quarta-feira, 9 de outubro de 2024

‘Diante da emergência climática, não dá mais para tratar o tema dos agrotóxicos como perfumaria’, diz pesquisadora

Larissa Bombardi destaca de forma positiva a iniciativa do presidente em debater o assunto perante interesses do agronegócio e das empresas europeias exportadoras de agroquímicos

Larissa Bombardi destaca de forma positiva a iniciativa do presidente em debater o assunto perante interesses do agronegócio e das empresas europeias exportadoras de agroquímicosReprodução/Divulgação

Geógrafa, professora associada da Universidade de São Paulo, Larissa Bombardi mora atualmente na Europa. A pesquisadora foi obrigada a deixar o país por conta de ameaças que sofreu após a publicação do resultado de pesquisas que denunciavam os efeitos do uso dos agrotóxicos no Brasil, a partir do atlas "A Geography of Agrotoxins Use in Brazil and its Relations to the European Union" (Uma geografia do uso de agrotóxicos no Brasil e suas relações com a União Europeia), em 2019. 

Desde então, Bombardi, mesmo no exílio, continua a se relacionar de maneira intensa com o assunto. Em 2023, lançou o livro "Agrotóxicos e colonialismo químico", pela editora Elefante, onde aborda o conceito por trás das origens da monocultura brasileira e a relação ambígua da União Europeia com países do sul global – com a exportação de uma lista de substâncias proibidas nos países do bloco.

Participando ativamente de alianças internacionais, a pesquisadora acredita no potencial da figura do presidente Lula enquanto um provocador do debate no âmbito das Nações Unidas. "Penso que seria muito auspicioso se o Lula for a pessoa tomar esse lugar de puxar os países a dizer que a gente precisa de uma regulação única", opina. 

Recentemente, o presidente Lula deu uma declaração em uma reunião com os chefes dos poderes em que demonstrou insatisfação com o fato do Brasil receber boa parte dos agrotóxicos proibidos em países europeus. Ele sinalizou, inclusive, que quer tratar o assunto, com cautela, junto à bancada ruralista. Como você avalia a postura de Lula no tema?

Eu avalio de uma forma extremamente positiva, eu penso que é um novo momento do Lula e do PT, em que faz parte desse projeto político olhar com atenção o tema ambiental. Então, o Lula tenta, eu vejo, protagonizar essa pauta mundialmente e o tema dos agrotóxicos e da agricultura é algo central nisso. Acho que esse é o primeiro aspecto a ser ressaltado. Obviamente, que não é um ambiente fácil, a gente sabe que o Brasil é um país predominantemente urbano, mas a nossa representação tanto na Câmara dos Deputados, quanto no Senado é majoritariamente vinculada ao agronegócio. Então, é um enorme desafio a ser enfrentado e, para mim, tem a ver com essa expressão que eu uso de colonialismo e colonialidade, mas eu já chego lá. E por que eu estou dizendo que é um enorme desafio? Porque a gente acabou de ver o projeto de lei que ganhou o apelido de "pacote do veneno" ser aprovado. Não só ele foi aprovado, como o presidente Lula propôs vários vetos, todos derrubados. Quer dizer, é um retrocesso que a gente tá vendo. Infelizmente, mesmo no curso do governo Lula, é um passo para trás enfraquecer a nossa própria lei de agrotóxicos. Mas, eu penso ser positivo o fato do Lula se mostrar consciente desse tema, que é um tema muito importante, que tem a ver, não só com o uso massivo de agrotóxicos no Brasil, mas tem a ver também com esse padrão duplo, essa enorme diferença entre a regulação europeia para agrotóxicos e a regulação brasileira. Ele inclusive citou a Alemanha na fala dele. 

E, internamente, com relação às políticas para o setor…

O governo está empenhado. Já houve o adiamento de mais de uma vez da aprovação da política nacional de produção orgânica. E por quê? Por que houve esse adiamento? Porque era necessário que o Pronara, que o Programa Nacional de Redução de Agrotóxicos, estivesse atrelado à política nacional de produção orgânica, porque seria um contrassenso, inclusive, se ele não tivesse. Não tem como a gente avançar na produção orgânica agroecológica, se a gente não fizer frente, se a gente não diminuir os agrotóxicos, se a gente não repensar a maneira como esses agrotóxicos são utilizados. Isso eu estou dizendo no curto prazo. No longo prazo, o que eu espero dessa sociedade é que a gente elimine essas substâncias, mas, a curto prazo, é óbvio que para poder aumentar a produção orgânica e agroecológica tem que estar atrelado a isso uma política de redução de agrotóxicos ou então uma coisa sufoca a outra. Quer dizer, esse intensivo de agrotóxicos, da forma como se dá, no volume em que se dá, sufoca a possibilidade de ampliação da produção orgânica e agroecológica, então, eu vejo um embate interno. Por um lado, por exemplo, a gente tem um Ministério do Desenvolvimento Agrário junto com o Ministério do Meio Ambiente e o Ministério da Saúde empenhadíssimos nessa pauta, já temos frutos, eu diria, a gente vê frutos disso. Por outro lado, o Ministério da Agricultura, que representa o agronegócio, com muita força, barrando esse caminho. Então, eu penso que é o momento do Lula escolher em qual lado da história ele vai querer estar, entende? Porque a gente tá falando de um de um projeto de nação e, mais do que isso, de um de um pacto civilizatório, sabe? Diante da emergência climática não dá mais para fechar os olhos e achar que o tema dos agrotóxicos é qualquer coisa, que é perfumaria. A questão de como a agricultura acontece no mundo de hoje é central, inclusive, para entender a emergência climática, para fazer frente a ela. Obviamente que não é fácil. Por isso mesmo ele mesmo mencionou a bancada ruralista, né?

Você tem um livro que aborda essa situação em uma metáfora com o colonialismo… 

Sim, é sobre isso, o que é essa bancada ruralista que a gente tem hoje? É ainda o nosso histórico de colonialidade. Por que também eu falo de colonialismo químico, né, para entender quando o Lula diz 'não é possível que no Brasil a gente continue consumindo substâncias que são proibidas na Alemanha, na Europa'. Então, a gente tem essas empresas europeias controlando mais de um terço das vendas mundiais de agrotóxicos, uma importante parte desses agrotóxicos são vendas de substâncias proibidas aqui na União Europeia que vão para países pouco regulados, o Brasil é o maior destino dessa substâncias. Eu vou dar um exemplo claríssimo da semana passada. A França adotou uma regulação, há dois anos, de proibir, independentemente das decisões da União Europeia, a produção, a estocagem e a exportação de agrotóxicos proibidos no próprio território. E foi feito um levantamento, por uma organização suíça chamada Public Eye, que descobriu que a França continua exportando, as empresas conseguiram encontrar uma brecha na lei e o país continuou exportando essas substâncias proibidas. Esse levantamento mostrou quais são as substâncias e para onde elas vão e o Brasil é o maior destino, por exemplo, dos neonicotinoides que a França segue exportando. Essas substâncias afetam diretamente a morte dos insetos, a gente sabe disso por causa das abelhas, sabemos que elas estão morrendo porque os produtores de mel relatam e denunciam, os neonicotinoides continuam proibidos na União Europeia pelo risco de perda de biodiversidade. E aí a gente olha o gráfico e o Brasil, e o país é o principal destino, com uma grande distância do segundo país, que é a Ucrânia. O que isso tem a ver com colonialidade, né? Se a gente for pensar no colonialismo histórico, no colonialismo clássico, como uma metáfora inclusive para a gente poder fazer um salto no tempo e no espaço, esse colonialismo clássico se estruturou por meio da devastação, por meio da eliminação, do despejo, da intimidação dos povos originários para que a Europa naquele momento pudesse se apropriar desses bens. E durante os séculos de colonialismo, a mão de obra utilizada para poder implantar as monoculturas na América toda foi a de pessoas escravizadas. Naquele momento, a escravização de pessoas seria uma coisa impensável no continente europeu, mas, companhias que estavam comercializando pessoas escravizadas eram companhias europeias, então elas comercializavam aquilo que elas não toleravam, o que era fora daquele pacto de sociedade. Então, a gente tem esse comércio mundial que envolve bilhões de dólares, cerca de 60 bilhões de dólares por ano, a gente tem uma Europa que exporta essas substâncias que ela não tolera aqui. Então, eles têm uma narrativa de dizer que é uma ação respeitosa, que é direito dos países. Obviamente que a gente não vive num momento colonial, não é isso que eu tô dizendo, mas as estruturas coloniais elas estão presentes tanto nas nas ações da União Europeia quanto nas ações do Brasil, por exemplo. A gente tem hoje um quadro de concentração fundiária enorme, e só aumentou nos últimos anos, onde os proprietários de terra decidem o destino de um território inteiro, e eles são muito bem articulados com os parceiros europeus que produzem os agroquímicos.

E me parece que algo que é bastante perverso nesse assunto é que, por mais que seja alarmante, o agrotóxico acaba quase invisível no prato enquanto o seu uso, como um todo, é bastante agressivo, com lançamentos em aviões, inclusive. Isso contribuiu para que o problema não seja debatido, reforça a voz do agro, né? Fica parecendo que o mais caro e inviável é a agricultura familiar e não o contrário. Por que, com tantos contras, ainda é tão lucrativo para o setor a utilização dos agrotóxicos? Você acha que é possível combater esse lobby que diz que eles são necessários para manter o plantio em larga escala tanto para o mercado interno quanto externo?

Eu acho que o melhor argumento para mostrar que, na verdade, isso não se sustenta são os dados sobre a fome. Os dados sobre a fome, mundialmente, mostram que a fome cresceu no mundo nas últimas décadas e que a gente não superou o problema, apesar de toda essa tecnologia. E os dados do Brasil são ainda mais chocantes, então a gente vê que a área agrícola nos últimos anos aumentou 30%, mas, mesmo assim, a fome também aumentou no Brasil nos últimos anos. Então é uma agricultura que não serve para alimentar a população brasileira. Obviamente que, em um primeiro momento, há um ganho de produtividade, mas o que acontece é que ao longo prazo isso não se sustenta porque essa tecnologia ela funciona em larga escala, ela funciona quando há possibilidade de homogeneizar, de ter monocultura, e a própria existência da monocultura, ela vai implicar no aparecimento de doenças. É uma agricultura que é feita com adubação química, então, as mesmas empresas que produzem os agrotóxicos são as mesmas que produzem os fertilizantes químicos, que é uma parte das mesmas que produzem as sementes que são comercializadas. Quando você começa adubando a terra com com adubo químico, esses adubos normalmente têm três minerais só, então há um empobrecimento ao longo prazo do solo, daquilo que as plantas vão se alimentar. O que passa a acontecer é que essas plantas potencialmente ficam doentes, a doença é no sentido de que ficam suscetíveis, elas vão ficar muito mais suscetíveis ao aparecimento de fungos. Lógico que quando você tá num lugar em que tem a biodiversidade preservada, em que você tem um consorciamento de culturas no mesmo lugar existe uma infinidade de possibilidades de alimentação para os insetos, mas em uma área com apenas um tipo de alimento, fica mais fácil para eles acessarem, e assim eles são chamados de pragas, nessa concepção. Falei tudo isso para dizer que, na verdade, essa agricultura em larga escala só se sustenta por meio do uso de agroquímicos. Uma agricultura artificializada, a monocultura, ela vai na contramão do arranjo da natureza, que precisa ser biodiversa. Os interesses de quem produz soja transgênica caminham junto de quem vende a semente transgênica.

Existe um caso bastante citado, que é o da Bayer, né? Produtora do agrotóxico, que causa uma série de doenças nos seres humanos e, ao mesmo tempo, uma grande expoente da indústria farmacêutica. Pegando esse gancho, a gente sempre se choca com os novos estudos que apontam os danos dessas substâncias no nosso organismo, são muitos dados nesse sentido. Em linhas gerais, o que você pode destacar dessa questão?

Olha, tem muitas pesquisas mostrando aumento de câncer relacionado com exposição ao agrotóxico em diversos lugares do mundo e no Brasil também, cada vez mais artigos mostrando essa conexão. Estamos falando de câncer, isso é uma coisa importante. Também são muitos casos de malformação fetal, são realmente muitos casos. A professora Silvia Brandalise mostra que 70% dos casos de malformação fetal são derivados de exposição ambiental ou do pai ou da mãe, ou seja, um agente externo e não um problema necessariamente genético. Abortos espontâneos, alterações hormonais, puberdade precoce, infertilidade, além de mal de Alzheimer e de Parkinson. 

E com relação aos efeitos no solo para os nossos biomas?

Vou dar o exemplo de uma substância que se chama atrazina, que já é proibida na UE faz 21 anos. Além dela estar associada a diversos tipos de câncer de ovário, de tireoide, de próstata, de estômago, essa substância se dissipa facilmente, é altamente diluível em água. O uso dessa substância na Amazônia brasileira, por exemplo, aumentou 575% nos últimos 10 anos. E ela é considerada um castrador químico porque tem estudos que mostram que a exposição de alguns sapos a essa substância faz com que eles mudem sexo, os sapos machos viram sapos fêmeas, alterando os hormônios sexuais. Então imagina o que significa isso, por exemplo, no bioma da Amazônia. Uma substância que tem esse grande efeito perigosos ambiental porque se dissipa na água dessa forma, em um lugar que representa uma parte enorme da água doce do planeta, em que todos esses seres aquáticos estão presentes e você tem uma substância que além de tudo é um castrador químico. 

Além dos neonicotinoides que estão ligados ao desaparecimento de insetos, que significa o fim da polinização e uma diminuição da biodiversidade, a longo prazo da própria produção agrícola. Temos pesquisas do professor Wanderlei Pignati no Pantanal que mostram os efeitos em diversos animais porque o bioma recebe a água contaminada, é um problema muito grave. Existem pesquisas que mostraram até onças pintadas e antas mortas intoxicadas.

Sobre o que você dizia no começo, do que é proibido na União Europeia e permitido aqui. Ao exportarmos o resultado da nossa agricultura cultivada com agrotóxicos, os países do Norte global também acabam consumindo por tabela, correto? Portanto, esse tema, na verdade, é uma discussão que precisa ser feita de maneira global, não é mesmo?

Sim, é realmente um tema para o mundo inteiro. A gente realizou uma conferência em Brasília, em 27 de junho, sobre a necessidade dessa regulação mundial e vamos finalizar com outra, no dia 12 de Dezembro, aqui em Bruxelas, no parlamento europeu. Isso se chama círculo de envenenamento ou efeito boomerang porque, de alguma forma, essas substâncias acabam chegando no prato da população europeia, tô falando isso baseada em dados da própria comissão. O levantamento que a comissão europeia fez, em 2019, mostra que 70% dos alimentos provenientes do Brasil tinham algum resíduo de agrotóxico e cerca de 8% tinham resíduo de substâncias ou proibidas na União Europeia ou com o nível de resíduo acima do limite permitido. Então, obviamente que eles não estão expostos da forma como a população no Brasil, mas, por exemplo, os disruptores endócrinos, essas substâncias que provocam a alteração hormonal, mesmo em minúsculas quantidades, elas provocam efeito sobretudo no corpo das crianças, no desenvolvimento infantil. 

Para fazer sentido falar sobre agrotóxicos, é preciso discutir também a alimentação da população de uma maneira mais ampla, né? Sabemos que a população de baixa renda está, cada vez mais, refém dos ultraprocessados. Como esses temas se relacionam?

Acho que debater a alimentação é muito importante. Lógico a gente só vai seguir em frente nisso com políticas públicas, então, por exemplo, a política nacional de produção orgânica e agroecológica, o programa nacional de alimentação escolar, em que os alunos das escolas públicas recebem alimento orgânico. Eu acho que funciona como um espelho no qual as crianças estão comendo alimentos orgânicos, sabendo que estão comendo, e trazem isso para casa, só o fato da da gente tomar consciência, isso faz com que aumente a pressão para que isso se alastre, mas, obviamente que só acontece com política pública para possibilitar a venda, mediar essa venda, mediar o interesse tanto do do pequeno produtor quanto da população na cidade que vai consumir esses alimentos. 

Fonte: Fundação Perseu Abramo


O PT no segundo turno: conheça candidaturas que seguem na disputa

Sigla disputa o segundo turno na cabeça de chapa em 4 cidades


O PT no segundo turno: conheça candidaturas que seguem na disputaNA DISPUTA – Natalia Bonavides, Lúdio Cabral, Maria do Rosário e Evandro Leitão

O jogo continua e o PT está no páreo, seguindo com quatro candidaturas disputando o segundo turno. Maria do Rosário (PT-RS), em Porto Alegre, Natália Bonavides (PT-RN), em Natal, Evandro Leitão (PT), em Fortaleza, e Lúdio Cabral (PT) em Cuiabá. 

Com apoio de Lula e Fátima Bezerra, a candidata do PT em NatalNatalia Bonavides celebrou a passagem para o 2º turno e destacou a participação popular e infraestrutura como pilares de suas propostas. 

Com 28,45% dos votos, Natália Bonavides assegurou sua vaga no segundo turno, representando o desejo de renovação da população natalense. "Esse resultado mostra que Natal quer mudança. Nosso povo merece uma gestão que trabalhe à altura de suas necessidades", declarou, após o anúncio dos resultados.

A candidatura de Natália Bonavides é fortalecida pelo apoio de Lula e da governadora Fátima Bezerra. "Com a parceria entre prefeitura, governo do estado e governo federal, faremos uma gestão para todos os natalenses", declarou a candidata.

Em Fortaleza, a emoção tomou conta da apuração. Iniciando a campanha com apenas 6% das intenções de voto, Evandro Leitão virou o jogo na disputa e conquistou 34,33% dos votos, garantindo uma vaga no segundo turno.  Na primeira vez em que Evandro Leitão (PT) concorre à prefeitura da capital, o candidato apresentou uma trajetória impressionante.

"Nossa campanha nasceu com o sonho de fazer uma Fortaleza de todos. Ali começou uma caminhada onde cada passo foi dado com coragem, humildade e com a certeza de que só chegamos longe quando caminhamos juntos. Obrigado por cada gesto de carinho e apoio, energia que nos sustentou ao longo dessa caminhada", publicou Evandro após resultado da apuração. Evandro disse que o presidente Lula estará em Fortaleza na próxima sexta-feira (11), para a entrega de programas sociais. Na agenda do presidente consta a inauguração de 1.296 unidades habitacionais e a entrega de 113 ônibus escolares municipais.

No Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, Maria do Rosário chega ao segundo turno focada em se apresentar a quem ainda não conhece seu trabalho. A candidata petista agradeceu os mais de 182 mil votos no primeiro turno e destacou que eleição é sobre o futuro das pessoas, citando projeto de prevenção às enchentes que inclui comunidades, empresariado e universidades.

Acompanhada da vice, Tamyres Filgueira (PSOL), Rosário solicitou o apoio dos eleitores para intensificar a campanha nesta nova etapa. Rosário obteve 26,28% dos votos válidos, enquanto Sebastião Melo (MDB), atual prefeito de Porto Alegre, conquistou 49,72%. Juliana Brizola, do PDT e neta de Leonel Brizola, ficou com 19,69%.

Em Cuiabá, o candidato a prefeito Lúdio Cabral (PT) avançou para o segundo turno das eleições em Cuiabá, demonstrando o êxito da campanha, da militância e de toda a coligação "Coragem e Força pra Mudar", que representa uma oportunidade de transformação para a capital mato-grossense.

Lúdio foi eleito deputado estadual em 2018 com 22.701 votos, e reeleito em 2022 com 47.533 votos. Mais que o dobro da votação, mostrando que a aprovação da população pelo trabalho do parlamentar o legitimou para a candidatura à prefeitura de Cuiabá, resultado comprovado ao longo da campanha em primeiro turno.

Em Camaçari, na Bahia, o PT também vai ao segundo turno, derrotando um candidato bolsonarista. Luiz Caetano (PT) saiu vitorioso da acirrada disputa em primeiro turno com desfecho encerrado somente na madrugada da segunda-feira (7), quando o TRE anunciou a totalização da apuração com direito a reviravolta, colocando o candidato petista na liderança da disputa. 

Luiz Caetano liderou movimentos estudantis e sindicais até assumir mandato de vereador e posteriormente o cargo de prefeito da cidade por três mandatos: (1985 a 1988), quando se destacou sendo o prefeito mais jovem da época. Depois foi eleito e reeleito (2000 a 2012).

quarta-feira, 25 de setembro de 2024

Nova pesquisa Quaest aponta empate técnico entre candidatos à Prefeitura de São Paulo

Os três candidatos estão empatados tecnicamente na liderança.

O atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) tem 25% das intenções de voto na disputa pela prefeitura de São Paulo, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), 23%, e o influenciador Pablo Marçal (PRTB), 20%, segundo pesquisa Quaest divulgada nesta quarta-feira, 24, pelo portal G1. A pesquisa foi encomendada pela TV Globo.
Fonte: Revista Exame
 
Veja os resultados da última pesquisa Quaest (24/09/24)


terça-feira, 24 de setembro de 2024

Colonialismo Químico

Colonialismo Químico é o título do novo livro da geógrafa Larissa Bombardi. Nele, a pesquisadora expõe de forma didática e apoiada em um conjunto de mapas as desigualdades que persistem entre Norte e Sul globais no que diz respeito ao ciclo degradador de produção e exportação de commodities agrícolas, com destaque para a fabricação de agrotóxicos em países ricos (onde muitos desses produtos são proibidos) e exportação para países pobres e emergentes que os usam em volumes crescentes. Rita von Hunty resenhou o livro, confere lá.


O ICL precisa do seu voto! Ajude-nos a vencer o Prêmio RA 2024!




O Instituto Conhecimento Liberta está concorrendo ao Prêmio Reclame Aqui 2024, e essa conquista só será possível com o apoio de pessoas como você, que acreditam em uma sociedade mais justa e consciente!

O Reclame Aqui é uma plataforma que avalia empresas a partir da experiência e satisfação de seus clientes e seguidores.


Ganhar esse prêmio significa um passo a mais na nossa missão de transformar a educação e promover o conhecimento que liberta! 


Como votar?

  1. Clique no link para votar: icl.com.br/premioreclameaqui

  2. Faça login na plataforma do Reclame Aqui (caso ainda não tenha, o cadastro é rápido e fácil).

  3. Localize e clique em Instituto Conhecimento Liberta para confirmar seu voto.

👇 Em caso de dúvidas, veja aqui o vídeo explicativo com o passo a passo para votar:







PRÊMIO RA: COMO VOTAR NO ICL?

Por que é importante votar?


✔️ Porque o ICL luta todos os dias para levar conhecimento gratuito e de qualidade.
✔️ Porque juntos fazemos a diferença na vida de milhares de pessoas.
✔️ Porque nosso compromisso é com a verdade, a justiça social e a construção de um futuro mais igualitário.


📅 Não perca tempo, a votação vai até 31/10/2024!


Compartilhe com amigos, familiares e colegas! Quanto mais pessoas votarem, maiores são as chances de celebrarmos essa vitória juntos! 🎉


Vamos juntos mostrar a força da comunidade ICL!

Com gratidão,
Equipe Instituto Conhecimento Liberta








Eleições: O que pensam os evangélicos petistas - Assista



Candidatos e candidatas do PT, nós temos visto, a cada eleição, fake news que procuram afastar pessoas evangélicas do Partido dos Trabalhadores.


Pensando nisso, a Fundação Perseu Abramo gravou uma série de depoimentos de evangélicos que são membros ativos do Partido dos Trabalhadores. Assista o vídeo com calma, entenda os argumentos.


Nossos entrevistados mostram que os preceitos bíblicos são muito próximos dos valores do PT. Utilize as dicas para se aproximar de eleitores evangélicos na sua cidade e pense em compartilhar esses conteúdos com os evangélicos que você conhece.

Veja os depoimentos de:


  • Benedita da Silva, deputada federal (RJ)
  • Jorge Messias, ministro da Advocacia Geral da União
  • Pastor Oliver Goiano, da Igreja Batista da Lagoa (Maricá/RJ) e membro do Núcleo Evangélico do PT
  • Alexandre Brasil, secretário de Educação Superior do Ministério da Educação
  • Sergio Ribeiro, sociólogo e ex-prefeito de Carapicuíba (SP)
  • Nilza Valeria, jornalista batista da Nossa Igreja Brasileira
  • Bernadete Adriana Alves de Lima (Adrianinha), assessora parlamentar, parte da executiva do Setorial Nacional Inter-religioso do PT
  • Sergio Dusilek, pastor batista, doutor e mestre em Ciências da Religião pela Universidade Federal de Juiz de Fora.

Vamos juntos! Falta pouco para o dia da votação!



SÃO PAULKO: Nunes autoriza obra de R$ 1 milhão em clube privado



Cúpula do Futuro: oportunidade única para reformar a cooperação global e enfrentar novas e urgentes ameaças


Os líderes mundiais se reunirão na Cúpula do Futuro, nos dias 22 e 23 de setembro, na sede da ONU, em Nova Iorque, para forjar um novo consenso internacional e garantir que o sistema multilateral esteja adequado para liderar uma resposta mais eficaz aos desafios e oportunidades atuais.

Aumento do nível do mar, resistência antimicrobiana e ODS também estarão na agenda dos líderes mundiais dos 193 Estados-membros da ONU reunidos na Semana de Alto Nível da Assembleia Geral da ONU (22-28/set) em Nova York.

O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, aborda o debate geral da 76ª sessão da Assembleia Geral em 2021
Legenda: O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, aborda o debate geral da 76ª sessão da Assembleia Geral em 2021
Foto: © UN Photo/Cia Pak

Com muitas das instituições e ferramentas globais estabelecidas na década de 1940, a Cúpula do Futuro será uma oportunidade para construir sistemas mais eficazes e inclusivos para enfrentar as crises de segurança emergentes de hoje, acelerar o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), preencher a lacuna de financiamento e abordar as ameaças e oportunidades das tecnologias digitais. 

A Cúpula deve ter como resultado o Pacto para o Futuro, um documento negociado entre os Estados-membros e orientado para a ação que visa reforçar a cooperação global para hoje e para o futuro. A Cúpula também produzirá um Pacto Digital Global e uma Declaração sobre as Gerações Futuras. Os documentos serão adotados na sessão de abertura da Cúpula, em 22 de setembro. 

Abaixo tudo que você precisa saber sobre a Cúpula do Futuro

Dias de Ação da Cúpula, 20-21 de setembro

Reunindo chefes de Estado, ministros, altos funcionários da ONU, representantes do setor privado, jovens, sociedade civil e outros atores, os Dias de Ação de 20 a 21 de setembro proporcionarão uma oportunidade para um amplo envolvimento e inclusão logo antes do segmento de alto-nível da Cúpula do Futuro. 

Os Dias de Ação serão iniciados com uma tarde dedicada e liderada pela juventude, seguida por um programa de sábado que se concentrará em três temas prioritários: digital e tecnologia, paz e segurança, e desenvolvimento sustentável e financiamento. Além disso, durante todo o dia, o foco também estará nas gerações futuras. O programa completo de dois dias, incluindo vários eventos paralelos, pode ser encontrado aqui.

A Cúpula do Futuro, 22-23 de setembro 

A Cúpula do Futuro será aberta com um recital da cantora de ópera americana Renée Fleming. Em seguida, haverá pronunciamentos do Presidente da Assembleia Geral da ONU, Philemon Yang, do Secretário-Geral da ONU, António Guterres, e de três representantes da juventude. É também na abertura da Cúpula que deverá ser adotado o Pacto do Futuro, documento previamente negociado e acordado pelos Estados-membros por consenso. O Pacto do Futuro inclui também, como anexos, o Pacto Digital Global e a Declaração sobre as Gerações Futuras. 

Após a abertura, seguem os pronunciamentos de até cinco minutos dos chefes de estado, representantes de países e organizações convidadas, ao longo do dia 22 e 23. O Brasil está listado como terceiro país a discursar, na manhã do dia 22 (a partir das 11h, de Brasília). 

Além das sessões na plenária, haverá também quatro diálogos interativos que se concentrarão em questões que vão desde a transformação da governança global e a aceleração dos ODS até o aprimoramento do multilateralismo para a paz e a segurança internacionais. O Brasil participa do Diálogo Interativo 3 - Rumo a um futuro digital comum: fortalecer a inovação inclusiva e a cooperação para colmatar as lacunas digitais, que acontece no dia 23 entre 11h e 14h (Brasília). 

Press kit sobre a Cúpula do Futuro (conteúdo em inglês).

SEMANA DE ALTO NÍVEL DA ASSEMBLÉIA GERAL DA ONU

Além da Cúpula do Futuro, a ONU será palco de uma série de eventos de alto nível durante a Semana de 22 a 26 de setembro.

Debate Geral, 24-28 de setembro e 30 de setembro 

Líderes mundiais se reunirão na sede da ONU para participar do tradicional Debate Geral anual de alto nível sob o tema "Sem deixar ninguém para trás: agindo juntos para o avanço da paz, do desenvolvimento sustentável e da dignidade humana para as gerações presentes e futuras". Chefes de Estado e de governo e ministros explorarão soluções para desafios globais interligados para promover a paz, a segurança e o desenvolvimento sustentável. Tradicionalmente, o Brasil é o primeiro país a discursar - a partir das 10h, do dia 24.

Momento dos ODS 2024, 24 de setembro, 14h30 - 16h15 (Horário do Brasil)

Com o atraso no progresso geral dos ODS, o Momento ODS, convocado pelo secretário-geral, proporcionará aos líderes mundiais uma plataforma para mostrar as ações e soluções ousadas que são necessárias para colocar o mundo no rumo certo. O momento se baseará diretamente nos resultados da Cúpula do Futuro e apontará as áreas específicas em que é necessária uma maior cooperação internacional antes da COP29, da Quarta Conferência Internacional sobre Financiamento para o Desenvolvimento e da Segunda Cúpula Mundial para o Desenvolvimento Social.

Reunião de Alto Nível sobre o Aumento do Nível do Mar, 25 de setembro

Reunião de Alto Nível sobre o Aumento do Nível do Mar reunirá líderes globais, especialistas e partes interessadas para tratar da ameaça urgente e crescente do aumento do nível do mar. A reunião tem o objetivo de alcançar soluções abrangentes e compromissos para combater o aumento do nível do mar, garantindo um futuro resiliente e sustentável, inclusive para pequenos estados insulares em desenvolvimento e áreas costeiras de baixa altitude.

Reunião de Alto Nível sobre Resistência Antimicrobiana (AMR), 26 de setembro

Reunião de Alto Nível sobre Resistência Antimicrobiana (AMR) representa uma oportunidade para que os países e as partes interessadas renovem seus esforços e acelerem o progresso no combate à crescente ameaça da AMR. A partir das declarações e compromissos anteriores, a reunião se concentrará no aprimoramento da cooperação internacional, na promoção do uso responsável de antimicrobianos e no avanço do desenvolvimento de novos tratamentos para proteger a saúde global.

Reunião de Alto Nível: Dia Internacional para a Eliminação Total das Armas Nucleares, 26 de Setembro

Alcançar o desarmamento nuclear global é a maior prioridade de desarmamento das Nações Unidas. Este foi o tema da primeira resolução da Assembleia Geral em 1946, que estabeleceu a Comissão de Energia Atômica (descontinuada em 1952), com o mandato de fazer propostas específicas para o controle da energia nuclear e a eliminação das armas atômicas e de todas as outras grandes armas adaptáveis à destruição em massa. Essa Reunião Anual de Alto Nível comemora e promove o Dia Internacional para a Eliminação Total das Armas Nucleares.

Recursos para a imprensa





Painel da ONU sobre Transição Energética cobra equidade e justiça no setor de mineração


Em relatório global divulgado na última quarta-feira (11), o Painel do Secretário-Geral da ONU sobre Minerais Críticos para a Transição Energética, enfatiza que o aproveitamento de minerais críticos requer novas abordagens centradas nas pessoas e no nosso planeta. 

O relatório enfatiza a necessidade de justiça, equidade e sustentabilidade ao longo de toda a cadeia de valor dos minerais críticos – desde a mineração, refino e fabricação, até o transporte e reciclagem.

Convocado pelo secretário-geral António Guterres em abril deste ano, o Painel é composto por atores governamentais, da indústria e da sociedade civil e liderado conjuntamente pela equipe de ação climática do Secretariado da ONU, pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente e pela ONU Comércio e Desenvolvimento. 

Com a demanda por minerais essenciais para as tecnologias de energia renovável deverá quase triplicar até 2030, um painel diversificado de especialistas, convocado pelo Secretário-Geral da ONU, emitiu um conjunto de recomendações e princípios orientadores para governos, indústria e outros setores. emitiu um conjunto de recomendações e princípios orientadores para os governos, o setor e outras para garantir que as oportunidades da transição energética global sejam aproveitadas com equidade, justiça e sustent
Legenda: Tendo em vista que a demanda por minerais críticos para as tecnologias de energia renovável deverá quase triplicar até 2030, um painel diversificado de especialistas convocado pelo Secretário-Geral da ONU divulgou, em 11 de setembro, um conjunto de recomendações e princípios orientadores para garantir que as oportunidades da transição energética sejam aproveitadas com equidade, justiça e sustentabilidade.

Novas abordagens baseadas em equidade e justiça são fundamentais para viabilizar a transição energética, segundo o Painel do Secretário-Geral da ONU sobre Minerais Críticos para a Transição Energética, em relatório divulgado em 11 de setembro.

Com o agravamento da crise climática, a demanda global por minerais críticos para tecnologias de energia limpa – como lítio para veículos elétricos ou selênio para células solares – deve triplicar até 2030 e quadruplicar até 2040, conforme dados da Agência Internacional de Energia (AIE).

Os países em desenvolvimento com grandes reservas de minerais essenciais para a transição energética têm a oportunidade de transformar e diversificar suas economias, criar empregos verdes e promover o desenvolvimento local sustentável. Entretanto, o desenvolvimento de recursos minerais nem sempre cumpriu essa promessa.

Sem o gerenciamento adequado, o aumento da demanda por esses minerais corre o risco de perpetuar a dependência de commodities, exacerbando tensões geopolíticas, além de representar desafios ambientais e sociais com impactos adversos sobre o desenvolvimento sustentável desenvolvimento sustentável, inclusive sobre os meios de subsistência, o meio ambiente, a saúde, a segurança humana e os direitos humanos.

Após intensos trabalhos, o Painel do Secretário-Geral apresentou princípios-guia e recomendações para garantir que a transição energética global beneficie plenamente todos os países e comunidades onde se encontram os minerais críticos, incluindo economias em desenvolvimento na África, Ásia, América Latina e Pacífico.

"Países em desenvolvimento, como parceiros na transição energética, podem promover o desenvolvimento por meio de oportunidades de agregação de valor, compartilhamento de benefícios, diversificação econômica e participação nas cadeias de valor dos minerais críticos, que impulsionarão as próximas gerações, em vez de servirem apenas como fornecedores de matéria-prima", destaca o relatório.

Painel é composto por atores governamentais, da indústria e da sociedade civil, e recebeu apoio do Secretariado da ONU, liderado conjuntamente pela equipe de ação climática do Secretário-Geral António Guterres, pelo Programa da ONU para o Meio Ambiente (PNUMA) e pela ONU Comércio e Desenvolvimento. Outras 17 agências da ONU também forneceram aconselhamento técnico.

Justiça, equidade e sustentabilidade na cadeia de valor de minerais críticos

relatório enfatiza a necessidade de justiça, equidade e sustentabilidade ao longo de toda a cadeia de valor dos minerais críticos – desde a mineração, refino e fabricação, até o transporte e reciclagem. 

Recomenda contratos justos e transparentes, uma governança sólida e a promoção de justiça econômica em parcerias comerciais e de investimentos mais equitativas.

"Este relatório identifica maneiras de fundamentar a a revolução das energias renováveis na justiça e na equidade, para que ela estimule o desenvolvimento sustentável, respeite as as pessoas, proteja o meio ambiente e promova a prosperidade nos países em desenvolvimento ricos em recursos naturais." - António Guterres, secretário-geral da ONU, 11 de setembro de 2024

O documento também destaca a importância de salvaguardas ambientais e sociais para evitar práticas de mineração nocivas do passado, e pede metas equitativas e cronogramas para implementar abordagens de eficiência de materiais e circularidade ao longo de todo o ciclo de vida dos minerais críticos para a transição energética.

Os países em desenvolvimento com grandes reservas de minerais essenciais para a transição energética têm a oportunidade de transformar e diversificar suas economias, criar empregos verdes e promover o desenvolvimento local sustentável. Entretanto, o desenvolvimento de recursos minerais nem sempre cumpriu essa promessa. Sem o gerenciamento adequado, sem o gerenciamento adequado, o aumento da demanda por esses minerais corre o risco de perpetuar a dependência de commodities, exacerbando tensões geopolíticas,
Legenda: Os países em desenvolvimento com grandes reservas de minerais essenciais para a transição energética têm a oportunidade de transformar e diversificar suas economias, criar empregos verdes e promover o desenvolvimento local sustentável. Entretanto, o desenvolvimento de recursos minerais nem sempre cumpriu essa promessa. Foto: Desmatamento e contaminação causadas pela mineração ilegal na Amazônia brasileira.
Foto: © Tarcisio Schnaider/Getty Images.

Entre as recomendações, está a criação de um grupo consultivo de alto nível a ser organizado pela ONU para facilitar o diálogo sobre compartilhamento de benefícios, agregação de valor, diversificação econômica, comércio internacional e investimentos, e políticas fiscais, visando desbloquear o potencial dos recursos minerais críticos locais para um futuro sustentável.

As recomendações reconhecem o papel central do Secretário-Geral e da ONU como um mediador imparcial diante de diversos interesses e de um conjunto complexo e desafiador de questões para a transição energética e para alcançar os objetivos do Acordo de Paris. 

Como próximos passos, o Secretário Geral pediu aos Co-Presidentes e ao Painel que discutam o relatório e suas recomendações com os Estados-membros e outras partes interessadas antes da COP29 no final deste ano.

Contribuições contínuas da ONU comércio e desenvolvimento

O órgão da ONU para o comércio e o desenvolvimento há muito tempo apoia países em desenvolvimento dependentes em minerais a agregar mais valor local, criar empregos de qualidade e reduzir a dependência de exportação de matérias-primas e a exposição à volatilidade dos preços das commodities

Na preparação do relatório do painel, a ONU Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) liderou frentes de trabalho sobre agregação de valor local e compartilhamento de benefícios, bem como comércio internacional e investimento transparentes e justos.

Olhando para o futuro, a organização está comprometida em garantir que a equidade e a justiça moldem o mercado crescente de minerais críticos, e que a riqueza mineral seja um catalisador para o desenvolvimento sustentável, em vez de aprofundar as desigualdades.

Saiba mais: