sexta-feira, 11 de julho de 2025

Mulheres Yanomami e Ye’kwana lideram luta contra o câncer de colo do útero

Cuidado e prevenção marcaram o tom da formação de 15 mulheres Yanomami e Ye'kwana como Agentes Indígenas de Saúde (AIS), em atividade realizada na Terra Indígena Yanomami. O foco foi o combate ao câncer de colo do útero, uma das maiores ameaças à vida das mulheres indígenas na região Norte do Brasil.


O projeto é fruto da união entre Unifesp, UFMG, DSEI-Y, Funai, SESAI e o Instituto Socioambiental (ISA). Além das AIS, médicas, enfermeiras e técnicas da região também passaram por capacitação, com enfoque nas especificidades da saúde feminina indígena.


A formação sobre cuidados relacionados ao câncer de colo de útero durou uma semana em Boa Vista 📷 Fabrício Araújo/ISA

Jucelia, jovem Ye'kwana, afirmou que, após a formação, quer levar o conhecimento para toda sua comunidade, passando de casa em casa e organizando encontros para falar sobre a prevenção do câncer. Ela perdeu duas familiares para a doença.

Ao final da oficina, as participantes produziram uma cartilha informativa com orientações claras e culturalmente adequadas sobre a saúde da mulher. Um passo importante para empoderar as comunidades com conhecimento e criar uma rede de cuidado contínuo, com rastreamento, diagnóstico e tratamento precoce.

Fonte: ISA


A resposta do Brasil a Tarifaço do Trump

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que o Brasil adotará a Lei de Reciprocidade Econômica como resposta à tarifa de 50% imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos brasileiros. Em entrevista ao Jornal Nacional, Lula afirmou estar aberto ao diálogo com Trump, mas ressaltou que, caso não haja acordo, o Brasil tomará medidas de retaliação a partir de 1º de agosto, data em que a nova tarifa entra em vigor.

Lula classificou a atitude do governo norte-americano como uma interferência inaceitável nas decisões soberanas do Brasil e afirmou que a medida não se baseia em dados concretos. Ele também destacou que o governo brasileiro buscará uma solução por meio de negociações diplomáticas, da Organização Mundial do Comércio (OMC) e em articulação com outros países


ffi

quarta-feira, 9 de julho de 2025

“Terras para Elas”: primeiro projeto do Fundo Brasil-ONU é lançado no Maranhão



ANDERSON GIBATHE
Consultoria Ambiental

Com o objetivo de combater a desigualdade de gênero no campo, promover a regularização fundiária e fortalecer a autonomia econômica de mulheres rurais e tradicionais na Amazônia Legal, o projeto "Terras para Elas" foi lançado neste sábado (28) no Quilombo Boa Vista, no Maranhão. 

Apoiado pelo Fundo Brasil-ONU para o Desenvolvimento Sustentável da Amazônia, o projeto busca apoiar a regularização de 2.500 títulos de terra em nome de mulheres, capacitar 5.000 mulheres em práticas sustentáveis e ampliar o acesso ao crédito para 1.250 beneficiárias. 

A iniciativa terá duração de 21 meses, com um orçamento de mais de 2,5 milhões de dólares (cerca de R$ 15 milhões), viabilizado por meio de contribuição do Governo do Canadá. 

Delegação do Canadá participa, em 28 de junho, do lançamento do projeto
Legenda: Delegação do Canadá participa, em 28 de junho, do lançamento do projeto "Terras para Elas" no Quilombo Boa Vista, em Rosário - MA. O evento contou com a presença do Governador do Maranhão, Carlos Brandão, e de outros representantes do Consórcio Interestadual da Amazônia Legal, além de autoridades estaduais e municipais. A ONU Brasil foi representada pela Coordenadora Residente Silvia Rucks e pelo Representante da FAO no Brasil, Jorge Meza.
Foto: © ONU Brasil/Daniel Campelo.

Neste sábado (28), foi lançado na cidade de Rosário, no interior do Maranhão, o projeto "Terras para Elas", a primeira realização do Fundo Brasil-ONU, com financiamento do Governo do Canadá. 

A iniciativa será implementada pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) em parceria com o Instituto de Colonização e Terras do Maranhão (Iterma). O objetivo do projeto é combater a desigualdade de gênero no campo, promover a regularização fundiária e fortalecer a autonomia econômica de mulheres rurais e tradicionais na Amazônia Legal.

Com foco em comunidades quilombolas, indígenas, ribeirinhas, quebradeiras de coco babaçu, sertanejas, mulheres trans e grupos LGBTQIAPN+ rurais, o "Terras para Elas" pretende apoiar a regularização de 2.500 títulos de terra em nome de mulheres, capacitar 5.000 mulheres em práticas sustentáveis e ampliar o acesso ao crédito para 1.250 beneficiárias. A iniciativa terá duração de 21 meses, com um orçamento de mais de 2,5 milhões de dólares (cerca de R$ 15 milhões).

Lançado neste sábado (28), o projeto "Terra para Elas" pretende apoiar a regularização de 2.500 títulos de terra em nome de mulheres, capacitar 5.000 mulheres em práticas sustentáveis e ampliar o acesso ao crédito para 1.250 beneficiárias.
Legenda: Lançado neste sábado (28) em Rosário, no Maranhão, o projeto "Terra para Elas" pretende apoiar a regularização de 2.500 títulos de terra em nome de mulheres, capacitar 5.000 mulheres em práticas sustentáveis e ampliar o acesso ao crédito para 1.250 beneficiárias.
Foto: © Instituto de Terras e Colonização do Maranhão (ITERMA)

Na abertura do evento, a coordenadora residente da ONU no Brasil, Silvia Rucks, enfatizou que o Fundo Brasil-ONU foi concebido com um propósito claro: colocar as pessoas no centro do desenvolvimento sustentável: 

"Ele nasce do reconhecimento de que a Amazônia Legal é lar de mais de 29 milhões de pessoas, que enfrentam desafios históricos de desigualdade, exclusão e vulnerabilidade. Estou otimista com o que podemos construir juntos. Com parcerias como esta, seremos capazes de fazer uma diferença significativa na vida das mulheres da Amazônia e no futuro que desejamos para a região".

Além de Rucks, o lançamento contou com a presença do governador do Maranhão, Carlos Brandão; do presidente do Iterma, Anderson Ferreira; do representante assistente da FAO no Brasil, Gustavo Chianca; e do conselheiro do Governo do Canadá, Dennis Tessier. Como marco simbólico do início das ações, a cerimônia incluiu a entrega do primeiro título coletivo de reconhecimento de domínio à Associação dos Pequenos Agricultores Rurais Quilombolas de Boa Vista. 

"O Terras para Elas representa o compromisso da FAO com a promoção da igualdade de gênero, da governança fundiária e do desenvolvimento sustentável na Amazônia. Por meio do apoio do Fundo Brasil-ONU e do Governo do Canadá, estamos implementando soluções concretas que colocam as mulheres como protagonistas da transformação de seus territórios e da proteção dos recursos naturais", afirmou o representante assistente da FAO no Brasil, Gustavo Chianca.

O Fundo Brasil-ONU para o desenvolvimento sustentável da Amazônia, um mecanismo multidoador das Nações Unidas (MPTF), foi lançado em 2023 pelo Governo Federal, o Consórcio Interestadual da Amazônia Legal e a ONU, com o objetivo de promover o desenvolvimento humano e econômico da região em harmonia com a conservação dos ecossistemas. O Canadá foi o primeiro país a anunciar apoio financeiro ao Fundo, com uma contribuição de 13 milhões de dólares canadenses anunciada durante a Cúpula de Líderes do G20 no Rio de Janeiro, em novembro de 2024.

Além da regularização fundiária, o projeto prevê capacitações em práticas sustentáveis, como agroecologia, bioeconomia, manejo do fogo e empreendedorismo, além de estratégias para ampliar o acesso ao crédito e assistência técnica. Serão monitorados 100 mil hectares, com a expectativa de reduzir em 20% o desmatamento nas áreas atendidas e evitar a emissão de 50 mil toneladas de CO₂ equivalente.

A iniciativa contribui diretamente para múltiplos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), incluindo os ODS 1, 5, 10, 13 e 15, e busca fortalecer capacidades institucionais locais, reduzir conflitos fundiários, melhorar os meios de vida das mulheres rurais e fomentar economias inclusivas e resilientes.

Com o "Terras para Elas", a FAO inaugura a atuação do Fundo Brasil-ONU na Amazônia Legal, promovendo uma abordagem territorial integrada, baseada em soluções locais e lideradas pelas comunidades. O projeto se soma a esforços nacionais e internacionais para enfrentar as desigualdades históricas que afetam as mulheres do campo e proteger os modos de vida que mantêm viva a floresta.

Para mais informações, siga @FAOBrasil nas redes e visite a página do Fundo Brasil-ONU

Contato para a imprensa: 



Guterres: “Exorto os países do BRICS a serem um pilar da resposta mundial em solidariedade”


Discurso do secretário-geral da ONU, António Guterres, na sessão da Cúpula do BRICS sobre "Meio ambiente, COP30 e saúde global", em 7 de julho de 2025.

Presidente Lula,  

Distintos chefes de Estado e de Governo, e representantes, 

Prezados colegas, 

Senhoras e senhores, 

17ª Cúpula de Líderes do BRICS, no Rio de Janeiro
Legenda: O secretário-geral da ONU, António Guterres, participa de sessão da 17ª Cúpula de Líderes do BRICS, em 6 de julho de 2025, no Rio de Janeiro.
Foto: © ONU/Ana Carolina Fernandes.

Nosso meio ambiente está sendo atacado em todas as frentes: 

A poluição envenena a terra e a água.  

Biodiversidade destruída em um ritmo assustador.  

E, é claro, a crise climática.   

Em todo o mundo, vidas e meios de subsistência estão sendo destruídos, e as conquistas do desenvolvimento sustentável estão sendo devastadas à medida que os desastres se aceleram.   

O impacto sobre a saúde humana é cruel: 

O calor extremo mata. O mesmo acontece com a contaminação da água. Terras e colheitas destruídas aumentam os preços e agravam a fome. Nosso clima em mudança inflama a disseminação de doenças, desde a malária até a dengue.  

As pessoas vulneráveis e as mais pobres pagam o preço mais alto. 

Precisamos atacar o ponto em que o clima e a saúde se encontram. 

E é nesse ponto que o papel da Organização Mundial da Saúde (OMS) é fundamental.  

Excelências,  

Neste momento, as emissões continuam aumentando. 
 
O limite de 1,5 grau está sob grave risco.  

Precisamos absolutamente de uma redução drástica nas emissões - começando agora. 

Princípio das Responsabilidades Comuns, Porém Diferenciadas, deve ser aplicado, mas todos os países devem fazer um esforço extra. 

E precisamos acelerar o ritmo da transformação energética com justiça, a fim de garantir que todos os países possam se beneficiar. 

As energias renováveis já se equiparam em grande parte aos combustíveis fósseis na capacidade de energia instalada global.   

E os investimentos em energia limpa estão correndo à frente dos combustíveis fósseis.  

As energias renováveis são a nova fonte de eletricidade mais barata e mais rápida em quase todos os lugares.  

E não podemos nos esquecer das 700 milhões de pessoas que ainda não têm acesso à eletricidade no mundo. 

Energias renováveis aumentam a segurança e a soberania energética, liberando os países dos mercados voláteis de combustíveis fósseis, conectando as pessoas à energia nos locais mais remotos e impulsionando o desenvolvimento sustentável. 

Além disso, as energias renováveis e a eletrificação não geram poluição tóxica do ar, que hoje mata sete milhões de pessoas por ano.  

Excelências,  

Precisamos que os governos se baseiem no progresso da COP da Biodiversidade do ano passado, principalmente para chegar a um acordo ambicioso sobre financiamento 

Precisamos de um tratado juridicamente vinculativo sobre a poluição plástica - este ano. 

E precisamos fazer da COP30 um sucesso. 
 
Eu os exorto a demonstrarem como o multilateralismo faz a diferença, atendendo às necessidades do mundo nestes tempos difíceis e divididos. 

E apresentar até setembro novos e ambiciosos planos climáticos nacionais - ou NDCs - que mostrem o caminho: 

Que abranjam todas as emissões e toda a economia; que se alinhem ao limite de 1,5 grau; e que avancem nas metas globais de transição energética acordadas na COP28.   

Precisamos combater as injustiças na cadeia de valor dos minerais críticos e garantir que os países em desenvolvimento recebam o máximo benefício de seus recursos, conforme recomendado pelo Painel das Nações Unidas sobre Minerais Críticos para a Transição Energética

E precisamos que vocês se mantenham firmes em relação ao financiamento para uma transição justa e equitativa.  

Os países desenvolvidos devem cumprir suas promessas, incluindo os US$ 40 bilhões por ano para adaptação a partir de 2025. 

As necessidades de adaptação são particularmente dramáticas nos países em desenvolvimento que quase não contribuem para a mudança climática.   

Devemos garantir que os US$ 300 bilhões por ano até 2035 para os países em desenvolvimento acordados em Baku sejam cumpridos, e traçar um caminho para mobilizar US$ 1,3 trilhão por ano, incluindo fontes novas e inovadoras de financiamento e um preço confiável para o carbono. 

Devemos também reforçar a Cooperação Sul-Sul e aprimorar novos modelos, como as Parcerias para Transição Energética Justa.  

E devemos encher os cofres do Fundo de Resposta a Perdas e Danos.  

Permitam-me contar uma história. Quando esse fundo foi criado, a conferência de doadores realizada na COP resultou em uma quantia que correspondia ao salário do jogador de basquete mais bem pago dos Estados Unidos. 

Isso mostra que devemos levar a sério quando falamos sobre o Fundo de Perdas e Danos. 

Mas o problema vai muito além do financiamento climático. 

Como eu disse ontem, precisamos investir na reforma da arquitetura e das instituições financeiras internacionais, tomar medidas em relação ao alívio da dívida, e triplicar o financiamento e a capacidade dos bancos multilaterais de desenvolvimento em benefício dos países em desenvolvimento. 

Excelências,  

Este é um momento de grave perigo e de possibilidades.   

Exorto os países do BRICS a serem um pilar da resposta mundial em solidariedade - para as pessoas, o planeta e a prosperidade. 

Muito obrigado. 

Para saber mais, acompanhe a cobertura da ONU News em português: https://news.un.org/pt/tags/brics 

UNAIDS lançará Relatório Global sobre AIDS 2025 nesta quinta-feira (10)


Em parceria com o Conselho Nacional de AIDS da África do Sul, o UNAIDS lançará o Relatório Global sobre a AIDS nesta quinta (10) em Johannesburgo, na África do Sul. 

O relatório "AIDS, Crise e o Poder de Transformar" aponta que a resposta ao HIV e à AIDS é uma das intervenções de saúde pública mais bem-sucedidas da história. No entanto, esse progresso corre o risco de ser revertido. Cortes de financiamento repentinos e drásticos de vários doadores causaram um choque na saúde global. 

O UNAIDS estima que, se o mundo não agir agora, poderá haver 6 milhões de novas infecções por HIV e 4 milhões de mortes relacionadas à AIDS até 2029.

O UNAIDS estima que, se o mundo não agir, poderá haver 6 milhões de novas infecções por HIV e 4 milhões de mortes relacionadas à AIDS até 2029.

Legenda: O UNAIDS estima que, se o mundo não agir, poderá haver 6 milhões de novas infecções por HIV e 4 milhões de mortes relacionadas à AIDS até 2029.

As novas infecções por HIV foram reduzidas em 40% desde 2010, e 4,4 milhões de crianças foram protegidas contra o HIV desde 2000. Mais de 26 milhões de vidas foram salvas. A resposta ao HIV e à AIDS é uma das intervenções de saúde pública mais bem-sucedidas da história, aponta o novo relatório global do UNAIDS, "AIDS, crise e o poder de transformar" (AIDSCrisis and the Power to Transform, originalmente em inglês).

No entanto, esse progresso corre o risco de ser revertido. Cortes de financiamento repentinos e drásticos de vários doadores causaram um choque na saúde global. O relatório do UNAIDS mostra o impacto que os cortes estão causando globalmente. O UNAIDS estima que, se o mundo não agir, poderá haver 6 milhões de novas infecções por HIV e 4 milhões de mortes relacionadas à AIDS até 2029.

O relatório destaca as medidas que alguns países estão tomando para preencher as lacunas e manter a resposta no futuro, em especial países nos quais a prevenção, diagnóstico, tratamento e serviços são totalmente financiados pelo governo federal, como o Brasil. No entanto, para muitos, esse futuro permanece incerto.

A resposta ao HIV foi criada em meio a uma crise e construída para ser resiliente. Comunidades, governos e as Nações Unidas estão se transformando para enfrentar este momento e cumprir a promessa de acabar com a AIDS como ameaça à saúde pública até 2030.

SERVIÇO: Lançamento do Relatório Global sobre a AIDS do UNAIDS "AIDS, Crise e o Poder de Transformar", em parceria com o Conselho Nacional de AIDS da África do Sul (SANAC)

QUANDO: Quinta-feira, 10 de julho de 2025

HORÁRIO: 6h30-7h30 | Horário de Brasília

ONDE: Hospital Bertha Gxowa, Angus St, Germiston, Joanesburgo, África do Sul

PAINELISTAS:
  • Winnie Byanyima, diretora executiva do UNAIDS e subsecretária-geral das Nações Unidas
  • Aaron Motsoaledi, ministro da Saúde da África do Sul
  • Helen Rees, diretora executiva, Wits RHI
  • Mbulelo Dyasi, diretor executivo da SANARELA (Rede Sul-Africana de Lideranças Religiosas Vivendo com ou Pessoalmente Afetados pelo HIV e AIDS)

Acompanhe a transmissão on-line via Zoom 

Para acessar o relatório global embargado ou entrevistas, entre em contato com:

Após o lançamento global do relatório, o sumário executivo estará disponível no site do UNAIDS Brasil, na página relatórios e publicações.



Veículos elétricos podem dobrar empregos no Brasil até 2050, aponta estudo


Estudo inédito do Conselho Internacional de Transporte Limpo (ICCT Brasil), feito com apoio do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), revela que a produção nacional de veículos elétricos tem potencial para dobrar a geração de empregos no Brasil até 2050.

Resultados positivos dependem do avanço no conteúdo nacional da produção de veículos elétricos, em particular, do desenvolvimento de uma cadeia produtiva de baterias. 

Ao apostar na fabricação local de baterias e no desenvolvimento de competências para a eletromobilidade, o país pode garantir uma transição energética justa e acelerar o desenvolvimento de uma nova cadeia industrial.

Legenda: Ao apostar na fabricação local de baterias e no desenvolvimento de competências para a eletromobilidade, o país pode garantir uma transição energética justa e acelerar o desenvolvimento de uma nova cadeia industrial.
Foto: © Marcos Martinez Sanchez/Getty Images Signature.

A produção nacional de veículos elétricos tem potencial para dobrar o número de novos empregos no Brasil até 2050. É o que revela um estudo inédito do Conselho Internacional de Transporte Limpo (ICCT Brasil), feito com apoio do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). 

Desenvolvido por pesquisadores do ICCT, UNICAMP e USP, o estudo "A transição da indústria brasileira para veículos elétricos e seus efeitos em emprego e renda" mostra que, ao apostar na fabricação local de baterias e no desenvolvimento de competências para a eletromobilidade, o país pode garantir uma transição energética justa e acelerar o desenvolvimento de uma nova cadeia industrial. 

A maior parte dos empregos projetados se concentra em setores de serviço, como serviços técnicos, engenharia, logística e comércio, seguido de setores manufatureiros diretamente ligados à  produção dos veículos, máquinas e equipamentos elétricos. 

O crescimento no número de empregos se deve ao aumento da demanda agregada e ao fortalecimento de setores industriais como a produção de baterias e componentes elétricos. Ao mesmo tempo, espera-se retração nos setores de combustíveis fósseis, agropecuária e autopeças. 

Além disso, a renda gerada (valor adicionado) no cenário de eletrificação é 85% maior que no cenário atual, com distribuição mais favorável para salários (53%, contra 45%).

"As vendas de elétricos já começaram a crescer no Brasil. Mas precisamos olhar também para os impactos sociais e econômicos dessa transição", afirma o diretor-executivo do ICCT Brasil, Marcel Martin. 

Outro ponto importante está no comércio exterior: segundo o estudo, sem políticas para fomentar exportações de veículos elétricos, o Brasil pode perder até 14% do potencial de empregos. Mesmo assim, o cenário de eletrificação ainda gera 88% mais empregos líquidos que o modelo atual. Entre as soluções propostas estão incentivos fiscais, crédito à exportação e acordos comerciais estratégicos, sobretudo com países da América Latina.

Além do aumento no número de empregos, estudo do ICCT Brasil em parceria com o PNUMA mostra que a renda gerada no cenário de transição para veículos elétricos é 85% maior. Resultados positivos dependem do avanço no conteúdo nacional da produção de veículos elétricos, em particular, do desenvolvimento de uma cadeia produtiva de baterias.

Legenda: Além do aumento no número de empregos, estudo do ICCT Brasil em parceria com o PNUMA mostra que a renda gerada no cenário de transição para veículos elétricos é 85% maior. Resultados positivos dependem do avanço no conteúdo nacional da produção de veículos elétricos, em particular, do desenvolvimento de uma cadeia produtiva de baterias.
Foto: © Gustavo Denuncio/Pexels.

Saiba mais: 

  • Acesse a íntegra do estudo "A transição da indústria brasileira para veículos elétricos e seus efeitos em emprego e renda"https://bit.ly/Estudo_TransiçãoJusta
  • Assista ao evento "Transição justa na descarbonização da indústria automotiva", promovido em 10 de junho de 2025 pelo PNUMA e o ICCT Brasil para trazer um debate estratégico sobre os caminhos para a transição justa na descarbonização da indústria automotiva: https://bit.ly/DescarbonizaçãodaIndústriaAutomotiva

NOTAS PARA EDITORES

Sobre o ICCT:

Conselho Internacional de Transporte Limpo - ICCT (de International Council on Clean Transportation) é uma organização independente, sem fins lucrativos, fundada para fornecer pesquisas e análises técnicas e científicas imparciais de alta qualidade. Fundado em 2005 e presente no Brasil desde 2020,  o ICCT colabora com tomadores de decisão para fornecer suporte técnico na mitigação de emissões veiculares, por meio da melhoria da qualidade dos combustíveis, eficiência energética de motores e redução de poluentes locais, fomentando políticas que viabilizem tecnologias de baixa ou zero emissão nos setores rodoviário, marítimo e aéreo.

Sobre o PNUMA:

Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) é a principal autoridade mundial em meio ambiente. O PNUMA trabalha globalmente para enfrentar a tripla crise planetária – mudança climática, perda da natureza e poluição – apoiando as nações na construção de economias de baixo carbono, positivas para a natureza e eficientes em termos de recursos.



Corrida Mundo Livre 2025 será dia 16 de Agosto

sexta-feira, 4 de julho de 2025

RECICLAÇÃO – Feira do Meio Ambiente Industrial, Reciclagem, Saneamento Ambiental e Energias Alternativas 2025


24 a 26/07/2025

Apresentar em um mesmo espaço os mais variados fornecedores que atendem os setores público e privado fortalecendo a sustentabilidade no ambiente urbano, rural, industrial e comercial, priorizando a geração e realização de negócios entre fornecedores e consumidores nos setores abrangentes. Estarão em pauta segmentos como: Gestão do Ambiente Industrial, Destinação de Resíduos, Logística Reversa, Saneamento Ambiental e Energias Alternativas.

https://montebelloeventos.com.br/works/reciclacao


Workshop: Agricultura Urbana – IEP - 09/07/2025


Onde: RUA EMILIANO PERNETA 174, CENTRO, CURITIBA - IEP

O Instituto de Engenharia do Paraná (IEP), por meio da Câmara Técnica de Agronegócios, convida a participar do Workshop sobre "Agricultura Urbana". O evento irá acontecer no dia 09 de julho, das 08h30 às 17h30, no Centro de Eventos e será transmitido pelo canal do YouTube. O ingresso será a doação de 1kg de alimento não perecível. O workshop será dividido em três partes: Palestra Técnica, Palestras de Negócios e Sustentabilidade, Palestras Inspiradoras.

Contato para mais informações:
Nome: SETOR DE COMUNICAÇÃO E EVENTOS
Fone: (41) 3068-9858
E-mail:comunicacao@iep.org.br

Fonte: CREA-PR



Pensamento do dia 04/07/2025

"A divergência dos relógios é o princípio fundamental da relojoaria." (Machado de Assis)


Parceria entre PNUMA e MMA pode mudar o cenário da conservação no país


quarta-feira, 2 de julho de 2025

Agricultor é morto pela Polícia no Rio Grande do Sul



Agricultor é morto durante abordagem da Polícia Militar, após denúncia de crime ambiental no Rio Grande do Sul.

Um agricultor de 53 anos foi morto a tiros durante abordagem da Brigada Militar (BM) após uma ocorrência de suposto crime ambiental no interior de Santa Maria, na Região Central do Rio Grande do Sul. 

No vídeo, dá para perceber a revolta dele diante da abordagem, e depois, o desespero, após os tiros. 

A vítima tava sendo acusado, pelo corte de mata nativa , para transformar em terra de planta. A corregedoria da polícia vai investigar o caso.