quarta-feira, 9 de julho de 2025

“Terras para Elas”: primeiro projeto do Fundo Brasil-ONU é lançado no Maranhão



ANDERSON GIBATHE
Consultoria Ambiental

Com o objetivo de combater a desigualdade de gênero no campo, promover a regularização fundiária e fortalecer a autonomia econômica de mulheres rurais e tradicionais na Amazônia Legal, o projeto "Terras para Elas" foi lançado neste sábado (28) no Quilombo Boa Vista, no Maranhão. 

Apoiado pelo Fundo Brasil-ONU para o Desenvolvimento Sustentável da Amazônia, o projeto busca apoiar a regularização de 2.500 títulos de terra em nome de mulheres, capacitar 5.000 mulheres em práticas sustentáveis e ampliar o acesso ao crédito para 1.250 beneficiárias. 

A iniciativa terá duração de 21 meses, com um orçamento de mais de 2,5 milhões de dólares (cerca de R$ 15 milhões), viabilizado por meio de contribuição do Governo do Canadá. 

Delegação do Canadá participa, em 28 de junho, do lançamento do projeto
Legenda: Delegação do Canadá participa, em 28 de junho, do lançamento do projeto "Terras para Elas" no Quilombo Boa Vista, em Rosário - MA. O evento contou com a presença do Governador do Maranhão, Carlos Brandão, e de outros representantes do Consórcio Interestadual da Amazônia Legal, além de autoridades estaduais e municipais. A ONU Brasil foi representada pela Coordenadora Residente Silvia Rucks e pelo Representante da FAO no Brasil, Jorge Meza.
Foto: © ONU Brasil/Daniel Campelo.

Neste sábado (28), foi lançado na cidade de Rosário, no interior do Maranhão, o projeto "Terras para Elas", a primeira realização do Fundo Brasil-ONU, com financiamento do Governo do Canadá. 

A iniciativa será implementada pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) em parceria com o Instituto de Colonização e Terras do Maranhão (Iterma). O objetivo do projeto é combater a desigualdade de gênero no campo, promover a regularização fundiária e fortalecer a autonomia econômica de mulheres rurais e tradicionais na Amazônia Legal.

Com foco em comunidades quilombolas, indígenas, ribeirinhas, quebradeiras de coco babaçu, sertanejas, mulheres trans e grupos LGBTQIAPN+ rurais, o "Terras para Elas" pretende apoiar a regularização de 2.500 títulos de terra em nome de mulheres, capacitar 5.000 mulheres em práticas sustentáveis e ampliar o acesso ao crédito para 1.250 beneficiárias. A iniciativa terá duração de 21 meses, com um orçamento de mais de 2,5 milhões de dólares (cerca de R$ 15 milhões).

Lançado neste sábado (28), o projeto "Terra para Elas" pretende apoiar a regularização de 2.500 títulos de terra em nome de mulheres, capacitar 5.000 mulheres em práticas sustentáveis e ampliar o acesso ao crédito para 1.250 beneficiárias.
Legenda: Lançado neste sábado (28) em Rosário, no Maranhão, o projeto "Terra para Elas" pretende apoiar a regularização de 2.500 títulos de terra em nome de mulheres, capacitar 5.000 mulheres em práticas sustentáveis e ampliar o acesso ao crédito para 1.250 beneficiárias.
Foto: © Instituto de Terras e Colonização do Maranhão (ITERMA)

Na abertura do evento, a coordenadora residente da ONU no Brasil, Silvia Rucks, enfatizou que o Fundo Brasil-ONU foi concebido com um propósito claro: colocar as pessoas no centro do desenvolvimento sustentável: 

"Ele nasce do reconhecimento de que a Amazônia Legal é lar de mais de 29 milhões de pessoas, que enfrentam desafios históricos de desigualdade, exclusão e vulnerabilidade. Estou otimista com o que podemos construir juntos. Com parcerias como esta, seremos capazes de fazer uma diferença significativa na vida das mulheres da Amazônia e no futuro que desejamos para a região".

Além de Rucks, o lançamento contou com a presença do governador do Maranhão, Carlos Brandão; do presidente do Iterma, Anderson Ferreira; do representante assistente da FAO no Brasil, Gustavo Chianca; e do conselheiro do Governo do Canadá, Dennis Tessier. Como marco simbólico do início das ações, a cerimônia incluiu a entrega do primeiro título coletivo de reconhecimento de domínio à Associação dos Pequenos Agricultores Rurais Quilombolas de Boa Vista. 

"O Terras para Elas representa o compromisso da FAO com a promoção da igualdade de gênero, da governança fundiária e do desenvolvimento sustentável na Amazônia. Por meio do apoio do Fundo Brasil-ONU e do Governo do Canadá, estamos implementando soluções concretas que colocam as mulheres como protagonistas da transformação de seus territórios e da proteção dos recursos naturais", afirmou o representante assistente da FAO no Brasil, Gustavo Chianca.

O Fundo Brasil-ONU para o desenvolvimento sustentável da Amazônia, um mecanismo multidoador das Nações Unidas (MPTF), foi lançado em 2023 pelo Governo Federal, o Consórcio Interestadual da Amazônia Legal e a ONU, com o objetivo de promover o desenvolvimento humano e econômico da região em harmonia com a conservação dos ecossistemas. O Canadá foi o primeiro país a anunciar apoio financeiro ao Fundo, com uma contribuição de 13 milhões de dólares canadenses anunciada durante a Cúpula de Líderes do G20 no Rio de Janeiro, em novembro de 2024.

Além da regularização fundiária, o projeto prevê capacitações em práticas sustentáveis, como agroecologia, bioeconomia, manejo do fogo e empreendedorismo, além de estratégias para ampliar o acesso ao crédito e assistência técnica. Serão monitorados 100 mil hectares, com a expectativa de reduzir em 20% o desmatamento nas áreas atendidas e evitar a emissão de 50 mil toneladas de CO₂ equivalente.

A iniciativa contribui diretamente para múltiplos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), incluindo os ODS 1, 5, 10, 13 e 15, e busca fortalecer capacidades institucionais locais, reduzir conflitos fundiários, melhorar os meios de vida das mulheres rurais e fomentar economias inclusivas e resilientes.

Com o "Terras para Elas", a FAO inaugura a atuação do Fundo Brasil-ONU na Amazônia Legal, promovendo uma abordagem territorial integrada, baseada em soluções locais e lideradas pelas comunidades. O projeto se soma a esforços nacionais e internacionais para enfrentar as desigualdades históricas que afetam as mulheres do campo e proteger os modos de vida que mantêm viva a floresta.

Para mais informações, siga @FAOBrasil nas redes e visite a página do Fundo Brasil-ONU

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