quinta-feira, 12 de outubro de 2023
quarta-feira, 11 de outubro de 2023
ONU-Habitat e ABC lançam programa de Cooperação Sul-Sul para desenvolvimento urbano sustentável
O programa Simetria Urbana irá compartilhar experiências e boas práticas sobre desenvolvimento urbano sustentável com países do Sul Global por meio da Cooperação Sul-Sul Trilateral.
A iniciativa tem o objetivo de contribuir com o aumento de capacidades de governos locais e nacionais para o desenvolvimento de ações relacionadas aos temas da Agenda 2030 e da Nova Agenda Urbana.
Até 31 de outubro, o programa receberá propostas de instituições públicas brasileiras, governos, academia e sociedade civil que tenham interesse em participar de ações de Cooperação Sul-Sul.
O Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat) e a Agência Brasileira de Cooperação (ABC), do Ministério das Relações Exteriores, promovem uma iniciativa de cooperação Sul-Sul que tem como objetivo promover o desenvolvimento urbano sustentável entre países do Sul Global, por meio da troca de experiências e o fortalecimento de capacidades: o programa Simetria Urbana. A parceria foi assinada em 2022 e passa a ser implementada a partir de outubro.
A ação tem o objetivo de contribuir com o fortalecimento das capacidades de governos locais e nacionais na formulação, implementação e monitoramento de políticas públicas urbanas no Sul Global.
Para Cecília Malaguti, responsável pela Cooperação Sul-Sul Trilateral com Organismos Internacionais da ABC, o Simetria Urbana representa o compromisso do governo brasileiro com a expansão de esforços internacionais por um futuro urbano melhor no Sul Global. A Agência, criada em 1987, conta com programas de cooperação em diferentes temas, e este é o primeiro com foco em cidades sustentáveis.
"A discussão sobre cidades sustentáveis e resiliência urbana tem crescido na cooperação Sul-Sul. Em março de 2022, a ABC firmou parceria com o ONU-Habitat para promover a urbanização sustentável. O projeto Simetria Urbana impulsionará a troca de conhecimentos e práticas em direção a cidades mais sustentáveis e resilientes", ressalta Malaguti.
"O lançamento do programa é um passo importante para incentivar instituições brasileiras a pensarem o desenvolvimento sustentável nas cidades. A partir dessas experiências de intercâmbio, aplicamos boas práticas que já foram testadas em contextos semelhantes e chegamos a bons resultados de forma mais eficiente. Por isso, aliar a cooperação Sul-Sul às metas dos ODS é extremamente estratégico", avalia a Oficial Nacional do ONU-Habitat para o Brasil, Rayne Ferretti Moraes.
Chamada de submissões
Até 31 de outubro, o programa está com a chamada de submissões de iniciativas aberta. O edital irá selecionar boas práticas e experiências inovadoras em governança urbana sustentável implementadas por instituições brasileiras, que poderão ser compartilhadas com outros países do Sul Global por meio de projetos de cooperação internacional.
Para ter a proposta acolhida, as ações devem envolver instituições públicas, academia e sociedade civil, do governo federal brasileiro ou governos subnacionais do país, e devem ser escaláveis, replicáveis e sustentáveis.
Para que um projeto seja realizado, governos de países do Sul Global devem enviar o pedido de cooperação para o governo brasileiro, ou para o escritório do ONU-Habitat. Ao receber as propostas, o Simetria Urbana verificará as necessidades que elas apresentam, o alinhamento com os princípios da cooperação Sul-Sul, assim como as possibilidades técnicas e financeiras das instituições parceiras para atendê-las.
"A partir da chamada de submissões, queremos identificar boas experiências praticadas por instituições públicas, e que poderão ser eventualmente compartilhadas com outros países, potencializando o alcance de seus resultados e criando novas oportunidades no Sul Global. A partir do Simetria Urbana, queremos criar pontes entre desafios semelhantes e possíveis estratégias para soluções, acelerando o desenvolvimento urbano sustentável", afirma a Coordenadora do Simetria Urbana pelo ONU-Habitat, Luciana Tuszel.
Como participar?
A chamada de submissões está aberta até o dia 31 de outubro, para instituições brasileiras, incluindo órgãos de governos estaduais, municipais e federal, além da sociedade civil e da academia.
Para se inscrever é necessário preencher o formulário com informações sobre o escopo, status e demais detalhes sobre o projeto a ser submetido.
O formulário pode ser acessado pelo link: https://forms.office.com/e/sLjmf5F0di
sexta-feira, 6 de outubro de 2023
Inscrições pa pós Especialização em Educação Digital Unioeste
Em 2023 a especialização em Educação Digital, em especial para professores dos anos iniciais do ensino fundamental, Unioeste, com vagas distribuídas em 13 polos UAB em todo o Paraná.
Confira o edital
- Campo Largo
- Cerro Azul
- Céu Azul
- Cruzeiro do Sul
- Flor da Serra do Sul
- Foz do Iguaçu
- Goioerê
- Guaraniaçu
- Nova Santa Rosa
- Pontal do Paraná
- Três Barras do Paraná
- Ubiratã
- Umuarama
- Informações: NEaDUNI - (45) 3220-7326
Agroflorestas contra as mudanças climáticas - artigo de Denys Costa
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segunda-feira, 2 de outubro de 2023
Circuito Urbano divulga programação com recorde de 235 eventos em todo o Brasil
Eventos serão realizados em todo o Brasil, entre os dias 2 e 31 de outubro, nas modalidades presencial, virtual ou híbrida.
Sexta edição da iniciativa do ONU-Habitat Brasil promove o tema "Investindo em futuros urbanos: Cooperação para Resiliência do Sul Global". A expansão da iniciativa acontece em parceria com a Agência Brasileira de Cooperação do Ministério de Relações Exteriores (ABC/MRE).
Ao longo de outubro, mais de 230 eventos vão discutir a construção da resiliência urbana no Sul Global. Com representantes de mais de 20 países da América Latina e da África lusófona, o Circuito Urbano 2023 será realizado entre 02 e 31 de outubro. A programação já está disponível no site: www.circuitourbano.org.
Criada pelo Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat) no Brasil, a iniciativa tem como objetivo promover o Outubro Urbano, mês dedicado a debater como tornar melhor a vida nas cidades.
Com um recorde de 235 eventos selecionados, os encontros serão realizados em português e espanhol, nas modalidades presencial, virtual e hibrida. Toda a programação é gratuita e será transmitida pelo canal do Circuito Urbano no YouTube.
A expansão da edição de 2023 para novos países foi possível graças à parceria inédita do ONU-Habitat com a Agência Brasileira de Cooperação (ABC), do Ministério de Relações Exteriores (MRE).
O tema desta edição parte da premissa de que, para construir um desenvolvimento urbano sustentável, é fundamental explorar caminhos que ampliem o acesso de governos locais a novas formas de financiamento. Essas parcerias poderiam viabilizar políticas públicas que estimulem a diversificação econômica, a descentralização fiscal e o reconhecimento do papel do setor informal na economia, como contribuinte legítimo desse desenvolvimento.
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, ressalta que a ação local e a cooperação global são indispensáveis para que as cidades atinjam seu potencial de impulsionar um crescimento inclusivo, verde e sustentável:
"A construção de uma maior resiliência e uma melhor proteção das populações vulneráveis requer investimentos muito maiores em infraestruturas sustentáveis, sistemas de alerta precoce e habitação acessível e adequada para todos. Também devemos trabalhar para melhorar o acesso à eletricidade, água, saneamento, transporte e outros serviços básicos – ao mesmo tempo em que investimos em educação, desenvolvimento de habilidades, inovação digital e empreendedorismo".
Nesse contexto, os eventos do Circuito Urbano estarão divididos em quatro linhas temáticas:
- Planejamento urbano integrado.
- Financiamento e investimento.
- Inclusão social e econômica.
- Economia circular.
A analista de programas e co-coordenadora do Circuito Urbano Julia Caminha explica como a iniciativa vai promover essa discussão:
"As cidades precisam se preparar para dar respostas a crises, como climáticas e econômicas, de forma cada vez mais acelerada. Com esta edição do Circuito Urbano, queremos conectar pessoas de diferentes regiões para trocar experiências e debater soluções que possam ajudar as cidades a construírem uma resiliência urbana que seja de fato eficaz".
Já Cecília Malaguti, responsável pela cooperação Sul-Sul trilateral com organismos internacionais da ABC, lembra que o evento é uma das ações concretas para viabilizar o desenvolvimento urbano sustentável:
"Envolver representantes de mais de vinte países da América Latina e da África Lusófona em um só evento como o Circuito Urbano, para discutir a construção da resiliência urbana no Sul Global é a prova de que o tema é urgente e importante para o futuro das cidades e, consequentemente, das nações. A ABC se orgulha em fazer parte dessa parceria."
Programação
A sexta edição do Circuito Urbano será lançada nesta segunda-feira (2), às 10h, celebrando o Dia Mundial do Habitat com o evento "Economias urbanas resilientes: cidades como motores de crescimento e recuperação". Realizado de forma virtual com representantes do ONU-Habitat, da ABC e do Ministério das Cidades, o evento vai discutir o papel da cooperação Sul-Sul na construção de cidades mais resilientes.
Os eventos organizados pelo ONU-Habitat incluem também a Sexta Urbana (20 de outubro), que apresenta diversas iniciativas da agência que exploram caminhos para assegurar intervenções urbanas bem planejadas; e o encerramento e celebração do Dia Mundial das Cidades (31 de outubro).
Sobre o Circuito Urbano
Criado há seis anos, o Circuito Urbano é a principal iniciativa do ONU-Habitat Brasil para promover o Outubro Urbano. O período se inicia oficialmente com o Dia Mundial do Habitat (neste ano, em 2 de outubro) e se encerra com o Dia Mundial das Cidades (31 de outubro).
Em cinco edições, o Circuito Urbano já apoiou mais de 750 eventos, levando o Brasil à liderança dos países que celebram o Outubro Urbano. Em 2022, os eventos reuniram 25 mil visualizações e cerca de 13 mil espectadores. Foram 183 eventos com 212 pessoas atuando como moderadoras e 815 como panelistas. Os eventos engajaram cerca de mil pessoas nos debates.
Acesse a programação do Circuito Urbano 2023 em: www.circuitourbano.org
EVENTO IRI e BPC | Papel da China na Transição Energética Justa e Sustentável
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sexta-feira, 29 de setembro de 2023
Para atender previsão legal assegurada há 35 anos, projeto de lei destina terras devolutas no Paraná para quilombos
Constituição Federal já obrigava estados a transferirem a propriedade de terras públicas não destinadas ou que não faz parte do patrimônio privado.
As comunidades quilombolas e organizações dialogaram com os parlamentares para elaboração da redação da proposta legislativa. Foto: Rafael Bertelli/ Mandato Deputado Goura
O Projeto de Lei 770/2023, protocolado nesta segunda-feira (18) na Assembleia Legislativa do Paraná pelo deputado estadual Goura (PDT), determina que o estado transfira terras devolutas estaduais para comunidades quilombolas que tem seus territórios tradicionais sobrepostos total ou em parte das terras públicas. A proposta legislativa contém também a assinatura das deputadas Ana Júlia e Luciana Rafagnin, e deputados Arilson Chiorato, Dr. Antenor e Renato Freitas, todos do PT. Num primeiro passo, a medida deve ser apreciada pela Comissão de Constituição e Justiça da Alep.
O Projeto de Lei determina que o Estado do Paraná emita títulos de propriedade definitiva das terras públicas estaduais ocupadas por remanescentes das comunidades quilombolas. A medida vem para atender uma lacuna no Estado de não cumprimento da previsão legal determinada na Constituição Federal de 1988. Isso porque o artigo 68 da Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT) já determinava que todos os entes federados – União, estados e municípios – devem destinar terras devolutas para fins de regularização fundiária de comunidades quilombolas.
O estado do Paraná já havia conceituado, por meio da Lei 7055/1978, sobre o que se configura como terra devoluta estadual. A normativa reconhece que terras do estado são aquelas que não foram dadas, vendidas, estabelecidas em contrato ou obtidas por meio judicial e que não cabem mais recurso. A norma ainda conceitua como devolutas terras antigas, do período ainda de configuração do território brasileiro em sesmarias, repassadas ao estado em regimes antigos de propriedade e que não tiveram destinação de uso. Com isso, comunidades quilombolas que já tinham identificado terras devolutas dentro do seu perímetro – a partir da elaboração do Relatório Técnico de Identificação e Delimitação (RTID), uma das etapas do processo de titulação quilombola - poderiam ter seus títulos de propriedade emitidos.
Mesmo com conceituação destas terras na década de 70 e determinação constitucional nos anos 80, o estado do Paraná até o momento não destinou essas áreas para fins de regularização fundiária quilombola. É nesse sentido que o Projeto de Lei se insere.
"Consideramos isso [a não destinação de terras devolutas estaduais para regularização fundiária] uma omissão do próprio estado brasileiro. Desde a época da libertação dos escravizados a gente luta pelo território quilombola, para fazer plantio e manter nosso modo de vida. Desde 2006 a gente vem apontando que há terras devolutas no Paraná e até hoje estamos reivindicando", destaca a integrante da Federação Estadual das Comunidades Quilombolas do Paraná (Fecoqui) e da comunidade quilombola de João Surá (PR), Carla Galvão.
"Esse Projeto de Lei é muito importante para cumprir o art. 68 do ADCT em nível estadual, pois apesar da Constituição Federal prever a obrigação do Estado de emitir títulos de propriedade nos territórios quilombolas há quase 35 anos, nenhuma ação sobre terras devolutas no Paraná havia sido tomada, mesmo quando encaminhados processos administrativos do INCRA para o Governo.
O Projeto de Lei ainda aponta que o título de áreas de terras devolutas dentro de comunidades quilombolas será de natureza coletiva e não pode ser vendido, transferido ou mesmo perdido em caso de penhora por dívidas, como determina o Decreto Federal 4887/2003, que regulamenta o procedimento de titulação quilombola. Essas previsões garantem às comunidades a impossibilidade de perda do território.
Dívida histórica
Ao menos três comunidades quilombolas do Paraná situam-se em áreas devolutas estaduais e já tiveram seus Relatório Técnico de Identificação e Delimitação publicados. O relatório de Varzeão foi publicado em 2016, São João em 2018 e João Surá em 2010. Ou seja, nestas comunidades – para as áreas do território tradicional que se encontram em terras devolutas – já era possível ao menos há vários anos ter o título emitido. A comunidade de João Surá, de RTID publicado há mais de 12 anos, possui metade do território tradicional em terras devolutas. A comunidade teve a Portaria de Reconhecimento – etapa seguinte ao RTID – publicada em 2016 e depois o processo estacionou. Em paralelo a tramitação no Incra e como procedimento previsto na Instrução Normativa, a autarquia remeteu o processo ao estado do Paraná em 2019 para providências de titulação da parcela devoluta do território. Até o momento não teve retorno.
Carla relata que a comunidade enfrenta dificuldades para construção de casas e plantios, pela ausência de espaço para desenvolver suas atividades. Outra preocupação é assegurar a permanência de jovens nos territórios diante da instabilidade gerada pela ausência do título. "A gente precisa que a juventude, principalmente, acesse a terra para poder ter condições para manutenção deste território. Necessitamos que estas terras sejam devolvidas para as comunidades", aponta ela. Ela ainda cita a exposição à risco de despejos e assédio de operação de empresas ao território. "A gente sabe que estas famílias estão lá há mais de 200 anos e estão sendo obrigadas a sair das famílias por conta desse descaso", aponta. Atualmente 56 famílias residem na Comunidade.
"Essa lentidão da titulação das terras quilombolas prejudica no acesso à políticas públicas. Muitas comunidades não têm acesso à agua, a política de construção de casas ou até mesmo financiamento da agricultura familiar pela falta do título da terra. Como comprovar que o produtor tem um lugar para plantar?", questiona.
O estado do Paraná possui apenas uma comunidade quilombola com titulação parcial, dentre os 39 territórios com processos abertos no Incra. A finalização do longo processo de regularização fundiário de Paiol de Telha só foi possível com o acionamento da justiça, por meio de uma Ação Civil Pública (ACP), ajuizada em 2019 pela associação da comunidade. A comunidade ainda luta para titular a totalidade da área a quem tem direito. Nas demais etapas do processo de regularização fundiária, o estado acumula 9 RTIDs publicados e 3 portarias de reconhecimento publicadas. Com isso, 29 comunidades se encontram ainda em estágio inicial do processo, de modo que o número de territórios quilombolas com terras devolutas a serem transferidas pode ser ainda maior.
Consulta às comunidades quilombolas
Para a elaboração do Projeto de Lei os mandatos realizaram diálogos com a Superintendência do Incra no Paraná, organizações de direitos humanos – como a Terra de Direitos – comunidades quilombolas e a Fecoqui. De acordo com o deputado estadual Goura, este processo possibilitou que as comunidades quilombolas, público beneficiário da proposta legislativa, pudessem discutir a redação do PL e apontar mudanças. O parlamentar relatou que estas contribuições foram estão presentes na redação final do PL. "Procuramos seguir a Convenção 169 e trazer este envolvimento na construção da legislação e agora é o trabalho de articulação para sua tramitação e desejada aprovação", diz Goura. A Convenção determina a consulta prévia, livre e informada aos povos e comunidades tradicionais sobre medidas legislativas, administrativas e de mercado que afete os modos de vida.
O parlamentar destaca que a aprovação do Projeto de Lei é uma importante sinalização da Assembleia Legislativa do Paraná na efetivação dos direitos quilombolas. Ele destaca a necessária articulação entre órgãos e entes para avanço desta política. "O avanço de uma proposta legislativa no âmbito estadual e o envolvimento do governo do estado com suas secretarias, em parceria com órgãos federais, é essencial para avanço no reconhecimento e garantia de direitos. E a garantia do território do direito é essencial para a garantia de demais direitos, como cultura, preservação dos saberes tradicionais", complementa.
"Nós, da Fecoqui, temos uma expectativa positiva em relação ao PL porque isso irá ajudar a avançar no processo de titulação onde há terras devolutas e com isso acelerar processos no estado. Com isso deve ajudar as famílias a manter sua renda e os modos de vidas comunitários no território. Deve permitir a realização de projetos de desenvolvimento econômico, um a das principais demandas das comunidades, a desenvolver nossa região. Com isso não será preciso sair daqui para procurar emprego em outros lugares onde a crise já não permite que a gente tenha acesso aos empregos. O território tem um grande potencial para desenvolver cadeias produtivas, tanto para o mercado regional quanto de capitais", defende Carla.
Fonte: Terra de Direitos
PARANÁ - Secretaria da Educação publica Calendário Escolar 2024 sem sábados letivos
A Secretaria de Estado de Educação (Seed) publicou o Calendário Escolar de 2024 com 201 dias letivos, duas semanas de recesso em julho e um total de 31 dias entre férias e recesso em janeiro. |
Cartilha do Agrinho aborda abelhas sem ferrão
Material desenvolvido pelo Sistema FAEP/SENAR-PR em parceria com a Sedest traz conteúdos sobre o papel desses insetos na preservação ambiental |
O Sistema FAEP/S ENAR-PR lançou a cartilha "Tecendo conexões: abelhas e sustentabilidade" para compor o material didático do Programa Agrinho. O conteúdo, desenvolvido em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Sustentável do Paraná (Sedest), aborda a importância das abelhas sem ferrão e o seu papel na manutenção da biodiversidade. O material é gratuito e está disponível nas versões impressa e digital (aqui) Utilizando os personagens do Programa Agrinho, o material explica como ocorre a polinização das plantas, destacando as abelhas nativas do Paraná. Esses insetos garantem a produção de frutos e sementes, além de favorecer a prática da agricultura com base ecológica e a preservação da natureza. A cartilha é mais uma iniciativa do Sistema FAEP/SENAR-PR para apoiar ações do governo do Estado em prol do desenvolvimento sustentável. O Projeto Poliniza Paraná, a exemplo do Jardins de Mel de Curitiba, tem realizado a instalação de colmeias de abelhas nativas sem ferrão em diversas cidades do Estado, promovendo a preservação desses insetos e de seus habitats naturais por meio de ações de educação ambiental. A nova cartilha passa a fazer parte dos materiais didáticos destinados a professores e alunos das escolas das redes pública e privada. Para os docentes, são dois livros: "Ciência, inovação e ética – tecendo redes e conexões para a sustentabilidade", que contem as orientações gerais referentes aos temas do programa; e "Ciência, inovação e ética – tecendo redes e conexões para a produção do conhecimento", que contempla algumas propostas metodológicas inovadoras. No caso dos estudantes, os materiais são divididos por temas e fases de aprendizagem, incluindo conteúdos adaptados para alunos das Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apaes). No total, são 13 publicações: "Brincando com o Agrinho" e "Brincando e aprendendo 1 e 2", compostos por folhas de atividades; "Agrinho em cenas cotidianas" e "Cenas do cotidiano 1 e 2", que consistem em um conjunto de atividades compostas por imagens rotineiras de uma família; "Descobrindo o mundo", composto por frases sobre diversas temáticas; "Investigando o ciclo da água", que tem como ideia central um mistério a ser descoberto; e cinco diferentes edições do título único "Ciência, inovação e ética", que, em formato revista, têm como ideia central um jeito sustentável de ser e viver. Todos os materiais didáticos podem ser acessados na versão digital no site do Sistema FAEP/SENAR-PR (sistemafaep.org.br). Curso do SENAR-PR inspirou Jardins de Mel em Curitiba Implantado em Curitiba em 2017, o projeto Jardins de Mel, idealizado pelo agroecólogo Felipe Thiago de Jesus, foi inspirado em um curso do SENAR-PR. O primeiro contato do profissional com a meliponicultura ocorreu com a capacitação de criação de abelhas sem ferrão da entidade, em 2006, fato que inspirou sua carreira na área. Além de criar os insetos, Jesus passou a ministrar cursos e palestras na comunidade e no exterior, tornando-se referência no tema. A partir disso, ele recebeu o convite do prefeito de Curitiba, Rafael Greca, para criar o projeto. Ainda, por meio dos Jardins de Mel, a prefeitura oferta cursos sobre as abelhas sem ferrão para a comunidade, com aplicações teórica e prática. O projeto recebe apoio integrado das Secretarias de Segurança Alimentar e Nutricional (SMSAN), Meio Ambiente (SMMA) e Educação (SME). Fonte: FAEP |
“O PR sai na frente e monta a maior rede para estudar os processos erosivos”
O Paraná é destaque no trabalho de conservação do solo e da água. Além de ser berço do Sistema de Plantio Direto (SPD) no Brasil, o Estado encampou diversas iniciativas de preservação dentro da porteira, como a criação da Rede Paranaense de AgroPesquisa e Formação Aplicada (Rede AgroPesquisa) que promove inovação e pesquisa no ambiente produtivo paranaense. Por meio dessa ação foram realizadas 35 pesquisas de campo, abrangendo todas as regiões do Estado, que mobilizaram 150 pesquisadores envolvendo a temática do manejo e conservação da água e do solo. Recentemente, os resultados dos estudos foram reunidos no livro "Manejo e conservação de solo e água", lançado dia 22 de agosto, que deve se tornar referência para acadêmicos, pesquisadores, professores, técnicos de campo e, claro, produtores rurais do Brasil. Para Graziela Moraes de Cesare Barbosa, uma das editoras da publicação, o livro aproxima a academia do produtor rural, que vai poder conhecer as eventuais perdas na sua lavoura e aplicar o estudo na propriedade. Leia a entrevista que Graziela concedeu à revista Boletim Informativo: Qual o sentido de reunir as pesquisas sobre água e solo e seus resultados em um livro? O livro mostra que é possível trabalhar em rede usando uma mesma metodologia. As metodologias, a forma da escolha de todos os parâmetros que usamos para esse monitoramento dos eventos de chuva e como correlacionamos as informações estão reunidos nesse livro para que qualquer outra entidade de ensino e pesquisa possa replicar essas metodologias, não só no Paraná como em outras regiões do Brasil. A quem se destina essa publicação? Principalmente a professores, estudantes e pesquisadores que querem replicar essa metodologia em outros locais. O livro não é diretamente voltado ao produtor rural, mas permite que outros estudos sejam feitos usando a mesma metodologia, possibilitando futuras comparações de dados. Como foi estruturada essa rede de pesquisadores que desenvolveu os trabalhos? Já em 2015, começaram as primeiras negociações. Na época, o Núcleo Paranaense de Ciência do Solo (Nepar), o Sistema FAEP/SENAR-PR e o IDR-Paraná começaram a verificar que diversos produtores estavam com problema de conservação de solo e muitos processos erosivos acontecendo no campo. Isso suscitou esse tema: como melhorar o manejo de conservação de solo e de água no Paraná? Fizemos várias reuniões que deram origem ao Prosolo [Programa Integrado de Conservação de Solo e Água], que trabalhou essa demanda dos produtores e da pesquisa científica, de como poderíamos resolver esse problema e dar um retorno à sociedade. Por que a escolha do tema manejo e conservação de solo e de água? A escolha do tema ocorreu por meio do Prosolo, que por sua vez deu origem à Rede AgroPesquisa. O tema refletia a situação em que o Paraná se encontrava na época, com muitos processos erosivos. As chuvas de 2014 e 2015 geraram muitos problemas de conservação de solo. Então, tivemos a demanda do setor produtivo para resolver esse problema. De modo geral, o que essas pesquisas revelaram sobre a conservação de solo e água no Paraná? Os resultados preliminares mostram que o problema está no manejo das lavouras. O Plantio Direto feito hoje pelos produtores não dá conta de segurar a água no sistema. Estamos com problema de compactação de solo na maioria das regiões, e como a água não infiltra, os produtores estão tendo perdas de solo e de água. O que temos visto nos resultados preliminares é que não basta fazer práticas mecânicas de conservação, que seriam os terraços. Precisamos melhorar o manejo desse solo, realizando um Plantio Direto com qualidade, obedecendo os três princípios: máxima cobertura do solo, mínima mobilização nas épocas de plantio e inserção de rotações de cultura. Se não melhorar esses três parâmetros, não adianta colocar terraço. Muito se fala da distância existente entre a pesquisa acadêmica e a realidade do campo. De que modo o trabalho da Rede AgroPesquisa aproxima esses dois universos? É exatamente isso que procuramos fazer. Estamos em áreas de produtores, ou seja, quem faz o manejo é o produtor. Ele que planta e colhe. Nós somente monitoramos os eventos de chuva e, a partir daí, quantificamos a vazão, a perda de solo, água e nutrientes. Quando se faz uma pesquisa dentro da universidade e/ou órgão de pesquisa, o produtor não se enxerga ali. Mas quando ele faz o trato cultural na área dele, é a realidade dele. Esse é um dos grandes resultados da rede: a aproximação com o homem do campo! Que benefícios práticos os resultados dessas pesquisas vão trazer aos produtores rurais paranaenses? O produtor vai verificar que o manejo na lavoura dele pode ser melhorado. O monitoramento dos eventos de chuva mostra a quantidade de sedimento, água e nutrientes que está sendo perdido nas lavoras. Com os valores dessas perdas, o produtor consegue avaliar e repensar. Qual o legado que essas pesquisas deixam para o Paraná? O Paraná sempre foi referência, tanto na origem do Sistema de Plantio Direto, como o primeiro Estado a ter uma lei de uso e conservação do solo no país. Novamente, o Paraná sai na frente e monta a maior rede de AgroPesquisa para estudar os processos erosivo em grandes escalas, coisa que comumente não ocorre dado a complexidade desses estudos. Desse modo, o Paraná traz à tona essa discussão e serve de exemplo para o resto do país. Fonte: FAEP |