebert, a democracia só é possível se houver justiça de gênero", ressaltou.

Big Push – A CEPAL desenvolveu uma abordagem para apoiar os países da região na construção de estilos de desenvolvimento mais sustentáveis, chamada "Big Push (ou Grande Impulso) para Sustentabilidade". Trata-se de uma abordagem baseada na coordenação de políticas para promover investimentos sustentáveis, que produzam um novo ciclo de crescimento econômico, gerando empregos e renda, contribuindo para a recuperação da economia, e diminuindo desigualdades enquanto reduz a poluição e mantém e regenera a base de recursos naturais do qual o desenvolvimento depende.

No Brasil, a CEPAL vem trabalhando em parceria com órgãos públicos brasileiros, instituições de pesquisa e atores da sociedade civil para implementar a abordagem do Big Push para a Sustentabilidade por meio de colaborações, projetos e cooperações técnicas, em temas ligados à inovação e energias sustentáveis, patentes verdes, empregos, gênero e mobilidade sustentável e estudos de casos de investimentos sustentáveis.

Destaques do relatório:

  • A carência de ações efetivas frente à emergência climática impacta desproporcionalmente as mulheres, meninas e corpos feminizados, porque elas partem de uma situação de profundas desigualdades estruturais. Muitas mulheres já estão no seu limite físico, psicológico e emocional. E contam com menos ferramentas e rendas para enfrentar os impactos das mudanças climáticas.
  • As mulheres já constituem, hoje, um grupo maior em situação de vulnerabilidade em relação aos homens (em termos de pobreza monetária, pobreza de tempo, sobrecarga de trabalho não remunerado e de cuidados e inserção precária no mercado de trabalho ).
  • As mulheres dedicam praticamente o dobro de tempo (em média 21,4 horas de trabalho por semana) em relação aos homens (que dedicam 11 horas semanais) para tarefas domésticas e/ou de cuidado.
  • As mulheres recebem em média um salário 21,3% inferior ao dos homens. As mulheres negras recebem um salário 55,6% inferior ao dos homens brancos; o que sublinha a interseccionalidade, ou seja, que existem desigualdades de gênero profundas e estruturais no Brasil, relacionadas de forma intrínseca com outras desigualdades, como as raciais e de classe.
  • Mulheres negras, indígenas, quilombolas, periféricas, pobres e corpos feminizados que saem da norma são grupos especialmente expostos aos impactos da inação climática, o que sublinha o racismo ambiental.
  • Neste contexto de profundas desigualdades estruturais, o aumento da frequência e da intensidade de eventos climáticos extremos (secas prolongadas, inundações, tempestades, deslizamentos de terra, picos de calor e de frio etc.) torna as mulheres mais expostas a adversidades que os homens.
  • Mulheres em condições de maior vulnerabilidade socioeconômica tendem a contar com menos ferramentas e rendas para enfrentar os impactos da mudança climática (por exemplo, para mudar para uma residência em área menos suscetível a deslizamentos de terras ou a inundações), dadas as brechas de salário, empregos, acesso a bens e serviços públicos, representação e direitos.
  • As mulheres também tendem a ter uma maior pobreza de tempo com a mudança climática, já que são elas que tendem a cuidar dos doentes, feridos, amputados e enlutados devido aos eventos extremos.
  • Por outro lado, as mulheres podem ser beneficiárias dos investimentos sustentáveis em áreas estratégicas para uma recuperação transformadora com sustentabilidade ambiental e igualdade de gênero. Investimentos em áreas tais como energias renováveis, produção agrícola sustentável, mobilidade urbana sustentável, entre outros, podem criar oportunidades de emprego e renda para as mulheres, se combinados com políticas adequadas de inserção das mulheres, contribuindo com sua autonomia econômica. Além disso, investimentos em infraestrutura de cuidados podem não apenas preparar a sociedade para enfrentar os eventos climáticos extremos, mas também contribuir para liberar o tempo das mulheres, contribuindo para reduzir a pobreza de tempo.

Acesse o relatório completo aqui.  Fonte: ONU Brasil

ONU Brasil destaca importância de medidas de prevenção à COVID-19 durante feriados





Máscara, distanciamento social e higienização das mãos são medidas para evitar a COVID-19
Máscara, distanciamento social e higienização das mãos são medidas para evitar a COVID-19
Foto | Adam Nieścioruk/Unsplash

Com a aproximação do feriado de Páscoa, o Sistema ONU reitera que as medidas de prevenção à COVID-19 são indispensáveis para diminuir a curva de transmissão do coronavírus e o número de hospitalizações e mortes. O Sistema ONU no Brasil está redobrando os esforços para divulgar mensagens que evitem uma escalada ainda maior da COVID-19, que já tirou a vida de mais de 310 mil brasileiras e brasileiros, com uma taxa de 149 mortes para cada 100.000 pessoas no país.

Usar corretamente a máscara, higienizar frequentemente as mãos, manter a distância mínima de 2 metros de outras pessoas e privilegiar espaços abertos quando for preciso sair de casa são ações que estão ao alcance de todas e todos e podem salvar vidas. Além disso, quem puder deve ficar em casa. É o lugar mais seguro para evitar o contágio da doença.

Assim que a vacina estiver disponível para cada grupo prioritário, todas as pessoas devem se vacinar, seguindo as recomendações das autoridades locais de saúde. Até que haja vacinas para todas e todos, a redução do contágio deve ser nossa prioridade.

"As agências, fundos, programas e entidades das Nações Unidas no Brasil seguirão apoiando o país para que, com união e compromisso, possamos superar esta crise. Apelamos para que todas e todos se protejam neste momento em que precisamos interromper o crescimento do número de casos e de mortes. Ao cuidar de nós mesmos, estamos cuidando de todas e todos e contribuindo para diminuir a circulação do vírus", afirma Marlova Jovchelovitch Noleto, Coordenadora Residente interina do Sistema ONU no Brasil.

Fonte: ONU Brasil