quarta-feira, 29 de outubro de 2025

Pedido de Desculpas do Estado Brasileiro ao Povo Avá-Guarani


Pelas graves violações de direitos humanos sofridas pelo povo indígena Avá-Guarani durante a construção da Usina Hidroelétrica de Itaipu no lado brasileiro.


Representado pela União, pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), o Estado Brasileiro e a Itaipu Binacional (margem esquerda) reconhecem publicamente e pedem desculpas ao povo Avá-Guarani, do oeste do Paraná, pelos danos e violações de direitos humanos ocorridos durante a construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu nas décadas de 1970 e 1980.


O presente pedido resulta de acordo firmado pelas partes perante a Câmara de Mediação e Conciliação da Administração Pública Federal (CCAF/CGU/AGU) e homologado 
judicialmente na Ação Cível Originária (ACO) nº 3.555, que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), ajuizada por iniciativa do Ministério Público Federal (MPF) e das Comunidades Avá-Guarani, com o objetivo de promover a reparação às comunidades indígenas Avá-Guarani do oeste do Paraná, tendo como um de seus requerimentos que "seguindo as recomendações da Comissão Nacional da Verdade", o Estado brasileiro, realize "Pedido público de desculpas do Estado brasileiro aos povos indígenas pelo esbulho das terras indígenas e pelas demais graves violações de direitos humanos ocorridas sob sua responsabilidade direta ou indireta no período investigado, visando a instauração de um marco inicial de um processo reparatório amplo e de caráter coletivo a esses povos.' [...]".

Os Avá-Guarani que hoje vivem na região são falantes do tronco linguístico tupi-guarani, que ocupavam no século XV vasto espaço correspondente às atuais regiões Sul, Sudeste e Centro- Oeste do território brasileiro. São sobreviventes de um longo processo de expropriação de suas terras e direitos, desde a colonização de seu território de
ocupação tradicional até a construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu.

Histórico de violações

Entre o final do século XIX e início do século XX, as populações Guarani sobreviventes deste longo histórico de escravização foram empregadas no oeste paranaense na
produção de erva- mate e derrubada de madeira. Eles viviam em regime de trabalho análogo à escravidão, ou de escravidão por dívidas, em vastas áreas concedidas pelo
Governo Imperial e, posteriormente, pelo Governo Republicano para companhias privadas.
Com o declínio da atividade ervateira a partir da década de 1930, teve início um novo padrão de exploração e ocupação do território. Iniciada em 1938, a chamada marcha
para o oeste causou a chegada massiva de colonos ao oeste do Paraná. As terras indígenas foram alvo dessa onda neocolonial e passaram a ser tituladas a não indígenas,
por meio de iniciativas estatais dos governos federal e estadual, que partiam da premissa de existência de vazio demográfico.

Portanto, a região oeste do Paraná estaria despovoada, cabendo ao Estado ocupá-la como estratégia de desenvolvimento. Contudo, esse pressuposto ignorava a existência
dos povos originários que viviam há séculos no território, possibilitando a violação de seus direitos. A invisibilização nas narrativas oficiais e no imaginário social foi
acompanhada do apagamento violento de sua existência concreta.
Mesmo existindo leis, desde a Constituição de 1934, que protegiam as terras ocupadas pelos povos originários, bem como o Serviço de Proteção ao Índio (SPI) e sua sucessora, a Fundação Nacional do Índio (Funai) negligenciaram a existência dos Avá-Guarani do oeste do Paraná até os anos 1970, não demarcando suas terras. Era comum na época, nas várias esferas governamentais e na sociedade regional, a concepção de que os indígenas deveriam estar confinados em reservas.

Tanto o SPI quanto, posteriormente, a Funai pressionaram os Avá-Guarani a deixarem suas terras e a migrarem para reservas indígenas, localizadas a centenas de
quilômetros de onde moravam, em muitos casos, para reservas já destinadas a outros povos indígenas. Desse modo, articulada com outras instâncias do Estado a nível
nacional e regional, a ação dos órgãos indigenistas contribuiu para o desterro dos indígenas ao negar-lhes o reconhecimento pleno de seus territórios tradicionais. Isto
promoveu o seu confinamento em áreas reservadas, com o propósito de disponibilizar terras à colonização, não bastando que a retirada dos indígenas de suas terras fosse
proibida pelas leis da época.

Nem mesmo áreas antigas, reconhecidas pela sociedade regional e por agentes do Estado como de ocupação indígena, foram poupadas da espoliação. Casos como o da
Colônia Guarani, situada em Foz do Iguaçu, e da área conhecida como Jakutinga - também chamada Ocoy, Jacutinga ou Barra do Ocoí - comprovam essa situação. Ainda
que não tenham sido ofcialmente demarcadas, embora existam documentos da época que demonstram a intenção do órgão indigenista em demarcá-las, essas terras
mantinham condições ambientais consideradas adequadas pelos Guarani para o desenvolvimento de seu modo de vida.

Eram consideradas por eles áreas mais seguras das pressões externas, servindo de refúgio para as famílias Guarani que saíam de outras localidades, em
razão das diversas formas de violência sofridas. Em 1976, o Incra, em conjunto com a Funai, destinou as terras da Colônia Guarani para o assentamento de colonos, o que
resultou na expulsão das comunidades indígenas.

 

Construção da Hidrelétrica de Itaipu

Após esse processo contínuo de esbulho das terras indígenas, nos anos 1970, os Avá-Guarani foram confinados nas margens do rio Paraná e logo foram impactadas com a
construção da Hidrelétrica de Itaipu.

Iniciadas em 1966 para o aproveitamento do potencial energético do rio Paraná, as negociações diplomáticas entre Brasil e Paraguai culminaram, no ano de 1973, na
celebração de um acordo entre os dois países. O acordo previa o represamento do rio e a construção de uma grande usina hidrelétrica, conforme Decreto nº 72.707, de 28
de agosto de 1973.

No início dos anos 1970, o governo já implementava medidas para deslocar as populações que seriam atingidas pelo represamento do rio, incluindo os Avá-Guarani, aos
quais foram negados indenização e reassentamento, pois tais medidas tiveram como pressuposto a existência de "título regular". Evidentemente, os indígenas não possuíam
títulos de suas terras e nem território demarcado pelos órgãos indigenistas, sendo apartados das políticas compensatórias e indenizatórias. Ademais, seus últimos refúgios
foram utilizados para reassentamento de não indígenas.

Mencionada anteriormente, a Barra do Ocoí foi drasticamente reduzida pelo Incra para a implementação do Projeto Integrado de Colonização Ocoí (PIC-Ocoí), que visava
reassentar posseiros que se encontravam instalados no Parque Nacional do Iguaçu, nas áreas de inundação do reservatório de Itaipu. A Funai corroborou com esse processo
ao negar a identidade de famílias indígenas que permaneciam no local. Isso os confinou a uma estreita aixa de terra à beira do rio, a Reserva do Ocoí, que se tornou área de
proteção permanente com a formação da barragem de Itaipu.
Diante da iminente inundação de várias áreas onde a população Avá-Guarani havia se refugiado, nas margens do Rio Paraná, a Funai estimulou a mudança dos indígenas
para reservas Kaingang e outras áreas indígenas no interior do Paraná. Os Avá-Guarani relatam que o exílio em terras de outros povos e a forma autoritária como a Funai
administrava estes espaços foi fonte de sofrimento para esse povo.
No processo de desocupação do perímetro que seria alagado pelo enchimento da barragem de Itaipu, equipes do INCRA pressionaram os indígenas para que fossem
embora de suas terras. Deste modo, os Avá-Guarani foram expulsos das últimas terras que ocupavam, como a Okoy Jakutinga e outras pequenas áreas espalhadas pelas
margens do Rio Paraná. Posteriormente, a maior parte das terras ocupadas pelos Avá-Guarani oram definitivamente inundadas com o enchimento da barragem de Itaipu.
O alagamento das margens do rio Paraná atingiu as matas habitadas pelos Avá-Guarani e deixou totalmente submersa a maior cachoeira em volume de águas do mundo, a
Sete Quedas. O local é sagrado para os Guarani e permitia aos pajés do povo uma conexão com outros patamares habitados por suas divindades. Também o local da Usina
destruiu Itaipyte, outro sítio sagrado para os Avá-Guarani, onde os pajés conheciam os caminhos para Yvy Marã'e'y, ou Terra Imperecível.

O indígena Lourenço Figueiredo relata como foi vivenciar o deslocamento forçado:
"Aqui mesmo, em Dois Irmãos, tinha 70 famílias indígenas. Eu sou daqui de Santa Helena Velha, eu nasci, criei com os indígenas e tudo. Eu era cacique
também. Depois veio Itaipu e mandou tudo embora. Não pagou nada, deixou só. A Itaipu chegou e só falou que ia vir a água e que 'pode se mandar'. E o que
nós ia azer? Ficamos triste. Saímos tudo pelo rio Paraná, por outro lado, por Paraguai. Cada um oi pra um lado. Eu fiquei aqui. Itaipu voltou e alou: 'vão
embora tudo, a água vem vindo'. O que nós ia fazer? Itaipu disse "pode sair tudo'. Eu tinha 4 filhos, não podia sair, fui a Santa Helena. Sorte que encontrei
o Prates, que era prefeito. Ele me arrumou serviço. Depois mandou tudo embora, não pagou nada nossa terra." (Entrevista concedida por FIGUEIREDO,
Lourenço, em junho de 2013. CTI, 2013, p.76.).

 

Desculpas aos Avá-Guarani

Poucos percebem que o genocídio dos povos indígenas segue se repetindo e que a construção de uma nação democrática depende de uma
justiça de transição ampla para com os povos originários dessa terra, alvos da opressão primeira, que deu origem a essa nação. Enquanto não houver esse
reconhecimento, a violação histórica é continuada" (Sonia Guajajara, 2014, Discurso no julgamento do caso Aikewara-suruí, na Comissão da Anistia).
Como se nota, foram empregadas à época medidas que desconsideraram os direitos, as tradições e os laços espirituais e culturais que os Avá-Guarani mantêm com suas
terras ancestrais por força da colonização agrícola do território a partir do início do século XX e depois para a geração de energia elétrica, com a construção de Itaipu.
Diante desses fatos, por meio do presente ato, o ESTADO BRASILEIRO, representado pela União, FUNAI, INCRA e ITAIPU BINACIONAL(margem esquerda), reconhecem
os impactos ocasionados às comunidades indígenas Avá-Guarani do oeste do Paraná antes e durante o processo de idealização e construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu
e expressam publicamente tudo que foi suportado pelas comunidades indígenas, submetidas a deslocamentos, perda de territórios sagrados e impactos em suas formas de
vida e expressões culturais ao longo de todo esse período.
Reconhecem, portanto, que a formação do reservatório e a subsequente expropriação de territórios contribuíram para desestruturar suas formas de vida e subsistência,
ocasionando significativos impactos sociais, econômicos e culturais.
Por este ato, o Estado Brasileiro e Itaipu Binacional (margem esquerda) reconhecem suas responsabilidades e se desculpam publicamente pelas violações de direitos
humanos cometidas contra o povo Avá-Guarani no processo de construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu, divulgando esses fatos à sociedade no intuito de honrar a
memória das vítimas que tiveram sua dignidade, identidade cultural e existência sistematicamente negadas e, em última instância, tiveram suas vidas destruídas.

Por fim, se comprometem a efetuar medidas concretas de reparação e preservação da memória histórica dos acontecimentos, como mecanismo de não repetição,
fortalecendo o Estado Democrático de Direito no país.





Lucro do Santander Brasil

🔸 Banco lucra R$ 4 bi no 3º tri/2025, alta de 9,4%
🔸 Rentabilidade sobe para 17,5%; ações podem reagir positivamente

Fonte: Revista Exame

Trump não quer mais Brasil como dor de cabeça, diz pesquisador americano

A distensão das relações entre os governos dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) Donald Trump tem como pano de fundo a intenção do republicano de retirar o Brasil da posição de uma "dor de cabeça" para sua administração. "Acredito que o desafio é encontrar algum tipo de vitória simbólica para que Trump possa afirmar que teve sucesso, mas sem manter o Brasil como uma dor de cabeça", afirma Brian Winter, vice-presidente executivo do Conselho das Américas.

Fonte: Revista Exame

quinta-feira, 16 de outubro de 2025

Evento Youth4Climate 2025 reúne jovens do Brasil e do mundo às vésperas da Pré-COP30 em Brasília


Jovens líderes de todo o mundo e do Brasil se reunirão em Brasília, de 12 a 14 de outubro, para o evento principal de 2025 da iniciativa Youth4Climate. 

O evento apresentará soluções climáticas lideradas por jovens, destacará a colaboração intergeracional e proporcionará uma plataforma global para que jovens compartilhem ideias na preparação para a COP30, que será realizada de 10 a 21 de novembro em Belém do Pará. 

Lançada em 2022, a Youth4Climate é uma iniciativa global coliderada pelo Governo da Itália e pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

O Youth4Climate é reconhecido como uma iniciativa emblemática do PNUD e do Governo da Itália, sendo uma das poucas plataformas globais que financia, orienta e conecta soluções climáticas lideradas por jovens.
Legenda: Iniciativa do PNUD e do Governo da Itália, Youth4Climate é uma das poucas plataformas globais que financia, orienta e conecta soluções climáticas lideradas por jovens.
Foto: © Priscilla Mora/PNUD Costa Rica.

Mais de 150 jovens líderes climáticos de todo o mundo e do Brasil se reunirão em Brasília, de 12 a 14 de outubro, para o Youth4Climate Flagship Event 2025, realizado às vésperas da Pré-COP30.

Organizado pelo Ministério do Meio Ambiente e Segurança Energética da Itália (MASE) e pelo Centro de Ação Climática e Transição Energética do PNUD em Roma (UNDP Rome Centre), em colaboração com a Campeã da Juventude para o Clima da Presidência da COP30 (PYCC), Marcele Oliveira, o evento apresentará soluções climáticas lideradas por jovens, destacará a colaboração intergeracional e proporcionará uma plataforma global para que jovens compartilhem ideias na preparação para a COP30. A programação contará também com a presença da vice-ministra italiana do Meio Ambiente e Segurança Energética, Vannia Gava, ressaltando o compromisso da Itália com a ação climática liderada pela juventude.

Youth4Climate: de Milão a Brasília

Lançado na Pré-COP26 em Milão, em 2021, o Youth4Climate nasceu da promessa de tornar o apoio à ação climática liderada pela juventude algo concreto e de longo prazo. Quatro anos depois, a iniciativa retorna ao palco da Pré-COP no Brasil para apresentar seus resultados: centenas de projetos juvenis apoiados, mais de 30 mil jovens envolvidos e um movimento global em crescimento no coração do processo climático das Nações Unidas. Essa continuidade reflete a sólida parceria entre a Itália e o PNUD para garantir que os jovens não apenas participem, mas também sejam apoiados e fortalecidos para impulsionar soluções climáticas.

O Youth4Climate também é membro orgulhoso do Grupo de Ativação da Agenda de Ação da COP30 sobre Educação, Capacitação e Criação de Empregos para Enfrentar as Mudanças Climáticas. A Agenda de Ação é o pilar da Convenção do Clima que mobiliza ações voluntárias da sociedade civil, empresas, investidores, cidades, estados e países para intensificar a redução de emissões, a adaptação climática e a transição para economias sustentáveis. Reconhecendo o trabalho já em andamento por iniciativas lançadas em processos da COP, incluindo o Youth4Climate, a Agenda de Ação busca acompanhar o progresso dessas iniciativas e mobilizar ações para ampliá-las. 

Nesse contexto, o Youth4Climate está apresentando seu mais recente "Catálogo de Soluções de 100 Projetos: Das Ideias ao Impacto" como um passo concreto do Manifesto Y4C para a implementação, além de ser um recurso para a comunidade internacional conhecer melhor os resultados da iniciativa e a inovação climática liderada por jovens em todo o mundo.

No evento deste ano, 50 jovens inovadores climáticos de 39 de países onde o PNUD atua serão formalmente premiados. Cada um receberá até US$ 30.000 por meio do Youth4Climate Call for Solutions para implementar projetos em seis áreas prioritárias: 

  1. Energia Sustentável
  2. Agricultura e Alimentação
  3. Clima e Saúde
  4. Digital pelo Planeta
  5. Natureza para Ação Climática e Clima
  6. Paz e Segurança

Mas o pacote de apoio do Youth4Climate vai além do financiamento: os premiados também recebem mentoria, apoio institucional e oportunidades de networking para ajudar a ampliar suas iniciativas.

Além das sessões de apresentação de soluções e da cerimônia de premiação de alto nível, a programação inclui diálogos sobre justiça climática, liderança indígena juvenil e balanço ético, além de oficinas sobre design thinking e narrativas para ação local.

O Youth4Climate é reconhecido como uma iniciativa emblemática do PNUD e do Governo da Itália, sendo uma das poucas plataformas globais que financia, orienta e conecta soluções climáticas lideradas por jovens. Sua presença na Pré-COP30 reflete o compromisso do PNUD com a ação climática inclusiva, garantindo que vozes e experiências diversas da juventude estejam representadas no caminho até a COP30.

Sobre o Youth4Climate

Youth4Climate (Y4C) é uma iniciativa global, lançada em maio de 2022, coliderada pelo Governo da Itália e pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). A iniciativa tem sua secretaria sediada no Centro de Ação Climática e Transição Energética do PNUD em Roma e conta com o apoio do Ministério do Meio Ambiente e Segurança Energética da Itália e dos recursos do 8x1000 do Instituto Budista Italiano Soka Gakkai.

O Y4C reúne recursos, ferramentas, capacidades, parcerias, redes e movimentos já existentes e novos, liderados por jovens e desenhados para eles, com forte foco na implementação de soluções para gerar impacto climático duradouro no território. Seu objetivo é promover um ambiente inclusivo, seguro e favorável para que a juventude lidere e colabore com outros atores na ação climática.

Para saber mais, acompanhe o Youth4Climate no LinkedInInstagram e X.

Contatos para a imprensa: 



Relatório da ONU pede financiamento e investimento responsáveis em minerais de transição energética


Lançado nesta quinta (9), relatório do Painel Internacional de Recursos do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente enfatiza que o financiamento da mineração responsável será fundamental para uma transição energética bem-sucedida e justa. 

A extração mineral aumentou cinco vezes desde 1970, e espera-se que o mercado de minerais críticos de transição energética continue se expandindo rapidamente. 

O relatório também destaca a importância de premiar práticas de mineração responsáveis, não apenas para as empresas, mas também para as comunidades que abrigam essas atividades.

Minerais críticos de transição energética são os blocos de construção de tecnologias de energia limpa, como painéis solares, turbinas eólicas e baterias.

Legenda: Minerais críticos de transição energética são os blocos de construção de tecnologias de energia limpa, como painéis solares, turbinas eólicas e baterias. Apenas em 2023, a demanda por materiais como níquel, cobalto, grafite e elementos de terras raras teve aumentos entre 8 e 15%. No caso do lítio, a demanda até 2050 será equivalente a 9 vezes a produção mundial de 2022.
Foto: © Angelica Reyn/Pexels.

O sistema financeiro, a governança e a regulamentação da exploração mineral devem ser reformados para garantir maiores fluxos de capital e uma transição para energia limpa, dizem os autores de um novo relatório do Painel Internacional de Recursos do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. Com a extração mineral subindo para 50% da extração global anual de matéria-prima, acima dos 31% em 1970, o financiamento da mineração responsável será fundamental para uma transição energética bem-sucedida e justa.

A extração mineral aumentou cinco vezes desde 1970, e espera-se que o mercado de minerais críticos de transição energética – os blocos de construção de tecnologias de energia limpa, como painéis solares, turbinas eólicas e baterias – continue se expandindo rapidamente. Somente em 2023, a demanda por materiais como níquel, cobalto, grafite e elementos de terras raras teve aumentos entre 8 e 15%. No caso do lítio, a demanda até 2050 será equivalente a 9 vezes a produção mundial de 2022.

Este relatório, Financiando o Fornecimento Responsável de Minerais de Transição Energética para o Desenvolvimento Sustentável, analisa a demanda, a produção, o comércio e o financiamento de minerais essenciais, destacando regiões de alta concentração, como África, China e América do Sul, e apresenta uma série de recomendações para direcionar o financiamento e o investimento para a mineração responsável.  

"A demanda por minerais e metais necessários para a transição energética requer uma indústria de mineração que contribua para o desenvolvimento sustentável, respeitando os direitos humanos e o meio ambiente. Por meio de finanças sustentáveis, a mineração responsável pode se tornar o padrão, não a exceção", disse o copresidente do Painel Internacional de Recursos, Janez Potočnik. 

Por ser uma indústria de capital intensivo e de alto risco, a mineração depende de diversas fontes de financiamento – públicas, privadas ou uma mistura de ambas – para cada etapa de um projeto, incluindo o fechamento de minas, bem como atividades upstream na cadeia de valor de minerais e metais, como instalações de processamento mineral, usinas metalúrgicas e refinarias de metal.

Uma pesquisa realizada para este relatório entre grandes empresas relacionadas à mineração confirma que manter os padrões ambientais é percebido como algo caro, mas a maioria das empresas considerou que isso acrescentaria menos de 25% aos seus custos operacionais. No entanto, a maioria dos entrevistados acredita que os relatórios ambientais, sociais e de governança atrairão novos investidores. Nesse contexto, os grandes investimentos exigidos pelas empresas de mineração colocam o setor financeiro em uma posição forte para exercer pressão sobre as empresas para que levem em consideração seu desempenho ambiental, social e de governança (ESG).

O relatório também observa que o aumento da circularidade no setor pode reduzir a demanda por minerais adicionais de transição energética. Medidas como metas de reciclagem, financiamento apoiado pelo governo e disposições fiscais estendidas para infraestrutura de reciclagem, incentivos para design ecológico ou títulos verdes para financiar instalações de reciclagem podem reduzir a necessidade de materiais virgens. Parcerias público-privadas, campanhas de conscientização pública e a criação de um banco de dados global para instalações de rejeitos de mineração desativadas e em operação também fazem parte das abordagens recomendadas.  

Ainda assim, mesmo com medidas de circularidade de longo alcance, a escala de investimento necessária é significativa. De acordo com a Agência Internacional de Energia, atingir o zero líquido até 2050 exigiria investimentos na extração de minerais para a transição energética de até US$ 450 bilhões até 2030 e US$ 800 bilhões até 2040.

O relatório também recomenda melhorias nos resultados de ESG no setor de mineração de pequena escala. Ele aponta para a necessidade de haver: maior transparência, formalização do trabalho por meio de procedimentos de licenciamento adaptados às condições locais, capacitação, incentivos fiscais, financiamento, suporte técnico, mais participação local e acesso a dados geológicos e geoespaciais. Um marco internacional de sustentabilidade para essa indústria poderia ajudar a gerenciar riscos ambientais e sociais e melhorar o acesso a fontes formais de financiamento no setor de mineração artesanal e de pequena escala.  

Por fim, o relatório destaca a importância de premiar práticas de mineração responsáveis, não apenas para as empresas, mas também para as comunidades que hospedam essas atividades. Os esforços atuais de ESG muitas vezes passam despercebidos ou não são compensados nos mercados globais. Para resolver isso, o Painel Internacional de Recursos recomenda esquemas de certificação e incentivo apoiados pelo governo, incluindo políticas fiscais favoráveis e melhor acesso ao mercado.

Para incentivar o desempenho ESG, o relatório recomenda especificamente:  

  • Fortalecer a capacidade das instituições financeiras de reconhecer e financiar operações de mineração que atendam aos altos padrões ESG.
  • Desenvolver um passaporte digital de produtos para todas as commodities minerais e suas cadeias de valor, incluindo informações ESG, com base em um protocolo de relatórios padrão.
  • Relatar os resultados financeiros e ESG site a site, com base em gênero e 'valor compartilhado' pelas empresas de mineração, que também leva em consideração os direitos indígenas, seguindo um protocolo acordado em todo o setor.
  • Incluir mineração que atenda a altos padrões ESG na lista de setores que se qualificam para "finanças sustentáveis" e "financiamento climático" nas taxonomias financeiras.
  • Vincular os investimentos e o financiamento da mineração aos requisitos climáticos e naturais positivos, com a mineração excluída das áreas protegidas.   
  • Permitir que empresas com planos de transição ESG validados tenham acesso a financiamento sustentável e climático.
  • Usar políticas fiscais, financeiras e monetárias para apoiar o investimento em mineração e infraestrutura responsáveis e para promover o uso circular de metais na sociedade.
  • Implementar uma taxa global ad valorem sobre todas as empresas para financiar um Fundo de Desenvolvimento Sustentável da Mineração que apoie treinamento, capacitação, assistência jurídica para países em desenvolvimento, pesquisa, projetos de inovação e transferência de tecnologia.
  • Estabelecer um banco de dados global para instalações de rejeitos de minas e rastrear a disponibilidade potencial de metais menores (ou companheiros).
  • Forjar parcerias mutuamente benéficas entre as comunidades e países que hospedam as minas e os países importadores e de processamento. 

O relatório contribuirá para o avanço do trabalho do Painel sobre Minerais Críticos de Transição Energética, convocado pelo secretário-geral da ONU, que detalha os princípios orientadores sobre minerais críticos de transição energética, bem como o compromisso de 2024 do Conselho Internacional de Minerais e Metais (ICMM) para 'mineração positiva para a natureza' e as resoluções sobre minerais da sétima sessão da Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEA-7).

NOTAS AOS EDITORES  

Sobre o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA)  

PNUMA é a principal voz global sobre o meio ambiente. Ele promove liderança e incentiva a parceria no cuidado com o meio ambiente, inspirando, informando e capacitando nações e povos a melhorar sua qualidade de vida sem comprometer a das gerações futuras.  

Sobre o Painel Internacional de Recursos (IRP)  

IRP foi lançado em 2007 pelo PNUMA para estabelecer uma interface ciência-política sobre o uso sustentável dos recursos naturais e, em particular, seus impactos ambientais ao longo de todo o ciclo de vida. O Painel é composto por cientistas eminentes com experiência em questões de gestão de recursos. Ele estuda questões-chave sobre o uso global de recursos e produz relatórios de avaliação que destilam as mais recentes descobertas científicas, técnicas e socioeconômicas para informar a tomada de decisões.  

Para mais informações, entre em contato com:

  • Unidade de Notícias e Mídia, Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente: unep-newsdesk@un.org 


UNFPA lança edital para fortalecer organizações que atuam com juventudes indígenas na Amazônia Legal


Iniciativa financiada pelo Fundo Brasil-ONU para o Desenvolvimento Sustentável da Amazônia tem como objetivo fortalecer as capacidades institucionais de organizações da sociedade civil.

busca apoiar até quatro organizações da sociedade civil que promovem os direitos de jovens indígenas nos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.

Legenda: O edital busca apoiar até quatro organizações da sociedade civil que promovem os direitos de jovens indígenas nos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. A data limite para as inscrições é 30 de outubro de 2025.
Foto: © UNFPA Brasil/Yare Perdomo.

O Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) lançou, na última quinta-feira (9/10), o Edital de Fortalecimento Institucional de Organizações da Sociedade Civil que Atuam com Juventudes Indígenas na Amazônia Legal, realizado no âmbito do projeto interagencial "Proteção integral e promoção dos direitos de crianças, adolescentes e jovens indígenas na Amazônia brasileira".

A iniciativa financiada pelo Fundo Brasil-ONU para o Desenvolvimento Sustentável da Amazônia, com recursos do Governo do Canadá, tem como objetivo fortalecer as capacidades institucionais de até quatro organizações da sociedade civil (OSCs), que promovam os direitos de jovens indígenas na Amazônia Legal (Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins), contribuindo para a sua sustentabilidade, autonomia, visibilidade e capacidade de ação em seus territórios.

Com investimento total de cerca de US$ 37 mil (aproximadamente R$ 200 mil), o edital prevê o apoio financeiro de até R$ 50 mil por organização, contemplando até quatro OSCs. 

O recurso destina-se exclusivamente ao fortalecimento institucional, modalidade que busca aprimorar estruturas, processos e capacidades internas das organizações — como formação de equipes, aquisição de equipamentos, planejamento estratégico, comunicação institucional ou de incidência e tradução de documentos-chave.

Foco nas juventudes indígenas 

O edital reconhece que jovens indígenas na Amazônia Legal Brasileira tendem a enfrentar uma série de desafios que afetam diretamente o seu bem-estar, a sua identidade cultural, o acesso a direitos e perspectivas de futuro. Esses desafios são complexos e muitas vezes interligados, como barreiras no acesso à saúde, educação e tecnologias, além de situações de violência e discriminação, muitas vezes agravadas por conflitos territoriais e degradação ambiental. 

Nesse contexto, o UNFPA busca apoiar organizações que promovam o protagonismo juvenil indígena, o fortalecimento de redes e lideranças locais e que demonstrem compromisso com os princípios de direitos humanos, igualdade de gênero e étnico-racial e não discriminação. 

As OSCs interessadas deverão submeter propostas para fortalecimento de suas capacidades institucionais com vistas a potencializar o seu trabalho com adolescentes e jovens indígenas, com ênfase nos seguintes temas: direitos humanos, saúde, igualdade de gênero, saúde sexual e reprodutiva, prevenção de violências, segurança alimentar, empoderamento econômico, difusão de informação e materiais pedagógicos, produção de dados, entre outros. 

É necessário informar, com riqueza de detalhes, como o apoio financeiro será utilizado para o fortalecimento institucional.

Sobre o Fundo Brasil-ONU para o Desenvolvimento da Amazônia 

Fundo Brasil-ONU para o Desenvolvimento Sustentável da Amazônia, implementado em parceria por ACNUR, OIM, OIT, OPAS/OMS, UNESCO, UNFPA e coordenado pelo UNICEF, tem duração de 21 meses (abril de 2025 a dezembro de 2026) e investimento total de US$ 2,8 milhões. O fundo atua em nove estados da Amazônia Legal e contempla áreas prioritárias de saúde, proteção contra violências, empoderamento de mulheres e jovens indígenas, governança territorial e educação.

Prazos e inscrições

As inscrições para o edital do UNFPA estão abertas de 9 a 30 de outubro de 2025, por meio do formulário disponível no site do UNFPA Brasil

O resultado final será divulgado até 15 de novembro de 2025. 

Acesse aqui o edital.

Para saber mais, siga @unfpabrasil nas redes e visite a página do UNFPA Brasil: https://brazil.unfpa.org/pt-br 

Contatos para a imprensa:

Cadastre-se no mailing do UNFPA para receber nossos comunicados, releases, convites para eventos e atualizações sobre as ações do UNFPA no Brasil: https://forms.gle/FKiTzt8yKma8zE2j9 



ONU lança jogo sobre desastres que transforma a prevenção em um desafio da vida real

Neste Dia Internacional para a Redução do Risco de Desastres, ONU lança a versão em português do jogo online Stop Disasters, que transforma a prevenção em um desafio da vida real. 

Em apenas 10 minutos, o jogador assume o papel de um gestor de riscos e precisa proteger uma comunidade com recursos limitados. A iniciativa convida o público a refletir sobre como decisões estratégicas podem salvar vidas e construir resiliência frente aos desastres.

O jogo online Stop Disasters ensina adultos e crianças a construir aldeias e cidades mais seguras contra desastres. Ao jogar, os usuários aprendem como a localização e os materiais de construção das casas fazem a diferença quando ocorrem desastres e como os sistemas de alerta precoce, os planos de evacuação e a educação salvam vidas.

Legenda: O jogo online Stop Disasters ensina adultos e crianças a construir aldeias e cidades mais seguras contra desastres. Ao jogar, os usuários aprendem como a localização e os materiais de construção das casas fazem a diferença quando ocorrem desastres e como os sistemas de alerta precoce, os planos de evacuação e a educação salvam vidas.
Foto: © Escritório das Nações Unidas para a Redução do Risco de Desastres (UNDRR).

E se você fosse responsável por proteger uma comunidade do próximo grande desastre? Você saberia por onde começar – e o que priorizar quando os recursos são limitados?

jogo online Stop Disasters, do Escritório das Nações Unidas para a Redução do Risco de Desastres (UNDRR), coloca o jogador no papel de um gestor de risco de desastres. Em apenas 10 minutos, o participante enfrentará os mesmos dilemas com os quais os profissionais de proteção civil lidam todos os dias – com tempo limitado, orçamento restrito e vidas em risco.

Oferecendo uma experiência estratégica, desafiadora e emocionante, o jogo é parte das atividades promovidas pelo UNDRR no marco do Dia Internacional para a Redução do Risco de Desastres 2025.

Comemorado em 13 de outubro, o tema do Dia Internacional para a Redução do Risco de Desastres de 2025 é "Financiar a resiliência, não os desastres". Este tema destaca a necessidade urgente de enfrentar os custos crescentes dos desastres, passando de uma resposta reativa para investimentos proativos na redução do risco de desastres. 

"Países ricos e pobres estão enfrentando desastres cada vez mais graves. Isso se deve, em parte, ao aumento dos eventos climáticos extremos, mas também a investimentos que ignoram o risco, ampliando a exposição e a vulnerabilidade de pessoas e bens", afirmou o chefe do Escritório Regional do UNDRR para as Américas e o Caribe, Nahuel Arenas. 

Stop Disasters convida o público a analisar cada decisão tomada ao longo da partida, pois todas terão suas consequências – desde como utilizar os recursos financeiros para preparar uma comunidade, escolher onde construir um abrigo até como planejar as rotas de evacuação para os moradores. Ao longo do jogo, o participante percebe como cada investimento e decisão influenciam diretamente a resiliência da comunidade, refletindo os dilemas reais do financiamento para a redução do risco de desastres. O jogo não apenas ensina, ele transforma a maneira como o jogador pensa a preparação frente a desastres.

"Eu tive que pensar em rotas de fuga, melhorar as instalações, preparar as pessoas e ainda controlar o dinheiro", comenta Hailey Wilson, uma estudante da Universidade de Londres.

A parte mais marcante do Stop Disasters é a rapidez com que ele nos conecta ao lado humano do risco. Jogadores relatam que o jogo os desafia porque não se trata apenas de aprender, mas de combinar estrategicamente diferentes elementos.

"Quando o sistema mostrou que havia mais vítimas, eu quase chorei… embora seja só um jogo. Esse sentimento significa que ele cumpriu seu objetivo", mencionou Armine Hayrapetyan, ponto focal do Quadro de Sendai para Redução de Riscos de Desastres 2015-2030 na Armênia.

Esse impacto emocional é o que dá ao jogo um valor que vai muito além da sala de aula. Ele pode ser usado em diferentes níveis – com estudantes, conselhos locais e governos.

Instituições acadêmicas podem integrá-lo nos currículos de cursos de gestão de risco de desastres, enquanto, no nível comunitário o jogo pode ser usado como uma ferramenta de educação pública. Mesmo fora de ambientes formais, é uma ótima atividade para famílias e amigos, especialmente para quem gosta de jogos de estratégia e quer aprender como se preparar para ameaças naturais.

Por que jogar?

  • Aprendizado prático: Cada decisão – de construir diques a reforçar escolas – tem consequências visíveis e mensuráveis. Acompanhe a relação de causa e efeito de forma imediata.
  • Múltiplas ameaças: Prepare-se para diferentes cenários, incluindo tsunamis, terremotos, incêndios florestais, enchentes e furacões. Cada risco traz desafios únicos.
  • Rápido, mas significativo: Cada rodada dura entre 10 e 20 minutos – perfeito para salas de aula, oficinas ou até um desafio no intervalo do almoço.
  • Acessível: Pode ser jogado online por crianças e adultos, sozinhos ou em grupos. Os controles são simples e as mensagens, claras.
  • Alto valor de repetição: Nenhuma partida precisa ser igual à outra. Experimente estratégias diferentes, faça escolhas variadas e veja como suas decisões mudam os resultados.

Para saber mais, visite a página do jogo: https://www.stopdisastersgame.org/game/ 

Contato para imprensa: 



quinta-feira, 2 de outubro de 2025

Frase de Rui Barbosa sobre Impostos

"O imposto deve graduar-se tanto aos meios pecuniários, quanto às precisões dos contribuintes, a fim de que o sacrifício de todos seja igual."

Rui Barbosa

Congresso em Foco arrisca: "Câmara aprova isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil

Congresso em Foco arrisca: "Câmara aprova isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. É isso!


terça-feira, 16 de setembro de 2025

Inscreva-se já: novo curso da Fundação Perseu Abramo sobre Economia Solidária!

🌟 Vem aí o novo curso da Fundação Perseu Abramo, por meio de sua Diretoria de Formação: OUTRA ECONOMIA: Economia Solidária - Estratégias de Mobilização e Engajamento

Este curso é uma parceria entre Setorial Nacional de Economia Solidária do PT e Fundação Perseu Abramo (FPA), e busca oferecer subsídios para a construção de conhecimentos, identidades e estratégias para a Economia Solidária, dando ênfase à sua trajetória, sua interface com o conceito de desenvolvimento endógeno, de base local, territorial, apresentando-a como uma estratégia geradora da autonomia econômica e social dos diferentes segmentos (mulheres, juventudes, comunidades quilombolas, indígenas, LGBTQIAPN+). 

📝 Inscreva-se já no curso: https://fpabramo.org.br/economia-solidaria

A Economia Solidária se dá através do fomento a organizações autogestionárias de trabalhadores e trabalhadoras, tendo a coletividade, cooperação, respeito e solidariedade como princípios norteadores do processo de organização, das relações entre os sujeitos, bem como sua sintonia com a natureza, consolidando vínculos sociais para a construção do Bem Viver.

Serão 14 aulas, contando com Professores, Educadores Populares, Militantes e Dirigentes, em formato de aulas expositivas, complementadas com experiências práticas e vivências dos militantes no tema. Nomes como Tatiane Valente, Vera Machado, Fábio Sanchez, Edinho Silva, Gilberto Carvalho, Lidiane Freire e muitos outros já estão confirmados.

🚩 Fique atento à divulgação do Lançamento do curso dia 24/09!

👉 As demais aulas regulares se iniciam no dia 25/09, semanalmente às 19h das quintas-feiras, e vão até dezembro. As aulas são pré-gravadas e disponibilizadas diretamente na plataforma EAD da FPA, no link ead.fpabramo.org.br após a inscrição no sistema e validação da matrícula. Participe! 🌟

segunda-feira, 15 de setembro de 2025

Nota do Cimi: a responsabilização de um projeto repressivo e antidemocrático



A 1ª Turma do STF condenou os oito réus que integram o Núcleo 1 da tentativa de golpe de Estado; o colegiado concluiu a apresentação dos votos da Ação Penal 2668, nesta quinta-feira (11) 

O julgamento no âmbito do Supremo Tribunal Federal (STF) da Ação Penal (AP) 2668 sobre a tentativa de golpe de Estado resultou na responsabilização do ex-presidente Jair Bolsonaro, da cúpula principal de seu governo e de militares de alta patente. O colegiado concluiu a apresentação dos votos nesta quinta-feira (11).

A decisão da Primeira Turma do Supremo Tribunal constitui um marco na história recente do Brasil. Ao mesmo tempo, pode tornar-se referência na atual conjuntura em nível mundial, marcada pelo avanço de grupos totalitários que, desde dentro da institucionalidade estatal da democracia, pretendem implodir os Estados democráticos e de Direito em detrimento dos direitos humanos e da paz.

A decisão do Supremo Tribunal evidenciou que existia a intenção e a determinação, por parte de alguns grupos político e econômico, claramente organizados, de perpetuar de forma antidemocrática um projeto de poder que havia sido vencido pelo voto popular. Aliás, projeto este sustentado pelo poder econômico e assentado na violência, que reivindica suas raízes no período da ditadura militar, que assolou o país durante os quatro anos do governo Bolsonaro (2019-2022) e que ainda permanece ativo na atuação permanentemente hostil de setores do Congresso Nacional contra os direitos humanos, contra a proteção ambiental, a justiça social e a diversidade.

A defesa da democracia é compromisso de todas e todos nós e responsabilidade institucional das autoridades constituídas. Ela exige também, e de forma inegociável, a garantia dos direitos fundamentais e a superação de toda forma de violência, desigualdade, racismo e imposição.

Os povos indígenas foram historicamente golpeados pelo projeto totalitário da ditadura militar, do governo Bolsonaro e do atual Congresso Nacional. Também historicamente resistiram a partir de seus territórios e contribuíram significativamente com o fortalecimento da democracia, ao tempo que apontam para uma democracia ainda mais profunda e radical. Assim como, para que a garantia efetiva e definitiva de seus direitos, conforme estabelecido na Constituição Federal de 1988, se torna hoje, mais ainda, um imperativo ético, jurídico e político e uma consequência inequívoca para continuar assegurando os pilares de um país democrático, justo e plural.

Brasília, 12 de setembro de 2025.

Conselho Indigenista Missionário – Cimi